Rota dos Castelos do Val de Loire | França

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Um passeio pelos castelos do Loire é uma imersão na história francesa. Vários dos seus castelos são marcados pela historia conhecidas mundialmente como: Guerra 100 anos, passagem de Joana D’Arc, moradia e morte de Leonardo da Vinci, conjuração de 1560 com as guerras das religiões, obras de artes do louvre escondidas no período da Segunda Guerra Mundial e muitos outros…

Uma região que vê as coisas em grande: paisagens extraordinárias e riqueza de espaços naturais. Um patrimônio arquitetônico, artístico, cultural de exceção, uma produção vitivinícola com dezenas de denominações de origem controlada e mais de 900 quilômetros de itinerários para amantes de cicloturismo são apenas uma parte do muito que oferece a região francesa de Vale de LoireDe fato, 280 km do Vale do Loire (entre Sully-sur-Loire Chalonnes) estão listados como Patrimônio Mundial da Unesco como uma paisagem cultural vivaParta à descoberta do Vale do Loire, que está pronto para lhe oferecer todas as suas riquezas e joias. 

Como pano de fundo, o maior rio de França, o Rio Loire, que serve vinte castelos a visitar e tantas histórias a redescobrir, jardins a cheirar, florestas a explorar, vinhos a degustar...  Rio Loire serpenteia por paisagens encantadoras até chegar ao Atlântico, após uma viagem de mais de 1.000 quilômetros. Alguns dos castelos mais elegantes da Europa estão em ambos os lados dessa hidrovia. 

A pouco mais de duas horas de distância a partir de Paris, de Nantes ou de duas das maiores cidades de Portugal, a pouco mais de duas horas de distância de avião. Depois,  pode seguir para o Vale do Líger, o nome oficial como os portugueses lhe chamam, de comboio, de carro, de autocarro ou até mesmo de bicicleta. Aliás, há cada vez mais portugueses a fazer férias ou a passar fins de semana prolongados longe das zonas de turismo massificado, principalmente nesta região conhecida pelos seus famosos e deslumbrantes castelos, surpreende pela paisagem e pelo patrimônio. Em família ou com amigos, são muitas as localidades pitorescas a visitar e as atividades recreativas de que pode usufruir neste charmoso vale, sendo os seus castelos uma das principais atrações. 

Castelos talvez não seja a palavra mais apropriada. A palavra francesa “château” pode ser traduzida tanto por castelo, quanto por palácio. E não só isso: são monumentos, também. Ou mais: elementos indissociáveis da paisagem. De fato, os 300 châteaux espalhados pelo vale do Rio Loire, construídos entre os séculos X e XVI pela nobreza e pela realeza da França, são castelos e palácios ao mesmo tempo. Então, os castelos renascentistas e palaciais que vemos hoje são bem diferentes das fortificações originais do século XIX, mas foi durante a Guerra dos Cem Anos contra a Inglaterra, no século XV, quando Paris foi tomada, que a região ganhou status de realeza. Mesmo depois do fim da guerra o então rei François decidiu manter a corte no Vale do Loire

Os Castelos de Amboise, Chambord e Blois eram os castelos reais oficiais e os demais pertenciam a outros membros da realeza. Há quem visite o Vale do Loire em tours de um dia saindo de Paris. O encanto da região, contudo, só é revelado por inteiro a quem se dispuser a passar duas ou três noites por ali. Visitáveis são 79, mas a ter de escolher são 10 imprescindíveis. Não se preocupe em visitar o maior número possível de castelos: não é assim que se aproveita a viagem. Vá a no máximo dois châteaux por dia; entre um e outro, entregue-se às estradas vicinais, seguindo placas que levam a castelos menores e desimportantes, situados em cantinhos incríveis. Você vai se lembrar dessas descobertas como os pontos altos dos seus dias por lá. 
Neste artigo, dos cinco châteaux mais visitados — selecionamos quatro das regiões do Vale do Loire Central e Loire-Atlantique que, representam a grandeza de um dos destinos turísticos mais visitados da França —  para saber mais sobre cada um deles, basta clicar sobre o nome que, vai abrir uma nova tela e planeje suas incursões a partir deles: 

Chenonceau
Nenhum é mais romântico do que ele. Chenonceau é a personificação do château de ilustração de livro de fábulas, pois paira sobre pilares atravessando o Rio Cher.
É conhecido como o “Château des Dames”, por causa das sete senhoras poderosas que mandaram na propriedade — a mais célebre delas, Catarina de Médicis, que ocupou Chenonceau depois de enviuvar de Henrique II e promoveu ali algumas das festas mais espetaculares já vistas no vale dos castelos.
Durante a visita é impossível não se impressionar com os deslumbrantes arranjos de flores que a administração atual faz questão de espalhar pelo château.

Como chegar 
O château de Chenonceau fica a 240 km de Paris, 33 km de Tours, 28 km de Amboise, 27 km de Blois, 55 km de Villandry e 59 km do Château Chambord.
De trem chega-se de Paris em 2h25, com baldeação em St.-Pierre-des-Corps. De Tours a viagem ferroviária leva 24 minutos. A estação se chama Chenonceaux Chisseau.

Como visitar
O Château de Chenonceau abre o ano inteiro, das 9h30 às 17h nos meses mais frios, estendendo a abertura das 9h às 20h no auge do verão (veja detalhes mês a mês aqui).
A entrada custa € 13 para adultos, € 10 para menores de 18 anos, gratis para menores de 7 anos. Site oficial: aqui.  

Chambord
Chambord é o maior dos châteaux do Val de Loire — e o que melhor sintetiza castelo e palácio num único prédio, por ter incorporado elementos arquitetônicos do Renascimento. Foi construído para dar apoio às expedições de caça de François I, que já tinha dois châteaux nas redondezas — os de Blois e de Amboise.

A visita ao interior vale pelas escadas em dupla hélice (duas escadarias em espiral que se abraçam, mas não se comunicam em nenhum andar) que levam ao terraço, onde as torres ganham uma dimensão surpreendente. Diz a lenda que Leonardo da Vinci teria projetado o château, ou pelo menos a escadaria, mas não há certeza.

Como chegar

O Château Chambord está a 180 km de Paris, 18 km de Blois, 52 km de Amboise, 59 km do Château Chenonceau, 80 km de Tours e 104 km de Villandry.
De maio a setembro pode-se ir de trem de Paris a Blois (1h30) e ali pegar o ônibus (“navette”) a Chambord (40 minutos); veja os horários aqui.

Como visitar
O Château Chambord abre o ano inteiro, com exceção dos dias 1º de janeiro, da primeira 5ª feira de fevereiro, e de 25 de dezembro. De abril a setembro recebe visitantes das 9h às 18h; nos outros meses, das 9h às 17h.
A entrada custa € 13 para adultos na alta temporada e € 11 na baixa, é grátis para menores de 18 anos acompanhados por familiares. Site oficial: aqui.

Amboise 
O Château de Amboise está verdadeiramente à beira do Loire. E desponta no alto da cidadela formada em seu entorno. Foi palco de intrigas e disputas, passou por períodos de negligência e demolição. Apenas um quinto do castelo original chegou ao nosso tempo.
Seu jardim suspenso é tido como o primeiro terreno a ser ajardinado em toda a França.
Outra curiosidade: uma de suas capelas abriga a tumba de Leonardo da Vinci, que viveu e trabalhou alguns anos na região.

Como chegar
O Château de Amboise fica a 220 km de Paris, 13 km do Château de Chenonceau, 26 km de Tours, 36 km de Blois, 44 km de Villandry e 53 km do Château Chambord.
De trem dá 1h40 desde Paris, 17 min. desde Tours e 40 min. desde Blois.

Como visitar
O Château de Amboise abre o ano inteiro, com exceção dos dias 1º de janeiro e 25 de dezembro, a partir das 9h. Em janeiro, fevereiro, na segunda quinzena de novembro e em dezembro a visitação é interrompida entre 12h e 13h30 ou 14h; no resto do ano o horário é contínuo (veja detalhes mês a mês aqui).
A entrada custa € 11,50 para adultos e € 7,70 para menores de 18 anos; é grátis para menores de 7 anos. Site oficial: aqui

Blois
Crédito da Foto: Wikipédia

Residência de sete reis e dez rainhas da França, o Château de Blois não promete muito, por isso, optamos por não visitá-lo. É o único dos grandes châteaux do Vale de Loire que está escondido dentro de uma cidade de certo porte. Mas seus interiores são notáveis — tanto o magnífico patio quanto os aposentos preservados em todo o seu luxo. Seis salões da ala Luís XII abrigam o Museu de Belas Artes, com obras de artistas do porte de um Ingres. Você também pode dar a sorte de encontrar alguma encenação de um duelo medieval sendo apresentada no pátio.

Como chegar

O Château de Blois fica a 185 km de Paris, 18 km do Château Chambord, 27 km do Château de Chambord, 36 km de Amboise, 65 km de Tours e 83 km de Villandry.
De trem dá 1h30 desde Paris e 35 minutos desde Tours. A estação se chama Blois.

Como visitar
O Château de Blois está aberto o ano inteiro, com exceção dos dias 1º de janeiro e 25 de dezembro, a partir das 9h entre abril e outubro e a partir das 10h entre novembro e março. Entre novembro e março há interrupção da visita entre 12h e 13h30, mas nos outros meses o horário é contínuo (veja detalhes mês a mês aqui).
O ingresso custa € 10,50 para adultos, € 5 até 17 anos e é grátis até 5 anos. Site oficial: aqui

VillandryDeixe este castelo para a sobremesa — ou para o dia em que a previsão do tempo disser que será mais ensolarado.
O château em si não é dos mais históricos. A sua principal atração não existia até o início do século XIX, quando um novo dono começou a trabalhar na criação de um magnífico jardim renascentista que já valeria a viagem mesmo se a região não tivesse os outros castelos.

Como chegar
Villandry está a 255 km de Paris, 18 km de Tours, 44 km de Amboise, 55 km do Château de Chenonceau, 83 de Blois e 104 km do Château Chambord. Se não estiver de carro, vá de trem até Tours; de lá, um táxi leva 20 minutos. Em julho e agosto há um ônibus (“navette fil vert”) que leva da estação de trem de Tours ao château.

Como visitar 
Os jardins estão abertos o ano inteiro a partir das 9h; já o castelo fecha entre meados de novembro e meados de fevereiro, abrindo durante a época de Natal e Ano Novo (veja detalhes mês a mês de horários do jardim e de dias de fechamento do castelo aqui).
A visita aos jardins custa € 7 para adultos, € 5,00 para menores de 18 anos e grátis para menores de 8 anos; o ingresso combinado jardins + château sai € 11 para adultos, € 7 para menores de 18 anos e grátis para menores de 8 anos. Site oficial: aqui.

Dicas: Para não ter surpresas, saímos de casa com todos os ingressos comprados pela internet no site oficial dos castelos, já que não tínhamos dias extras, não queríamos correr o risco. Outro detalhe é que, optamos por visitar o Chateau de Villandry e não o de Bois, mesmo por que para visitar os castelos, nós montamos base na cidade de Tours, que fica a pouca distância. Por isso, a minha dica é que sem carro, monte base em Tours, que tem melhores opções de transporte público e tours. De carro, ache um hotel que seja a sua cara e aproveite – é tudo pertinho, não vale a pena trocar de base.

Abaixo conto um pouco sobre Tours e os principais pontos turísticos que visitamos em nossa estadia na cidade:Tours é a maior cidade da região do Centre-Val du Loire e capital do departamento de Indre-et-Loire, sendo a base favorita dos turistas para explorar o Vale do Loire. Essa escolha decorre do fato de que, por ser uma cidade grande, oferece muitas opções de hospedagem, restaurantes e lojas, além de contar com uma estação de trem servida inclusive por TGV (trem de alta velocidade).
O único problema é que, justamente em razão da cidade ser tão procurada pelos visitantes, os hotéis mais bem localizados lotam muito rápido, então não deixe sua reserva para a última hora se quiser se hospedar por lá!
O melhor programa para conhecer Tours é caminhar pelo seu centro histórico, ou Vieux Tours, como é chamado em francês.
Em dias de semana, é bem fácil conseguir vagas para estacionar na rua mediante o pagamento de parquímetro, mas a permanência com preço amigável é só até 2h. Nos sábados, essa região da cidade fica completamente lotada, então pode ser necessário procurar um estacionamento subterrâneo.
No coração do centro histórico, você vai encontrar a Place Plumereau, uma praça rodeada de casas em estilo enxaimel bem típico, cada uma abrigando um restaurante ou bar que atende seus clientes nas inúmeras mesinhas espalhadas na rua. É um lugar muito animado, especialmente ao anoitecer!Para mais bares, restaurante e cafés, dê uma olhada na Rue de la Rôtisserie, na Rue du Grand Marché e na Place du Grand Marché, onde você com certeza não terá dificuldades para matar a sua fome. Na Place du Grand Marché, apelidada Place du Monstre, não estranhe a grande escultura de arte moderna localizada bem no meio, de autoria de Xavier Veilhan, efetivamente representando um monstro.
Passeando por essa região, você logo vai avistar a Basílica de Saint Martin, construída entre 1886 e 1902 pelo arquiteto Victor Laloux. 
A imponente construção em estilo romano-bizantino abriga belo murais e vitrais, além da tumba de Saint Martin, nascido em Tours, localizada na cripta da igreja. Antes da Basílica, havia no local uma igreja colegial, um dos santuários mais importantes da cristandade construída na época medieval.Ainda é possível admirar, dessa época, a Torre Charlemagne, com um mirante no topo e a Torre de l’Horloge, classificados como monumentos históricos desde 1840.Apenas alguns passos dali, fica mais um local que definitivamente merece uma visita: Les Halles de Tours, um mercado coberto maravilhoso, com estandes vendendo todo o tipo de produto local, desde frios, salames e queijos, até pães, patês, terrines, vinhos e doces. Mesmo que você não queira comer nem comprar nada, vale a pena dar uma caminhada lá por dentro para olhar os balcões perfeitamente arrumados e apetitosos.

Dica: você pode comprar uma fatia de terrine, um pedaço de queijo, uma baguete e uma garrafa de vinho e fazer um belo piquenique!


Saindo dali, pegue a Rue des Halles, cheia de lojinhas e siga até a Rue Nationale, onde passa o tram. Lá você vai encontrar as grandes redes francesas e europeias, como Galleries Lafayette (loja de departamentos), C&A, FNAC, Celio (moda masculina), Calzedonia (lingerie), Pimkie (moda jovem barata), Hema (variedades, papelaria, utensílios de cozinha, presentinhos, utilidades, tudo baratinho), Monoprix (roupas, acessórios, maquiagem e supermercado).Partindo da Rue Nationale, a Rue Colbert é conhecida por abrigar as casas mais antigas de Tours. Além de algumas pequenas lojinhas, restaurantes e a Passage du Cœur-Navré, uma ruela estreita e fechada pela qual passavam os prisioneiros antes de chegar à praça Foire le Roi, onde ocorriam as execuções e torturas. Essa é só para quem é fascinado pela história, porque o cheiro ali dentro não é nada agradável…
Por ali, temos a Catedral Saint-Gatien que homenageia o Saint Gatien (São Gatiano), que foi o primeiro bispo da cidade e  cuja construção, que permeia entre os estilos românico, gótico e renascentista, levou quatro séculos para ser concluída. Abriga em seu interior elementos do século XVI e também o túmulo dos filhos de Carlos VIII e Ana da Bretanha. A catedral faz parte da lista de patrimônio arquitetônico da França por conta dos belíssimos vitrais, mas que infelizmente estava fechada, então só foi possível fotografar por fora.
Na ponta da Rue Nationale, você chegará à Ponte Wilson ou “Pont de Pierre” – ponte de pedra construída em 1765 e inscrita na lista de monumentos históricos nacionais em 1926. A ponte cruza o famoso Rio Loire e é um dos pontos de encontro favoritos dos moradores nos meses de verão, recebendo festivais de música, cinema ao ar livre e atividades esportivas em torno do rio.
Esse é um passeio para quem tem apenas algumas horas, mas é claro que, como toda cidade grande, Tours tem muito mais a oferecer. Exemplo disso, são o Musée des Beaux-Arts, o Château de Tours, o Centre de Création Contemporaine Olivier Debré (museu de arte contemporânea) e o Museu de História Natural. Então, se puder ficar mais tempo por lá, não deixe de pesquisar sobre essas e outras atrações!

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