Fatehpur Sikri | Índia

20:22

Após café da manhã e check-out do hotel, seguimos via terrestre em viagem de 240 km, aproximadamente 6 horas, com destino a Agra.
Saímos da região do Rajastão para entrar no Uttar PradeshUttar Pradesh é o estado mais populoso da Índia, limitado pelo Nepal ao norte e atrai um grande número de turistas por causa do famoso Taj Mahal de Agra. 
Neste trajeto as estradas são boas, mas à sua beira ainda muita pobreza...,...muitas indústrias de pedras artesanais..., ...dromedários sendo usados como meios de transporte de gente e de carga,... ...muitos estercos de vacas. Eles são utilizados para cozinhar e também como repelentes naturais para afastar mosquitos.
Quanto mais nos aproximamos de Agra, a paisagem muda um pouco. Campos férteis e mais verdes, com plantações de trigo e batata (haja batata para sustentar este mundaréu de gente!).
Durante este percurso, fizemos uma breve parada almoçar num ponto conhecidos dos guias. O lugar estava cheio de turistas. O sistema era de buffet e a comida ao menos era multi-cozinha. A vontade de saborear uma comida diferente da indiana já era tanta que, no mesmo prato colocamos arroz e macarrão, rsrsrs...
Depois seguimos para conhecer a cidade Fatehpur Sikri, que fica apenas 37 quilômetros de Agra. 
A famosa "cidade-abandonada" foi construída pelo imperador mongol Akbar, em 1571, um século antes do Taj Mahal de Shah Jahan.

Akbar f
oi o terceiro imperador mongol da Índia. Ele era filho do imperador Humayun (aquele cujo túmulo visitamos lá em Délhi) e neto de Babur. Assumiu o trono aos 13 anos de idade, após a morte de seu pai. 

A Índia teve seis imperadores, a saber:
1º Bakur;
2º Humayun;
3º Akbar;
4º Jahangir (ou Salim, o primogênito de Akbar);
5º Shah Jahan; e
6º e último Aurangzeb 

Akbar foi considerado o mais notável. Reinou de 1556 à 1605. No final do seu reinado o império mongol cobria a maior parte do Norte da Índia. Seu governo foi baseado na diplomacia, apesar de ser uma época turbulenta e carregada de batalhas. Deixou como legado grande influência na arte, religião e na cultura do povo.Era liberal pregava a integração cultural e aceitava a convivência pacífica de várias crenças, tanto que suas três esposas eram adeptas uma ao hinduísmo, outra ao catolicismo e a outra ao islamismo. 
 
Mas, Akbar não conseguia ter filhos e foi atrás de uma ajuda divina no vilarejo de Sikri. A profecia se concretizou e ele logo recebeu o primeiro de seus três herdeiros, Salim, anos mais tarde conhecido como imperador Jahangir. Então, Akbar construiu Fatehpur Sikri em homenagem ao santo sufi Salim Chishti, que lhe abençoou com o primeiro herdeiro e assim surgiu Fatehpur Sikri. 

Akbar planejou cuidadosamente a cidade murada, toda em arenito vermelho, que mesclava os estilos hindu e islâmico. Fatehpur Sikri serviu como capital 
do seu vasto império mongol apenas por 14 anos. Depois disso, logo após sua construção havia escassez de água, os poços secaram (não se sabe bem ao certo o motivo, provavelmente pelo calor excessivo) e a cidade foi abandonada. 

Hoje ainda podemos ver muito de sua construção original com seus palácios e mesquitas completas. Esta cidade era maior que Londres quando foi originalmente construída. 
Era uma cidade de conto de fadas e suas ruínas ainda estão em bom estado.  
Diwan-i-Khas é um prédio que servia para audiências e debates particulares. Sua arquitetura mostra a bela fusão de diferentes estilos e temas religiosos. Ele é elegante e suntuoso. 
Os trabalhos de entalhe nas pedras são magníficos. Tudo é feito em arenito vermelho, dos telhados aos portais. 
Anoop Talao é um tanque associado ao músico Tansen da corte de Akbar. Ele era uma das nove joias de Akbar.
E, claro que não podia faltar um harém. O Haram Sara era formado por um labirinto de prédios interconectados.
Para garantir privacidade havia um corredor fechado com telas para ligar o harém ao Palácio Jodha Bai e a uma outra área chamada Hawa Mahal  
Bem no centro da cidadela há um prédio de cinco andares, bem alto para os padrões da época, onde as rainhas de Akbar e suas criadas sentavam para receber ar fresco, o Panch Mahal. Antigamente, havia telas decorativas, mas elas foram roubadas com o abandono da cidade.
Visitamos a extraordinária Mesquita Jama Mashid, que possui áreas públicas e privadas bem definidas e portas imponentes, dentre elas aquela que é considerada a maior porta do mundo, a Buland Darwasa, com 54 m de altura. Sua arquitetura é uma mistura de estilos hindu e islâmico.

Tomb of Salim Christi
O edifício principal da tumba é cercado por telas de mármore delicadas em todos os lados, e a tumba está localizada no centro do salão principal, sendo a câmara da tumba esculpida e pintada. Tem um piso de mármore branco, que é incrustado com pedras multicoloridas.
Todos estes monumentos nos contam a grandeza e esplendor do império Mongol e faz-nos imaginar como era a vida da Corte nos seus dias de glória. 
Como chegar
Chegando de Agra ou de outras cidades da Índia, de carro ou  qualquer outro meio de transporte (como foi o nosso caso que viemos de Jaipur no carro da Agência de Turismo Sita), de qualquer forma o carro para num estacionamento próximo e o trajeto até a cidade de Akbar é feito em vários micro-ônibus bem velhinhos, lotados de turistas estrangeiros e indianos, uma bela aventura. 
O ingresso é comprado na bilheteria, na entrada da cidade, em frente ao ponto final do ônibus. O ingresso para estrangeiros custa 250 rúpias. Mas, leve um guia junto não só para aproveitar melhor a visita, como facilita muito na hora da compra dos ingressos que é uma verdadeira bagunça também.
Todos sabem que a Índia é um país que gera curiosidade e chama atenção com suas diferenças. No entanto, não é um destino para marinheiros de primeira viagem nem para quem procura férias convencionais para relaxar. É um lugar que está sujeito a certo desconforto, mas traz recompensas fantásticas.

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