O Castelo do Dráscula em Bran

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A Romênia localizada no Mar Negro faz divisa com a Ucrânia e possui 20 milhões de habitantes. O país que é conhecido por ser a terra do vampiro mais famoso do mundo já fez parte do Império Romano e Bizantino. Inclusive, muitas ruínas deste período estão entre os principais destaques turísticos da nação. Contudo, nada supera a Transilvânia e os Castelos de Bran ou o Castelo do Conde Drácula! Ele é o segundo dos pontos turísticos mais visitados do país, ficando atrás apenas do Castelo de Peles. Anualmente mais de meio milhão de turistas visitam o Castelo de Bran achando que estão conhecendo a residência do Drácula, mas este é um dos maiores engôdos da história.

Se você estiver procurando pelo castelo do Vlad, este não é o lugar. A verdadeira morada do Conde Vlad III é a Fortaleza de Poenari que também fica na Romênia. Ele só ficou aqui alguns dias, como prisioneiro. Agora, se o que você quer ver é o castelo do vampiro da ficção, então, você está no lugar certo.
A verdadeira história do Castelo de Bran

Apesar de ser conhecido pelos turistas como o Castelo do Drácula, já vou jogar um balde de água fria em vocês.A única certeza é que Vlad III nasceu onde hoje está situada a Romênia e que morou na Fortaleza de Poenari. Ao contrário do que se propaga no país, o Castelo de Bran não serviu como residência para o Conde. O local não consta em nenhum registro histórico sobre o monarca e suas moradias. A confusão foi criada por volta do final do século 19, em 1887, quando o escritor Bram Stoker, autor irlandês, pesquisava mitologia europeia para escrever seu novo romance. Uma história de terror, envolvendo vampiros. Descreveu um castelo em seu livro que se parecia com o Castelo de Bran, depois de ter visto num livro uma foto dele. A verdade é que Stoker nunca pisou no Castelo de Bran. Foi só na imaginação e descrição dele que se tratava de um lugar tenebroso.

E para completar o tamanho da lenda e confusão, o personagem do Conde Drácula que foi inspirado no cruel monarca romeno nem era conde e nunca morou em Bran. Vlad Tepes era um príncipe, conhecido pela alcunha de 'O Empalador', pois o governante mandava empalar seus inimigos. Seu exército passou por ali por volta de 1459, num conflito com Brasov.
Drácula ganhou fama mundial com o livro do romancista Bram Stoker, publicado em 1897. Desde então, muitos mitos foram criados, misturando-se com o imaginário popular, dúvidas sobre a história do personagem, seu passado e do verdadeiro Conde, digo, Príncipe.
Este que foi um dos mais famosos mitos da literatura mundial transformou completamente a percepção do mundo sobre a Transilvânia e a Romênia. Até os dias atuais, o país apresenta ambas as estruturas como sendo as moradias do Conde Drácula.
O Castelo de Bran é um dos imóveis mais caros do mundo.
A Rainha Maria no Castelo de Bran
Com uma movimentação de milhões de dólares anuais dificilmente haverá interesse do governo local e dos proprietários em desfazer a secular confusão. Mesmo por que, em 2006, a Romênia devolveu a posse do castelo ao seus legítimos herdeiros: as Arquiduquesas Maria-Magdalena e Elisabeth, e seu irmão, o Arquiduque Dominic da Áustria, Príncipe da Toscânia, conhecido como Dominic von Habsburg, um arquiteto que reside em Nova York. Os três são filhos e herdeiros da Princesa Ileana, filha da Rainha Maria(que por sinal, eram muito lindas!!). Maria-Magdalena, Elisabeth e Dominic von Habsburg
No entanto, em 2007, eles colocaram o castelo à venda, avaliado pela revista norte-americana Forbes em 140 milhões de dólares, considerando-o o segundo imóvel mais caro do mundo à venda no mercado.
A Cidade de Bran

Bran é um condado romeno localizado no distrito de Braşov, na região de Transilvânia.
Foi um antigo ponto de comércio, devido ao cruzamento das principais vias comerciais ligando a Transilvânia e a terra romena de Cîmpulung Muscel, sendo defendida por um forte de pedra: o Castelo de Bran.

Apesar disso, a cidade é bem pequena, possui uma área de 67 km² e uma população com pouco mais de 5 mil habitantes. Resumindo-se a um aglomerado de lojas, restaurantes, hotéis e algumas casas à beira da estrada que passa por ali.
No entanto, a fama do Castelo lhe rentabiliza milhares de turistas por dia e uma centena de lojinhas e barraquinhas de artesanato oferecendo de tudo, desde roupas típicas a polenta assada na hora, de cinema 3D de terror a canecas do Vlad Tepes.
A arquitetura tem algo de alemão, explicada pela colonização saxônica à época da construção do castelo, em 1212.
Inclusive, depois da visita ao Castelo, almoçamos no East Village, um restaurante que fica bem próximo à entrada da feirinha. Meu marido e eu tomamos uma Drácula Beer, comemos um franco à brasileira com abacaxi e uma salada caesar com camarão, num total de 98 RON, cerca de R$23,50, muuuito barato!!!

Castelo de Bran

O Castelo de Bran fica na região da Transilvânia, Romênia e foi construído no alto de uma colina de 200 metros, em 1212, por Cavaleiros Teutônicos. Nos tempos em que a Transilvânia era muito mais húngara do que romena.

Mais tarde, o Rei Húngaro Luis I, em 1377, deu o castelo aos saxões de Brasov, passando a eles o privilégio de construir ali uma cidadela.

O famoso príncipe sanguinário da Valáquia, Vlad Tepes Dracul, não chegou a usar essa construção para governar. No máximo, foi um entreposto militar e estratégico pelo curto tempo em que governou a região. 

A única vez em que Vlad comprovadamente colocou seus pés em Bran foi quando os Otomanos mandavam no país e usaram as masmorras do castelo para aprisioná-lo antes de mandá-lo para o exílio em Visegrad.

Durante os anos seguintes, serviu como um centro comercial, por ficar bem na fronteira entre a Transilvânia, a Valáquia e uma fortaleza.

Foi atacado diversas vezes até que começou a perder importância no século 19, por causa da destruição e da mudança estratégica das fronteiras romenas.

Talvez esse magnífico edifício com torres pontiagudas, localizado no sopé dos Cárpatos e rodeado de florestas virgens tivesse passado despercebido pela história se não tivesse, com a unificação da Romênia em 1920, sido dado como um presente do povo de Brasov à Rainha Maria, que o elegeu como residência oficial. Quando as instalações foram restauradas, os salões foram preenchidos por mobília da época e o mundo passou a conhecer sua beleza.

Em 1956, passou ao poder dos comunistas e se tornou um museu mal cuidado e abandonado.

Nos últimos 30 anos, a moda dos vampiros e o crescimento do turismo estrangeiro no país foi quem relacionou a beleza e a grandiosidade do castelo de Bran às histórias de Bram Stocker. E de lá para cá, não teve jeito, a fama pegou, sendo considerada uma das mais importantes atrações turísticas da Romênia.

Embora o 'Castelo do Drácula' seja na realidade um dos maiores engôdos de todos os tempos, pois não há nenhuma comprovação histórica que o Conde Vlad esteve no local ou que tenha morado na luxuosa construção, não tem quem não olhe para os calabouços onde Vlad Tepes esteve acorrentado sem ficar com uma pulga atrás da orelha.

O Castelo de Bran propriamente dito

O prédio da idade média, com 89 mil m² de área, que possui 57 quartos distribuídos em quatro andares e nenhum banheiro, transformou-se num enorme museu sobre o Drácula. Conectados por passagens e escadas, apresentado aos turistas: arte, decoração e armas da realeza, atraindo 560 mil turistas por ano.

Antes de adentrar àquelas paredes de pedra, há um belo jardim verde, com lagos e muitas flores. Muito diferente do astral mal-assombrado que na verdade a gente imagina.

Mas apesar de todo o verde do entorno e do clima descontraído, um pouco antes da porta de entrada, a gente se depara com uma cruz. Sem inscrição explicativa alguma, nossa imaginação fértil tentava adivinhar o seu significado, sem sucesso.

Preparem-se para muitas escadarias, o que é regra quando se trata de visitar ruínas ou construções muito antigas. Para o turista visitar o castelo uma porta imensa de carvalho, luminárias antigas saindo da parede de reboco descascado, letras góticas, semi-apagadas em caracteres cirílicos…
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Um castelo tão cheio de histórias também tem os seus mistérios.

Já dentro do castelo, percorremos diversos corredores, salões preenchidos de mobília histórica e uma inusitada passagem secreta entre paredes frias de pedra.

Esta passagem secreta existe desde que o castelo foi construído, na Idade Média, era por dentro de uma lareira e foi descoberta em 1926, quando o castelo passou por uma grande reforma.

E para onde será que levam as escadas?

Em meio àquela escuridão, mergulhamos nossa mente numa era de medo, superstições e lendas muito bem exploradas pelos antigos contos de terror. Para um corredor estreitinho, todo de pedra. Essa passagem secreta era usada em caso de perigo. E quem iria desconfiar que a rota de fuga fosse por dentro de uma lareira?

A passagem termina em um grande salão e facilitava o acesso dos soldados aos andares mais altos em caso de ataque. Na época da realeza, era sala de música.

Entre os muitos aposentos, está o museu de objetos de Tortura que não visitamos. Para entrar lá dentro, além de coragem e um pouco de sangue frio, você precisa pagar uma taxa opcional de 10 RON. Estão expostos dezenas de artefatos precisamente talhados para provocar dor, medo e sofrimento. Não foram usados apenas na Romênia, mas em toda a Europa durante a idade das Trevas. Entre virgens de ferro, cintos de castidade e estacas de empalamento, provas da crueldade humana.


A visita ao Castelo de Bran

O Castelo de Bran fica a 2h30min de Bucareste e 35 minutos de Brasov. É possível chegar lá de carro e o estacionamento na rua custa 5 RON.
Mas para quem vai de transporte público, partindo de Bucareste, é preciso pegar um trem até Brasov, que sai de hora em hora e a viagem dura 3h30min.
Depois, de Brasov, há diversos ônibus diários que saem do Terminal 2. O mesmo que fica próximo à estação de trem. A passagem de ônibus custa 5 RON.
Na alta estação, ou seja, de abril a setembro, o Castelo de Bran abre nas segundas, de 12 h às 18  h, e de terça a domingo, entre 9 h e 18 h. Na baixa temporada, de outubro a março, o horário de fechamento é às 16 h. A entrada custa 35 RON para adultos, com descontos para idosos, estudantes e crianças. Não há taxa de fotografia para este castelo para fotógrafos amadores.  Mais informações no site oficial.

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