Obernai está situada no sopé das montanhas de Vosges, na foz do vale Ehn, localizada a 25 km ao sudoeste de Estrasburgo, no coração da Alsácia, no sopé do lendário Monte Sainte-Odile, na porta das fazendas e campos de repolho da planície alsaciana. 

Esta bela cidade da Alsácia faz parte da popular Rota do Vinho, cujo comércio contribuiu, durante séculos e de forma muito proeminente, para o desenvolvimento econômico da cidade.

Obernai é tranquila e intocada, mas oferece algumas atrações no centro turístico, sendo dentro da Alsácia a segunda cidade mais visitada da região do Bas-Rhin depois da Capital Europeia.

É um dos 100 Plus Beaux Détours de France , uma associação de cidades menores com apelo turístico excepcional, mas relativamente desconhecido. 

Ehenheim, então uma vila real merovíngia, foi mencionada pela primeira vez em 778, nomeada Oberehnheim em 1242 para distinguí-lo de Niederehnheim (Niedernai).

Acredita-se que a cidade tenha sido propriedade dos duques da Alsácia, depois dos conventos de Hohenburg, agora Mont Sainte-Odile e Niedermunster, ambos fundados por Santa Odile e seu pai.

Por volta de 1240, Obernai se libertou do controle monástico para ganhar o status de cidade, com o apoio da família real Hohenstaufen. Isto deu-lhe independência legal e fiscal e permitiu-lhe erguer fortificações e realizar um mercado e feiras. 

Em 1354, Obernai e as outras nove cidades imperiais da Alsácia:Wissembourg, Haguenau, Rosheim, Sélestat, Kaysersberg, Colmar, Turckheim, Munster e Mulhouse, uniram-se para fundar a Décapole. Esta organização foi posta em prática com duas prioridades: libertar a cidade da autoridade do preboste (representante do Imperador) e neutralizar a influência dos muitos nobres da cidade.

O século XVI representou uma idade de ouro para Obernai. O artesanato e a viticultura prosperaram para exportação. O Renascimento deixou a sua marca arquitetônica em vários edifícios, incluindo o Hôtel de Ville ou Câmara Municipal construído em 1523 e 1610, o Halle aux Blés ou Mercado do Milho, de 1554, a Torre Beffroi - Kapellturm e o poço Puits à Six Seaux ( 1579). 

Quando a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) devastou a região, a cidade foi ocupada e saqueada.

 

Após os tratados de Paz de Vestfália (1648), Luís XIV anexou as dez cidades da Decápole à Coroa da França em 1679. Obernai tornou-se uma cidade real e perdeu sua autonomia. 

O século XVIII seria outro período de prosperidade. Obernai tinha 306 mestres artesãos trabalhando em 35 ofícios diferentes, de uma população total de 5.000. 

Após a Revolução Francesa, a história de Obernai fundiu-se com a da Alsácia. Durante o século XIX, a paisagem urbana sofreu alterações significativas: as portas da cidade foram destruídas e as estradas e ferrovias foram desenvolvidas. 

Obernai foi anexada à Alemanha em 1871. A virada do século XX foi marcada por um novo período de modernização.

Além disso, várias vinícolas da Rota do Vinho da Alsácia encontram-se próximas a Obernai. Algumas delas são tão próximas que chegam a ser acessíveis à pé ou de bicicleta.

Em Obernai não podemos deixar de ver:

A casa medieval mais notável, construída por volta de 1240, era propriedade dos Rathsamhausen e formava um anexo ao seu tribunal do dízimo. Remodelada durante o Renascimento, conserva a empena original com pequenas janelas românicas com as suas colônias e capitéis.

Este monumento emblemático da vila cumpria três funções: era campanário da vila, torre de vigia e campanário da Capela da Virgem (construída em cerca de 1285 e demolida em 1873), da qual permanece a capela-mor gótica. Com uma torre de 59,6 metros, a galeria, com as suas échauguettes ou pequenas torres de acesso, foi acrescentada em 1596.     Igreja de São Pedro e São Paulo 

A igreja católica, inaugurada em 1872, substituiu um santuário gótico (séc. XV), que foi demolido em 1867, que foi construído no local de uma igreja e cripta românicas (séc. XII). 

Dentro você encontra uma notável decoração neogótica, bem como um órgão sinfônico de Joseph Merklin (1882).

Horário de Funcionamento:Todos os dias das 9h às 12h e das 14h às 18h, com exceção durante os cultos. 

A atual Câmara Municipal conserva vestígios de uma estrutura mais antiga construída sobre arcos, onde atuava o tribunal dos burgueses (1370). Em 1848, o edifício foi ampliado no estilo neo-renascentista. As fachadas com seus desenhos decorativos pintados foram restauradas em 1992-1993.

 

Construído em 1579 em estilo renascentista por uma equipe de artesãos de Estrasburgo, o poço foi originalmente pintado. Três colunas com capitéis coríntios sustentam um dossel octogonal, decorado com esculturas inspiradas no Novo Testamento.  

O Halle aux Blés ou Salão do Trigo era anteriormente um mercado público de carnes, construído em 1554 em estilo renascentista, misturado com vários elementos góticos. A fachada com empena é decorada com duas cabeças de boi e o brasão da cidade de Obernai.   

Homenagem de Obernai ao ilustre padroeiro da Alsácia, a fonte foi construída em 1904, e projetada por Alfred Marzolff, para assinalar a conclusão bem-sucedida das obras de água corrente para a cidade (1893)

Construída em frente à prefeitura, mostra Santa Odile, com sua cruz de abadessa. O livro aberto e os dois olhos lembram sua milagrosa cura da cegueira.  

   

Uma comunidade judaica foi mencionada pela primeira vez em 1215. A atual sinagoga é um edifício neo-românico construído segundo os planos do arquiteto Brion, inaugurado em 1876 e, re-inaugurado em 1948; financiada pelos 205 membros da comunidade judaica da época. 

O tímpano do portal de entrada ostenta a Estrela de David com inscrições francesas e hebraicas. Pode-se também discernir os vestígios de três lírios martelados, lembrando-nos que Luís XIV protegeu os judeus da Alsácia.

Entre os muitos vestígios históricos de Obernai, três locais mostram a presença de uma antiga e importante comunidade judaica que ainda existe hoje. 

A muralha interna da cidade velha, com 1.400 metros de comprimento, tem cerca de vinte torres e 4 portões. A ampla área elevada entre as muralhas é hoje um local para um agradável passeio.   

Na Rue Du Canon, um belíssimo pátio interior privado, com alguns elementos datados de 1418. Acima do poço vê-se uma cabeça de boi, emblema do açougueiro. Uma galeria de madeira foi adicionada em 1607 por Michel Gyss, o Jovem, chefe da corporação de açougueiros. 

Mont Sainte Odile é um lugar imperdível na Alsácia, apreciado por todos os alsacianos. Com vista para a planície da Alsácia, o Santuário de Mont Sainte-Odile, um local religioso dedicado a Santa Odile, padroeira da Alsácia, que ao longo do ano, acolhe os peregrinos que empreendem um caminho espiritual. Mas também recebe um grande número de turistas ansiosos por visitar o local ou apreciar o panorama e no coração de um ambiente natural e arborizado.

Para os amantes de caminhadas poderão caminhar por caminhos marcados e descobrir os castelos fortificados localizados nas proximidades ou a Muralha Pagã, construída por volta de 1000 aC. 

Muitos lugares importantes e históricos devem ser descobertos em todo o Santuário, como:       

– A Capela da Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria, construída no final do século XVII, que em 16 de junho de 2016 foi erigida como basílica menor pelo Papa Bento XVI com a Capela da Cruz, a Capela do Túmulo e a Capela de São João Batista.

– A Capela da Cruz, a parte mais antiga do Santuário que data dos séculos X-XII.

– A Capela de Sainte-Odile, onde se encontra o sarcófago do século VIII contendo as relíquias da Santa.

– A Capela das Lágrimas, local onde Odile teria chorado a morte do pai e rezado pela salvação da sua alma, daí o seu nome: Capela das Lágrimas. Sob uma grade, há um lugar que teria sido cavado pelas lágrimas de Odile.

– A Capela dos Anjos, pendendo sobre uma rocha saliente, foi construída no século XII no local onde, na época romana, diz-se que existia uma torre de vigia.

Os exteriores do Santuário também estão cheios de muitos elementos para descobrir e oferece muitas caminhadas, como:

– A Antiga Abadia de Niedermunster, localizada a 511 metros acima do nível do mar, na  margem de Saint-Nabor. Foi fundado por Santa Odile por volta de 700 para acolher os peregrinos que  não podiam acessar o de Hohenbourg (Mont Sainte-Odile).

– La Source Sainte Odile: um lugar conhecido para quem descobre a região. Foi aqui que Sainte Odile, a caminho de Niedermunster, encontrou um  cego sedento. Batendo na rocha, ela fez brotar uma fonte, a água da qual curou os aleijados. Durante a sua passagem, visitantes e peregrinos lavam os olhos ali. 

– A Muralha Pagã: Ao redor do Santuário dedicado ao santo padroeiro da Alsácia, estende-se uma  gigantesca muralha composta por grandes blocos de pedras, cuidadosamente lapidados e montado. Dispostos em três loops adjacentes ao longo de um comprimento total de dez  quilômetros.

– Via Sacra e Gruta de Lourdes, feita pelo ceramista Léon Elchinger entre  1933 e 1935. Enfeita as paredes rochosas do planalto conventual.

Há também muitas caminhadas para descobrir ao redor do Mont Sainte-Odile, que foram marcadas por membros da Association des Amis du Mont. Encontrará mais informações no mapa de caminhadas que se encontra no pátio das tílias.

 Em Obernai experimentamos outro prato típico da Alsácia: a tarte flambée, que mais parece uma pizza do que uma torta e consiste numa massa fina com queijo, cebola e bacon.