Roteiro para visitar a Madeira

14:35

Roteiro visitar a Madeira: 3, 4, 5 e 6 dias
Hoje irá ser brindado com algumas das paisagens mais arrebatadoras do Maciço Montanhoso Central da Madeira, explorar as praias da Costa Este e percorrer a região mais árida da Madeira, com cenários de outro planeta.
A primeira sugestão para fechar o sexto dia do roteiro do Funchal e o spot perfeito é por tomar a direção do Caniço para “abraçar” o Cristo Rei da Madeira, na Ponta do Garajau
As vistas panorâmicas sobre o Oceano Atlântico são arrebatadoras e, bem no sopé do promontório tem a Praia do Garajau.
 
Cristo Rei de Garajau
Ao visitar a Ponta do Garajau vai encontrar a estátua de Cristo Rei de Garajau, criada por Georges Serraz em 1927 e vai poder admirar a magnífica vista sobre o mar.
Do lado esquerdo da estátua vai encontrar um caminho que o leva até à Ponta do Garajau. Prepare-se, porque ao começar a descer, vai sentir que está a entrar pelo mar adentro – não tenha medo e vá até à ponta para admirar um magnífico espetáculo. GPS: N 32 38.421 W 16 51.083
Santo Antonio da Serra
Seguindo a estrada que vai do Funchal em direção à Camacha, encontra-se uma pequena freguesia chamada Santo Antonio da Serra, que pertence ao município de Machico
Santo Antonio da Serra é uma freguesia particular de Portugal, pois a mesma está territorialmente dividida entre os concelhos de Santa Cruz e Machico, pois curiosamente, faz fronteira com outra freguesia que tem o mesmo nome, mas pertence ao município de Santa Cruz. A parte da freguesia de Santo Antonio da Serra que está dentro do concelho de Machico corresponde a uma área de cerca 8,65 km² e uma população de aproximadamente 1600 habitantes. 
O centro da freguesia de Santo Antonio da Serra encontra-se num planalto tranquilo com uma envolvente verdejante e rural. É este ambiente intimista que faz com que Santo Antonio da Serra seja um dos locais da ilha da Madeira com maior concentração de Quintas privadas.
Destaca-se igualmente naquela zona, o Campo de Golfe do Santo da Serra e a Quinta da Junta no centro da vila, lugar de excelência no percurso lúdico das famílias madeirenses e de muitos visitantes que anualmente visitam o concelho de Machico.
Crédito da Foto: airbnb
É em Santo Antonio da Serra que poderá provar Sidra da Madeira, sendo um dos locais com maior produção do tão afamado pêro regional.
A freguesia destaca-se pela forte componente agrícola, com uma área de produção de hortofrutícola relevante na Ilha, abastecendo grande parte da restauração local.
O fim de semana é uma boa altura para visitar esta freguesia, uma vez que os habitantes locais montam uma espécie de mercado ao longo da rua principal, onde se pode adquirir comida e outros artigos por um preço bastante acessível.

Igreja de Santo Antonio da Serra
Esta igreja, ao gosto do maneirismo tardio já de meados do séc. XIX, de uma só nave, apresenta na fachada um portal de cantaria cinzenta regional, em arco de volta perfeita, encimado por janela retangular.
A capela-mor foi construída a expensas do Erário Público, sendo o corpo da igreja erguido graças ao valioso contributo do cônsul americano João Howard March.
A nave da igreja apresenta um lambril de azulejos, de gramática neo-rococó, que narram a vida do santo do orago. Na capela-mor podemos observar um retábulo, de arquitetura falsa, neo-barroco, em azulejos azuis e brancos, com apontamentos a amarelo, tudo executado no ano 2000. GPS | 32°43'29.0"N 16°49'10.7"W

Pico Ruivo
Finalmente, siga até ao ponto mais alto da ilha, o Pico Ruivo. Para isso, vá até ao parque de estacionamento da Achada do Teixeira e, daí, siga a pé até ao Pico Ruivo.
Trilha Achada do Teixeira
A  trilha da Achada do Teixeira ao Pico Ruivo de 2,8 km – 5,6 quilômetros ida e volta – é um dos mais lindos da ilha e tem a grande vantagem de ser acessível a qualquer pessoa.
Mesmo sendo acessível a todos, a  trilha não é a mais fácil da Madeira, pois terá que subir cerca de 300 metros entre o ponto de partida que é a Achada do Teixeira e o Pico Ruivo.
O percurso demora em média uma hora e meia, mas se não está habituado a fazer trilhos na montanha, faça-o a um ritmo mais lento e não hesite em parar várias vezes. Aproveite as pausas para tirar algumas fotografias.
Se as suas energias estão longe de estarem esgotadas, temos mais duas sugestões para fechar com chave de ouro o seu roteiro para visitar a Madeira. Esse ouro que veste os entardeceres mágicos da Madeira com o Oceano Atlântico como pano de fundo. A primeira sugestão é percorrer uma levada. Visitar a Madeira e não percorrer uma levada é um pecado, então, para que não falhe esta experiência, sugerimos uma ida a Ribeiro Frio.

Parque Natural do Ribeiro Frio
A próxima paragem será no Parque Natural de Ribeiro Frio. Este é um dos melhores locais para observar a maravilhosa Floresta Laurissilva que preenche uma grande parte do interior da ilha da Madeira, onde se poderá deslumbrar com várias espécies endêmicas da fauna e flora, o que faz deste sítio um lugar ideal para amantes da natureza e perfeito para explorar com a família.
Neste parque, não perca a oportunidade de ir até ao Miradouro dos Balcões, um dos miradouros da ilha com as melhores vistas, como curiosidade, que neste parque se encontra o Posto Aquícola do Ribeiro Frio onde se criam trutas que posteriormente repovoam as linhas de água de toda a ilha da Madeira.
Ora, se para os caminhantes experientes a Levada dos Balcões é pouco desafiante – é curta, plana e não exige qualquer esforço físico – a verdade é que pode ser o tônico motivador para todos aqueles que, por medo ou preguiça, acham que não podem ou não conseguem fazer uma caminhada ao longo de uma vereda ou levada na Madeira. Porque esta, a dos Balcões, toda a gente consegue! 
Vereda dos Balcões
É um passeio tranquilo que segue ao longo da levada da Serra do Faial, onde a água corre continuamente. São menos de 30 minutos de caminho totalmente plano até chegar ao Miradouro dos Balcões. E a recompensa é uma vista incrível sobre o vale, assim as condições meteorológicas o permitam. Sim, devido à sua altitude os Balcões estão muitas vezes mergulhados nas nuvens e, aí, a vista é quase nula. 
Em dias bons, porém, avistam-se muitas aves, o vale da Ribeira da Metade, a Cordilheira Central e vários picos da Madeira, incluindo o Pico Ruivo, o Pico do Areeiro, o Pico Gato e o Pico das Torres, os mais altos da Madeira. 
Para visitar este miradouro terá que fazer um pequeno percurso pedestre de 1,5 km /3 km ida e volta seguindo a rota da levada Serra do Fail.
Como é um percurso muito fácil, há fortes possibilidades de encontrar muita gente por isso prepare-se para ter dificuldades em estacionar. O melhor é continuar durante 600 metros e estacionar ao lado do segundo caminho que leva ao miradouro. Vai encontrar restaurantes no local e lojas de souvenirs.
GPS: N 32 44.133 W 16 53.179

Miradouro dos Balcões
O esplêndido Miradouro dos Balcões situa-se em Ribeiro Frio, a 10 km do Pico do Arieiro
Miradouro dos Balcões é um paraíso para os amantes da observação de aves na Madeira (ou birdwatching) e chegar lá não custa absolutamente nada. Entre estas pequenas e simpáticas criaturas sobressaem o Bisbis, o Tentilhão, a Lavadeira, o Melro-Preto, o Papinho, a Manta e o raríssimo Pombo Trocaz.
Pico do Arieiro
Pico do Arieiro é o terceiro pico mais alto da ilha da Madeira e irá oferecer-lhe paisagens incríveis.  
Este trilho liga os dois picos de maior altitude do arquipélago da Madeira – o Pico do Areeiro (1816 m) e o Pico Ruivo (1861m) – desenrolando-se por um cenário frequentemente coberto por um mar de nuvens. Apesar de, nas alturas, só sobreviverem algum urzal e vegetação de altitude, a flora é muito rica, incluindo espécies endêmicas da Macaronésia e da Madeira, algumas exclusivas desta região. A diversidade da fauna também é elevada, ainda que só tenhamos visto perdizes e lagartixas.
Este percurso tem 7 km e duração de 3:30 min só de ida. Ao longo do percurso, há que atravessar túneis, passar por corredores esculpidos nas paredes de rocha e vencer algumas subidas e descidas íngremes. As dificuldades, porém, são largamente compensadas por paisagens fantásticas do maciço montanhoso central e pela experiência verdadeiramente inesquecível de andar acima das nuvens.
Em dias de sol e sem nuvens, vai poder admirar a vista sobre Curral das Freiras, sobre os dois picos mais altos da ilha, o Pico das Torres e Pico Ruivo e sobre a bela Ponta de São Lourenço.
A grande vantagem do Pico do Arieiro é o fácil acesso pela estrada ao contrário dos dois outros picos. No local vai encontrar um parque de estacionamento, um café e uma loja de recordações.
Antes de visitar esta maravilha, sugiro que visite este site para saber em que dias o pico está cheio de nuvens, nuvens que o impedirão de ver as lindas paisagens.
Durante a sua visita ao Pico do Arieiro, leve roupas quentes, pois as temperaturas rondam por vezes os 0 °C.GPS: N 32 44.097 W 16 55.720

Miradouro do Ninho da Manta
Quem não quiser fazer o percurso na totalidade poderá ir do parque de estacionamento do Pico do Areeiro até ao Miradouro do Ninho da Manta (15 min a pé de ida/30-45 minutos ida e volta). A escassos metros da Pousada, nos primeiros metros do percurso, vai ver o Miradouro do Ninho da Manta. Nesse local é possível é possível observar o vale da Fajã da Nogueira, a freguesia São Roque do Faial e grande parte da Cordilheira Montanhosa Central. Este também é o lugar onde pode ver os ninhos da Freira da Madeira, a ave marinha mais ameaçada da Europa. Já fica com um gostinho do trilho e desfruta, simultaneamente, de mais uma mão cheia de arrebatadoras paisagens montanhosas.
Trilha terminada está na hora de dizer “até breve” à Cordilheira Central e continuar o seu roteiro da Madeira rumando até à Costa Este da Madeira, mais concretamente até Porto da Cruz. É o que veremos neste nosso último dia na Madeira.

Porto da Cruz
O Porto da Cruz, localizado no nordeste da ilha da Madeira, é a freguesia com maior superfície do concelho de Machico, cerca de 25,13 km². O nome do Porto da Cruz provém de uma cruz que os primeiros povoadores ergueram naquele porto de abrigo, tendo sido uma das primeiras localidades da costa norte da Madeira a serem habitadas.
A nível paisagístico a freguesia é destacada pela grandiosa Penha D’Águia, a decorar a paisagem que separa as freguesias do Porto da Cruz, em Machico e do Faial, em Santana. E, encontra-se fortemente dominada por uma extensa e bela mancha florestal, onde predomina a luxuriante Floresta Laurissilva nas serras do Ribeiro Frio, classificada Patrimônio Natural da Humanidade na UNESCO.
Graças à vasta mancha de floresta existente no Concelho, a freguesia do Porto da Cruz é conhecida como a Capital do Trail na Madeira, havendo diversos percursos de treino que fazem as delícias aos praticantes da modalidade.
Famoso pelas suas praias de areia preta naturais, sendo a Praia da Maiata um dos melhores locais da ilha para a prática de surf e bodyboard. As atividades de outdoor e os desportos de aventura, de onde se destaca o surf, o parapente e o BTT são alguns dos exemplos que tornam a freguesia do Porto da Cruz, numa verdadeira referência a nível regional. 
Obviamente que terá de acrescentar mais uns dias ao seu roteiro para visitar a Madeira se apanhar umas boas ondas é a sua praia. Em Porto da Cruz o ambiente surfista é omnipresente e não faltam escolas de surf para alugar equipamento e receber umas dicas. 
Mas, Porto da Cruz não se resume a praias bonitas e desportos náuticos. O Porto da Cruz é uma freguesia rural, onde domina o setor primário e a paisagem humanizada, resultante dos pequenos campos agrícolas espalhados pelos lombos da freguesia e que embelezam o restante enquadramento natural.
Esta é uma das principais zonas de produção da cana de açúcar utilizada para produzir aguardente representa a grande produção daquela localidade, contribuindo para a produção do rum que dá origem à famosa poncha da Madeira.
Como tal, não pode deixar de fazer uma visita à Destilaria Engenhos do Norte, a única na Europa que ainda opera com um moinho a vapor. Entre os seus runs mais famosos estão o 970 e o 980. Mas, o melhor é aproveitar a visita para provar alguns e deixar-se surpreender.
De Porto da Cruz continue o seu roteiro da Madeira do ponto mais oriental da ilha, dirigindo-se até o  Ponta de São Lourenço. Há muito mais por visitar nesse cantinho de sol, com paisagens áridas e que contrariam a tendência verdejante da ilha.

Caniçal
É conhecida pelo seu porto com coloridos barcos de pescadores, caminhadas à beira-mar, o curioso Museu da Baleia e deliciosos restaurantes de peixe fresco.
O Caniçal é uma vila piscatória, onde desde longa data predomina a pesca dos tunídeos e onde se encontra enraizado todo o envolvimento faunístico associado à prática do setor, estando inclusive sedeados os principais armadores regionais que, além de abastecerem o mercado regional, exportam grande parte da atividade coletora para Portugal continental, Europa, Austrália, China, Japão e Venezuela, onde reside um grande contingente de emigrantes madeirenses.
O seu nome deriva da abundância de canas esquias (caniços) que habitavam na zona mais árida da Ilha da Madeira, sendo outrora a pesca, um dos instrumentos de referência para a principal atividade sócio-econômico da localidade. 
É na freguesia do Caniçal que está situada a Zona Franca da Madeira gerida pela Sociedade de Desenvolvimento da Madeira, que tem igualmente à sua responsabilidade o Registo Internacional de Navios – MAR e os Serviços Internacionais. A Zona Franca da Madeira é um instrumento de desenvolvimento econômico único em Portugal, com regime próprio de benefícios fiscais, que tem contribuído para que a Madeira seja na Europa, uma referência na captação de investimento e capitais, essencialmente estrangeiros.

O que visitar
Museu da Baleia
Para recordar as raízes, a população da freguesia do Caniçal reúne o legado histórico em torno dos cetáceos e da vida marinha da população da Madeira, no Museu da Baleia, que retrata a história da caça ao cachalote. 
Descubram algumas curiosidades e crônicas desta atividade que era comum na ilha, entre os anos 40 e 60 do século XX. Encontrem também várias exposições retratando a vida marinha na Madeira, incluindo espécies como as baleias, golfinhos, tartarugas, entre outras, num espaço que privilegia a interatividade com o visitante.

Igreja de São Sebastião
A igreja foi reconstruída em 1748, no largo com o mesmo nome.

Praias do Caniçal
O complexo balnear do Caniçal localiza-se na frente mar desta vila e dispõe de um restaurante, piscina e espreguiçadeiras convidativas.
A Prainha do Caniçal é uma das praias de areia natural na ilha, uma ótima opção, sobretudo na maré baixa, quando a praia fica mais longa. Fica escondida numa bonita enseada, acessível por um caminho pedestre. O mar é habitualmente calmo e límpido, presta-se a mergulhos e repouso ao sol. GPS: N 32 44.637 W 16 43.027
A Praia da Ribeira Natal é uma longa praia de calhau, com um belo bar de apoio em tons de azul-marinho e poemas inscritos nas suas paredes. 
O cais da Pedra d’ Eira tem uma pequena área de solário e o acesso ao mar é feito por escadas. Embora pequeno em tamanho, a beleza do mar neste local atrai muitos visitantes e locais.

Caminhadas
Cais do Sardinha
A caminhada até ao Cais do Sardinha é um dos percursos mais recomendados na ilha. Começa na bonita Baía d’ Abra e leva-vos ao longo de 4 km, através de uma península de paisagens virgens e basálticas. Admirem as águas cristalinas e alguns exemplares da fauna da ilha, como os caracóis, as cagarras e, por vezes, lobos-marinhos. Aqui, podem visitar ainda uma pequena casa de apoio aos vigilantes da natureza. 

Miradouro do Pico do Facho
Outra caminhada, que merece especial atenção, começa no Miradouro do Pico do Facho, com vistas panorâmicas sobre o vale de Machico. Demora cerca de 1h15 a ser percorrida e termina na praia da Ribeira Natal, no Caniçal

Levada Nova
A Levada Nova envolve o Caniçal e proporciona surpresas inesperadas com pontos de vista exclusivos, sobre a Ponta de São Lourenço e Ilhas Desertas. Sinta a brisa que refresca, a água que corre na levada e o perfume das flores selvagens. 

Miradouro da Ponta do Rosto
Um passeio até ao Miradouro da Ponta do Rosto oferece uma das melhores vistas de toda a ilha.  
Deste mesmo ponto podem contemplar os recortes naturais da costa norte e sul da ilha. Aproveitem para ver os seus contrastes e o pôr do sol – memorável. GPS: N 32 44.955 W 16 42.407
Ponta de São Lourenço
Ponta de São Lourenço é um lugar diferente do resto da ilha e do ponto de vista turístico, é sem dúvida a maior referência local e um verdadeiro ponto de atração ao nível regional. Grande parte dos visitantes que se deslocam à Madeira, visitam e percorrem a Ponta de São Lourenço, sendo a nível paisagístico um verdadeiro culto geológico e natural, com cenários ímpares que transparecem o recorte da península, as baias recônditas e as praias de areia natural derivada do basalto, contribuindo para o mistério envolvente deste local.
A ilha da Madeira é conhecida pela sua vegetação exuberante, mas ao visitar a Ponta de São Lourenço, vai encontrar uma longa península selvagem com uma vegetação rasa, uma área árida onde praticamente não irá ver árvores, existem apenas algumas palmeiras.   
Na Ponta de São Lourenço, a paisagem é lunar, marcada por escarpadas e ondulantes rochas de cores acastanhadas, alaranjadas e avermelhadas.Tal deve-se ao clima semiárido e à enorme exposição aos ventos do norte. A sensação de estar viajando para uma outra ilha qualquer é inevitável! 
No seguimento da península, poderá ainda observar dois ilhéus: o Ilhéu da Cevada, e o Ilhéu do Farol que, como o próprio nome indica é a casa do Farol da Ponta de São Lourenço
Não há melhor maneira de explorar este cantinho mágico da Madeira do que percorrendo o fantástico trilho PR8 – Vereda da Ponta de São Lourenço. O percurso pedestre tem sensivelmente 4 km (8 km ida e volta) e está classificado como sendo de dificuldade média. 
O trilho estende-se numa sucessão de subidas e descidas pelas ondulantes arribas da Ponta de São Lourenço. Aqui poderá observar um sem número de formações rochosas doutro planeta e será brindado com soberbas paisagens costeiras, com a Ilha de Porto Santo e as Ilhas Desertas a surgirem no horizonte. 
Atenção: a Ponta de São Lourenço é mesmo muito ventosa e com uma enorme exposição solar. Perante isto, deve evitar caminhar durante as horas de maior calor e levar consigo uma boa reserva de água e um bom corta-vento. Não ceda nunca à tentação de se aproximar das arribas. As rajadas de vento são muito fortes e imprevisíveis. Qualquer descuido pode acabar em tragédia.
Informação Prática da Vereda da Ponta de São Lourenço
Distância: 4 Km (8 km ida e volta)
Circular: Não
Dificuldade Técnica: Moderada
Local de Partida/Chegada: Baía d’Abra / Ponta do Furado

Dica: se não está muito inclinado para mais uma caminhada, ou como complemento à mesma, pode fazer um tour de barco pela Ponta de São Lourenço. Verifique uma oferta do GetYourGuide que, para além do passeio de barco, inclui uma sessão de snorkel. Tem uma excelente relação qualidade-preço!
Gastronomia
À hora do almoço dirijam-se ao centro do Caniçal e escolham um dos muitos restaurantes para almoçar. Existem inúmeras opções gastronômicas sobretudo de peixe e mariscos. O arroz de polvo, a espada, o atum grelhado, os caramujos ou as lapas são alguns dos pratos típicos, acompanhados por bolo do caco e a deliciosa bebida típica de limão e rum, a poncha. 
Após a refeição, aproveitem para caminhar pelas ruas pitorescas desta vila de pescadores.

Machico 
A freguesia de Machico é a capital de concelho que conta com mais de 50% da população de todo o grupo de freguesias (11,256 habitantes), representando a segunda maior área em termos de superfície (17,41 km²).
Machico é uma localidade repleta de história, pois foi em Machico, no século XV, que desembarcaram pela primeira vez os primeiros visitantes da ilha da Madeira, fazendo assim parte integrante da história da Região.

História 
Em julho de 1419 João Gonçalves Zarco e Tristão "das ilhas" desembarcaram na formosa praia de Machico e o início à gloriosa epopeia dos descobrimentos portugueses, acontecia.
Em Machico, foi celebrado por padres franciscanos a primeira missa na Madeira, no dia da visita de Santa Isabel, como forma de agradecimento da descoberta.
A origem do nome de Machico é alvo de muito debate havendo mesmo várias teorias acerca da sua classificação. Contudo, a mais popular é a versão romântica referente à lenda de Robert Machim e Ana d’Arfet, amantes e apaixonados que naufragaram em Machico.
A 8 de maio de 1440 o infante D. Henrique doa a Tristão Vaz e seus descendentes, a Capitania de Machico que, se estendia da Ponta da Oliveira, no Caniço até à Ponta de S. Lourenço e desta até à Ponta do Tristão, no Porto Moniz.
Ainda no século XV, aproveitando a abundante água e o excelente clima, por toda a capitania, desenvolve-se a produção de cana-de-açúcar, aparecendo os primeiros engenhos que transformam esta cana em pães de açúcar que são exportados para toda a Europa. Em 1494 a capitania fornecia um quinto da produção regional.
Machico cresce economicamente graças ao lucrativo comércio. Algumas famílias tornam-se socialmente poderosas, entre as quais, a família dos Capitães-Donatários. E é esta importante família que vai erigir a Igreja Matriz de Machico, em finais do século XV, tendo como orago a Nossa Senhora da Conceição. Machico torna-se, assim, a primeira sede de capitania do arquipélago da Madeira. A vila compreendia em meados do século XVI, dois polos centrais. Do lado direito da ribeira, o bairro da vila com os principais edifícios públicos, Câmara, Alfândega e Igreja e, do lado esquerdo, o núcleo populacional da Banda d'Além, onde se localizava a Misericórdia e a Capela de Cristo, atualmente Capela do Senhor dos Milagres. Ao longo de cinco séculos a localidade foi crescendo à custa da luta das gentes residentes contra a implacável natureza e insularidade local.

Centro Histórico Machico
O Centro Histórico de Machico coincide, com o sítio inicial do povoamento ocorrido após a descoberta da Ilha da Madeira em 1419. A área compreende geograficamente o setor mais a jusante do Vale de Machico.
A linha de costa que contorna a baía de Machico e dá continuidade à promenade e praça do centro de freguesia, e a conjugação das Praias São Roque, o tradicional calhau e Banda d’Além de areia amarela, são uma referência paisagística da Madeira, pela harmonia com que se interligam uma como a outra, dando corpo a um espaço perfeito para o lazer da população local e visitante. É mais concretamente na fantástica praça central com vista aberta e ampla para a baía de Machico, que se centra o palco para as animações culturais locais, especialmente nos meses de verão, convidando-os para os passeios familiares e a prática de desportos livres em outdoor, como o city-cicling e running.
O conjunto arquitetônico do Centro Histórico de Machico revela-se pela variedade tipológica. Em termos de arquitetura, encontra-se:

Forte de Nossa Senhora do Amparo
O Forte de Nossa Senhora do Amparo localizado no Largo Dr. José António d’Almeida / Rua do Mercado / Alameda dos Plátanos é um edifício isolado dentro da tipologia da Arquitetura Militar. Erigido em 1706, a expensas do Capitão Francisco Dias Franco, escrivão da Câmara de Machico, tal como se pode ler na placa comemorativa existente na entrada do forte, encimada pelas armas nacionais, tudo em cantaria regional.
Trata-se de um edifício de planta triangular, do tipo “reduto de duas fases”, com a terceira virada para a terra, onde se abre a entrada em túnel, com escadaria em cantaria que dá acesso à esplanada. 
Apresenta fachadas rematadas por merlões com cordão saliente em cantaria insular; fachada virada a terra com um portal em cantaria rija de arco de volta perfeita, encimado por frontão ondulado barroco.
A esplanada do forte é parcialmente ajardinada e calcetada com calhau rolado e decorado com bocas-de-fogo de ferro. Estas bocas de ferro são provenientes de navios que passaram pela ilha e dada a sua grande utilização, deixaram de ter uso.
Já teve várias utilizações, atualmente alberga o Gabinete Europeu da Madeira e a Sede da Assembleia Municipal de Machico.

Capela dos Milagres
A Capela dos Milagres, situada no Largo do Senhor dos Milagres / E.R. 212, é uma das primeiras capelas construídas na ilha. Foi edificada no local onde se realizou a primeira missa na Madeira, no dia seguinte ao descobrimento da ilha em 2 de julho de 1419, fazendo-se o voto de ali erguer-se uma capela de invocação a Cristo.
De acordo com a tradição popular, ela está assente sobre o túmulo dos malogrados amantes Robert Machim e Ana d’Arfet.  
A capela foi destruída pela terrível aluvião de 1803, que a danificou quase completamente levando o Cristo crucificado para o mar. A imagem, quase intacta, acabou por ser recolhida por uma galera americana. A partir daí a invocação da ermida mudou para Senhor dos Milagres. Foi totalmente demolida em 1862, por ameaçar ruína. É de novo reedificada e finalmente inaugurada em 1883. Da primitiva capela do séc. XV, conserva somente parte do portal ogival e o arco triunfal que terá provavelmente pertencido igualmente à primordial edificação. Em 1956 sofreu consertos profundos em virtude da aluvião de Novembro.

Câmara Municipal de Machico
O edifício dos Paços do Concelho de Machico é um imóvel de dois pisos, de planta quadrangular, com dois corpos colateralmente avançados, datado de 1929, localizada no Largo do Município / E.R. 212. De influência erudita e algumas características neoclássicas, é construído em alvenaria de pedra rebocada e pintada de branco, apresentando as molduras dos vãos, o embasamento, a cimalha, a consola da varanda e balaustrada pintadas de cinzento-escuro.

Igreja Matriz de Machico
A Igreja Matriz de Machico, de invocação a Nossa Senhora da Conceição, datada provavelmente dos finais do século XV que mantém as suas características arquitetônicas primitivas do Gótico Final/Manuelino, foi mandada construir pela família dos Capitães - Donatários nos finais do século XV. 
Situa-se no Largo da Nossa Senhora da Conceição / Largo do Município / Rua General António Teixeira de Aguiar. 
A igreja é construída em alvenaria de pedra e cal percorrida por embasamento em cantaria vermelha. A fachada principal apresenta cunhais no lado esquerdo e termina em empena de cornija em cantaria com cruz. A entrada para o templo faz-se por um portal de arco quebrado em cantaria com cinco colunelos e o mesmo número de arquivoltas. 
A torre sineira é do séc. XIX, erguida em 1853, porque a original, talvez de gramática tardo-gótica, foi derrubada por ameaçar ruína, possui cinco frestas e uma porta de arco quebrado a este. Apresenta, também, quatro aberturas em cantaria clara para os sinos. Termina com um terraço, com varanda de ferro e cantaria. Sobre este encontra-se um interessante coruchéu em forma de pirâmide em cantaria vermelha que encerra um relógio construído entre 1963 e 1964. Este templo sofreu sucessivas intervenções ao longo dos séculos.
Ao entrarmos dentro do edifício, chama-nos a atenção o coro-alto em madeira, suportado por duas colunas com capitéis heterogêneos; a porta guarda-vento com bandeira em leque de vidros coloridos; um altar de arco pleno com frontão curvo interrompido que tem um retábulo de talha dourada de estilo nacional, tendo no nicho a figura de São Francisco Xavier, no lado da Epístola. 
 
No largo da Igreja Matriz, em Machico, encontramos a Estátua de Tristão Vaz Teixeira, foi esculpida em bronze por Anjos Teixeira e inaugurada em 1972,  concebida em homenagem ao descobridor e 1º Capitão Donatário de Machico pelo seu importante contributo no desenvolvimento económico do Arquipélago da Madeira. 

Solar do Ribeirinho
O Solar do Ribeirinho é um magnífico exemplar de arquitetura civil erudita, tipo mansão senhorial rural madeirense, com paredes de alvenaria de pedra e cal, situado na Rua do Ribeirinho.
Foi mandado edificar pelo Capitão Matias de Mendonça e Vasconcelos, Ouvidor da Câmara de Machico e rico morgado. 
Todo o edifício é caiado de branco e possui embasamento com a típica cor avermelhada. A cobertura do solar é de quatro águas sobre beirais duplos de telha de meia-cana. O quintal é calcetado com o tradicional calhau rolado do mar. À direita existe um banco corrido de pedra. Neste edifício funcionou, no século XIX o “Clube Machiquense”, de inspiração maçnica. 
Foi adquirido pela Câmara Municipal de Machico. Após o 25 de abril de 1974 foi ocupado por famílias regressadas das ex-colônias de África. 
Horários: Aberto de Segunda a Sexta-feira das 09:00h às 17:30h
Encerrado: Sábados, Domingos e Feriados
Ingressos
Bilhete normal: Bilhete combinado, com entrada no Núcleo Museológico de Machico - Solar do Ribeirinho e Núcleo Arqueológico da Junta de Freguesia -1,50 €
Pessoas com mais de 65 anos, estudantes ou portadores do cartão-jovem:1,00 €

Capela de São Roque
A Capela de São Roque, situada no Caminho de São Roque / Largo de São Roque, foi mandada erguer pelo segundo Capitão Donatário de Machico, Tristão Vaz Teixeira, nos finais do Séc. XV, em cumprimento de uma promessa a São Roque, por este ter posto fim à epidemia da peste que grassava na Capitania de Machico.
O atual templo é de meados do séc. XVIII, dado que o anterior foi demolido por se encontrar em avançado estado de degradação. Da primitiva capela, restam os azulejos tipo tapete de “maçaroca”, do séc. XVII que se encontram repostos na parede da sacristia.
O pequeno templo é construído em alvenaria de basalto rebocada e caiada, apresentando uma cobertura de duas águas na capela e de três na sacristia, de telha de canudo. Ostenta planta de uma nave e capela-mor retangular desenvolvendo-se segundo um eixo longitudinal, estando adossada a este a sacristia. 
 A capela-mor exibe um interessante retábulo barroco, de boa execução, em talha policromada datado de 1751. Possui um teto de madeira de perfil curvo pintado com decoração vegetalista, tendo cartela a seguinte inscrição: “Eris in Peste Patronus”.” 
A preciosidade da ermida reside nos painéis de azulejaria barroca, infelizmente pouco comuns na ilha. Interessante é também o pórtico assumidamente barroco, muito raro na arquitetura madeirense.Refira-se, ainda, que após o 25 de Abril de 1974, serviu de residência aos descolonizados de África. 

Aqueduto de Machico
O Aqueduto de Machico é uma estrutura de construção utilitária, de tipologia de Arquitetura Industrial construído no século XIX, situado no Caminho do Engenho / Rua da Estacada. Construído com função de fornecer água ao antigo engenho de cana-de-açúcar de Machico.
Apresenta um aparelho rusticado de alvenaria de basalto rebocado com argamassa de cal. Possui, atualmente, apenas oito arcos abatidos, dos catorze arcos que possuía inicialmente, em cantaria vermelha do Caniçal.
Encima um canal (levada) igualmente em alvenaria de pedra e cal. Ostenta arcos de grandes vãos, com quatro metros e quarenta centímetros de largura e encontra-se adossado à muralha de proteção à Ribeira de Machico. 
Foi musealizado em 2001, com um projeto de intervenção sóbrio da autoria do Arquiteto Victor Mestre. Utilizou-se a argamassa o mais original possível e substituiu-se a guarda de blocos por uma metálica, minimalista e transparente, que não interferiu com a construção centenária. 
 
Praias
Em Machico, cada uma das praias tem uma peculiar forma de receber os visitantes e cada uma tem uma ligação muito própria com todos os que procuram o contacto direto com o mar. As tradicionais praias de calhau colocam à prova a capacidade de equilíbrio de cada um dos banhistas. As praias de areia basáltica possibilitam o descobrimento dos lugares mais emblemáticos do Concelho. A praia de areia amarela convida ao bem-estar e ao convívio partilhado das dinâmicas familiares.
Os complexos balneares proporcionam um misto de acessibilidades a todos os que procuram aliar a tranquilidade das piscinas com a sensação de mergulhar nas águas salgadas do Atlântico. É igualmente possível sentir a frescura cristalina das águas da Ponta de São Lourenço, classificada como Zona Especial de Conservação no âmbito da Rede Natura 2000, e o pulsar forte das praias do Porto da Cruz, naturalmente vocacionadas para a aventura em prancha. 
Praia da Banda D´Além
Localizada na margem direita da foz da Ribeira de Machico, a Praia da Banda d’Além é uma praia que permite um mergulho imediato a quem se encontra no centro da cidade de Machico.
Esta praia de areia amarela é uma das poucas referências do género na Ilha da Madeira e está enquadrada na emblemática baía de Machico inserida numa envolvência agradável, tornando-se por isso, num dos locais favoritos a nível regional.
Com cerca de 70 metros de comprimento, a praia detém balneários, cabines de mudança de roupa, duchas, casas de banho e estacionamento para além de ser vigiada durante a época balnear. 

Santa Cruz
A cidade de Santa Cruz mantém uma atmosfera pacífica e tranquila durante todo o ano, apesar da proximidade do tráfego aéreo do Aeroporto de Santa Catarina. Esta aldeia de pescadores mantém diversos monumentos manuelinos dos primeiros dias da colonização.
Na praça principal, cujo centro está ocupado por um belo jardim público, ergue-se a Igreja de São Salvador, de 1533. Esta igreja é ladeada por um campanário, com telhado piramidal, o seu interior mostra o teto pintado e abriga uma placa funerária de metal de João Freitas.
Do outro lado da praça está a Câmara Municipal, que possui belas janelas manuelinas.
A igreja paroquial, de 1479, é a mais antiga da Madeira e, a sua semelhança com a Catedral do Funchal sugere que, possivelmente, foi projectada pelo mesmo arquiteto.
Na Rua da Ponta Nova surge o Palácio da Justiça, construído no século XIX, com suas varandas esplêndidas e degraus de pedra. Este palácio é cercado por um parque com sombras de belas árvores em flor.
Dois quarteirões a sul há um passeio marítimo, palmeiras e dragoeiros dão um ar majestoso. Aqui pode-se encontrar cafés, o mercado da vila, uma biblioteca municipal com uma galeria de arte e um teatro ao ar livre; sem esquecer o centro aquático com piscinas.
Junto a esta localidade está situado o Aquaparque, o divertido e único parque aquático da Madeira

História
Quando o descobridor da Madeira, João Gonçalves Zarco, passou por um “vale de formoso arvoredo”, no dia 3 de julho de 1419 ou de 1420, encontrou cedros velhos tombados pelo tempo com os quais mandou fazer uma cruz, batizando o lugar de Santa Cruz.
Em 8 de Maio de 1440 é dada a Tristão “da Ilha” a Capitania de Machico.  
Em princípios do séc. XVI Santa Cruz já ombreia com a vila de Machico, de quem dependia administrativamente, possuindo mais população e comércio, chegando mesmo a ter uma alfândega para despacho do lucrativo “trato do açúcar”. 
Devido à má administração de Machico pelo Capitão-Donatário Tristão Vaz e ao crescimento de Santa Cruz, os poderosos Freitas de Santa Cruz vão pressionar o monarca a outorgar um foral para a localidade, o que de fato vai acabar por suceder a 26 de junho de 1515, com a criação da Vila e, em 15 de dezembro do mesmo ano, a obtenção do respectivo foral.  A área deste novo concelho foi desmembrada de Machico desde o Porto do Seixo até ao termo do Caniço.
Por trás desta desagregação está o influente João de Freitas que, regressado em 1511 do norte de África, onde combateu valentemente os Mouros, era escudeiro e um homem de confiança do rei D. Manuel I e por isso recebedor da Fazenda da área de Santa Cruz. É ele, efetivamente, quem vai persuadir o monarca a dar o estatuto de município à dita localidade e é, inclusivamente, nas suas próprias casas, onde é reunida a primeira vereação da vila.
Se, no primeiro ano, a nova Câmara funcionou nas casas do “patrono”, no ano seguinte, já funcionava em casa própria sobradada, com portal gótico de arco quebrado e janelas geminadas, edifício este que chegou aos nossos dias e onde ainda hoje funciona a edilidade. 
O Concelho foi essencialmente agrícola, com os seus poios artisticamente cultivados e irrigados por serpenteantes levadas, destacando-se, ainda hoje, a produção de cebola no Caniço e o cultivo e indústria do vime na Camacha.

Igreja Matriz de Santa Cruz
 A Igreja Matriz de Santa Cruz é dedicada a São Salvador e estima-se que a sua edificação remonte a 1533. Construída à semelhança da Sé Catedral do Funchal, é uma igreja de estilo manuelino/tardo-gótico com planta de três naves. 
A igreja do Salvador foi mandada erguer por D. Manuel, a pedido de João de Freitas, que se deparava com o fato da população local estar aumentando e a igreja existente já não conseguir abrigar todos os devotos.
O seu projeto é atribuído ao arquiteto Diogo Boitaca, autor de vários monumentos emblemáticos em Portugal, como a Torre de Belém, Mosteiro dos Jerónimos e as “capelas imperfeitas” do Mosteiro da Batalha. 
Em 1533 estaria totalmente pronta, quando João de Freitas teve autorização de ser sepultado na capela-mor. O seu túmulo de laje de gosto flamengo, com lâminas de bronze a orlar a tampa, pode ainda hoje ser visto na referida capela da Matriz.
Rua Irmã Wilson nº 1  - Santa Cruz
GPS | 32°41'17.9"N 16°47'33.5"W

Câmara Municipal 
O edifício dos Paços do Concelho foi adquirido por João de Freitas, em 1516, com o intuito de ali instalar a Câmara de Santa Cruz, após a elevação de vila a Concelho, que ocorreu em 1515. Estima-se que este edifício tenha sido construído nas primeiras décadas do século XVI e, posteriormente, no século XX, sofreu uma ampliação e reabilitação com o projeto da autoria do arquiteto Luís da Conceição Teixeira, que se baseou nas características comuns aos edifícios públicos do Estado Novo.
Praça Dr. João Abel de Freitas - Santa Cruz
GPS | 32°41'17.0"N 16°47'32.1"W

Casa da Cultura de Santa Cruz | Quinta do Revoredo
Imóvel mandado construir, em 1840, pelo empreendedor comerciante inglês de vinho Madeira John Blandy, para sua residência marítima de Verão, perto das terras que ele arrematou um ano antes, à Fazenda Pública provenientes do extinto Convento de Nossa Senhora da Piedade de Santa Cruz.
Nesta casa acabou por se fixar o seu neto Charles Frederick Raleigh Blandy, que tinha especial predileção por esta antiga vila. Nasceu no Funchal, em 1846, tendo seguido a carreira de engenheiro e efetuado o seu estágio em Glasgow, na Escócia. 
Em 1903 ofereceu um relógio à Câmara Municipal de Santa Cruz que foi colocado na torre da Igreja Matriz e juntamente com a madre inglesa Mary Jane Wilson ajudou a recuperar o hospital da Santa Casa da Misericórdia de Santa Cruz. 
Nos últimos dez anos da sua vida dedicou-se à pintura em aquarela de paisagem da Madeira, em finais do séc. XIX e princípios do séc. XX. Num espaço anexo à Quinta, hoje ocupado pela Biblioteca Municipal, funcionava o seu ateliê de pintura e de fotografia. No extremo poente do jardim situa-se a antiga casa dos caseiros, hoje adulterada e desanexada da propriedade.
O imóvel foi adquirido, restaurado e adaptado pela edilidade, em 1988, para servir de Casa da Cultura de Santa Cruz, sendo inaugurada no dia 6 de Dezembro de 1993. Apresenta amplas salas de exposição, cozinha, Sala de Documentação, salas de Serviços Educativos na cave e, no tardoz, foi construído um aprazível auditório ao ar livre.
Rua Bela de São José - Santa Cruz
GPS | 32°41'17.7"N 16°47'20.3"W

Mercado Municipal
Erguido no antigo mercado do peixe de São Pedro, o Mercado Municipal de Santa Cruz foi inaugurado em 1962, sendo projetado pelo arquiteto Luís Conceição Teixeira, que se baseou num estilo arquitetônico modernista, sendo o único edifício que apresenta este tipo de arquitetura no concelho. Este projeto de planta retangular, constituído por quatro entradas, possui uma cobertura composta por laje de betão com inclinação invertida, criando o formato de asas de uma borboleta, de influência do modernismo brasileiro. Na entrada principal, a norte, encontram-se dois painéis cerâmicos, criados pelo prestigiado artista António Aragão, que procuram retratar duas atividades muito típicas da região: a pesca e agricultura. Trata-se de uma composição modernista, com estilização e geometrização dos corpos e da paisagem, que enaltece a realidade, não pela cópia, mas pela livre recriação.
O interior do mercado é composto por diferentes espaços de venda de produtos agrícolas, pela praça do peixe e por pequenas lojas de artigos regionais. Nas paredes interiores encontram-se dois painéis pictóricos dos anos oitenta, da autoria da pintora Teresa Brazão, que representam cenas do mercado e episódios de atividades econômicas e culturais da ilha. Um dos painéis foi objeto de reabilitação e reinterpretação em 2017, pela mão da artista plástica Cristiana de Sousa.
Rua Da Praia - Santa Cruz
GPS | 32°41'16.2"N 16°47'26.6"W

Santa Casa da Misericórdia
A Santa Casa da Misericórdia de Santa Cruz foi erguida em 1530. No entanto, da sua construção primitiva, apenas deve restar o portal em arco quebrado de um só colunelo e de uma só arquivolta, em cantaria regional da Capela da Visitação de Santa Isabel. Do lado nascente, um teto simples de estilo mudéjar ou já provável cópia revivalista e, ainda, alguns elementos, como lintéis manuelinos reutilizados, recentemente, postos a descoberto. Este edifício sofreu, ao longo dos tempos, várias obras, possuindo, atualmente, características do século XVII e XVIII. 
A capela foi fundada por André Gonçalves, mercador e residente de Santa Cruz, em 1562. Para além da capela, este edifício albergava enfermarias, uma farmácia (a única existente fora do Funchal), quartos de desinfeção e uma casa mortuária, o que fazia do hospital da Misericórdia, um dos mais importantes hospitais situados fora do Funchal, naquela época. No final do século XIX, a britânica Mary Jane Wilson reabilitou a antiga Misericórdia, que na altura estava já em ruínas, votada ao abandono e em avançado estado de degradação.
No início do ano 2000, o edifício foi alvo de um projeto global de reabilitação e ampliação da autoria do arquiteto Victor Mestre, passando a albergar um Centro de Dia e um Lar da Terceira Idade, do lado poente, e, do lado nascente, a Casa Paroquial.
Rua Irmã Wilson - Santa Cruz
GPS | 32°41'18.1"N 16°47'34.2"W

Tribunal Municipal de Santa Cruz
O Tribunal de Santa Cruz foi inaugurado em 1932 com o objetivo de substituir a antiga Câmara Municipal de Santa Cruz que, no início do século XX, tinha sido alvo de um grave incêndio, onde se perderam, inclusivamente, muitos documentos de extrema importância. No entanto, em 1978, o edifício dos Paços do Concelho foi reabilitado e os serviços camarários voltaram ao edifício original. Atualmente, o edifício do Tribunal Municipal de Santa Cruz alberga, também, o comando da Polícia de Segurança Pública, a Junta de Freguesia de Santa Cruz e a Divisão de Águas da Câmara Municipal.
De linguagem eclética, este edifício segue um estilo neoclássico, presente pela simetria, pelos vãos ritmados e pelas guardas das varandas com balaústres. A entrada do edifício é feita através de uma aparatosa escada cenográfica, que dá acesso à entrada principal do edifício, composta por um portal estriado, rematado por um frontão triangular. As janelas maneiristas possuem molduras de argamassa em ressalto, de altos lintéis percorridos por filetes intermédios relevados e encimados por cornijas. O edifício é rodeado por deslumbrantes jardins, compostos por espécies arbóreas exóticas e caminhos revestidos pela tradicional calçada madeirense.
Rua Bela de São José - Santa Cruz
GPS | 32°41'19.5"N 16°47'25.4"W

Forte de São Fernando 
Situado acima da praia de Santa Cruz, o Forte de São Fernando construído no século XVIII, servia para observação e defesa da costa e foi restaurado por Paulo Dias de Almeida por ocasião das lutas liberais.
A denominação de São Fernando vem de uma antiga capela ali existente, que deu nome ao sítio e que em 1820 já não existia. Nessa altura havia junto á casa da guarda uma capela, dedicada a São Lázaro.

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