Castelo de Chenonceau

Nenhum é mais romântico do que
o Castelo de Chenonceau. A personificação do château de ilustração de
livro de fábulas que paira sobre pilares atravessando o Rio Cher.
Além da arquitetura maravilhosa que parece ter saído de um filme, os cômodos são milimetricamente decorados, até a cozinha que conta com todos os tipos de panelas, caldeirões, e instrumentos da época em que o castelo era habitado. Durante a visita é impossível não se impressionar com os deslumbrantes arranjos de flores que a administração atual faz questão de espalhar pelo château. Os jardins na lateral também são um ponto forte da visita com seus arbustos bem redondinhos e canteiros de lavanda.
A construção do edifício atual do Château de Chenonceau iniciou-se em 1515, aos cuidados de Thomas Bohier, Controlador Geral das Finanças do rei François I e de sua esposa, Katherine Briçonnet, vista como a verdadeira mestre de obras do castelo original.
Katherine
Briçonnet foi a primeira mulher a ter grande influência no
embelezamento e na história do Château de Chenonceau.
Em 1547, quando passou a ser propriedade do
rei Henrique II, deu o castelo de presente à sua amante
favorita, Diane de Poitiers, que se mudou para lá e fez algumas
obras para deixá-lo ao seu gosto. Mandou construir um belíssimo jardim, entre
os mais espetaculares da época e a famosa ponte sobre o Rio Cher — inspirada diretamente na Ponte
Vecchio, uma das muitas atrações turísticas de Florença,
em Itália — dando ao Château de
Chenonceau a forma que o deixou conhecido no mundo todo.
Ocorre que a esposa de Henrique II, Catherine
de Médici, nunca gostou muito dessa história de Diane de Poitiers ser
a amante favorita, então, a mais célebre das mulheres, após a morte
do rei, tirou Diane de Poitiers do castelo, obrigando-a a
se mudar para o Château de Chaumont-sur-Loire. Então, Catherine de Médici
ocupou Château de Chenonceau e passou ela mesma a administrar a propriedade. Como
regente da França tinha muito dinheiro à sua disposição, de
forma que tornou os jardins ainda mais maravilhosos e mandou construir uma
galeria de dois andares sobre a ponte do Rio Cher, onde eram
realizados grandes bailes para a realeza e a nobreza. As festas mais
espetaculares já vistas no vale dos castelos.
Com a morte de Catherine de Médici, o
palácio passou para a sua nora, Louise de Lorraine, esposa de Henrique
III, que ao se tornar viúva em 1589, exilou-se no castelo para viver em
luto pelo resto de seus dias. Nesse período, o Château de
Chenonceau deixou de acolher as grandiosas festas que habitualmente
ocorriam em seus salões,despedindo-se de vez dos membros da realeza. Louise
de Lorraine foi a última representante real a habitar o castelo.
Após passar pelas mãos de diversos nobres, que o
dilapidaram e abandonaram, o Château de Chenonceu foi vendido,
no século XVIII, a um proprietário rural chamado Claude Dauphine,
cuja esposa, Louise Dupin de Francueil,
trouxe o castelo de volta à vida. Organizou diversos saraus, que eram
frequentados pelos grandes nomes do Iluminismo francês, como Montesquieu, Voltaire e Rousseau.
Em 1864, a nova proprietária, Marguerite
Pelouze, originária da burguesia industrial, gastou uma verdadeira fortuna
para restaurar o castelo à imagem do que era na época de Diane de
Poitiers. Nós, visitantes, agradecemos imensamente!
Por fim, em 1913, a Família Menier,
famosa fabricante de chocolates, comprou o palácio, mantendo a sua posse até
hoje.
Durante a Primeira Guerra Mundial, Simonne Menier, enfermeira chefe, organizou a instalação de um hospital nas galerias sobre a ponte, e administrou o local, que acolheu mais de 2 mil feridos até 1918. Estas foram as principais mulheres que deixaram sua marca no Castelo de Chenonceau!
Contei toda esta história, porque acredito que, o fascínio
de visitar um castelo decorre em grande parte de poder imaginá-lo em
pleno funcionamento, do jeitinho que era há vários séculos e, para isso, é
sempre bom conhecer um pouquinho sobre os acontecimentos e personalidades que
ele abrigou.
Durante a Primeira Guerra Mundial, Simonne Menier, enfermeira chefe, organizou a instalação de um hospital nas galerias sobre a ponte, e administrou o local, que acolheu mais de 2 mil feridos até 1918. Estas foram as principais mulheres que deixaram sua marca no Castelo de Chenonceau!

Passada a portaria, a visita começa você fazendo uma caminhada de uns 10 minutos por uma grande alameda cercada por árvores enormes, uma floresta linda antes de chegar aos famosos jardins.
O jardim é protegido das cheias do Rio
Cher por terraços elevados e muretas, de onde se tem uma linda vista
dos arcos de Castelo de Chenonceau.
Em um dos lados do jardim, fica a Chancelaria, antiga residência do
intendente de Catherine de Médici.
Em frente à entrada do château, observa-se a chamada Torre dos Marques, única parte da construção preservada da época medieval do século XIII, quando a propriedade pertencia à família Marques.




Continuando nesse andar, você vai encontrar o quarto de Diane de Poitiers, majestosamente restaurado por ordem de Marguerite Pelouze, com belas tapeçarias do século XVI, móveis em estilo renascentista e obras de arte de Sauvage, Ribalta e Murillo. Interessante observar as molduras dos painéis de madeira que recobrem o teto, nas quais aparecem as iniciais de Henrique II e Catherine de Médici entrelaçadas, formando, talvez propositalmente, a letra “D” de Diane de Poitiers.

Na sequência, passa-se pelo Gabinete Verde,
onde trabalhava Catherine de Médici durante seu período como
regente do reino após a morte de Henrique II, e pela Biblioteca,
ambas as salas repletas de obras de arte originais.
No fundo do castelo, passa-se ainda pelo Gabinete
das Estampas, que é um verdadeiro museu sobre a construção de Castelo de Chenonceau, onde há uma
coleção de desenhos, gravuras e pinturas retratando o castelo em diversos
períodos.
Depois, chega-se a Galeria Médici, construída
por Catherine de Médici sobre a ponte do Rio Cher.
A galeria possui 60 m de comprimento por 6 m de largura, é iluminada por 18
janelas e conta, em cada extremidade, com uma lareira da Renascença. O local
foi inaugurado em 1577 e passou a ser usado como salão de baile, recebendo
suntuosas festas em homenagem ao rei Henrique III, filho
de Catherine de Médici.







Nesse andar, encontramos, primeiramente, o quarto das Cinco Rainhas, em referência às duas filhas e três noras de Catherine de Médici, e o quarto da própria Catherine, ricamente decorado com teto de madeira todo pintado em dourado, mostrando o brasão dos Médici e as iniciais “C” e “H” entrelaçadas. As paredes são cobertas de tapeçarias de Flandres do século XVI, e a mobília é toda em estilo Renascentista.

Logo ao lado, com decoração bastante semelhante,
fica o quarto de Gabrielle d’Estrées, grande amor do rei Henrique
IV. O destaque aqui vai para uma rara série de tapeçarias de Bruxelas do
século XVII, conhecida como “Os Meses de Lucas”.
Ali só há um
grande vestíbulo, com restaurações do século XIX intactas, e
o quarto de Louise de Lorraine, aquela que ficou em luto no castelo
após a morte de seu esposo, o rei Henrique III. A tristeza é bem
evidente na decoração do cômodo, todo escuro e decorado com símbolos de luto:
as plumas que representam as penas da alma, lágrimas de prata, pás de coveiros,
cordas usadas por viúvas no brasão e coroas de espinhos. Fiquei só imaginando o
frio daquele quarto escuro, no alto do castelo, durante o inverno!

Muitíssimo interessante também é a Farmácia da Rainha Catherine de Médici, toda em madeira, com prateleiras e mais prateleiras recobertas de jarras, caixinhas, moedores, vasos e todo o tipo de recipientes para acondicionar os remédios de antigamente – chifres de veado, olhos de camarão, sapos e lesmas, por exemplo.

Ao sair de dentro do “château”, vire à esquerda
para visitar o Jardim de Catherine de Médici, um pouco menor do
que o de sua rival Diane de Poitiers, mas igualmente refinado e
muito bem desenhado com seus gramados verdinhos e canteiros floridos. 
Seguindo por aquele lado, você vai encontrar mais algumas atrações da propriedade de Castelo de Chenonceau , a começar por aquelas localizadas no Edifício dos Dômes, prédio construído na época de Catherine de Médici. Na próxima entrada do prédio, há uma reconstituição do Hospital Militar que foi montado nas galerias acima do Rio Cher entre 1914 e 1918. Custeado pelo senador Gaston Menier e administrado por sua nora, Simonne Menier. Esse foi um lugar que me tocou bastante, pois realmente pude imaginar os feridos da Primeira Guerra Mundial sendo atendidos ali, lado a lado, com médicos e enfermeiros correndo para ajudar a todos.
Seguindo por aquele lado, você vai encontrar mais algumas atrações da propriedade de Castelo de Chenonceau , a começar por aquelas localizadas no Edifício dos Dômes, prédio construído na época de Catherine de Médici. Na próxima entrada do prédio, há uma reconstituição do Hospital Militar que foi montado nas galerias acima do Rio Cher entre 1914 e 1918. Custeado pelo senador Gaston Menier e administrado por sua nora, Simonne Menier. Esse foi um lugar que me tocou bastante, pois realmente pude imaginar os feridos da Primeira Guerra Mundial sendo atendidos ali, lado a lado, com médicos e enfermeiros correndo para ajudar a todos.

Passando a fazenda, fica a Horta do Château de Chenonceau, com mais de um hectare, por onde é possível passear tranquilamente, observando as diversas frutas e legumes que são ali cultivadas, assim como os infindáveis tipos de flores usadas para enfeitar o castelo. Atrás da horta, indo em direção ao estacionamento, moram os burricos do Castelo de Chenonceau.