Metz | França

05:50

Roteiro de um dia em Metz
 A  Cidade Velha de Metz é famosa por sua imponente catedral gótica e seu distrito imperial alemão ao redor da estação ferroviária. Orgulha-se de ser uma verdadeira Cidade Jardim, com suas árvores, canteiros e esplanadas verdes. Hoje, nenhum visitante na pacífica cidade acreditaria em como a história de Metz foi turbulenta ao longo dos séculos, sendo continuamente anexada pela França e pela Alemanha
Metz foi abençoada por dois rios, o Moselle e o Seille. Assim como Paris, ao ser atravessada pelos rios, divide-se em charmosas ilhas. Em alguns trechos formam-se canais, como vemos, por exemplo, em cidades como Strasbourg, Colmar e Amsterdã. É possível então caminhar à beira de diversos canais e curtir vistas bem bonitas. 

Onde fica e como chegar
Metz está situada no nordeste da França, a 330 km de Paris, mas apenas 50 km de distância Luxemburgo e, portanto, não muito longe da Bélgica e da Alemanha.  Ela está localizada na região da Lorena  (Lorraine), que, como a Alsácia, já foi território alemão. 
Para quem parte da capital francesa, o melhor modo é pegar um trem (TGV) na Gare de l`Este. A viagem dura 1:20 h, portanto, Metz é uma ótima opção de bate e volta de Paris
Já para quem vem do Luxemburgo, são apenas 0:50 minutos de trem. Esta foi a forma como chegamos em Metz. Pegamos um voo até Luxemburgo e de lá um trem até Metz, nosso ponto de partida para visitar outras cidades do norte da França.
Onde dormir
Chegamos em Metz no final da tarde, onde resolvemos passar a noite e seguir viagem no dia seguinte.  E, para isso, fiz uma pesquisa em alguns pontos de destaque tanto do ponto de vista de conforto quanto de custo-benefício. O destaque da cidade para mim é o quatro estrelas La Citadelle Metz MGallery, que foi o que achei mais diferente e estiloso, depois veio o três estrelas Campanile Metz Centre - Gare que está localizado a 260 metros da Estação Ferroviária de Metz. Por fim veio as tradicionais redes de hotéis da AccorHotels, como Mercure Grand Hotel Metz, Novotel Metz Centre, além do Mercure Metz Centre. Para uma estadia a mais baixo custo, o Ibis Styles Centre Gare é o hotel do grupo que me pareceu mais novinho.

Onde comer
A todo momento, em qualquer sociedade, os grandes eventos são celebrados com refeições e festividades, em Metz não é diferente. Misturando uma gastronomia própria, marcada com produtos locais: couves, batatas, enchidos, bacon, ovos, crème fraiche…não falta receita, desde sopas a sobremesas. 
Criada no século XVI, a Quiche Lorraine tem fama mundial. Tem três bases fundamentais da cozinha lorena: bacon, natas e ovos, tudo numa base de massa quebrada ou massa folhada.
Os patês da Lorraine contêm um recheio feito de carne de porco marinada em um envelope de massa folhada crocante.
Smoked Lorraine é uma charcutaria resultante de um saber-fazer que remonta ao século XVII.
O Hotpot da Lorena é um prato amigável onde o sabor natural dos produtos locais, cenoura e alho-poró, se mistura com o da charcutaria defumada.
As tortas de frutas, os ovos cobertos de neve e as especialidades de ameixa mirabelle farão as delícias de todos os gourmets.
Paris-Metz é um bolo pequeno em cores picantes composto por macarons recheados com mousseline de Arlequin e coberto com framboesas.
Desde 1854, os Macarons Boulay são feitos com a mesma receita tradicional.
Sem falar, na ameixa Mirabelle, sua fragrância tão reconhecível nas variações culinárias, as variações de seu tom dourado, sua apetitosa redondeza que estimula a inventividade dos gourmets para realçá-la.
E para acompanhar pratos e sobremesas… Seguindo a tradição lorena, descubra o brandy, o licor de ameixa mirabelle, as cervejas tradicionais e os vinhos Moselle AOC.
Vinhos Mosela
Grandes brancos monovarietais : leves, finos, secos, com notas florais, as principais castas são Auxerrois, Müller-Thurgau e Pinot Gris.
Os grandes brancos em lotes : são compostos por Auxerrois (>50%), MüllerThurgau e Pinot gris com Pinot blanc, Riesling e Gewurztraminer (<10%).
Os Rosés : com uma cor ligeiramente salmão, um nariz frutado e fresco e uma “mistura” de notas florais e de frutos vermelhos, na maioria das vezes provêm de uma mistura de Pinotnoir e Gamay.
Os Tintos : elaborados exclusivamente a partir da casta Pinot Noir, são finamente tânicos e com bom comprimento na boca.
Não deve, pois, surpreender a abundância de restaurantes, salões de chá, mercados, bistrôs, pastelarias e lojas de alimentação em toda a cidade.
O que visitar
A cidade histórica de Metz não é muito turística, então um dia é o ideal para ver tudo o que a cidade tem a oferecer. Mas, a cidade inclui pontos turísticos imperdíveis. Siga-nos neste nosso guia para visitar alguns dos principais pontos turísticos da cidade, como: 
a Catedral Gótica St Etienne e a Place d'Armes
o lugar medieval Saint-Louis
o Portão dos Alemães (porte des Allemands)
o medieval Grenier de Chèvremont (museu Cour d'Or)
as ruas medievais perto do claustro Récollets
a Igreja de St-Pierre-aux-Nonnains (um dos mais antigos santuários cristãos da França)
a Capela dos Templários
o Distrito Imperial Alemão ao redor da estação ferroviária

Gare de Metz
Já que chegamos de trem em Metz, o nosso passeio neste um dia pela cidade, começa desde a própria Gare de Metz. A antiga estação de trem é considerada muito pequena para o papel militar que Metz exercia perante o império alemão da época, foi substituída por esta a partir de 1908. 
O estilo do arquiteto berlinense Jürgen Kröger, chamado “Luz e Ar” faz a estação parecer uma igreja ou o Castelo de Hogwarts 😂, pode-se observar detalhes riquíssimos tanto por fora quanto por dentro.
 
Catedral de Metz/ Catedral de Saint Etienne
A Catedral de Metz destaca-se como a coroa da cidade. Com suas proporções bem equilibradas e seus belos vitrais, a imponente catedral é uma obra-prima da arquitetura gótica na França.
A nave de Saint-Etienne (41,41 m) é a terceira mais alta de qualquer igreja na França depois da de Amiens e Beauvais e a 10ª da Europa, e exibe a maior superfície de vitrais (6.500 metros quadrados).

Place d'Armes
A praça de paralelepípedos d'Armes é uma das belas praças da cidade velha de Metz. É elegante e majestosa, pois é limitado pela catedral gótica de um lado e pela Hôtel de Ville-Mairie do outro.
Quando planejada no século VIII, foi a peça central do planejamento da cidade encomendado pelo Marshall Belle-Isle e seu sucessor, o Marshall d'Estrées.
Seguiu as ordens dadas pelo rei Luís XV para criar uma praça em Metz onde todos os poderes (executivo, legislativo e judiciário) seriam concentrados.
A Place d'Armes foi criada entre 1750 e 1770 com o desmantelamento de uma igreja e um claustro adjacente à Catedral.

Previa-se a construção do longo edifício da Hôtel de Ville-Mairie em frente à Catedral de Metz, e uma Casa do Parlamento e um Palácio do Bispo, mas foram comprometidos em parte por causa dos eventos da revolução francesa.
O Pavilhão que fecha o lado norte da praça agora abriga o Posto de Turismo de Metz. Foi usado como guarita de onde os soldados podiam ficar de olho na movimentada atividade que ocorria na praça estratégica. Foi útil para o arquiteto, pois completou a simetria do conjunto clássico.
Alguns sustentam que a praça foi criada para ecoar a Place Stanislas do Rei Estanislau em Nancy, que então estava se metamorfoseando na capital dos duques de Lorena. A Place d'Armes de Metz é muito mais sóbria do que a de Nancy e reafirma a poderosa influência dos militares do século XVIII sobre a cidade.
Como em muitas cidades francesas, Metz também tem a sua roda gigante na Place d'Armes.
Em 2007, as fachadas do prédio da praça foram limpas e um novo sistema de iluminação foi instalado. Seria uma pena sair de Metz sem admirar a praça à noite.
 
Place Saint-Jacques
A Place Saint-Jacques está situada no coração da cidade velha de Metz, perto da catedral e do centro da área comercial do centro da cidade. 
É bem conhecida pelos habitantes locais pelos seus muitos cafés e restaurantes cujas esplanadas são populares no verão.
A praça leva o nome da Èglise Saint-Jacques, que ficava aqui até ser desmantelada em 1574.
 
Place de la Comédie
Outra praça interessante que vale a pena mencionar é a Place de la Comédie – a Ópera-Teatro
Localizado na Ile du Petit Saulcy, faz fronteira com o Rio Mosela, a poucos passos da catedral.
A praça é cercada pelo mais antigo teatro de ópera em funcionamento da França, inaugurado em 1752 com um baile.
Até a revolução francesa, encenou peças de dramaturgos contemporâneos como Racine, Corneille, Molière, Voltaire, Marivaux, Diderot e Beaumarchais. Mas na Revolução, a praça não era muito dedicada à diversão e lazer, pois se tornou o cenário da guilhotina, que cortou cerca de 63 cabeças. Mas, uma vez passada essa era sombria, alguns artistas renomados se apresentaram em Metz, como Sarah Bernhardt em La Tosco em 1905.
À direita do Opéra-Théâtre de Metz fica o Templo Neuf, construído durante a anexação alemã de 1871-1918.
Descendo da Catedral de Metz em direção à Esplanada, não deixe de parar na Moyen-Pont, onde a vista do Rio Mosela, do Temple-Neuf e da Catedral de Metz é encantadora. 
Place Saint-Louis 
No coração da Cidade Velha, a Place Saint-Louis, dos séculos XIV a XVI, é um lugar notável para passear.
A praça medieval, recentemente renovada, é ladeada de um lado por casas de arcadas com contrafortes, construídas sobre as muralhas romanas originais, sendo que algumas das pedras das muralhas serviram para as fundações do edifício.
Durante a Idade Média, a praça abrigou mais de 60 trocadores sob suas arcadas e foi o local de feiras e peças religiosas.
Hoje, cafés e restaurantes ao ar livre dentro das arcadas dão a você a oportunidade de ver Metz passar.
Na época do Natal, a praça abriga o belo Mercado de Natal com muitas barracas de madeira erguidas entre as arcadas medievais.
 
Portão dos Alemães/Porte des Allemands
A cerca de 250 m a leste fica a impressionante Porte des Allemands ou Porta Alemã, um dos monumentos mais destacados de Metz.
Mesmo que pareça uma fortaleza medieval de longe, é tecnicamente um portão duplo fortificado que já fez parte das extensas muralhas ao redor de Metz.
O portão costumava guardar as entradas orientais da cidade que vinham da direção da Alemanha. Mas foi dos Cavaleiros Teutônicos que administravam um hospital na vizinha Rue des Allemands que deu nome ao portão.
O primeiro portão do lado da cidade foi erguido no século XIII e apresenta duas torres encimadas por telhados de ardósia.
O segundo portão foi acrescentado em 1445 e é ladeado por duas grandes torres ameadas.
É possível caminhar pelo portão e admirar a arquitetura militar da época medieval, lembrando que o portão duplo sofreu uma pesada restauração no século XIX, quando a cidade era… alemã!
A vista de toda a estrutura em ambos os lados do Rio Seille é a melhor vista da ponte da Estrada N3.
De lá, você pode continuar a passear ao longo do Rio Seille em direção ao norte.
Siga o caminho da vila da cidade onde poderá ver a muralha medieval fortificada bem conservada, alternando com torres a uma distância regular:
Tour des Sorcières (Torre das Bruxas),
Tour du Diable (Torre do Diabo), e
Tour des Corporations (Torre das Guildas).
No final da Allée de la Tour du Diable, o Rio Seille deságua em um braço do Rio Mosela, e o caminho continua para o oeste no Chemin des Corporations em direção à Catedral de Metz.

Esplanada de Metz
A Esplanada foi construída no local de uma cidadela e agora se tornou um parque urbano favorito, com seu terraço florido, suas fontes tranquilas e a bela vista sobre o Monte Saint Quentin.
Está ligada à Place de la République, anteriormente conhecida como Place Royale, projetada em 1802. Todo o espaço está sendo transformado em uma vasta área de pedestres, graças a um gigantesco estacionamento construído sob ela.
De lá, você chega à Eglisè de Saint-Pierre aux Nonnains, a igreja mais antiga da França e, alguns metros mais adiante, à singular Capela dos Cavaleiros Templários ou Chapelle des Templiers, que remonta ao século XII.
Église Saint Pierre-aux-Nonnains, que se acredita ser a igreja mais antiga da França, remonta ao século IV. Construído entre 380 e 395 d.C. como ginásio romano, foi consagrado à fé cristã no século VII. Por volta de 1000, o imperador Otto encomendou a construção de uma nave românica.
Abóbadas góticas foram adicionadas nos séculos XV e XVI e acabaram sendo destruídas durante o grande cerco de Carlos V em 1552.
A partir de 1556, os franceses alocaram o edifício para o exército. A antiga igreja tornou-se parte de um arsenal e assim permaneceu até o século XX. 
Na década de 1970 decidiu-se reformar e transformar o edifício em sala de concertos e exposições.

Capela dos Cavaleiros Templários
Segundo a tradição, os Cavaleiros Templários que vieram para Metz em 1133, construíram a capela entre 1180 e 1220.
A igreja fazia parte de um comando maior destruído ao mesmo tempo que a ordem foi abolida.
Representa uma obra-prima arquitetônica na Lorena, pois é a única rotunda desse tipo na região.
Seu traçado circular é típico da tradição templária, como na Catedral de Aachen e acredita-se que a capela foi modelada após a de Laon, Picardia, e construída 40 anos antes.
Foi classificada como monumento histórico já em 1840, numa altura em que a capela estava seriamente em perigo de ser demolida pela construção da cidadela vizinha.
O exterior da capela é ainda de arquitetura românica com as suas grossas paredes e as suas pequenas janelas em arco.
No entanto, no interior, a arquitetura se move para a arquitetura gótica inicial com suas abóbadas.
A pedra angular esculpida representa a pomba do Espírito Santo e as paredes estão cobertas de pinturas murais, que foram fortemente restauradas em 1905.
Note-se a distinta ' cruz patée ' dos Cavaleiros Templários que ainda decora o lintel da porta de entrada.
Hoje, a capela é usada como sala de exposições.
 
Porta Serpenoise/Serpernoise Gate
A Porte Serpenoise é uma espécie de arco triunfal que marcava o limite sul da cidade de Metz desde o século III até o início do século XX.
Durante a era romana, o portão guardava a estrada para Scarpone, agora Dieulouard, perto de Nancy. No século XIX, a porta foi incorporada à muralha, como um túnel cavado na contra-escarpa.
Quando as autoridades alemãs decidiram se livrar das muralhas, mantiveram o portão, que redesenharam em arco triunfal, coroado com quatro bartizans retirados das destruídas muralhas.
No portão foram colocadas inscrições comemorativas de quatro grandes eventos históricos ligados à história da cidade:
1473: Metz foi quase apreendida pelos soldados do Duque de Lorena, disfarçados de mercadores. Eles conseguiram passar pela Porte Serpenoise até Harelle, o padeiro que trabalhava ao lado do portão e naquela noite soou o alarme quando os reconheceu. A cidade desperta derrotou o ataque.
1552: O imperador alemão Carlos V, que estava sitiando Metz, não conseguiu segurar o portão que estava bem defendido pelo duque de Guise.
1870: a 3 de Outubro, os prussianos entraram em Metz pela Porte Serpenoise, após a derrota de Napoleão III em Sedan.
1918: foi quando as tropas aliadas marcharam em Metz através dele. 
Tour Camoufle 
Muitas outras testemunhas do passado medieval de Metz podem ser vistas enquanto passeia pela Cidade Velha.
Um dos últimos exemplos é a Tour Camoufle  ou Torre Camuflada, lindamente posicionada no centro de um parque público na Avenue Foch, que foi incorporada ao Distrito Imperial Alemão no início do século XX.
Um vestígio das muralhas medievais que cercam Metz foi construído por volta de 1437 e levava o apelido de “Jacob de Castel ”, um reputado artilheiro do século XV.
Até recentemente, a torre estava escondida atrás de um cenário verde espesso, que melhor se adequava ao nome da torre.
 
Distrito Imperial Alemão de Metz
Na Avenue Foch fica o Distrito Imperial Alemão de Metz.
No final da Guerra Franco-Prussiana de 1870-71, o destino de Metz mudou drasticamente quando a cidade e seu departamento de Mosela foram anexados por Bismarck à Alemanha.
O Kaiser Wilhelm II supervisionou pessoalmente o novo projeto de urbanismo em torno da estação ferroviária, ao sul da Cidade Velha, a fim de fazer de Metz um modelo de prestígio e elegância alemães.
Este novo, mas notável exemplo arquitetônico foi encomendado a um arquiteto de Berlim, Kröger, que ergueu muitos edifícios imponentes na tradição renana ao longo dos Grand Boulevards de Metz.
O “Pierre de Jaumont ” que era tradicionalmente – e amplamente – usado até agora em todos os lugares, foi substituído por pedras usadas na Renânia: arenito rosa e cinza, granito e basalto.

Palacio du Governador de Metz

Alguns grandes edifícios neo-românicos típicos do Império Alemão apareceram sucessivamente na cidade: a caixa d'água (1908), a estação ferroviária (1908), os correios (1911), o templo protestante da guarnição alemã (1881), o Temple Neuf (1904) ou o Palais du Gouverneur (1905).
Se você passear pelo bairro, descobrirá uma mistura inconsistente – até contraditória – de arquitetura, desde art déco (Jugendstil) e mansões neo-românicas a casas de fazenda simuladas da Baviera.
Todo o distrito foi nomeado pelo município de Metz em 2007 para ser classificado na lista do Patrimônio Mundial da UNESCO por sua singularidade arquitetônica.
 
Centro Pompidou-Metz
O arquiteto japonês Shigeru Ban (Pritzker 2014) e o seu parceiro francês Jean de Gastine imaginaram-no coberto por um chapéu chinês. O Centro Pompidou-Metz é um local de exposição de arte contemporânea onde ocorrem diversas exposições, performances, conferências e recepções.
Crédito da Foto: tourisme-metz.com

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