Roteiro para visitar a Madeira

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Roteiro para visitar a Madeira: 3, 4, 5 e 6 dias
Vimos na postagem anterior como visitar o Funchal. Esta postagem de terceiro dia do roteiro para visitar a Madeira será dedicado a explorar a Costa Oeste da Ilha da Madeira. Os lugares que vai encontrar ao longo do artigo fazem parte dos lugares que visitei durante o meu terceiro dia na Madeira.
O roteiro vai ser mostrado na ordem que deve visitar estes lindos lugares para perder o menor tempo possível entre cada local. Ao longo do artigo, vai também encontrar dicas sobre cada local para que possa preparar melhor a sua viagem à Pérola do Atlântico.

Prepare-se para conhecer algumas das localidades costeiras mais bonitas e históricas da Madeira, cabos e descobrir miradouros com vistas e paisagens incríveis, de cortar a respiração, uma das falésias mais altas do mundo, com cerca de 580 metros, aldeias de uma rara beleza, tentadoras praias e empolgantes cascatas. Tudo isto num só dia, situado na Costa Oeste da Ilha da Madeira

Câmara de Lobos
Comece o dia rumando  até Câmara de Lobos. A pequena cidade de Câmara de Lobos é uma das mais belas da ilha e é frequentemente usada como cartão postal da Madeira. Aqui vai descobrir uma bela cidade de pescadores, o Cabo Girão, que para além de oferecer uma vista incrível, vai oferecer-lhe emoções fortes e vários miradouros onde as paisagens são deslumbrantes. 
Câmara dos Lobos é a primeira povoação criada na Madeira pelo próprio navegador João Gonçalves Zarco, o descobridor da Madeira. Logo que coloque os olhos na sua idílica baía pintalgada de coloridos Xavelhas, os pitorescos barcos de pesca de Câmara de Lobos, o mais certo é cair logo de amores por esta terra de pescadores. Foi o que aconteceu a Winston Churchill, que inclusive pintou um apaixonante retrato quando visitou a Madeira em 1950. Churchill era pintor nas horas vagas e dos bons, diga-se a bem da verdade!
Miradouro Winston Churchill
O Miradouro de Winston Churchill, localizado na entrada da cidade de Câmara de Lobos, permite desfrutar de uma magnífica panorâmica do varadouro, da baía e do ilhéu. 
Construído em 1963, era conhecido na altura como Miradouro do Espírito Santo. Mais tarde muda de nome como forma de perpetuar e homenagear a passagem de Winston Churchill pela pitoresca vila de Câmara de Lobos, por ter sido aí que o primeiro-ministro inglês pintou um quadro alusivo à baía.
Só em 1981 foi inaugurado o painel, da autoria do pintor Henrique Afonso Costa, que retrata Winston Churchill a pintar o quadro.
Crédito da Foto:Twitter
Em seguida, vá visitar o pitoresco Centro Histórico para admirar os barcos de pesca coloridos e perca-se nas pequenas ruas à volta da baía. 
Informação: Pode deixar o carro no Parque de Estacionamento Municipal em frente à baía. Vai-lhe custar cerca de 50 centavos a cada 30 minutos.  GPS: 32°38’55.1″N 16°58’30.5″W
No que a patrimônio histórico diz respeito não deixe de visitar a Capela de Nossa Senhora da Conceição, a primeira capela da ilha da Madeira, a Igreja Matriz São Sebastião e o Forno de Cal.
Bem sabemos que é cedo, mas uma visita a Câmara de Lobos não fica completa sem beber a Poncha e comer gata, um peixe seco. Então, não hesite em parar num dos bares para apreciar a vista e descobrir estas especialidades do local. A Poncha é uma bebida feita de aguardente de cana-de-açúcar, sumo de limão e mel com aguardente, limão e mel. Talvez o melhor seja regressar ao final da tarde ou à noite para cumprir o ritual sem estiver hospedado em Funchal.
Antes de deixar Câmara de Lobos, além do incontornável passeio ao longo da baía e pelas estreitas ruelas do centro histórico, repletas de street art, existem três lugares onde se pode desfrutar de excelentes vistas sobre a cidade, a orla costeira, a possibilidade de ver os campos de bananas e a imponente falésia do Cabo Girão: 
1) Comece dando um pulinho no Miradouro do Salão Ideal para apreciar a bela vista sobre a baía da cidade, os barcos de pesca coloridos. GPS: 32°38’44.1″N 16°58’19.3″W
2) Não deixe também de subir ao Ilhéu de Câmara de Lobos
3) Suba ao Miradouro do Pico da Torre para apreciar a vista sobre a cidade e o mar. GPS: 32°39’07.0″N 16°58’25.6″W
Miradouro do Cabo Girão
A próxima paragem do roteiro da Madeira para desfrutar das magníficas paisagens sobre o oceano e Câmara de Lobos será no famoso Miradouro do Cabo Girão
O Cabo Girão é uma das falésias mais altas, com cerca de 580 metros de altura, que fazem dele o promontório mais alto da Europa e oferece uma vista incrível sobre os arredores de Câmara de Lobos, o mar e a Fajã do Cabo Girão.
E se a grandiosidade do Cabo Girão impressiona qualquer um, a plataforma suspensa em vidro, a Skywalk, construída em 2012, não lhe fica nada atrás. Ela permitirá testar os seus limites e se sofre de vertigens, terá aqui um verdadeiro teste de fogo. Mas, acredite, quando vir as esmagadoras vistas com que será brindado do skywalk do Miradouro do Cabo Girão, até se esquece delas.
Literalmente a seus pés, terá vistas vertiginosas sobre a Fajã do Cabo Girão – Fajã é o nome dado às áreas de cultivo à beira-mar plantadas, usualmente no sopé das falésias.
Mesmo sabendo que é seguro pôr os pés na plataforma, posso dizer-lhe que pensei duas vezes antes de me aventurar, sobretudo depois de ver o impressionante número de turistas na plataforma.
Embora seja um lugar muito turístico, este é provavelmente o lugar mais conhecido da Madeira e vale a pena ser visitado. GPS: 32°39’25.3″N 17°00’16.9″W

Fajã dos Padres 
História
Habitada e cultivada desde o início do povoamento da Ilha da Madeira, a história da Fajã dos Padres acompanha a história da própria Ilha, existindo inúmeros registos e referências aos proprietários, às colheitas agrícolas e aos próprios habitantes do local, desde o séc. XV.
O nome da fajã deve-se ao fato de ter pertencido aos padres da Companhia de Jesus durante mais de 150 anos. Na sua passagem pela Fajã dos Padres, os Jesuítas deixaram marcos notórios, dos quais se destaca, sem dúvida, a introdução do vinho malvasia, um vinho cuja reputação ultrapassou as fronteiras de Portugal e chegou até à Inglaterra ou aos Estados Unidos e até à Rússia.
Apesar do isolamento do local, chegaram a viver na Fajã cerca de 50 pessoas, entre colonos e jesuítas, distribuídas por um conjunto de cerca de 10 casas. Para além do tamanho das terras, julga-se que o local terá servido de local de veraneio dos frades.
Hoje é possível reviver um pouco da herança deste passado, ao visitar algumas destas pequenas casas recuperadas, ao provar o delicioso vinho malvasia numa visita à antiga adega, ou ao percorrer os antigos caminhos de pedra entre os poios de cultivo. 
Miradouro da Fajã dos Padres
A 4 km do Cabo Girão encontra-se o Miradouro da Fajã dos Padres onde pode desfrutar de mais uma fantástica vista sobre a orla costeira da vista, o mar e sobre as terras agrícolas, nos pés da falésia (fajã), famosa pelas suas vinhas e agricultura biológica.
Uma vez na Fajã dos Padres, poderá visitar os terrenos de cultivo, poderá desfrutar da sua agradável praia e beber ou comer algo no seu afamado restaurante. 
Além das terras agrícolas, vai encontrar na Fajã dos Padres algumas casas, utilizadas antigamente pelos agricultores mas que foram convertidas em casas para turismo.
Se quiser ir até lá abaixo,tem duas opções: ir de barco a partir de Câmara de Lobos ou terá à sua espera um cênico teleférico, situado no Miradouro da Fajã dos Padres. 
São cerca de 300 metros, vividos em 2 minutos e meio de viagem descendente, acompanhando a encosta da enorme falésia até à Fajã dos Padres. A viagem parece demasiado curta para conseguir abarcar toda a beleza envolvente: a costa sul da Ilha da Madeira até à Ponta do Sol, a pequena baía e terreno fértil da Fajã que se aproxima, e o mar, até onde a vista alcança.
Antes da construção do teleférico, a única maneira de descer era através de um elevador panorâmico que fazia a viagem em 4 minutos.GPS: 32°39’25.0″N 17°01’17.9″W

Acesso por Teleférico 
O acesso ao teleférico da Fajã dos Padres dista 28.5 km do aeroporto, cerca de 10 km do Funchal, e menos de 6 km da Ribeira Brava.
Horário
Verão: Diariamente entre as 10:00 e as 19:00
Inverno: Diariamente entre as 10:00 e as 18:00.
Preço da entrada:10 €
Acesso grátis para crianças até aos 11 anos de idade.
Acesso grátis aos hóspedes das casas da Fajã dos Padres.
Como chegar
O acesso à base superior do teleférico é feito através da estrada Padre António Dinis Henriques.
Do Funchal ou do Aeroporto, siga na Estrada VR1 e saia ao Km 6, na saída número 3 com a indicação Cabo Girão/Quinta Grande.
Vire à esquerda, rumo a sul, e siga até ao final da estrada Padre António Dinis Henriques. Uma seta na saída da via rápida indica esta direção.
Existem alguns lugares de estacionamento junto ao teleférico, no final da estrada. 
Condições de utilização
É permitido apenas o transporte de bagagens de mão.
Não é permitido o transporte de animais de estimação.
Neste lado oeste da ilha terá outras surpresas e ficará igualmente maravilhado com o que vai encontrar. A começar por explorar a costa, passando pelas localidades de Ribeira Brava e Ponta do Sol. Um dos pontos de interesse a destacar neste passeio será a passagem pelo Paul da Serra, o mais extenso planalto da ilha, que se encontra a uma altitude de 1500 metros.
 
Ribeira Brava
Continue o terceiro dia do seu roteiro para visitar a Ilha da Madeira rumando até à cidade de Ribeira Brava.
História 
Este concelho é assim chamado em virtude do seu vale ser atravessado por uma ribeira muito caudalosa na época das chuvas, fato que causava muitos estragos ao longo dos seus 8 quilômetros de percurso.
Remontando ao início do século XV, a Ribeira Brava é uma das localidades mais antigas da Região Autônoma da Madeira. O seu povoamento iniciou-se entre o primeiro e o segundo quartel do século XV, tendo sido elevada a freguesia logo a seguir ao Funchal e a Machico, pouco depois da morte, em 1460, do Infante D. Henrique.
Desde o início, a ribeira desta localidade desempenhou um papel fundamental na ligação entre os vários pontos do interior da ilha. Paralelamente, a sua proximidade com o mar transformou-o num importante porto de ligação. Todavia, só entre 1904 e 1908 é que se construiu um pequeno cais de acostagem e desembarque, furando-se a rocha a leste para se criar um acesso ao pequeno desembarcadouro.
Ocupando uma área de cerca de 65 km² e formado pelas freguesias de Campanário, Ribeira Brava, Serra de Água e Tabua. O concelho foi criado a 6 de maio de 1914, por desmembramento dos concelhos da Ponta do Sol e de Câmara de Lobos, sendo o mais jovem do arquipélago da Madeira.
Além do constante aumento demográfico, os esforços do Visconde Francisco Correia de Herédia em muito contribuíram para a elevação desta localidade a concelho, uma vez que esta distinta personalidade foi responsável por diversos melhoramentos na Ribeira Brava, tais como o alargamento e a abertura de novas ruas, a construção de um pequeno teatro, atual biblioteca municipal e a reedificação do antigo Forte de São Bento. A sua paixão por esta localidade era tal que o visconde adotou o nome “Ribeira Brava”, passando a ser: Francisco Correia de Herédia Ribeira Brava.
No dia 29 de março de 1928, a freguesia da Ribeira Brava foi elevada a vila, atribuição que testemunha a importância crescente deste concelho ao longo dos tempos.
Mercê da sua localização geográfica central e das suas excelentes acessibilidades, o Município da Ribeira Brava continua a ser um ponto de comunicação fundamental para a ilha, sendo também bastante procurado pelos madeirenses e turistas que aqui encontram muitos motivos de interesse.
Um fato curioso e possivelmente graças à expansão marítima portuguesa, é a germinação da Ribeira Brava num município da ilha de São Nicolau (arquipélago de Cabo Verde).

O que fazer/visitar
Miradouro de São Sebastião Ribeira Brava
Situado entre um vale,  Ribeira Brava possui um magnífico miradouro, de onde se pode observar desde a extensão de toda a vila, bem como a costa marítima a Oeste e Este, obtendo-se deste local magníficas paisagens.

Igreja Matriz da Ribeira Brava
Subindo a rua do Visconde encontramos a Igreja Matriz. Tendo com orago a São Bento, a Igreja é dotada de um portal de três arquivoltas góticas, dotados de capitéis historiados praticamente sem paralelo na ilha. A sua construção data do Séc. XVI, sendo modificada através dos séculos até chegar ao edifício atual.
No seu interior, a igreja possui três altares principais: o altar-mor e outros dois laterais. A capela-mor é denominada por um magnífico retábulo de talha dourada e policromada dos finais do séc. XVII, atribuído à oficina de Manuel Pereira de Almeida, igualmente responsável pelos outros dois altares. Poderá encontrar também no conjunto interessantes de imagens, uma imagem monumental da Nossa Senhora do Rosário, de produção flamenga, atribuída ao pintor flamengo, Francisco Henriques, talvez das oficinas da Antuérpia, datável de cerca de 1520. 

Solar dos Herédia
O Solar dos Herédias, um patrimônio secular, localizado no centro da vila, junto à igreja matriz, serviu de moradia do fundador do concelho e Visconde da Ribeira Brava, Francisco Correia Herédia.
Este edifício centenário, de finais do século XVIII e início do século XIX, possui no seu exterior um magnífico jardim com inúmeras espécies naturais flora e fauna. É um local ideal para um pequeno passeio acompanhado pela beleza da natureza. 
É desde a década de 1980, a sede da Câmara Municipal da Ribeira Brava e está classificado como Monumento de Interesse Municipal desde 1994.
Horário de Funcionamento: Segunda -feira - Sexta -feira: 9:00 - 13:00 - 14:00 - 17:30
Interrupção: Domingos e feriados.
Preço: Gratuito
Mercado Municipal
Situado junto ao Forte, encontramos o Mercado Municipal. A Ribeira Brava desde muito cedo revelou-se um local sobretudo comercial, onde se efetuavam trocas e vendas de Produtos vindos das zonas limítrofes.
Aqui podemos encontrar para além do artesanato regional, os gêneros alimentícios frescos, resultantes da atividade agrícola e piscatória regional.
Restaurante e Pizzaria Toscana- Mercado Municipal
Museu Etnográfico da Madeira
Crédito da foto: está na foto
Subindo a Rua do Visconde e pela Rua de São Francisco encontrará a antiga capela e solar de São José. O edifício do atual Museu Etnográfico da Madeira era moradia do Capitão Luís Gonçalves da Silva.
Anos mais tarde o velho solar foi convertido em uma unidade industrial, com um engenho de moer canas, de tração animal e um alambique de destilação (alguns destes elementos ainda estão visíveis no interior do museu). O engenho sofreu diversos melhoramentos na década de 60, designadamente a utilização da energia hidráulica.
No ano de 1983, o Governo Regional decidiu instalar neste local o Museu Etnográfico da Madeira. Hoje, reestruturado é palco de várias exposições temporárias e permanentes com temas relacionados com a cultura madeirense.
Horário: Aberto de Terça a Sexta das 9.30m às 17.00h
Sábado e Domingo das 10.00h às 12.30m e das 13.30m às 17.30m
Encerrado às Segundas-feiras e Feriados
Ingressos: Normal: 3.00 €/3ª Idade: 1,50 €

Forte da Ribeira Brava
Não pode deixar de visitar as ruínas do Forte de São Bento. A sua construção foi determinada pelo governador Duarte Sodré Pereira para defesa daquele ancoradouro.
A defesa da ilha foi sempre uma das preocupações constantes, tanto por parte dos reis, como dos donatários da ilha. Assim era necessária a defesa da costa perante os inimigos.
Em 1815 há referências sobre a um pequeno forte triangular junto à embocadura da ribeira e um outro denominado de Forte de São Sebastião, que foram ambos arruinados pelo aluvião de 1803, não restando vestígios. 
Um outro forte é o Forte de São Bento que naquela época também estava arruinado, mas em 1916 foram feitas obras para a sua recuperação e embelezamento, tornando-se o Forte da Ribeira Brava, perfeitamente adaptado ao contexto visual da vila e que hoje serve de Posto de Informações Turísticas.
Aberto de Segunda à Sexta das 9 às 12 e das 14 às 17 e aos sábados das 9:30 as 17 horas.

Cais da Ribeira Brava
Atravessando o túnel encontra-se o cais, onde poderá visualizar mais uma vez as magníficas paisagens da Madeira. Devido à difícil orografia da Madeira, cedo o mar se tornou a via utilizada para transportar os gêneros produzidos no meio rural com destino ao Funchal inclusive produtos vindos do norte da ilha. 
A Ribeira Brava era, ao mesmo tempo, um lugar de passagem dos que cruzavam a ilha pela costa, daqueles que iam para do Sul para o Norte, e ainda daqueles que cá chegavam de barco e seguiam o restante a pé. Assim o porto tornou-se o ponto fulcral dessa comunicação. 
 
Acabada a visita do núcleo, é altura de regressar. Nesta altura aproveite a paisagem do passeio junto ao caudal da ribeira não esquecendo de observar a ponte velha.
Chegados à marginal junto ao mar prossiga a caminhada em direção ao farol, onde poderá vislumbrar a magnífica vista sobre o mar e a vila.

Ponta do Sol
Logo ao lado da Ribeira Brava irá encontrar a apaixonante localidade da Ponta do Sol. Esta bonita vila é outro destino a considerar quando visitar o arquipélago! Este é considerado o concelho mais quente da ilha e onde o sol brilha durante maior número de horas.
Situada na costa sul da ilha, a Ponta do Sol é atualmente sede de concelho e tem cerca de 8.200 habitantes na sua área de 43,3 Km e a cerca de 24 km do Funchal. Este município divide-se nas freguesias da Ponta de Sol, Canhas e Madalena do Mar.
A Ponta do Sol é uma pitoresca vila, sede de concelho, da Ilha da Madeira, famosa pela sua solarenga localização a sul privilegiada, e fertilidade dos solos, tendo sido das primeiras regiões da Madeira a ser povoada. Diz-se que o topônimo terá sido atribuído por João Gonçalves Zarco, um dos descobridores da Ilha da Madeira, ao distinguir numa rocha um veio redondo com uns raios que se assemelhavam ao sol. Os locais afirmam que, o topônimo advém do fato de se poder ver, no último rochedo a leste da Vila, o nascer e pôr-do-sol durante todo o ano.
A vila da Ponta do Sol tem sido alvo de um grande desenvolvimento nos últimos anos, tendo-se construído unidades hoteleiras de grande qualidade que refletem a aposta do município no turismo.
A vila apresenta um bonito centro histórico, a fazer lembrar as estâncias turísticas de outrora, sempre bonitas e pitorescas. 
A atividade econômica assenta no setor primário, onde se destaca a agricultura, com predominância da produção de cana-de-açúcar e banana; a horticultura e a floricultura. Destaca-se ainda o comércio tradicional e a hotelaria. No concelho existe uma empresa de exportação de plantas.
A nível histórico-cultural aqui poderá explorar as ruas junto ao mar, admirar o interior da Igreja de Nossa Senhora da Luz, valiosa pela talha e pelas imagens e as Capelas de Santo António e São Sebastião e de subir até ao Miradouro do Cascalho e à altaneira Estalagem da Ponta do Sol. Não encontra melhores vistas por estas bandas e um pouco mais afastado, o bonito Palacete do Lugar de Baixo que apresenta um estilo romântico. 
Além da incontornável Praia e Cais da Ponta do Sol, pela região da Ponta do Sol tem-se acesso ao mais belo interior da Ilha da Madeira, em passeios inesquecíveis pelos engenhosos sistemas de irrigação compostos por cerca de 2000 km de canais que cruzam toda a ilha: as famosas Levadas. Aqui, encontramos deslumbrantes paisagens nas Levadas da Bica da Cana, do Moinho, da Nova dos Canhas ou da Nova da Lombada, que serviram e servem como reservatório natural das águas da chuva, que passa pelas rochas, formando várias nascentes utilizadas nestes sistemas de irrigação ao longo dos séculos.
Pela região encontram-se diversas Casas Senhoriais, que atestam a importância agrícola destes solos, que têm produzido ao longo dos séculos, e com a ajuda dos já referidos sistemas de irrigação, os mais frescos produtos da terra.
Pode-se também optar por um percurso mais “Real” atravessando a Ponte do Caminho Real, parte do antigo caminho feito pela Monarquia, que ligava a vila da Ponta do Sol à Madalena do Mar, passando pelos Anjos.
Nesta localidade pode ainda visitar o Cais da Ponta do Sol, a Lagoa do Lugar de Baixo e o Centro de Floricultura Subtropical.

Cascata dos Anjos 
Ao sair de Ponta do Sol, para aceder à cascata, terá de seguir pela 3ª saída na rotunda localizada logo após o túnel da Ponta do Sol na estrada VE3, que substitui a estrada ER101. Mas, não opte pelo caminho mais direto pela Via Expresso 3. Ao invés disso siga pela antiga estrada regional ER 101 que liga Ponta do Sol a Madalena do Mar, pois não só a estrada é muito mais cênica, como terá à sua espera um dos locais mais surpreendentes da Madeira: a Cascata dos Anjos e descobrir os antigos túneis que lhe vão dar a impressão de entrar numa caverna.  
A dita cascata cai diretamente na estrada. Achegue-se! Aprecie a sua grandiosidade de perto e desfrute de um inesquecível duche patrocinado pela natureza. Aproveite também para dar uma lavagem ao carro naquele que é, muito provavelmente, o car wash mais original de Portugal.
Atenção: Se o tempo estiver muito chuvoso, é possível que a ER101 seja encerrada pois é uma estrada que está muito sujeita a derrocadas. Nesse caso, a visita à Cascata de Anjos terá de ficar para uma futura viagem à Madeira e mesmo que a cascata esteja acessível, tenha muito cuidado, pois podem cair pedras a qualquer momento!
GPS Cascata: 32°41’11.9″N 17°06’49.8″W

Paúl do Mar
A próxima paragem do nosso roteiro pela Madeira será na pitoresca vila piscatória de Paúl do Mar, idilicamente incrustada por entre imponentes falésias. A localidade de Paul da Serra em si não tem muito que visitar, mas se distingue por ser o único planalto existente na ilha da Madeira e por estar a uma altitude de 1500 m, um passeio pela sua marginal e Porto de Abrigo mais do que justifica a paragem.
Este local tem características naturais únicas devido à sua extensão e localização, como núcleos de vegetação indígena, espécies faunísticas e aves migratórias. Se for em épocas de chuva, terá o bônus de poder ver a Queda de Água do Caminho Real do Paúl do Mar em todo o seu esplendor. 
No Paul da Serra existem turbinas eólicas que produzem energia elétrica de forma não poluente.
Talvez seja mais convincente se lhe dissermos que em Pául do Mar come-se mesmo muito bem, desde peixe e marisco fresquíssimo às deliciosas Lapas Grelhadas acompanhadas com Bolo do Caco com manteiga de alho.   

Madalena do Mar
Com cerca de 700 habitantes, a freguesia da Madalena do Mar é conhecida pelo seu característico bairro de pescadores, situado na zona mais perto da Ponta do Sol. 
Durante muito tempo cultivou-se a cana sacarina em grande escala e criou-se um engenho para o fabrico de açúcar, que tornou o lugar num importante centro produtor de açúcar. Atualmente os terrenos continuam a ser muito férteis para as chamadas culturas ricas, sendo também notável a produção da banana destinada à exportação. A atividade econômica desta freguesia assenta no setor primário, como a pesca e agricultura, especificamente a produção de banana.
Diz-se que a freguesia deve o seu nome a uma fazenda povoada que havia no local, desde os primeiros tempos da colonização, com uma capela dedicada a Santa Maria Madalena. Hoje, Igreja de Santa Maria Madalena, construída no local daquela ermida, mandada edificar por Henrique Alemão, o Cavaleiro de Santa Catarina que, segundo a lenda, seria Ladislau IV, o rei da Polônia.

O Sítio dos Moledos destaca-se por possuir uma espécie de Ensaião (Airchryson dumosum) que se pensa existir exclusivamente nesta área, entre várias outras espécies, em especial a avifauna. A partir deste sítio pode admirar a paisagem panorâmica da freguesia da Madalena do Mar, de onde podemos vislumbrar a igreja, as casas típicas, o verde verdejante das bananeiras à beira-mar.

Dica:O trajeto de 30 km entre a Ponta do Sol e a Ponta do Pargo pode ser feito pela nova estrada VE3, mas recomendo que utilize a velha estrada junto ao mar – vai permitir-lhe parar alguns minutos para visitar Madalena do Mar, a praia artificial de Calheta, Jardim do Mar, Paul do Mar e Fajã da Ovelha.

Calheta
Crédito da Foto: wikipédia
Ponta do Sol visitada, continue o seu roteiro pela Madeira dirigindo-se até a  encantadora vila de Calheta, sede de concelho, situada entre o Sul e o extremo Oeste da fantástica Ilha da Madeira, sendo famosa pela sua posição estratégica e pelos férteis solos que produzem o muito apreciado Vinho da Madeira e as famosas Bananas Madeirenses.
A região da Calheta é também famosa por outra característica bem Madeirense: o seu típico artesanato, com saberes e técnicas bem antigas, vão-se manufaturando peças em tecelagem, azulejaria, madeira, as muito célebres figuras em palha de bananeira, a cestaria e o muito conceituado bordado da madeira.
O topônimo da vila provém dos tempos de colonização da Ilha, por volta de 1420, quando nestes locais mais a sul, devido à facilidade de acessos, foram estabelecidos postos de cobrança, denominados de “calhetas”, sobre os direitos dos bens que a ilha fornecia, como o açúcar, as importantes madeiras, entre outros. 
Hoje em dia uma região muito desenvolvida, a Calheta ainda mantém a sua importância e faceta agrícola e piscatória, aproveitando o melhor que os solos e o rico mar oferecem, embora pela região se tenham desenvolvido ao longo dos tempos várias indústrias, muitos serviços e, claro, um franco crescimento Turístico.

Igreja Matriz do Espírito Santo
Vale a pena aproveitar o muito que a vila tem para oferecer, como a manuelina Igreja Matriz do Espírito Santo, que possui um tabernáculo de ébano e prata que lhe foi doado pelo rei Dom Manuel I, ou a Casa da Misericórdia de 1535.  
Particularmente para mim, esta igreja tem uma representação toda especial, pois foi aqui que a minha avó, bisavô e vários antepassados de minha família paterna foram batizados. Foi um momento muito emocionante poder visitá-la!
Horário de Funcionamento:Terça -feira a Domingo :10h00 - 13h00 - 15h00 - 18h00
Interrupção:Segunda-feira

Outros grandes valores turísticos e de lazer da Calheta é o seu Porto de Recreio, com espaços verdes, esplanadas, restaurantes, percursos pedonais, quiosques e instalações náuticas.
Praia da Calheta 
A Praia da Calheta situa-se na freguesia da Calheta da Ilha da Madeira. A famosa Praia da Calheta é a única praia de areia da Ilha da Madeira – é uma praia artificial, mas isso pouco importa –  a praia de areia amarela, que contrasta fortemente com as restantes praias de calhau da Ilha, pois suas areias foram trazidas de Marrocos, norte de África e de Figueira da Foz, está rodeada por pontões para a proteger do mar. A praia tem restaurantes e atividades náuticas tais como a canoagem, windsurf e catamarãs.
Museu de Arte Contemporânea da Madeira-MUDAS.
Crédito da Foto: Público
Uma vez na Calheta, além de dar um mergulho na sua famosa praia, aproveite para visitar o fantástico Museu de Arte Contemporânea da Madeira-MUDAS.
O Centro das Artes Casa das Mudas, numa moderna arquitetura, promove as Artes e Cultura da região, num complexo que alberga espaço expositivo, biblioteca, auditório, lojas, restauração e serviços pedagógicos.
Foi inaugurado em 2004 e é projeto do premiado arquiteto madeirense Paulo David, tendo ao longo dos seus onze anos de vida realizado numerosos projetos expositivos temporários, assim como desenvolveu uma programação variada no seu auditório.
Foi decidida a passagem da coleção de arte contemporânea da Fortaleza de São Tiago, onde sempre viveu com constrangimentos, para as novas instalações. 
De cerca de 400 m² de área de exposição passou a dispor de cerca de 1800 m². O novo Museu dispõe de reservas, outras áreas técnicas, centro de documentação, auditório, cafetaria e loja.
A coleção, com importantes obras de arte dos anos 60, foi sobretudo engrandecida ao longo dos anos 90 do século XX, sendo hoje um importante conjunto de referência nacional sobre a produção artística portuguesa.
Horário: De terça a domingo, das 10h00 as 17h00. Encerrado às segundas e feriados.
Ingressos: 4€-ingresso normal; 1€-portadores do Cartão Jovem e reformados; 
Como chegar ao museu / Mudas Bus: GPS N 32º 43' 25,4'' W 17º 10' 49,6'' N;
Autocarro regular consultar: www.horariosdofunchal.pt
 
Sociedade de Engenhos da Calheta
Crédito da Foto: visitmadeira
Terra de grande tradição e poderio na produção de cana de açúcar noutros tempos, mantém ainda hoje um dos poucos engenhos de cana-de-açúcar ainda em laboração na Ilha da Madeira: o Engenho da Sociedade de Engenhos da Calheta, que vale a pena conhecer.  
O Engenho da Calheta, fundado em 1901 e localizado no concelho da Calheta, acolhe um importante espaço museológico que expõe uma das mais antigas e importantes atividades produtivas da Região, a cultura de cana-de açúcar.
O Museu recria a história da fábrica que expõe a sua atividade de transformação da cana-sacarina em mel e aguardente de cana, através da exibição de algumas peças dos séculos XIX e XX que se encontravam no engenho, como artefatos arqueológicos industriais.
Nas instalações é ainda exibido um filme, bilingue,  e de vários grafismos alusivos ao processo produtivo da cana-de-açúcar (colheita, transporte, trituração, fermentação, destilação e engarrafamento da aguardente sacarina).
Horário de Funcionamento: Segunda - Sexta-feira: 8:00 - 19:00; Fins de semana e feriados: 10:00 - 19:00
Preço: Gratuito

Dica: se vir que tem tempo e não se importar de andar um pouco a pé, dê um saltinho até ao vizinho Miradouro da Garganta Funda, onde poderá avistar a soberba Cascata da Garganta Funda, uma das cascatas mais impressionantes da Madeira com 140 metros de altura. O percurso começa e acaba no Caminho do Pedregal e ir e vir são aproximadamente 1,2 km.

Ponta do Pargo
Cascata da Garganta Funda 
Quando chegar à Ponta do Pargo, faça um pequeno percurso pedestre para ver a Cascata da Garganta Funda, localizada a poucos metros do Oceano Atlântico. É um lugar pouco conhecido da maioria dos turistas, mas posso dizer-lhe que é um dos lugares mais bonitos da Madeira.
Como ir até ao Miradouro da Garganta Funda
Quando chegar à Ponta do Pargo continue durante 2 km, a partir do sinal Ponta do Pargo na estrada ER101 e vire à esquerda na pequena estrada “Levada do Pedregal“. No fim da estrada, vire à esquerda e, finalmente, vire na primeira estrada à direita (Caminho do Pedregal).
Continue durante 300 metros e deixe o carro no fim da estrada (antes do caminho de terra). 
Aqui estão as coordenadas GPS do lugar onde tem de deixar o carro: GPS: 32°49’08.9″N 17°14’49.8″W
Depois, basta seguir as indicações “Miradouro Garganta Funda“. Após alguns metros, verá duas pequenas “cabanas”, continue durante 200 metros pelo caminho ao longo da falésia. No total, o percurso pedestre entre o carro e o miradouro é de 500 metros para cada lado. Em seguida, volte à Ponta do Pargo para admirar o farol e o Miradouro da Ponta do Pargo onde pode esperar pelo pôr-do-sol enquanto come ou bebe um chá na Casa de Chá O Fio.  
GPS: 32°48’35.4″N 17°15’23.1″W
O terceiro dia do nosso roteiro para visitar a Madeira termina no Farol da Ponta do Pargo, o ponto mais ocidental da Ilha da Madeira. Assistir ao pôr-do-sol deste promontório com quase 300 metros de altura é o final de dia perfeito.

Farol da Ponta do Pargo
Farol da Ponta do Pargo ergue-se numa arriba a 300 metros de altitude na Ponta da Vigia, o local mais ocidental da ilha da Madeira, cuja construção data de 1922.
Museu do Farol
Em 1999 foi classificado como patrimônio local de valor cultural, possuindo, desde 2001, um núcleo museológico, onde estão expostas várias peças relativas aos faróis da Madeira, desde fotografias à documentação, uma exposição em painéis, concentrando num só espaço a história destes importantes monumentos para a história do arquipélago.
Horário de Funcionamento: Segunda - Sexta- Feira: 9:30 - 12:30 - 14:00 - 16:30
Interrupção: Sábado, Domingo e Feriados
Preço: Gratuito
GPS : 32°48’50.3″N 17°15’45.5″W 

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