Berat a cidade das mil janelas

22:57


É uma cidade para se apaixonar na Albânia, com 2.413 anos, ela é uma das cidades mais antigas da Albânia e está localizada a 120 km de Tirana. Berat significa Cidade Branca, também chamada de Cidade das Mil Janelas. É fácil entender o porquê dos dois nomes: nele pipocam casarões brancos com arquitetura típica do período Otomano e cheias de janelas é claro. Ela é famosa por ter abrigado diferentes culturas e religiões de forma harmoniosa ao longo dos séculos. O seu centro histórico é Patrimônio da Humanidade e está sob a proteção da UNESCO.
Bom, mas o que tem para fazer e ver em Berat?

Não há muito que falar das atrações de Berat. A cidade velha tem três bairros principais: Mangalem, Gorica, e Kalaja. Mas, o melhor da cidade é o conjunto: as paisagens formadas pelas casinhas brancas penduradas no morro, o Monte Tomor ao longe, o astral mágico do castelo.

Diria até que a grande atração de Berat é andar pelas suas ruelas descobrindo a beleza de cada esquina.

Depois daquele perrengue todo para chegar até Berat... Se quiser saber como foi, contei na postagem - Bálcãs de carro. Tivemos pouco tempo para ver a cidade e suas atrações. Ficamos menos de um dia, porque no dia seguinte na parte da manhã, depois do check-out do hotel ao meio-dia, partimos com destino a Gijokaster. Mas vamos lá. O que deu para ver:  Chegamos quase no final da tarde, aproveitamos que anoitecia super tarde, depois do check-in no hotel, largamos as malas e partimos ladeira acima para o bairro de Kalaja para visitar a sua principal atração que é o Castelo de Kalaja.

Enquanto andávamos lá embaixo, nem imaginávamos que o melhor ainda estava por vir. 
Logo enfrentamos a ladeira para subir ao Castelo de Berat. Que subida!
As pedras no chão, também brancas, são muito lisas e escorregadias, então é bom escolher bem o calçado para subir a pé!
É cansativo, mas quando a gente chega lá em cima sente que o esforço valeu a pena.
Esperávamos encontrar no topo do morro as ruínas de uma antiga fortaleza e uma ótima vista da cidade, mas Kalaja, o Castelo de Berat, é muito mais do que isso. O castelo é na verdade uma minicidade! E a vida desta cidade começou no VI - século V A.C., como um assentamento Ilíria, por isso você verá um gigantesco busto do imperador romano Constantino em meio às praças do castelo. Pois é, não é que ele descende de ilírios?

Mais tarde, no século III A.C., foi transformado em uma cidade castelo conhecido como Antipatrea.
O castelo expandiu alas leste, particularmente durante o domínio feudal da família Muzakaj. Dentro do castelo, eles construíram igrejas com afrescos e ícones preciosos e também uma escola de caligrafia.

Está localizado dentro do castelo de Berat, um conjunto das igrejas bizantinas extraordinário, como:  a Igreja Shen Maria e Vllahernës (Santa Maria de Blachernaebuil)do século XIII, a Igreja de Shen Triadha (A Santíssima Trindade) e a Catedral de Shen Maria (Santa Maria) monumento de pós-bizantino que abriga um museu de obras de famosos iconógrafos do século XVI: Onufri e seu filho Nikolla.
Mas sabe o que mais me impressionou? Que num lugar desses ainda haja vida. Sim, vida de verdade.
Hoje, o castelo permanece original pelo fato de que as pessoas continuam a viver dentro dele, tem até hotéis e restaurantes.

O engraçado é que o povo ficava tão escondido dentro das casas que tínhamos a impressão de estarmos mesmo sozinhos naquele cenário.
Isso foi o que mais me espantou. Como é que ainda não descobriram Berat? Só encontramos mais uns três turistas lá em cima. Bom, não estou reclamando, pois foi uma delícia ter aquele lugar quase que só para nós. Talvez, por isso também, haviam uns dois restaurantes abertos. Quando nos aproximamos para ver o cardápio, um senhorzinho muito simpático, logo veio para nos dar explicações e levou-nos para dentro. Perguntamos por um prato típico, ele falou em um frango inteiro com arroz temperado, que pareceu muito para nós, então pedimos que fosse meio frango, falou o pedido para uma senhora que estava atrás do balcão.
Ouvimos o barulho do micro-ondas, pensamos ter entrado numa furada... Bom, depois de todo aquele stress da viagem, àquela hora do dia, depois de ter subido toda aquela ladeira... requentada ou não, teria que ser ali mesmo. Quando a comida chegou, estava tão gostosa (talvez por que estivéssemos famintos) que pedimos a outra metade do frango, hahaha...

Depois de termos aplacado nossa fome, saímos para explorar os arredores e nos perdermos pelas ruelas de Kalaja. Poderia passar horas descrevendo tudo que vimos lá em cima, as igrejas, os arcos, os casarões de pedras, as vistas das montanhas dos arredores, as toalhas de rendas que as senhorinhas bordam sentadas na porta de casa e depois fazem os muros de vitrine, gatos e galos nos telhados, flores e trepadeiras crescendo das rachaduras dos muros.
Acabou que conseguimos ver tudo lá em cima antes da noite chegar, então, descemos para ver a próxima atração: o bairro Mangalem com suas casas construídas ao longo da colina íngreme, abaixo do castelo.

Mangalem é a razão do nome para Berat de cidade das mil janelas. Você pode ver a vista famosa das fachadas das casas, com janelas que parecem estar acima uma das outras.
Em geral, uma casa tradicional tem dois andares, onde o segundo é proeminente e tem muitas janelas arqueadas e esculturas em madeira.
Do outro lado do Rio Osumi reside bairro de Gorica. Cruzando a ponte curvada de sete arcos de pedra de Gorica, construída em 1780, chega-se a outro bairro histórico chamado Gorica, que também avança sobre uma colina subindo por ruas de pedras irregulares, onde você também pode visitar o Mosteiro de Shen Spiridhoni. Este belo monumento arquitetônico foi construído justamente para conectar Gorica com Mangalem.
O Bulevardi Republika é uma deliciosa e novinha avenida peadonal. Inclusive o Hotel White City onde ficamos, fica de frente para esta linda avenida e de onde se tinha uma bela visão das casinhas brancas do bairro Mangalem, às margens do Rio Osumi.  Aparentemente recém-reformado tinha cara de estar pronto para receber turistas, mas éramos os únicos hóspedes naquela tarde daquele domingo para segunda-feira. Por saber que Berat é uma das cidades mais turísticas da Albânia, é curioso que em pleno mês de maio ele estivesse tão vazio.
Os bares e lanchonetes estavam abertos e cheios de locais, mas o estranho é que nas mesas só havia homens. Fiquei até meio constrangida, porque parecia que eu era a única mulher da cidade batendo perna no meio da tarde. As outras e poucas mulheres(senhoras) que passavam por ali, parecia que estavam indo ou vindo da igreja.
Vimos senhores caminhando, muitos idosos sentados nos bancos da praça jogando... e jogando conversa fora, e crianças brincando na rua. A vida que passava diante dos nossos olhos nos fazia voltar no tempo. Parecia que a exploração ao turista ainda não tinha chegado a Berat. Que tranquilidade! E que visual! E é por isso que você deve se apressar em conhecer a Albânia.

Outros locais que merecem uma visita são o Museu Etnográfico, do século XVIII, situado dentro do edifício Čardak e a Galeria de Artes "Edward Lear": um pintor Inglês conhecido que pintou muito Berat e Albânia.

E por fim, as muitas igrejas, pois em 1417, os otomanos ocuparam Berat e esta conquista deixou sua marca com a construção de monumentos para a fé islâmica, como o Xhamia e Kuqe (Mesquita Vermelha) no interior do castelo, o Xhamia e Plumbit (1555), (A mesquita de chumbo) , Xhamia Mbret (construído em 1481) (A mesquita King), e o Xhamia e Beqarëve (1872). Ao pé do castelo está a Igreja bizantina de Shen Mehilli (São Miguel).

Mesmo que pouca gente fale inglês, que a Albânia ainda esteja pouco preparada para o turista independente e que a estrada até lá tenha sido a pior de toda viagem, Berat acabou sendo um dos lugares que mais marcaram na Albânia. A beleza de Berat com certeza contou muitos pontos, mas no fim das contas o que nos encantou mesmo foi a simpatia dos albaneses. No dia seguinte saímos bem cedo de Berat com muita peninha, com vontade de ficar mais.

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