Chaves | Portugal

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Roteiro para visitar Chaves e arredores
A bonita e cativante cidade de Chaves é apelidada de “a cidade mais linda de Portugal”. 
Realmente, bem ao norte de Portugal, a escassos quilômetros da Espanha, num vale fértil e gracioso, ao redor do Rio Tâmega, esta pérola de Trás-os-Montes fica escondida  aos nossos olhos de muitos viajantes. 
Chaves ou Aquae Flaviae, como era conhecida pelos romanos, é uma pequena e acolhedora cidade situada no coração de Trás-os-Montes, a cerca de 324 metros de altitude. 
As três características indeléveis de Chaves moldaram-na como poucas: romana, termal e fronteiriça.
Conhecida pelas suas águas medicinais, as Termas de Chaves, juntamente com a estância termal de Vidago, são um dos focos dinamizadores da região. 
As suas águas termais com poderes curativos atraíram os romanos e o imperador Flávio Vespusiano decidiu fundar Aquae Flaviae há dois mil anos atrás, por isso, quem é de Chaves chama-se flaviense, e com orgulho. 
Diz-se, inclusive, que na época do domínio romano, as legiões vinham aqui recuperar forças. Aliás, os vestígios da passagem dos romanos são visíveis um pouco por toda a cidade, com destaque para a famosa Ponte Romana
A sua posição estratégica levou a que romanos, visigodos, mouros, espanhóis e franceses a cobiçassem durante os seus dois milênios de história.
Numa cidade tão antiga como Chaves, cada pedra pode contar-nos uma porção de histórias e o patrimônio arquitetônico é a prova viva do seu importante legado histórico-cultural. Não podendo deixar de referir também à gastronomia flaviense, ou não estaríamos falando de uma terra transmontana… Os famosos Pastéis de Chaves, o folar de carne, o presunto, as alheiras e a feijoada são iguarias a não perder!
Como gostamos de cidade cheias de história, visitamos tudo que há de melhor em Chaves, as pedras da calçada, as igrejas, os solares e as casas antigas. Agora, vamos partilhar com você o melhor que a cidade tem para oferecer.

Quando visitar
A melhor época do ano para visitar Chaves é entre inícios de junho e finais de setembro. Fora dessas épocas, não se livra de apanhar alguns pingos de chuva, uma manhã ou fim de dia mais fresquinhos, portanto, previna-se e leve um casaquinho e guarda-chuva na mala.
Chaves tem um clima mais rigoroso no inverno, com precipitação e de céu parcialmente encoberto; novembro e dezembro são os meses chuvosos  e o frio instala-se, com temperaturas mínimas a rondar os 0° C. O verão é curto, morno, seco e de céu quase sem nuvens.
Onde dormir 
As águas termais de Chaves impulsionaram a qualidade do alojamento e um dos melhores está no Forte de São Francisco Hotel Chaves.
O novo conceito Ibis Styles instalou-se no histórico Grande Hotel de Chaves: terraço com vista cidade e pequeno-almoço opcional.
O Hotel Petrus tem instalações mais antigas, mas ainda com algum conforto e preços razoáveis. Assim como o Hotel Termas.
O nome Vidago Palace diz tudo e  não tem igual para um tratamento especial de luxo. 

O que visitar 
Ponte de Trajano
A Ponte Romana de Chaves é o seu monumento mais emblemático. Chaves era um ponto de passagem importante na ligação das vias romanas entre Braga e Astorga. Assim, o imperador Trajano (séc. II) achou por bem facilitar a travessia do Rio Tâmega com uma ponte digna dessa importância. A ponte com perto de dois mil anos de idade permanece intacta e firme a unir as margens do rio.
Obviamente que passou por obras de restauro ao longo dos séculos, mas os pilares e arcos continuam no mesmo lugar. Em cada parapeito da ponte foram colocados dois marcos romanos, com inscrições latinas ainda legíveis.
A largura e extensão impressionam, principalmente quando pensamos que era a única travessia pedonal e rodoviária sobre o rio até bem recentemente. Agora, agrada-nos percorrê-la, uma e outra vez, sem pressas, enquanto apreciamos o espelho de água do Tâmega.
Colado à ponte, o casario do centro histórico evoca tempos passados e, como valioso testemunho desses tempos, a sua arquitetura está protegida por lei. A Ponte Romana e Bairro do Castelo, como é designado o bairro medieval que se encontrava entre muralhas, são o postal perfeito de Chaves.

Bairro da Madalena
Do outro lado do rio, aproveite para dar um passeio pelo Bairro da Madalena, com as suas lojas de comércio tradicional ainda em plena atividade. Atravesse os portões do Jardim Público de Chaves, tão prezado pelos flavienses, com o seu bonito coreto e canteiros de rosas. Vá espreitar a beleza barroca da Igreja de São João de Deus e termine a mirar a Ponte de Trajano da outra margem.

Igreja da Madalena
Situada na margem esquerda do Tâmega, a Igreja de S. João de Deus, mais conhecida pelos flavienses por Igreja da Madalena, sendo na bairro do mesmo nome, é sem dúvida um dos mais belos monumentos da cidade de Chaves. A sua construção data do século XVIII, reinado de D. João V, cuja Armas Reais figuram na fachada.
Também a vista da outra margem do rio oferece um magnífico panorâmico sobre a Ponte Romana e a cúpula da Igreja em pano de fundo, funciona como uma espécie de lanterna que ilumina o interior.

Rotunda Kilometro Zero da N2
Chaves é o Quilômetro Zero N2, a Route 66 portuguesa que termina em Faro, sendo a mais longa do país. São cerca de 738 km que nos brindam com o quadro completo e autêntico de Portugal: cidades e aldeias, montanhas e planícies, rios e território, paisagens naturais e monumentos históricos. Uma experiência imperdível para quem gosta de curvas e contracurvas que a N2 tem para dar e vender. 
Quem faz (assim como nós estamos fazendo) o roteiro pela Estrada Nacional 2 arranca em Chaves, mais concretamente junto ao lendário marco que sinaliza o Quilômetro Zero da EN2 e que se encontra no Bairro da Madalena, numa rotunda junto ao Jardim Público de Chaves.
Zona Ribeirinha e Rio Tâmega
Vamos descer novamente ao plácido Rio Tâmega passamos pelo arborizado e verdejante Jardim do Tabolado que foi estendido até a margem conferindo à zona ribeirinha um espaço privilegiado de lazer e exercícios, contando com as piscinas municipais, campos de jogos, parque infantil e alamedas, onde passeiam os flavienses. Esta zona é um deleite para os olhos, quer na margem norte, quer a sul. 
Espraiado e sereno, o Tâmega completa o enquadramento com as suas águas de baixa profundidade, reservando-nos uma divertida surpresa: uma “ponte” de poldras! Deixe despertar o seu lado criança e atravesse o rio, qual saltando pocinhas, de poldra em poldra. 

Termas das Caldas de Chaves
A bica da nascente é de acesso público na Fonte do Povo, mas é melhor não tocar. Nas Termas das Caldas de Chaves temos a água termal mais quente da Europa: chega à superfície a uns módicos 74°C! 
Mais vale ir à buvette mesmo ao lado onde lhe dão um copo da terapêutica água a temperaturas aceitáveis. Ali tem uma fonte muito especial, onde podemos beber um copo de água termal que cura males. Mas, saiba que o sabor é insosso. Bem, um copo talvez não chegue para curar males, para isso, terá mesmo de recorrer aos tratamentos das Termas de Chaves. Há sortudos flavienses que passam aqui todos os dias para a sua dose diária. 
Horário: 2ª a sábado: 09h - 12h30 / 14h - 19h/ Domingos, feriados e 24 de Dezembro: 09h - 12h30

Igreja da Misericórdia
A Igreja da Misericórdia é sumptuosa e adornada. Uma ampla escadaria antecede a armoniosa e majestosa fachada barroca do século XVII. O interior é de um riquíssimo valor arquitetônico com paredes revestidas a painéis de azulejo do século XVIII retratando cenas bíblicas.
Castelo de Chaves e a Torre de Menagem
O Castelo de Chaves ocupa um promontório da cidade e é ponto de parada obrigatório em qualquer roteiro para visitar Chaves. Sobressai a Torre de Menagem, com uma estética coroa de merlões, convertida em Museu Militar e rodeada por um lindíssimo jardim. Do bem preservado trecho das muralhas medievais, ponto estratégico de defesa fronteiriça, já se tem belas vistas. Mas para vistas panorâmicas verdadeiramente soberbas, tem que subir à Torre de Menagem.
Preço: Entrada Geral – 1,00 €/Entradas Bonificadas – 0,50 €/+ de 65 anos, cartão jovem, estudantes e jovens dos 12 aos 18 anos. O núcleo de pré-história e arqueologia é de entrada gratuita.
Horário: Aberto todos os dias, exceto 25 de dezembro, 1 de janeiro, 1 de maio, domingo de Páscoa
Verão: abril a outubro - 09h30 - 13h30 | 14h30 - 18h30
Inverno: novembro a março - 09h30 - 13h30 | 14h30 - 18h00

Paço dos Duques de Bragança
Mandado construir pelo Duque de Bragança D. Afonso I, o primeiro da dinastia da Casa de Bragança que ocupou o trono português durante séculos. 
Acolhe o Museu da Região Flaviense que guarda os tesouros arqueológicos, alguns com quatro mil anos de idade, mas na grande maioria originários da Aquae Flaviae do período romano.
Aproveite para fazer uma pausa num dos cafés e esplanadas da praça enquanto aprecia o esplendor dos seus monumentos e a tipicidade das casas flavienses, acompanhado de um Pastel de Chaves.

Praça de Camões
Quando se sobe pela Rua Direita, não estamos preparados para o esplendor que nos espera no final. A rua desemboca na graciosa Praça de Camões, rodeada de casas típicas e monumentos imponentes em todos os quadrantes, sem uma única construção moderna que nos estrague a viagem no tempo.
Paços do Concelho
Os Paços do Concelho foram adquiridos pela Câmara Municipal ao Morgado de Vilar de Perdizes na primeira metade do século XIX. Com a obra ainda inacabada, a mansão morgada de três pisos foi estruturada para ser a sede cívica de Chaves e a fachada encimada pelo relógio de ponteiros.

Igreja Matriz de Santa Maria Maior
A velhinha Igreja Matriz de Santa Maria Maior denuncia imediatamente que é a mais antiga. Data dos tempos medievais (provavelmente do século XII) com a sua fachada sóbria em granito, o pórtico em pedra lavrada de estilo românico, a torre sineira e o interior de três naves.

Rua Direita
É este casario bem preservado que nos acompanha ao longo das ruas e airosas praças e que nos deixa embevecidos a olhar para cima. Um dos traços mais característicos das casas de Chaves são as suas varandas. 
Para suprir a falta de espaço nas casas pequenas, acrescentava-se uma varanda. Para combater o cinzento dos dias invernosos, pintavam-se de cores garridas. 
Para lhes dar beleza, somavam-se peitoris em madeira com recortes decorativos ou ferro forjado ornado. 
E nada melhor do que a genuína Rua Direita para total encantamento. Um encantamento que, acentua-se nos magníficos monumentos de Chaves, começando pelo Pelourinho que se encontra na parte alta desta rua.
Letras de Chaves
Ali mesmo junto a Travessa Cândido dos Reis é a rua de eleição dos flavienses para esticar as horas da noite, estão das Letras de Chaves.

Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso
Moderno e único, o Museu de Arte Contemporânea é um espaço de características excepcionais, para homenagear a obra e a genialidade do flaviense pintor Nadir Afonso. Um nome incontornável da pintura portuguesa do século XX que orientou a sua vida sob o signo do ritmo e da precisão geométrica.
O Museu é obra ímpar de prestígio mundial, projetada pelo conceituado arquiteto português, Siza Vieira, vencedor de um Prémio Pritzker, prestigiado galardão internacional na área da arquitetura. É um lugar de fruição cultural por excelência que exibe em permanência obras do pintor Nadir Afonso e apresenta ainda outras obras de arte em regime de exposições temporárias.
Horário: Terça a Domingo das 10:30h às 13:00h e das 14:30h às 19:00h
Preço: 5 € e 2,50 € > 65 anos

Forte de São Francisco
Estamos quase ao fim do nosso passeio, agora vamos visitar o monumental Forte de São Francisco. A par do Forte de São Neutel, é uma bem preservada estrutura do conjunto de fortificações defensivas militares da cidade de Chaves, imponente e dominante no alto do monte. 
Na origem está um Convento Franciscano do século XVI dedicado a Nossa Senhora do Rosário, cuja igreja é visitável. Ambas as construções são agora o Forte de São Francisco Hotel Chaves. Se tiver a sorte de estar alojado no hotel, pode conhecer todos os recantos do convento, muito bem restaurado.

Forte de São Neutel
Forte tipo Vauban, com dupla linha defensiva e fosso interno, com uma configuração estrelada semelhante à do vizinho Forte de São Francisco, edificados durante as Guerras da Restauração. A construção deste forte teve início em 1664 por necessidade de maior proteção, já que o Forte de São Francisco não era suficiente. Ao contrário deste, aquele ficou isolado da fortaleza de Chaves, sendo por isso dotado de uma segunda muralha e de um fosso com baluartes salientes. No interior do forte existe a pequena Capela de Nossa Senhora das Brotas.

Gastronomia
Enchidos e carnes de fumeiro deram fama a Chaves de ter boa e farta mesa, principalmente o presunto. Entre os pratos típicos e os produtos gastronômicos de Chaves e do Alto Tâmega estão: o presunto de Chaves e Barroso, o salpicão, as linguiças, as alheiras, a posta barrosã, o cabrito assado ou estufado, o cozido à transmontana, a feijoada à transmontana, os milhos à romana. Os peixes mais típicos são os do rio Tâmega, barbos, escalos, bogas e trutas que são recheadas com o famoso presunto de Chaves.
Por trás do fumeiro de qualidade está o Porco Bísaro, o porco de Trás-os-Montes. Também é servido à mesa, em assados e grelhados de babar – a par de carnes de sabor intenso como vitela, cabrito, leitão, coelho e galinha.
Tanto o presunto como os enchidos são secos e curados ao fumo das lareiras, sendo ingredientes fundamentais para a confecção do Folar de Chaves, especialidade culinária, característica da Páscoa, que é famosa, tal como os Pastéis de Chaves, uma iguaria à base de massa fofa recheada de carne de porco, presunto, salpicão e linguiça, o pão de centeio, couve penca, batata de Trás-os-Montes, mel e o seu apreciado vinho.
Não pode faltar o pão de centeio regional e a acompanhar o bom Vinho dos Mortos
Onde comer
– Restaurante Taberna do Benito
Rua da Ponte, 34 -  5400-455 Chaves
Restaurante preço médio – europeia portuguesa. Preço 8 €-21 €
Fica a 450 metros da Câmara Municipal e do Castelo de Chaves
– Restaurante Aprigio
Largo Tras do Calvario 5, Chaves 5400-547 Portugal 900 m do centro
– Pastelaria Maria
Quem não ouviu falar dos Pastéis de Chaves? O melhor Pastel de Chaves é assunto de discussão acesa na cidade, portanto, vá provando os das várias casas até encontrar o seu favorito, mas dizem que os melhores são da Pastelaria Maria.
Passeios perto de Chaves 
Nas proximidades há outros locais de interesse que convencem a visitar Chaves numa escapadinha mais prolongada, como por exemplo, rumando até Vidago, localidade conhecida pela excelência das suas águas termais e pelo ex-libris da vila: o Vidago-Palace Hotel.

Vidago
Sede do concelho a que pertence, Vidago está situada a 15 km de Chaves. Fica na região sul da circunscrição, sendo atravessada pela Estrada Nacional 2. A vila está localizada no fundo de um vale apertado onde confluem o Rio Avelames e a Ribeira de Oura, em cujas margens se plantam videiras e em volta estão as Serras do Alvão e da Padrela.
As águas de Vidago, muito especialmente as da nascente n.º 1, de uma alcalinidade superior a qualquer água portuguesa, excedem também em alcalinidade a de Vichy. Na Europa só há outra estância, onde se dão injeções de água viva, Uriage (França). Tais injeções são intramusculares, para a cura de eczemas, coriza hidroreica, urticária, bronquites, asma, etc.
Não perca uma visita às Termas de Vidago e ao requintado e histórico Vidago-Palace Hotel, além de uma demorada visita aos belíssimos jardins do centenário Parque de Vidago (um tesouro botânico de tranquilidade), vai querer arranjar tempo para o patrimônio da vila de Vidago, com destaque para a Igreja Matriz e o Solar dos Machados. Pelas ruas da vila vai encontrar uma porção de bonitas capelas e uma pequena subida leva-o à Torre do Miradouro.
Horário: Maio a Outubro das 8:00h às 19:00h / Novembro a Abril das 08:00h às 18:00h

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