Aswan | Egito

06:20

Quando se pensa no Egito como destino turístico, as pessoas quase sempre lembram do Cairo ou das muitas atrações de Luxor. Apesar disso, no Egito há um monte de coisas para conhecer, uma história riquíssima e muito a oferecer. Então, para quem está planejando uma viagem para o país, nossa dica é guardar uns dias para conhecer Aswan. Uma visita a Aswan é explorar um lugar com as marcas da história, com cores e costumes únicos, além de  conhecer uma paisagem totalmente diferente.
A cidade de Aswan com 1,57 milhão de habitantes é um dos principais destinos turísticos do sul do Egito, ponto de parada, destino inicial ou final dos Cruzeiros pelo Rio Nilo, repleta de templos e atrações históricas e culturais milenares, além de ótimas opções de passeios.
Aswan lhe faz ser acolhido ainda por seus habitantes conhecidos por sua simpatia e cultura ímpar. Aswan é famosa pelas belas paisagens ao longo do Rio Nilo, pela cultura núbia (nativos locais), pela Barragem de Aswan e pelos templos de: Philae, Abu Simbel, além de Edfu e Kom Ombo nas redondezas.
De clima é agradável, a cidade é conhecida como a “pérola do Nilo”, local onde está a primeira catarata do rio em território egípcio. Para quem nunca ouviu falar, o nome da cidade se escreve: Assuã (português brasileiro), Assuão (português europeu) ou ainda Aswan (inglês).
Por isso, preparamos esta postagem com as melhores dicas da cidade, incluindo recomendações de transporte, sugestões de hotéis e os melhores passeios para fazer por lá.

História de Aswan 
Aswan foi denominada na antiguidade como: Swenett ou Taseti, e depois Siena. A história de Aswan é muito marcada pela relevância da sua posição geográfica. Isso porque, pelo fato de estar bem ao sul e ser muito marcada pelo tráfego do Rio Nilo, era considerada a “porta de entrada” para a África. Para se ter uma ideia, a riqueza histórica dessa região é tanta que remonta a três mil anos a.C.
Aswan fazia parte do território núbio. A Núbia era parte de um império que compreendia do sul do Egito (exatamente onde Aswan faz fronteira) até Khartum, no Sudão. Tratava-se de um corredor de comércio que ligava o Egito ao restante da África por onde circulavam mercadorias como pedras e metais preciosos, peles de animais, incensos e marfim. O fim da Núbia se deu apenas quando consolidou-se a República do Egito em 1953. Nessa época, o que era considerado território núbio foi dividido entre o Egito e o Sudão.
A consolidação de Aswan tal como é hoje se deu em sua maior parte a partir de 1902, quando a Barragem de Aswan foi construída e foi parte importante para o desenvolvimento da região. Isso também se acentuou em 1971, com a construção da Alta Represa, que fez com que Aswan sobressaísse na geração de energia, além do seu potencial para o ramo turístico.
 
Quando ir 
A cidade pode ser visitada em qualquer época do ano, fica no deserto e nunca chove nesta região do Egito. Porém, é melhor ir no inverno devido às altas temperaturas. O inverno vai de novembro a março, quando fica mais fresco e as máximas podem ir no máximo a 30°C.O verão vai de maio a setembro e as temperaturas podem chegar aos 45°C. Fomos em outubro, já fora do verão e mesmo assim pegamos calor.

Como chegar 
Ela se localiza na região mais ao sul do Egito e a paisagem é muito marcada pela presença do Rio Nilo, que proporciona um visual lindo para caminhadas e também para passeios incríveis, que vamos falar mais adiante.
Para quem procura saber como chegar em Aswan, é importante pensar qual será o seu roteiro para avaliar a melhor forma de acessar, já que é possível ir tanto de avião, trem, ônibus e até mesmo de barco.
De avião
Existe um aeroporto que serve Aswan e que liga a cidade tanto ao Cairo quanto a Luxor e Abu Simbel, uma das principais atrações turísticas da região. O Aeroporto Internacional de Assuã fica a 26 km do centro da cidade, próximo da represa. Este foi o roteiro estabelecido por nosso agente de viagem. Voamos do Cairo até Aswan pela Egyptair com duração em torno de 1 hora. 
De trem
Há linha de trem de passageiro que liga Cairo a Luxor e Aswan, porém, muito demorada, a viagem dura em torno de 12 horas, mas é uma opção econômica.
De carro
Há rodovias pavimentadas que atravessam o deserto e vão de Cairo a Assuã (876 km), Luxor (240 km) e Hurghada (620 km). Porém, alugar um carro é inviável porque só é permitido dirigir no Egito com carteira de habilitação egípcia. Caso você opte ir por via terrestre, é recomendado que se informe bem com autoridades e pontos de informações turísticas, porque nem sempre a circulação de turistas é permitida nas estradas egípcias. 
Cruzeiros
É possível chegar em um dos Cruzeiros Rio Nilo, que fazem o trajeto Luxor – Aswan ou Aswan – Luxor.
Onde ficar 
Muitos turistas ficam hospedados nos navios durante o período do cruzeiro e se a viagem for um pacote, pode ser que nem se hospede na cidade. Mas dependendo de seu roteiro, terá que se hospedar antes ou depois do cruzeiro, ou ainda se não for fazer a navegação.
Em geral, é bem barato para se hospedar em Aswan, assim como em todo o Egito. Os melhores lugares para se hospedar em Aswan são nas proximidades da orla ou na Ilha Elefantina, que fica em frente ao centro.
Confira algumas boas opções:
Citymax Hotel – Na orla no centro da cidade;
Philai Hotel – Na orla em frente aos cruzeiros;
Aunato Guesthouse – Opção econômica na Ilha.

Como ir de Aswan para Luxor (ou vice-versa)
A maneira mais comum de fazer este trecho que tem em torno de 220 km é através de um Cruzeiro pelo Rio Nilo. O Cruzeiro pelo Rio Nilo é um passeio indispensável no Egito. Além de toda a paisagem do trecho entre Aswan e Luxor, o cruzeiro faz paradas estratégicas para a visitação dos templos nas proximidades do rio.
A duração é de 4 noites e 3 dias e pode ser feito nos dois sentidos: Assuã a Luxor ou Luxor a Assuã. Há dezenas, até centenas de navios fazendo este trecho, nos dois sentidos.

Cruzeiro pelo Rio Nilo – Aswan-Luxor
Nosso barco na Orla do Rio Nilo
Quando soube que iríamos fazer um cruzeiro pelo Rio Nilo, confesso que fiquei bastante animada. Já havia feito um cruzeiro pelo Rio Amazonas, mas esta seria uma experiência muito diferente, afinal, este é o maior rio do mundo e com certeza o mais famoso.
Embarcamos no cruzeiro em Aswan rumo a cidade de Luxor, com quatro noites e três dias de navegação ao norte. No caminho pararíamos em alguns templos, passaríamos pela eclusa na Ponte de Luxor, e poderíamos curtir o sol escaldante do Egito no deck do cruzeiro (que foi uma ilusão, apesar do calor, a piscina não chegava a ser convidativa, a água fria assustava até os mais corajosos!). 
O quarto que ficamos era bem honesto, com vista para o Rio Nilo, banheiro na medida certa. A comida do navio que era um pouco mais complicada, aliás a comida no Egito foi complicada o tempo todo. Não pelo tempero, mas sim pela variedade e questionável padrões de limpeza. A maioria dos passageiros teve dor de barriga, alguns ficaram desidratados, nem puderam sair do quarto do barco, perderam todos os passeios! 
No Egito, há uma bactéria na água que pode causar problemas nos turistas, mas que não afeta os moradores, por isso, levei uma malinha de medicamentos, que foram bastante úteis. Quando vinha aquela cólica dilacerante, o que valia era: Imosec, Floratil, Dramin, Digesan.
Mas, na navegação, ficar ali, vendo o Egito passar com certeza foi um momento muito legal. Passamos por vilarejos, ouvimos as mesquitas chamando para a reza, os vendedores em seus pequenos barcos…Com certeza foi uma experiência única.

O que fazer em Aswan
Há muitas atrações na cidade e outras distantes, mas na lista do que fazer em Aswan, destacam-se os templos de Abu Simbel, além de Edfu e Kom Ombo, o passeio de barco pelo Rio Nilo numa felucca e a visita a Vila Nubia. Conheça os principais pontos turísticos de Aswan fora da cidade:

Templos em Aswan
Templo de Philae – Templo da Deusa Ísis
A vista do templo a partir do rio revela a ilha, com suas palmeiras, o templo com suas colunatas e pilares e parece surgir do rio como uma miragem. Esse é provavelmente o principal ponto turístico de Aswan. Não é para menos: o templo é realmente belíssimo e rico em história. 
Apesar de ser maravilhoso, de toda importância histórica do lugar e da imponência do monumento, o mais impressionante é que ele não está no local onde foi construído, originalmente. 
Explico: Philae era uma das ilhas do Rio Nilo, localizada entre a barragem antiga e barragem alta, a 7 km de Aswan. Com a construção da barragem os templos e a ilha ficaram submersos, com isso foram transferidos para a Ilha Aglika mais alta. Para não ter o risco de perder essa preciosidade, em 1970 a UNESCO elaborou um projeto que consistia em desmontar o templo, pedra por pedra e montá-lo novamente tal como era antes, em uma ilha próxima para preservá-lo das inundações.

Templo de Philae foi o último a ser construído no estilo egípcio clássico, é dedicado à Deusa Ísis, conhecida por ser a deusa da maternidade, da fertilidade e da sexualidade, o templo guarda a história da deusa em suas paredes. Sabe quem era sua devota mais famosa? Ninguém menos que CleópatraNo interior podemos ver detalhes da reutilização do templo como igreja cristã. Basta olhar para as cruzes esculpidas nos relevos. 

No Santuário de Ísis existiam duas capelas de granito, uma com uma estátua dourada e outra com um barco em que a estátua viajava. Além do Templo de Ísis, encontram-se os restos do Templo de Hathor, decorado com relevos de músicos. Este templo oferece-nos um belo cenário com uma janela para as águas do Rio Nilo.

Vale saber: Como o Templo de Philae fica numa pequena ilha, para chegar até ele é preciso pegar um barquinho ou um táxi aquático – o valor tem que ser negociado direto no local. Para terminar a visita, o fantástico Quiosque de Trajano, que talvez seja o local mais fotogênico de Philae, com o Rio Nilo por trás.

Templo de Kom Ombo e Museu do Crocodilo
O Templo de Kom Ombo fica a 45 km da cidade de Aswan e 60 km de Edfu, no topo de um morro às margens do Rio Nilo, numa das paradas dos navios de cruzeiro entre Aswan e Luxor. Construído há mais de 2 mil anos, o Templo de Kom Ombo é dedicado a duas divindades: o deus crocodilo Sobek (conhecido como deus da fertilidade e criador do mundo) e o deus falcão Haroeris, que significa Hórus, o Velho. 
O Templo de Kom Ombo teve sua construção iniciada no reinado de Ptolomeu IV (224–205 a.C.) mas só foi concluída em reinados seguintes. É considerado único porque a sua estrutura conta com tribunais, salões, santuários e quartos, por isso que este templo é tão singular, possuindo duas entradas, duas salas hipostilas e dois santuários, tornando-o um templo simétrico, cada parte dedicada a um deus. 
Na passagem exterior do templo encontram-se relevos do que poderão ser os primeiros utensílios cirúrgicos, muito bem detalhados e conservados. Destaca-se também o grande altar de granito preto localizado num dos santuários. A visita termina no Museu do Crocodilo, onde está exposta uma coleção de crocodilos mumificados. O que faz todo sentido, já que o templo é dedicado ao deus crocodilo.
Horário de Funcionamento: Abre todos os dias, das 9h às 17h.

Templo de Hórus – Edfu
Neste dia saímos do navio bem cedo e viajamos até o Templo de Edfu, no entanto, o trajeto entre o navio e o templo é feito por charretes. Como não usamos animais como meio de transporte, optamos por ir de mini-van, mas antes tivemos que parar num lugar para deixar as pessoas que haviam optado por ir de charrete. Gente, nunca vi nada igual! Eram centenas de charretes puxadas pelos pobres cuidados dos cavalos e aquele tumulto de egípcios gritando aquela língua indecifrável, enquanto alguns turistas já sentados nas charretes aguardavam o comboio sair pela avenida até o templo. Uns puxavam a carroça para cá, outros para lá, outro que parecia ser o organizador da coisa esbravejava com outro, de repente eis que surge um princípio de briga, pensei que iam usar o chicote para dar chicotadas uns nos outros. Foi a verdadeira visão do inferno! 
Enfim, depois de sair de lá com aquelas imagens horríveis na cabeça, chegamos ao Templo de Hórus!
Templo de Hórus está localizado na cidade de Edfu, a 1 km da margem ocidental do Rio Nilo
Por ter sido construído em uma elevação acima do vale do Rio Nilo, escapou das enchentes. A areia do deserto também a protegeu cobrindo-a quase por completo e, por esta razão, o Templo de Hórus em Edfu é atualmente o mais bem preservado do Egito. Foi há apenas 200 anos que começaram as escavações para desenterrá-lo.
Foi construído durante o período greco-romano por Ptolomeu III e Ptolomeu IV. Dedicado a Hórus, o Templo de Edfu é considerado o mais impressionante ao lado do Rio Nilo, entre Luxor e Aswan. O templo é muito completo, incluindo a fachada do pilone, construída pelo pai de Cleópatra no século I a.C. 
Aqui encontrará, pouco antes de entrar na sala seguinte, uma estátua de granito de Hórus em forma de falcão, que se encontra em muito bom estado. Não podemos dizer o mesmo da outra estátua localizada à direita, ela está praticamente destruída.
Assim que chega à porta de entrada, fica impressionado com a sua magnífica fachada. Nos seus grandes relevos, tão bem conservados, aparece Hórus, o deus Falcão, a quem este templo é dedicado. Ao passar pela sua porta encontramos o pátio de oferendas, rodeado por 32 colunas com capitéis florais. 
Se continuarmos no interior acedemos a várias salas, nas quais destacamos o “Laboratório”, localizado à esquerda na sala hipostila interior. Aqui eram feitos e armazenados perfumes e incensos, cuja lista de ingredientes estava escrita nas paredes. A entrada principal leva a um salão aberto de depois ao Santuário de Hórus, na parte mais importante do templo. 
Templo de Abu Simbel – Templo de Ramsés II e de sua esposa Nefertari
Tudo, mas tudo que você vê no Egito é impressionante… nada do que já vimos pelos países que passamos se compara a isso aqui. E olha que já visitamos muitos países impactantes, como Vietnã, Camboja, Índia, Nepal e outros. Estamos exaustos, pois é muita correria, são muitas coisas para ver, aquela ansiedade porque não queremos perder nada, o calor intenso, a desorganização da agência de turismo (eles enviavam mensagem confirmando a hora que, a minivan passaria para nos apanhar para a próxima atração, às três horas da madrugada!!!)… Hoje acordamos às 4h da manhã e seguimos por 3-4 horas rumo ao sul do país para visitar o Templo de Abu Simbel, quase na fronteira com o Sudão.
Muitos que já foram, disseram ser o lugar que mais gostaram… De fato, o Templo de Abu Simbel é o que leva a maioria dos turistas à Aswan. Mas, será que vale a pena 3-4 horas lá e 3-4 horas de volta para visitar Abu Simbel? A verdade é que está aí mais uma coisa que não gostamos e é o ponto negativo que damos a esta excursão. O dia ainda por amanhecer,  quando 30 ou mais ônibus partem todos juntos em comboio em direção ao Templo de Abu Simbel, o mais famoso templo de todo o Egito, depois das Pirâmides de Gizé. Procuramos sempre evitar estas multidões, no entanto, isso fez com que se formassem hordas e hordas de pessoas para visitar o Templo de Abu Simbel ao mesmo tempo. Nem foi possível olhar com detalhes ou tirar fotos direito, sem que saísse alguém na frente, sem falar que o guia deu uma explicação de 5 minutos e nos deu apenas 30 minutos para a visita, pois teriamos mais 3-4 horas de viagem de retorno...
Bem, os dois templos ficam situado ao sul de Aswan e foram esculpidos em uma imensa rocha de arenito ao longo das margens do Lago Nasser. Assim como o Philae Temple também estava ficando submerso e tudo foi transferido de lugar, após a conclusão da Represa de Aswan.
As quatro estátuas que guardam a entrada do Templo de Abu Simbel são as maiores esculturas que sobreviveram da era faraônica. As grandes estátuas de Ramsés II e da sua esposa preferida Nefertari, que adornam suas fachadas, ainda hoje são inspiradoras.
Abu Simbel foi redescoberto em 1813 pelo explorador suíço John Lewis Burckhardt, parcialmente encobertos pela areia. Hoje o templo se encontra 61 metros de altura da posição anterior, à 200 metros da margem do Lago Nasser.
Destacamos na parede norte a representação da famosa Batalha de Cades, na atual Síria. Ramsés II é mostrado encorajando seu exército a vencer a batalha contra os hititas.
Continuamos até chegar ao santuário sagrado onde podemos observar Ramsés II junto com os deuses R-Horajty, Amon e Ptah. Graças ao alinhamento do templo, dois dias por ano, atualmente em 22 de fevereiro e 22 de outubro, é possível presenciar um fenômeno solar em que os raios solares passam pelo Salão Principal até chegar ao santuário e todas as figuras são iluminadas, exceto aquela de Ptah (Deus do Submundo e das Trevas), para que ele permaneça sempre nas trevas. Deve ser incrível testemunhar esse fenômeno! Não é por acaso que isso acontece, Ramsés II tinha tudo bem pensado. O primeiro raio de sol que entra e atravessa os 60 metros, ilumina Ramsés II, para continuar à direita iluminou o Deus Amon e o Deus Rá. A data também não foi deixada ao acaso, já que 21 de fevereiro seria o aniversário de Ramsés II e 21 de outubro seria quando ele foi coroado faraó.
Lago Nasser
O Lago Nasser foi originado da construção da grande represa de Assuã e foi batizado em homenagem ao presidente Gamal Abdel Nasser, que governava o Egito na época da construção.
Em 1976, o lago que terminou de ser preenchido, inicia-se 16 km ao sul do centro da cidade de Aswan, e estende-se por 479 km até além da fronteira sul do Egito e no norte do Sudão.
Com a ajuda de organizações internacionais, muitos monumentos ameaçados pela subida das águas foram transferidos para terras mais altas ao longo das margens do lago, onde os turistas podem facilmente visitá-lo de barco. O lago é o único lugar no Egito onde ainda é possível ver o crocodilo do Nilo.

Povo Núbio
A história do povo núbio é impressionante, pois é comum encontrar relatos que dizem que a Núbia é uma das civilizações mais antigas da África, com origens até mesmo pré-históricas.  
Muito do que se vê hoje em Aswan diz respeito à relação entre Egito e Núbia no passado. Há milhares de anos, a relação entre eles era muito marcada pelo fato de que o Egito ora concedia autonomia ao império e ora incorporava-o ao seu território. Um exemplo dessa relação tão ambígua é que houve inclusive faraós núbios. As imagens do povo núbio são bem comuns e bem conhecidas por nós dos livros escolares. Lembra das imagens de escravos guardando divindades egípcias? Essas gravuras do Egito antigo revelam não apenas a história de escravidão dos núbios, mas também a cultura local e suas riquezas.
Situada na região que fica ao longo do Rio Nilo entre o Egito e o Sudão. A tradição também é marca dos núbios que tinham uma cultura própria, assim como a escrita e o idioma local que ainda é preservado e repassado de geração em geração. E hoje, embora o território que antes pertencia à Núbia seja parte do Egito, a cultura, as construções e até mesmo as pessoas de locais como Aswan são bem diferentes do povo egípcio. 

Vila Núbia 
Este passeio imperdível começa no cais de Aswan, repleto de barcos coloridos, e vai até a Vila Nubia, num trajeto de aproximadamente 6 km (12 km ida e volta), passeio de 3 h aproximadamente.
O trajeto contorna a Ilha Elefantina, passa pelo Jardim Botânico, uma área de correnteza do Rio Nilo. O passeio de barco até a vila núbia é uma das melhores partes da excursão. Vimos algumas paisagens incríveis! O Rio Nilo com o deserto ao fundo, com uma duna espetacular e palmeiras desenhando sua silhueta na paisagem.
Chegando próximo a vila o barco atraca para banho no Rio Nilo, depois há um trecho até a vila que é percorrido de camelo, que também dispensamos e fomos de barco até o cais da vila. 
A Vila Núbia é um dos pontos turísticos de Aswan, situada na margem oposta do Rio Nilo. A vila colorida revela a cultura do povo núbio local com sua arquitetura, tradição, comida, vestimenta e estilo de vida. 
Ao chegar à vila, você ficará encantado, pois ela está repleta de formas geométricas e casas com cores brilhantes e o teto em forma de cúpula. Os muitos triângulos representam as três fontes de vida mais importantes para os núbios – a terra, representada por um verde neon, o sol, representado por um amarelo deslumbrante, o céu e o Nilo são representados por vários tons de azul.
Outra característica única da vila são os crocodilos. Historicamente, os grandes répteis foram tomados como animais de estimação para manter os intrusos longe… hoje eles permanecem como animais domésticos, mas principalmente para entreter os turistas, pois é possível segurar um um filhote de crocodilo. Na casa em que estávamos eles tinham um grande crocodilo enjaulado e outro pequeno. Isso é algo que não gostamos na visita, muito triste... Eles nos ofereceram chá e comida preparada por eles. Eu tomei o chá, já que a água tem que ser fervida, mas a comida...não aconselho...se não quiser ter a possibilidade de pegar gastroenterite...

Dica: o Nubian Village é também um excelente local para comprar artesanato autêntico e fazer tatuagem de henna.
Museu Nubio
O Museu da Núbia foi inaugurado em 1997 em Aswan, Egito, e tem como objetivo preservar a história da cultura e civilização nubia.
Além da parte interna do museu que tem 7 mil m² e cerca de 3 mil peças, repleto de objetos preservados, o museu conta com um enorme jardim externo que também guarda 90 monumentos.
Abre todos os dias, das 9h às 17h.

Represa de Aswan
A Represa de Aswan está localizada no Rio Nilo, fica a 18 km do centro da cidade de Assuã e a sua construção teve três objetivos: A produção de energia hidrelétrica, o controle das cheias do Rio Nilo, e possibilitar a produção agrícola às margens do rio, aumentando as áreas cultiváveis através do controle do fluxo das águas.
A construção na represa alta se iniciou em 1960 e foi concluída em 1971. É um impressionante feito de engenharia, com mais de 90 metros de altura e 12.500 pés de diâmetro.
A construção teve também alguns impactos negativos: mais de 100 mil núbios, cuja civilização ficava às margens do Rio Nilo, tivera que se deslocar; 22 monumentos que tiveram que ser movidos para outras áreas, entre eles o Templo de Abu Simbel e o Templo de Philae.
Ponte de Luxor
Rio Nilo e suas peculiaridades
Navegar pelo Rio Nilo é uma experiência única, não só pela história do local, mas pelo que vimos ao longo do caminho. Uma das coisas que mais me chamou a atenção foi como os vendedores locais arranjaram um jeito de vender seus produtos para o pessoal do cruzeiro. Aliás, se tem algo que os egípcios são muito bons, é na arte de vender coisas.
Conforme o barco ia chegando perto da eclusa e diminuindo a velocidade, os vendedores chegavam como abelhas,  jogando os seus produtos (na maioria toalhas de mesa ou cangas) para dentro do cruzeiro dentro de sacolas plásticas. Os turistas abriam e negociavam lá de cima mesmo. Os que gostavam, desciam para os andares mais baixos do navio para pagar, os que não tinham interesse simplesmente jogavam o produto de volta.
Se só isso não for interessante o suficiente, eles pegavam suas jangadas e saiam remando atrás do cruzeiro, um deles chegou a se amarrar no cruzeiro com uma corda. Ele foi levado tranquilamente uns cinco quilômetros pelo cruzeiro rio adentro. O quê as pessoas não fazem para ter o seu ganha pão, no dia-a-dia por este mundo afora!
Para quem tiver mais tempo na cidade pode conhecer os principais pontos turísticos de Aswan dentro da cidade:
Orla do Rio Nilo – Assuã
Boa parte da orla do Rio Nilo que acompanha a cidade é composta por um grande calçadão em dois níveis. O cais é o ponto de parada de dezenas de navios de cruzeiro todos os dias com bastante movimento de turistas. Logo ao lado ficam centenas de felucas e barcos núbios para passeios ou travessias até a Ilha Elefantina.

Parque Durrat El Nil
O Parque Durrat El Nil é uma enorme e moderna praça situada bem próxima da orla do Rio Nilo, em frente ao prédio do governo de Aswan. É parte de um projeto cultural e estético de alto nível que visa melhorar a estética da cidade de Aswan, Egito.

Obelisco Inacabado de Assuã
O Obelisco Inacabado está situado na pedreira de granito do lado norte da cidade. Se tivesse sido concluído, seria o maior obelisco do antigo Egito, com 42 metros de altura e aproximadamente 1200 toneladas.
Este enorme Obelisco nunca foi finalizado porque durante a sua construção apareceu uma grande fenda em sua estrutura, e com isso foi descartado. Três lados do obelisco já estavam prontos e o que seria o quarto lado ainda estava ligado à rocha.
A construção do Obelisco Inacabado se deu a pedido da rainha faraó Hatshepsut (1508-1458 a.C.) durante a XVIII dinastia. Arqueólogos acreditam que este obelisco seria destinado ao Templo de Karnak, em Luxor.

Catedral Ortodoxa de Assuã
A Catedral Ortodoxa Arcanjo Miguel é uma bela e imponente igreja de Aswan. Um edifício moderno e de bela arquitetura externa. Seu interior possui decoração de madeira entalhada no altar e nos bancos e pinturas no teto.

Grande Mesquita El-Tabia
A Mesquita El-Tabia possui arquitetura típica de mesquitas de cúpula central com entrada em arco, ladeada por dois minaretes, e sala de orações sob uma cúpula central.
Localizada no meio de um parque numa área elevada, é cercada por belos jardins. É uma mesquita relativamente nova, concluída no ano de 1974.

Jardim Botânico de Aswan
O Jardim Botânico de Aswan é especial por se localizar em uma ilha no meio do Rio Nilo. A ilha que tem um formato de navio tem em torno de 150 m de largura por 700 m de comprimento.
A ilha recebeu o nome de Kitchener em homenagem ao Marechal Herbert Kitchener que morava lá enquanto trabalhava como cônsul geral do Egito.
Toda a ilha é ocupada pelo Jardim Botânico de Aswan, que tem espécies de todos os continentes do mundo. A melhor forma de chegar até a ilha é de Feluca, uma tradicional embarcação egípcia semelhante às jangadas brasileiras.

Monumento da Amizade Soviética-Egípcia
Este grande monumento situa-se acima da Barragem de Aswan e simboliza a amizade entre Egito e Rússia na construção conjunta da barragem. Há um elevador que leva à plataforma no topo, de onde se tem belas vistas da barragem.
Desenhado pelo arquiteto russo Yuri Umelitar Shenko, o símbolo da amizade egípcio-russa foi concluído em 1967. Tem 72 metros, de altura e figura uma flor de lótus aberta, que simboliza sua subida acima da superfície da água, abrindo as suas cinco folhas ao nascer do sol.

Mausoléu de Aga Khan
O Mausoléu de Akah Kan em Aswan está localizado no topo de uma colina na margem oeste do Rio Nilo. O edifício que é visto de longe é o túmulo do sultão Mahommed Shah, Aga Khan III, que morreu em 1957.
Devido a sua localização o mausoléu tem vista para a residência de Verão do Aga Khan, o Villa Blanca e o Mosteiro de San Simon. Em 1997 o mausoléu foi fechado para visitação ao público, mas pode ser visto através do passeio de barco pelo Rio Nilo.

Passeio de Felucca pelo Nilo
As feluccas são aqueles tradicionais barcos de madeira e à vela que circulam pelo Rio Nilo. É um passeio super gostoso, de onde você consegue relaxar e ainda aproveitar o visual incrível da cidade. Além de fugir da movimentação da cidade, é possível até tirar os sapatos para encostar um pouquinho nas águas do rio. 

No mapa abaixo é possível ver a localização de cada um dos pontos turísticos de Aswan listados nesta postagem. Utilize o mapa de para traçar um roteiro com a sequência de passeios.

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