Viseu | Portugal

08:03

Roteiro de um ou dois dias em Viseu
Viseu encanta pela sua hospitalidade e pelos seus recantos cheios de história e, ao longo dos séculos desempenhou sempre um papel preponderante na história do país. 
A belíssima cidade beirã de Viseu localiza-se no Centro de Portugal e pertence à região de turismo Dão-Lafões
Encontra-se num planalto envolvido por um sistema montanhoso constituído pelas: Serra da Estrela, Caramulo, Montemuro, Lapa, Leomil, Arado e Lousã, sendo portanto as cores dominantes: o verde dos pinhais, o cinzento do granito e do xisto. 
Aqui poderá encontrar vários vestígios arqueológicos que testemunham a romanização e o caráter medieval deste burgo. 
Viseu é uma cidade de superlativos em Portugal: a maior e mais antiga feira franca, a ecopista mais longa, a melhor cidade para viver, dizem-nos os viseenses com orgulho. E devem ter razão, afinal, tantos povos diferentes a cobiçaram no passado.
História
Historicamente, Viseu é das cidades portuguesas mais antigas e conta com vasto patrimônio arqueológico. A prova surgiu, recentemente, com a descoberta de uma casa da Idade do Ferro. 
A região de Viseu foi o centro da resistência dos lusitanos contra os invasores romanos. 
É a cidade do lendário Viriato (na culinária Viseu tem um bolo com este mesmo nome). Esse herói do povo que uniu as tribos das quais procede a raça lusitana. 
Crê-se, inclusive, que o famoso guerreiro, chefe lusitano Viriato era natural de Viseu e defendeu a região contra os invasores, tornando-se  uma figura lendária, por isso considerado herói da resistência lusitana e um dos primeiros heróis nacionais. 
Fez negra a vida dos romanos que dominavam a Península Ibérica, até o dia em que, chegaram os visigodos e tomaram tudo de assalto. 
Depois foram os muçulmanos a assentar arraiais, mas a reconquista não tardou a rechaçá-los. 

O que visitar
Não deixe, então, de visitar um dos principais locais em Viseu, que está precisamente associado à figura e lenda deste chefe dos lusitanos, que é a Cava de Viriato. 
Um vasto acampamento fortificado que funcionava como ponto de vigia e de defesa para os romanos.
Mas, Viseu tem muito mais para ver e visitar. A cidade-jardim (fama de que goza desde 1936) está repleta de igrejas, museus dignos da sua visita, monumentos e parques com coloridas flores em cada recanto, jardins frondosos e alegres para prazenteiros passeios, praças monumentais que convidam à contemplação, que também merecem a sua visita. 
Além disso, Viseu é também rica pelas suas obras arquitetônicas, possuindo um centro histórico muito bem conservado, do qual o Rossio é um dos seus principais pontos de interesse, em  destaque para a Sé de Viseu, para o Museu Grão Vasco, para o Solar dos Condes de Prime e para a Porta dos Cavaleiros.
Viseu é uma terra acolhedora, onde a agricultura continua a ocupar lugar de destaque, apesar de nas últimas décadas, a sua indústria ter sofrido um grande desenvolvimento. 
A cidade conta com cenas criativas expressas nas artes performativas e street art espalhada por todo o distrito, e eventos dos mais emblemáticos de Portugal
Conta também com boas unidades hoteleiras e de alimentação, prontas a receber os visitantes. 
Em termos de gastronomia, pode-se salientar dezenas de pratos, sempre regados pelos Vinhos de Dão-Lafões. Alguns dos mais emblemáticos são o cozido à portuguesa, o entrecosto com grelos e chouriça, o pão de azeite, a chanfana de cordeiro, as carolas com carne de porco e, para sobremesa, as caçoilinhas do Vouga e os pastéis de Vouzela. 

Onde Comer
Restaurante O Hilário
“O Hilário” é um espaço que presta homenagem ao viseense Augusto Hilário, uma das principais referências do Fado de Coimbra, aclamado criador do “Fado Hilário”. Localizado sensivelmente a meio da rua, aqui podemos encontrar um ambiente familiar que apela ao convívio de fim de tarde enquanto apreciamos os petiscos tradicionais regados por um bom Vinho do Dão.
Restaurante O Cortiço
“O Cortiço”, instalado na Rua Augusto Hilário, tem sido ao longo de muitos anos o baluarte da gastronomia da beira alta. Ao polvo e indispensável bacalhau juntam-se a vitela, o cabrito e o famigerado arroz de carqueja que não dispensam a companhia dos enchidos e dos queijos abundantes na região, bem como dos melhores vinhos da região. Visitar “O Cortiço” é entrar na alma da beira, onde os nossos estômagos são reconfortados pelos pratos outrora preparados pelas avós que do campo tiravam o sustento do seu dia-a-dia.
Arroz de Carqueja
Restaurante Tasquinha da Sé
Na Tasquinha da Sé, em Viseu, não faltam os petiscos caseiros e variados vinhos a acompanhar, escolhidos a rigor a partir da garrafeira.

Roteiro Viseu: 1º Dia 
Centro Histórico de Viseu
Praça da República/Rossio
Está às portas da Praça da República, popularmente conhecida como o Rossio, o coração da cidade. Emoldurado por alguns dos mais interessantes edifícios de Viseu. Este espaço foi desde a era de Quinhentos o local de eleição dos viseenses para socializar e onde nos finais do século XVIII se adotou a moda europeia do passeio público. 
Atualmente o espaço continua a atrair a população local e os visitantes que, por ali podem usufruir de momentos de lazer entre esplanadas, à sombra fresca das tílias e apreciando as cenas da vida quotidiana antiga pintadas no painel de azulejos que rodeia o espaço, desenhado por Joaquim Lopes em 1931. 
No Centro de Viseu pode-se admirar a beleza das suas ruas estreitas, dos seus edifícios de grande valor histórico e arquitetônico e encontrar várias lojas de comércio tradicional, como: a Câmara Municipal, que vale a pena espreitar a escadaria e o Banco de Portugal marcam a monumentalidade da Praça. 
Edifício do Banco de Portugal 
Este edifício em granito é constituído por 6 colunas romanas, na fachada principal, e por janelas em arcada, algumas com colunas em mármore.
Casa do Conselheiro Afonso de Melo
Este edifício foi construído no século XIX pelo conselheiro Dr. José Maria de Sousa Macedo, depois 
foi passando por várias famílias. Em 1989, foi adaptado para uma sede de banco. 
É um edifício de planta retangular, com dois pisos, uma mansarda e fachadas simétricas, sendo que a principal apresenta uma decoração mais elaborada, de gramática vegetalista Arte Nova. A mansarda ostenta vãos de perfil maioritariamente circular, contrastando com os perfis retilíneos dos outros dois pisos.
Edifício do BES
Este edifício, em forma de V, é constituído por 2 pisos e umas águas-furtadas. A porta é ladeada por duas colunas e encimada por um relevo de espirais com motivos florais, e as janelas apresentam, alternadamente, forma em arcada e forma retangular.
Entretanto já lhe saltaram à vista a rotunda e o Chafariz do Rossio.
Este chafariz, localizado num espaço ajardinado no meio de uma rotunda com vários jatos d'água que confluem para o centro, é iluminado à noite.
 Jardim Tomás Ribeiro
Quem chega ao Rossio não consegue ficar indiferente perante o Jardim Tomás Ribeiro e à glorieta que o homenageia. 
Ele nos atinge com a sua beleza, organizado e colorido o ano todo. Os bancos do jardim convidam a relaxar, isto se não optar pela Esplanada Rossio para se iniciar nas delícias doceiras viseenses. 
 
Painel de Azulejos do Rossio
Este monumento de planta circular é composto por elementos graníticos e painéis de azulejos com um medalhão central representando Tomás Ribeiro. Jorge Colaço, genro do poeta, foi o autor das pinturas. 
Deparamo-nos com uma praça movimentada, centro nevrálgico da cidade que nos brinda com alguns dos melhores pontos de interesse da cidade: o magnífico painel de azulejos do Rossio que retrata a vida quotidiana da região. 
Este painel de azulejos retrata trajes típicos da região, personagens e cenas da vida quotidiana tradicional, bem como 5 representações de uma torre de um castelo. 
A parte inferior do painel está preenchida por um friso que representa repetidamente duas plumas. Destacam-se várias figuras enquadradas por molduras decoradas com motivos florais.   
Igreja de São Francisco da Ordem Terceira e seu "Escadório"
Nesta igreja barroca do século XVIII, localizada no Parque Municipal Aquilino Ribeiro, destaca-se, no seu interior, a talha barroca, os painéis de azulejos historiados alusivos à vida do Orago, inseridos em molduras policromadas, e o órgão rococó dourado e policromado.
Depois duma devota visita à igreja, desfrute de um dos parques icônicos de Viseu, o Parque Aquilino Ribeiro com os seus carreiros a convidarem a um passeio despreocupado enquanto escolhe o banquinho que lhe vai permitir descansar as pernas. Talvez para admirar a singela Capela de Nossa Senhora da Vitória. 
Parque Aquilino Ribeiro
Aquilino Ribeiro era um dos expoentes da literatura nacional que, desde 1974, dá nome ao Parque. 
O Parque Aquilino Ribeiro tem uma história centenária. Fez parte da Quinta de Maçorim, onde foi construído o convento de Santo António dos Capuchos, em 1635. Os imponentes exemplares de carvalho-alvarinho que ainda hoje podemos ver, terão sido plantados pelos frades Capuchos de São Francisco na época que resguardava este convento. 
Convertido em um parque urbano em 1955, nele podemos encontrar espécies reliquiais, como o azevinho, o azereiro e o loendro. É um espaço onde as pessoas se sentem bem, onde podem respirar ar puro, divertir-se, passear e fazer desporto. É um pulmão da cidade. 
Seguindo pela Rua da Vitória temos o:
Solar dos Peixotos
Este solar, de grandes dimensões, divide-se em dois pisos, sendo o segundo o andar, nobre pela riqueza das janelas e varandas. Na entrada destaca-se um frontão interrompido com duas volutas e um nicho de arco abatido.
Igreja de Nossa Senhora do Carmo
A antiga, modesta e singela fonte é ofuscada pela imponente Igreja da Venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, construída no século XVIII. Com uma fachada de grande simplicidade, apresenta o interior tipicamente barroco, forrado a ouro. Cinco retábulos de talha dourada, de estilo barroco Joanino, painéis de azulejos de estilo rococó, com temática profana e uma pintura do teto são os elementos de destaque. A cúpula e a abóbada apresentam pinturas setecentistas da autoria de Pascoal Parente.
Jardim de Santa Cristina
Mais uma vez, Viseu presenteia-nos com amplos espaços verdes que a tornam tão airosa e alegre. Falamos do Jardim de Santa Cristina, assim chamado por causa da Fonte de Santa Cristina que só não passa despercebida ao olhar mais atento. 
Santa Cristina era o orago da ermida medieval que outrora aqui existiu e que deu nome ao jardim. 
Entre neste espaço e verá que o alvoroço dos meios de transporte por ali. Não deixe de observar algumas espécies vegetais fascinantes como a olaia, o castanheiro-da-índia, a árvore-do-âmbar, a tília, a acácia-bastarda, o bordo-negundo, o abeto bem como as imponentes palmeiras. 
Sabia que... A olaia é também chamada árvore-de-Judas por se dizer que foi nela que o apóstolo se enforcou após ter traído Jesus.

Fontanário de Santa Cristina
Este fontanário, um dos mais antigos de Viseu, é constituído por duas fontes de chafurdo, ambas secas, e uma delas tapada com taipais de madeira. Uma das fontes, a que se encontra no vão do arco gótico é medieval, data do século XVI e foi mandada construir por uma princesa castelhana que foi mulher de D. Manuel I. A outra fonte, a que se encontra sob o templete seiscentista, é posterior. Ao lado, existe ainda um pequeno largo em granito e bancos.
 
Estátua de Dom António Alves Martins
A majestosa estátua em bronze representa Dom António Alves Martins, condenado a fuzilamento naquele espaço em 1834. Escapando desse destino foi, posteriormente, nomeado Bispo de Viseu e Ministro do Reino. Está colocada num pedestal em granito que foi mandada construir pelos seus admiradores em sua homenagem.
Seminário Diocesano de Viseu
Junta-se à monumentalidade da clareira verdejante o Seminário Maior de Viseu, o Antigo Convento de São Filipe Néri. Igreja e claustro de estilo barroco e o órgão de tubos no interior da igreja, datado do século XIX, veio da Sé Catedral. 
Arquivo Distrital de Viseu / Casa Amarela
Este edifício imponente, de cor amarela, também conhecido como Casa Amarela, é o local onde funciona o Arquivo Distrital de Viseu.
Em frente ao Arquivo Distrital está a Escultura de Sá Carneiro. Esta estátua em bronze com cerca de um metro de altura, representando Sá Carneiro em tamanho real, está colocada sobre um pedestal de granito. Volte para a Rua Formosa, uma das mais bonitas ruas de Viseu, onde poderá ter um vislumbre da defensiva Muralha Romana, construída no século I. A Rua Formosa acompanha grande parte dela.
Mas tem que olhar para o chão, pois ela esconde-se por baixo de um piso vítreo. O problema é que a condensação da umidade ofusca o vidro e só se consegue ver algo com algum esforço. Este recente achado arqueológico está à vista, integrado na decoração ajardinada da Rotunda de Santa Cristina.

Muralha Romana de Viseu
Quando a Câmara Municipal iniciou a requalificação da Rua Formosa em 2004 não imaginava a surpresa que as obras iriam trazer à cidade de Viseu. A descoberta, no subsolo, de um importante trecho de muralha romana trouxe novo alento à discussão sobre as origens remotas da cidade que foi, há dois mil anos, um importante centro político, econômico e militar. A par da muralha, importantes achados arqueológicos da vida quotidiana dos antepassados viseenses definiram a importância da preservação deste troço de história. Afinal, se a muralha não pode ser levada para o museu, pode levar-se o museu à muralha. 
Assim, ao passear pela Rua Formosa não se admire se vir no chão uma placa de vidro. Esta janela aberta para a muralha romana é um projeto do arquiteto Henrique Torres, que permitiu a musealização do sítio arqueológico. O desafio é caminhar sobre a placa de vidro e apreciar a muralha e o torreão semi-circular romanos, perfeitamente preservados. Este museu ao ar livre permite passear na moderna cidade de Viseu com o passado, literalmente, aos seus pés.

Casa Senhorial 
Esta casa, apoiada sobre as muralhas de Viseu, construída em granito até ao primeiro andar, é de cor branca e tem um pequeno jardim na frente. As traseiras estão junto da porta da cidade, a Porta de Santa Cristina.
Um ligeiro desvio para sul no cruzamamento com a Rua Direita, conduz o visitante ao Solar dos Condes de Prime, um imóvel de Interesse Público de traços barroco. 

Solar dos Condes de Prime
Este edifício, datado do século XVIII e também conhecido por Casa do Cimo da Vila, possui uma capela com um grande trabalho de cantaria nas janelas, portas e cornijas. Destaca-se, no interior, a azulejaria barroca e rococó da zona palaciana e, na capela-mor, os azulejos e a talha joaninos. A capela tem um magnífico retábulo de talha dourada de estilo Joanino e painéis de azulejos que retratam a vida de Santo Antonio.
Agora passando por trás dos painéis de azulejos, chegamos ao sempre florido Jardim das Mães. Quando olhamos em volta, conseguimos perceber porque é que Viseu é chamada de Cidade-Jardim. 
Subindo do Rossio para o Museu de Almeida Moreira, no Largo Major Teles, encontramos um pequeno jardim com tonalidades deslumbrantes oferecidas por amores-perfeitos, petúnias, rosas, tagetes, begónias canas e agapantos. Dois magníficos ciprestes ladeiam uma das suas entradas e um exemplar de azevinho mantem-se firme neste lugar inclinado. Símbolo do amor, a rosa é uma atração neste jardim. De pétalas delicadas como uma carícia materna, as rosas completam a paz transmitida pela escultura em bronze de um menino dormindo no colo da sua mãe. Guardiãs da estátua, duas perfumadas magnólias de folha caduca anunciam o milagre da primavera. 
Estátua das Mães
Esta estátua em bronze, construída pelo falecido estatuário José de Oliveira Ferreira, encontra-se em cima de um pedestal de granito com cerca de um metro de altura. Localizada no centro do Jardim das Mães pretende homenagear as mães.

Sabia que... A estátua foi oferecida pelo escultor José Oliveira Ferreira (1883-1942) por a sua mãe ser de Viseu?
A Casa-Museu Almeida Moreira, uma das figuras mais eminentes de Viseu, fica a norte.
Francisco Almeida Moreira foi um dos maiores precursores da cultura da região de Viseu no séc. XX, assim como fundador e diretor do Museu Grão Vasco. Em testamento, instituiu Viseu a herdeira da sua habitação e das suas coleções, para que o Município fizesse dela casa-museu. Neste espaço encontram-se obras da sua coleção privada, de autores como Silva Porto, Marques de Oliveira, José Malhoa, Columbano e António Ramalho. A coleção de maior dimensão do Museu é constituída por peças de cerâmica, com exemplares relevantes dos vários centros de produção de faiança do território nacional.
Horário de funcionamento: Terça-feira: 14h – 18h
Quarta-feira a Domingo: 10h – 13h | 14h – 18h
Encerrado à 2ª feira, 3ª de manhã, Natal e Ano Novo, Domingo de Páscoa e 1 de maio.

Igreja de São Sebastião 
Nesta Igreja com uma torre sineira lateral, destacam-se as esquadrias em granito e uma janela recortada por cima da porta.

Que Viso Eu?
Junto á Porta do Soar, na Rua Nunes de Carvalho, os sabores das beiras habitam a loja “Que Viso Eu?”. A resposta a esta pergunta não é difícil de encontrar. Neste espaço dedicado aos produtores portugueses há vinhos, compotas, lanifícios, confeitaria regional, azeite, pão regional, fumeiros regionais, frutas, legumes, queijo da região da serra da estrela. Os vinhos e queijos que a loja apresenta dão, também, origem a diversas provas vínicas e gastronômicas, que muitas vezes são dedicadas a outros petiscos, havendo ainda lugar para exposições e artesanato local.
Espreite o Mercado 2 de Maio. Aquilino Ribeiro dá-lhe as boas-vindas, homenageado numa estátua que o retrata entregue à sua arte, a escrita.
O mercado já não recebe as barraquinhas da feira semanal de terça-feira, mas foi transformado num amplo terreiro que se tornou perfeito para receber as barraquinhas de comes e bebes, artesanato e afins dos maiores eventos da cidade. Com palco para manifestações culturais e tudo.
Retomamos o nosso roteiro de Viseu, tomando a Rua Direita. Se há rua que não pode mesmo perder, é a Rua Direita
Desde casas estreitas de 3 pisos com as suas varandas de ferro decoradas com vasos de flores a mansões abrasonadas com fachada direta para a rua. Cada qual competindo pela sua atenção com detalhes arquitetônicos que nos prendem a atenção e nos dizem a idade que têm.
É uma lição de vida, da autenticidade de uma artéria comercial, daquele comércio tradicional de há poucas décadas atrás. Aqui vende-se de tudo, do dedal ao alguidar.
Drogarias, mercearias de bairro, retrosarias, a modista, o alfaiate, o sapateiro, as ferragens e as ferramentas de lavoura, as incontornáveis tasquinhas… Tudo numa mesma rua que ainda nos premeia com a arquitetura típica das ruas direitas, rua estreita, casas antigas que já nem se lembram da idade, as comadres fofocando à varanda ou à janela (agora, é mais os jovens universitários!)
E por falar em janelas, esteja atento aos pisos superiores dos edifícios porque se não o fizer vai perder a estética das janelas manuelinas. Só na Rua Direita há quatro. Bem, três se quisermos ser precisos, com a mais bela à boca da Rua Dom Duarte, listada como Monumento Nacional.
Não se admire se por lá encontrar umas janelas manuelinas, umas portas em arco medievais, uns laivos de art nouveau, renascentismo e neoclassicismo numa fachada.
Olhe também para os pés. Nas ruas encontram-se na calçada desenhos esculpidos nas pedras de granito que aludem a particularidades identitárias de Viseu, da sua história e da sua cultura. É um prazer calcorrear ruas por bairros castiços e muitas histórias para contar. Somos brindados com edifícios urbanos típicos duma cidade que manifestamente gozou de prosperidade.
Assim como, por toda a cidade estão espalhadas as pinturas de art street de vários artistas. 

Roteiro Viseu: 2º Dia
A cidade reserva-lhe ainda mais surpresas neste segundo dia do seu roteiro de Viseu
Deixe o carro no estacionamento gratuito, junto ao Campo da Feira de São Mateus
Funicular de Viseu
Funicular de Viseu liga a Zona Ribeirinha nas margens do Rio Pavia ao Centro Histórico. Se estiver em funcionamento e quiser subir sem canseira, você poderá apanhá-lo ali perto do Campo da Feira de São Mateus ou também poderá optar por deixar para descer o Adro da Sé de funicular, depois que já estiver cansado para ir ver a Estátua do Viriato
Se decidir subir a pé, siga até a Avenida Emidio Navarro, 171 junto à ponte e verá esta paisagem.
Parque Linear do Rio Pavia
O Rio Pavia rasga um trilho natural que guia o passeio pelas suas margens. Apesar da envolvente cosmopolita, os sons da água corrente e o aroma fresco dos seus verdes conseguem transportar-nos para um ambiente tranquilo e relaxante. Iniciando a viagem junto ao Bairro da Balsa, siga o percurso instintivamente. Pelo caminho, aprecie as árvores da espécie salgueiro-chorão que recaem sob o leito do rio e, em dias de brisa, dão um toque harmonioso e peculiar ao parque. Depois de ser maravilhar com o jardim da Casa da Ribeira, sente-se num dos bancos de madeira e deixe-se invadir por todas as sensações e experiências proporcionadas.

Casa da Ribeira
A Casa da Ribeira é um espaço evocativo de memórias de Viseu. A presença dos antigos moinhos do Rio Pavia e o lagar de azeite permitem ao visitante recordar o labor das lavadeiras que quaravam e secavam as roupas junto da represa do moinho. A casa evoca, também, a presença das barcas na Ribeira, que marcaram a vida do rio e da comunidade. Além disso, é um espaço dedicado ao artesanato regional por excelência, onde se apresentam vários ofícios ligados às “indústrias” ancestrais da região. A Casa da Ribeira recebe, frequentemente, exposições temporárias dedicadas ao patrimônio etnográfico.
Horário de funcionamento:Terça-feira: 14h – 18h/Quarta-feira a Domingo: 10h – 13h | 14h – 18h
Encerrado à 2ª feira, 3ª de manhã, Natal e Ano Novo, Domingo de Páscoa e 1 de maio.

Igreja de Nossa Senhora da Conceição
A Igreja de Nossa Senhora da Conceição fica bem em frente à Casa da Ribeira.
Esta igreja, datada do século XVIII, foi construída em substituição de uma anterior dedicada a S. Luís. O interior divide-se em nave e capela-mor e tem um pequeno nicho que alberga uma estátua de S. Luís.
 
Fonte da Ribeira
Esta fonte em granito, localizada no Jardim da Ribeira, é constituída por quatro bicas e três tanques. Encontra-se seca e em mau estado de conservação.
Porta dos Cavaleiros
E abrindo os passeios pela cidade apreciamos a apelativa Porta dos Cavaleiros
Esta porta em granito, localizada numa muralha, permite observar num dos lados um painel em azulejo com o nome desta e uma evocação a Dom Afonso V e à sua elevação a Monumento Nacional. 
Na época medieval, época em que possuía sete portas, a sua função era proteger a cidade. Atualmente, apenas se conservam duas portas, a porta do Soar ou do Arco dos Melos e a dos Cavaleiros.

Chafariz de São Francisco
Mesmo ao lado, o bonito e ornado Chafariz de São Francisco datado do século XVII com um nicho que guarda uma imagem do santo. Este chafariz em granito é constituído por duas fontes e tem a imagem de São Francisco na zona central e por cima deste um brasão encimado por uma coroa da casa real portuguesa. 
No cimo tem uma cruz ladeada por dois motivos decorativos e nas costas tem um painel de azulejos, que se dispõe em banco e ostenta no topo o brasão da cidade. O resto da estrutura está decorado com azulejos com motivos geométricos sequenciais em azul e amarelo.
O solar defronte é a Casa dos Fidalgos do Arco

Edifício do Teatro Viriato / Antigo Teatro Boa União
Este teatro, datado de finais do século XIX, chamava-se até 1889 Theatro Boa União. Em 1960 fechou as portas e reabriu somente passados 38 anos para se tornar num dos principais espaços culturais da cidade de Viseu. Ao longo do ano apresenta diversos espetáculos de música, teatro, dança e poesia. Organiza também workshops, ateliers e exposições temporárias.
 
Jardim do Soldado Desconhecido
Num pequeno canteiro no coração do Largo Mouzinho de Albuquerque ergue-se uma estátua de um homem com olhar cabisbaixo, expressão sofrida e descrente: o soldado desconhecido. Esta estátua, representando um soldado com farda da Primeira Guerra Mundial, pretende homenagear os soldados do concelho de Viseu mortos em combate.
Ali, rodeado da agitação citadina, a figura masculina, de trajes militares, homenageia todos aqueles que pereceram em combate na Primeira Grande Guerra. Da autoria de Artur Gaspar dos Anjos Teixeira, a estátua em granito e bronze protagoniza, imponente, este jardim que, em época de aniversário, recebe um apontamento floral que se distingue dos demais pela retribuição honrosa.

Jardim de Santo António
O Jardim de Santo António é um pequeno recanto natural no centro da cidade de Viseu. Situado junto à Igreja de Santo António, no Largo Mouzinho de Albuquerque, o jardim oferece um agradável espaço de estar e de lazer. Este é o primeiro jardim sensorial da cidade, adaptado a cidadãos invisuais, para que também eles possam experienciar todas as sensações e aromas deste espaço. Aqui há desde o canteiro do olfato dedicado às plantas aromáticas ao canteiro do tato, repleto de flores com texturas.
Igreja de Santo António do antigo Convento das Freiras Beneditinas 
Do Largo Mouzinho de Albuquerque segue-se para a Rua Direita, onde mais um solar barroco, o Solar dos Viscondes de Treixedo que enriquece o espólio arquitetônico com a sua fachada exuberante.

Solar de Treixedos / Casa de Treixedo / Solar Visconde de Treixedo
Este edifício senhorial, datado do século XVIII, apresenta dois portais com frontão partido e heráldico, oito janelas retangulares de moldura granítica e avental no 1º piso, e molduras e aventais mais decorados no 2º piso.
Subindo pela Rua Direita, uma das artérias mais emblemáticas da cidade, encontramos o novo espaço museológico de Viseu
Museu de História da Cidade
Na Rua Direita, uma antiga papelaria deu lugar ao Museu da Cidade de Viseu, um edifício medieval também chamado de Casa das Memórias, que procura reavivar figuras de relevo, espaços e memórias da cidade com as suas exposições temporárias. 
Neste espaço, apresentam-se os “Ícones de Viseu – O Despertar do Museu”: a primeira exposição do projeto do Museu de História da Cidade que vai proporcionar várias viagens pelos 2.500 anos de história de Viseu, através da apresentação de alguns dos seus mais importantes ícones. Um local repleto de memórias onde podemos contemplar o passado, presente e futuro de Viseu.
Horário de funcionamento:Terça-feira: 14h – 18h/Quarta-feira a Domingo: 10h – 13h | 14h – 18h
Encerrado à 2ª feira, 3ª de manhã, Natal e Ano Novo, Domingo de Páscoa e 1 de maio.
Casa da Rua Dom Duarte / Paço da Torre
Segundo a tradição, este foi o local de nascimento do Rei Dom Duarte. No edifício em granito destaca-se uma janela geminada de estilo manuelino, tendo no topo um brasão.

Estátua do Rei Dom Duarte
Esta estátua em bronze com cerca de 2,5m de altura, foi construída pelo escultor Álvaro de Bree para homenagear Dom Duarte. Encontra-se em cima de um pedestal em granito, no centro de uma praça, servindo de separador central de duas vias.
Nas ruas, ruelas e vielas circundantes temos a maior concentração de restaurantes, snack-bares ou casas de petiscos para saciar a fome. E não são uns quaisquer, são alguns dos melhores de Viseu. Esta é a região da nightlife mais badalada da cidade.

Portal da Rua Augusta Cruz
Este portal, esculpido em granito e ornamentado com motivos florais, encontra-se encimado por um brasão eclesiástico.
Siga para a Capela de Nossa Senhora dos Remédios, uma pequena capela em forma octogonal edificada com as esmolas dos viseenses. 

Porta do Soar
Esta porta em granito, localizada numa muralha, é uma construção simples, com o arco exterior em ogiva e o interior abatido. Na época medieval, altura em que possuía sete portas, a sua função era proteger a cidade. Atualmente, apenas se conservam duas portas, a Porta do Soar ou do Arco dos Melos e a dos Cavaleiros.
Passe debaixo da Porta do Soar, uma de duas sobreviventes das portas das muralhas medievais e Portas Antigas da Cidade de Viseu. Trata-se de um conjunto de troços da antiga muralha quatrocentista, onde se destacam alguns panos próximos da Porta do Soar de Cima e da Porta de Cavaleiros, as únicas subsistentes das sete portas primitivas. Estas portas têm arcos de perfil apontado no exterior e abatido no intradorso e um nicho com a imagem do santo tutelar da mesma.

Chafariz do Largo Pintor Gata
Este chafariz em granito está inserido no interior de um muro. No topo tem um relevo com motivos florais.
A fachada de granito negro da Sé contrasta com a alvura da Igreja da Misericórdia mesmo defronte. Assim se revela Viseu ao seu visitante, sempre acompanhando as necessidades dos tempos sem abdicar da sua herança histórica e cultural.
Igreja da Misericórdia de Viseu
Nesta igreja de estilo rococó, datada do século XVIII, destaca-se, no interior, a sobriedade neoclássica, com talha policroma e sem dourados. No trono do retábulo-mor é possível admirar uma imagem de Nossa Senhora da Misericórdia, obra do século XVIII.

Museu da Misericórdia
No Adro da Sé, voltada para a catedral, encontra-se a Igreja da Misericórdia que alberga um núcleo museológico destinado a realçar as ações misericordiosas da sua irmandade. O acervo do museu é composto por mais de uma centena de objetos que, pela sua diversidade, desde a civil, com destaque para os beneméritos e a assistência aos enfermos, passando pela religiosa, com as inúmeras obras de fé, são o corolário do caráter humanístico dos homens e mulheres que ao longo dos séculos se encarregaram de aplicar as 14 obras da Misericórdia.
Horário de funcionamento de Inverno (novembro a abril):Terça-feira: 14h- 17:30h /Quarta-feira a domingo: 10h - 12:30h | 14h – 17:30h
Horário de Verão (maio a outubro):Terça-feira a domingo... 
A fachada “rocaille” da Igreja da Misericórdia, de traços neoclássicos e a Fonte das Três Bicas compõe o restante do conjunto arquitetónico do Adro da Sé

Chafariz das Três Bicas
Este chafariz com três bicas que vertem água para três volumosas conchas graníticas é um exemplar da arquitetura civil de equipamento rococó e neoclássica. No centro do chafariz existe um brasão da Casa Real Portuguesa encimado por uma coroa fechada. Foi construído pelo mestre pedreiro Jacinto de Matos.

Catedral de Santa Maria de Viseu / Sé de Viseu
Aqui chegado, demore-se na Sé Catedral de Santa Maria. A Sé Catedral de Viseu é famosa pela capela-mor gótica e claustros renascentistas. O coro alto de cadeiral gótico e a talha dourada também são dignos de destaque. 
Este edifício gótico foi submetido a diversas modificações ao longo dos tempos e, por isso, apresenta características românicas, góticas, manuelinas, maneiristas, renascentistas, barrocas e modernas. Na fachada principal são visíveis imagens de São Marcos, São Lucas, São João, São Mateus, São Teotónio e Nossa Senhora da Assunção. Destaque para o cadeiral do coro, a talha dourada do século XVIII, o claustro dos séculos XVI e XVIII e as capelas tumulares. 
O corredor colunado que vê à direita é o Passeio dos Cônegos, que liga o claustro superior da Sé à velhinha Torre de Menagem. É aqui que está guardado o tesouro do Museu de Arte Sacra.   
Constituído em 1942, o Museu Tesouro da Sé revela em um magnífico conjunto de peças que as vivências centenárias da catedral reuniram. Neste museu podemos fazer uma viagem com mais de 900 anos de história.
Venha maravilhar-se com o soberbo evangeliário do séc. XII, as preciosas arquetas-relicário medievais de Limoges, a deslumbrante custódia em ouro de D. Miguel da Silva. Venha também percorrer o 
Horário de funcionamento: Segunda a Quarta-feira e Sexta-feira: 9h – 12h | 14h -17h/Sábado: 14h – 17h
Bilhete normal:2,50€
Estacionamento fácil no exterior 
 
Museu Grão Vasco
O Museu Grão Vasco, sediado no Paço dos Três Escalões, é imperdível. Reúne obras do pintor quinhentista Vasco Fernandes destacando a sua obra expressiva e realista. Se tiver que escolher só um museu para visitar, aconselhamos o Museu Grão Vasco.
A par da catedral, a colina da Sé é dominada arquitetonicamente pelo seminário seiscentista. A força do granito dá forma a um imponente edifício que ao longo das centúrias foi adquirindo múltiplas funcionalidades: o Paço dos Três Escalões. Em 1916, estabelecer-se-iam no edifício as primeiras salas que deram origem ao Museu Grão Vasco, uma alegoria ao mestre da pintura portuguesa do século XVI. Aqui encontramos uma parte substancial da nossa identidade refletida na expressividade e realismo da pintura de Vasco Fernandes. Nos seus quadros a cor e a luz encontram a simbiose perfeita, a harmonia dos ambientes, as emoções das formas e dos rostos, a atenção ao pormenor. O patrimônio do museu conta igualmente com um significativo conjunto de peças representativas da história da arte portuguesa de várias épocas da nossa história. 
Horário de funcionamento:Terça-feira: 14h– 18h (última entrada às 17:30h)/Quarta-feira a domingo: 10h - 18h (última entrada às 17:30h)
Encerra: Segunda- feira e terça-feira de manhã, 24 e 25 de dez
Estacionamento exterior fácil
Bilhete normal 4,00 €
Visitantes com idade igual ou superior a 65 anos* 15% mediante comprovação documental.
Entrada gratuita aos domingos e feriados até às 13h00 para todos os cidadãos residentes em território nacional.

Casa da Calçada
Esta casa senhorial, datada do século XVIII, tem uma fachada simétrica com cinco janelas no piso superior e, no inferior, dois óculos e duas janelas, a ladear a porta, sobre a qual se encontra o brasão da família real.

Para fechar o círculo deste roteiro de Viseu, subimos a Calçada da Vigia até à Casa do Miradouro. Espaço museológico no interior e um pequeno jardim onde vai descobrir miliários romanos que provam que Viseu era um centro nevrálgico das vias romanas que ligavam Mérida, Braga e Chaves.

Casa do Miradouro - Coleção Arqueológica José Coelho
A Casa do Miradouro, um dos mais notáveis edifícios históricos da cidade de Viseu, é datada do século XVI e alberga o espólio arqueológico de José Coelho, ilustre intelectual viseense do séc. XX. A exposição “José Coelho: A Paixão pelo Passado” revela o importante legado de um dos precursores da arqueologia da região de Viseu. Com uma forte componente pedagógica, a exposição privilegia um conjunto de peças que são ícones da nossa história regional. Tenham resultado das suas explorações, ou oferecidas por colegas ou alunos, as peças mostram essencialmente o cuidado e o carinho que José Coelho tinha com todas elas, pois sabia que estas eram apenas parte de um vasto puzzle que tentava reconstituir.
Este edifício em pedra, mandado construir por um sobrinho do Bispo D. Diogo Ortiz de Vilhegas, encontra-se ladeado por um jardim. Na parte central tem um portal renascentista e um escudete quinhentista com as armas de Ortizes.
Horário de funcionamento:Terça-feira: 14h – 18h/Quarta-feira a Domingo: 10h – 13h | 14h – 18h
Encerrado à 2ª feira, 3ª de manhã, Natal e Ano Novo, Domingo de Páscoa e 1 de maio.

Como o dia se vai aproximando do seu fim, vamos em busca de boa comida e bebida para fechar este segundo dia de roteiro em Viseu. E nenhum lugar é melhor do que a Praça Dom Duarte, no centro da qual a cidade homenageia o rei português nascido em Viseu.

Feche o seu roteiro de 2 dias em Viseu com uma homenagem a Viriato, não custa muito viajar no tempo ao ver a estátua expressiva do chefe lendário.
  
Estátua de Viriato
Esta estátua em bronze, com cerca de 2,5m de altura, representa Viriato em posição heróica em cima de uma pedra rodeado por vários soldados lusitanos.
Apesar do nome que a designa, é hoje sabido que a cava situada junto ao Largo da Feira de São Mateus de Viseu nada tem a ver com Viriato, o guerreiro lusitano cuja estátua adorna este lugar. Ao contrário do que a imaginação popular levou a crer, a investigação recente atesta que não foram os lusitanos que edificaram esta fortaleza. E se alguns autores a atribuem aos romanos de cerca do século I a.C., outros há que afirmam que foram os muçulmanos quem ergueu esta cidade-acampamento. Enquanto novas escavações não confirmam a verdadeira fundação deste mítico local, venha apreciar este pedaço de história em plena cidade.
Como terá, então, surgido em Viseu esta gigantesca fortaleza? Eis a pergunta que muitos arqueólogos querem ver respondida. 

Viseu e arredores
Esta também pode ser uma das opções para fazer de carro se sobrar tempo nos dois primeiros dias.

Cava de Viriato
Cava de Viriato é um dos maiores mistérios da história da cidade Viseu e da arqueologia portuguesa.
Cava de Viriato é uma das mais emblemáticas obras de engenharia dos sécs. IX-X conservada na Península Ibérica. Atualmente subsistem muitas dúvidas sobre quem mandou erigir tão possante monumento, sendo certo que a sua associação a Viriato não passa de uma lenda, apesar da representação do guerreiro lusitano numa estátua, da autoria de Mariano Benliure. A Cava de Viriato é um monumento de planta octogonal, com 32 ha de área, sendo constituído por oito taludes em terra com 250 m de comprimento cada, associados a fossos de água com 16 m de largura e 4 m de profundidade.
Atualmente, subsistem muitas dúvidas sobre o porquê e quem foi o autor de tão possante monumento.

Pórtico do Fontelo
Se há espaço verde que um viseense aconselhe a qualquer visitante (e com razão), é o Parque do Fontelo. A antiquíssima mata, com árvores milenares, é espaço de recreio desde que há memória. 
À entrada do pulmão verde que é o Parque do Fontelo, um portal granítico imponente abre as portas ao espaço, situado também ele num recanto ajardinado peculiar. Esta é apenas uma amostra do que poderá encontrar se continuar estrada fora, à descoberta dos trilhos que o esperam no Fontelo. Na sua época, o portal dava as boas-vindas à Carreira dos Cavalos, a atual Avenida do Fontelo, tendo como destino o Paço Episcopal, hoje Solar do Vinho do Dão. Adjacente ao portal, uma sobreposição de vasos de jardim oferece uma bela imagem e gradação de cores provenientes das flores ali plantadas. Em altura apropriada, a “cascata” de amores-perfeitos pontua o espaço de forma colorida e primaveril.
Parque Natural do Fontelo
Ao entrar no Jardim Renascentista do Antigo Paço Episcopal (Fontelo) regressamos ao século XVI, quando muitos jardins eram projetados para celebrar o domínio do Homem sobre a Natureza. Criação paisagística com influência italiana, terá tido como impulsionador D. Miguel da Silva, Bispo de Viseu de 1526 a 1547. Ao longo de séculos foi construído o mais exótico e exuberante jardim de Viseu. As camélias, a falsa-tuia, a azaléia e a oliveira-do-paraíso são plantas originárias da Ásia, a magnólia e a pseudotsuga da América do Norte, a araucária da América do Sul, o feto arbóreo, o escovilhão e a fiteira da Oceânia. Escolha um banco de granito e descontraia neste belo cenário idílico. Observe a taça e repuxo ao centro, a pequena cascata, os vestígios de um troço de aqueduto e fascine-se com a diversidade de formas, cores e odores. 
  
Parque Urbano de Santiago
Ao longo da Avenida Cidade de Salamanca, numa das suas laterais, emerge o Parque da Radial de Santiago. Na base da cidade de Viseu, com o Centro Histórico no seu horizonte, este é já um espaço de fruição familiar para muitos dos viseenses. Seja em bicicleta ou num passeio pedestre, junto à margem do Rio Pavia ou pelo centro do parque, inverno ou verão, este é um local a visitar para os que apreciam a tranquilidade, as cores, texturas, cheiros e sensações que a Natureza oferece. O parque proporciona ainda uma área dedicada ao desporto, com diversos aparelhos de manutenção, e um circuito específico que permite não só a prática de exercício como também a avaliação da condição física. Neste parque, têm também lugar as atividades das Manhãs Desportivas.
Se tiver a oportunidade, pegue na bicicleta e arranque do Fontelo para conhecer a Ecopista do Dão, a mais longa de Portugal, que liga Viseu a Santa Comba Dão.

Eco-Pista do Dão
A Eco-Pista do Dão estende-se por 47,5 km, unindo os municípios de Viseu, Tondela e Santa Comba Dão. Esta fantástica eco-pista resultou da reconversão da antiga linha ferroviária do Dão. É, sem sombra de dúvidas, uma das eco-pistas mais belas do país!
Esta era a antiga linha ferroviária do Dão, agora convertida num dos percursos mais apaixonantes do Centro de Portugal. O trajeto de Viseu estende-se por 17 km, começando no Parque Urbano da Aguieira. Ao longo deste percurso, irá observar antigas estações de comboios, estradas e pontes romanas, a ponte de Ortigueira, desenhada por Eiffel, e a encantadora aldeia de Mosteirinho.
A Ecopista do Dão é pintado azul no concelho de Santa Comba Dão, verde em Tondela e vermelho em Viseu.
Nesta página, algumas fotos da parte vermelho. Entre o túnel e a ponte do Mosteirinho, aproxima a cidade de Viseu.

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