Nesta postagem vou falar sobre um roteiro bem básico, que cabe perfeitamente, para quem pretende fica algumas horas ou apenas um dia em Phnom Penh. Quer seja vindo de Siem Reap, indo para lá ou seguindo para outro país do Sudeste Asiático, como foi o nosso caso, pois dali iríamos para Bangkok. Saímos de Siem Reap e chegamos no Aeroporto de Phnom Penh quase noite, num voo que durou cerca de 40 minutos.
O Aeroporto Internacional de Phnom Penh é pequeno, mas muito bonito, tem uma arquitetura bem diferente.
Ficamos hospedados no Sunway Hotel que fica ao lado do Wat Phnom e a 2 km das principais atrações turísticas.Ele fica na Rua 92, uma rua elegante cheia de construções históricas imponentes, como a Biblioteca Nacional. São apenas dois quarteirões que vão da parte de trás do Wat Phnom até o Boulevard Monivong.
Ficamos neste hotel uma noite apenas, porque o nosso voo para Bangkok, seria no final da tarde do dia seguinte.
O hotel nos atendeu no sentido de ter boa acomodação, um café da manhã muito bom e almoço, com opção de pratos internacionais (para quem quer fugir das refeições locais que são boas, mas acabam enjoando por serem sempre parecidas).
Quarto confortável e espaçoso, SPA com boas opções de serviços, internet com bom desempenho, staff bem simpático.
À noite tomamos tuc tuc ao lado do hotel que, nos levou até Preah Sisowath Quay. A Sisowath Quay é uma agradável avenida com 3 km de extensão que corre ao lado do Rio Tonle Sap e começa ou termina(não sei), onde ele se encontra com o Rio Mekong.
O calçadão à beira do rio é perfeito para caminhadas. Na hora em que estávamos lá, por volta de 20:00 horas, próximo ao píer, algumas partes estavam vazias, outras escuras, então não me senti muito segura, principalmente com a máquina fotográfica na mão, mas eu sou muito medrosa, talvez eu não sirva de parâmetro.
Já a praça em frente ao Palácio Real estava tomada de gente, porque no dia seguinte seria o aniversário do Rei Norodom Sihamoni.
Havia um outdoor enorme, todo iluminado, com a foto do rei, uma data e uma frase, provavelmente de felicitações (não tive curiosidade de traduzir).
Do outro lado da rua, a região é cheia de bares e restaurantes, bem movimentados. Você pode aproveitar para almoçar por ali. No nosso caso, fomos para jantar no famoso FCC -Foreign Correspondents Club, que fica na Sisowath Quay, 363.
Ele é um bar e restaurante, com nove quartos de hotel, instalado num edifício de três andares em estilo colonial. O FCC tem sido o ponto de encontro de intrépidos aventureiros, moradores e visitantes, de todo o mundo.
O andar superior, tem uma fila de bancos de bar com uma vista maravilhosa sobre o longo Tonle Sap River. Os coquetéis são bons e não há lugar melhor em Phnom Penh para ver o Rio.
No dia seguinte, após o café da manhã, a nossa primeira parada foi no Wat Phnom, pois como disse acima, o nosso hotel estava bem ao lado.
Wat Phnom
Entre os templos da cidade de Phnom Penh é o mais famoso de todos. Wat Phnom também chamado de templo da montanha(Wat significa templo e Phnom significa colina).
É um templo budista construído em 1373. Está localizado no único morro de Phnom Penh, a 27 metros de altura, tornando-se a maior construção religiosa da cidade, sendo um importante ponto de oração para os cambojanos.
Um lugar de muita paz, perfeito para recarregar as energias.
O Wat Phnom é famoso por suas escadas que levam até a capela-mor e também pelos seus jardins, onde foi construído um relógio enorme usando o gramado e cerca viva.
O templo Wat Phnom está aberto todos os dias da semana das 08:00 até 18:00, taxa de entrada é US $1.
Palácio Real de Phnom Penh
O Palácio Real é uma das maiores atrações turísticas de Phnom Penh. Visitar o Palácio Real é uma obrigação para qualquer turista na cidade. Todo o complexo é murado e, apesar de aberto ao público, a família real cambojana vive no palácio, portanto, algumas áreas não são acessíveis ao público. Este complexo de edifícios do século XIX, com enormes telhados pontudos principalmente marcantes na cor dourada, lembra de alguma forma o Grand Palace em Bangkok. São vários templos e pagodes espalhadas pelo terreno, numa clara mistura de política com religião.
No total são 9 edifícios,cobrindo uma área de mais de 6 hectares. Os palácios e edifícios mais notáveis são a sala do trono, o Pavilhão de Napoleão III, Pavilhão Phochani, Pavilion Chanchhaya e claro o Pagode de Prata.
Jardins do Palácio
Embora os edifícios sejam de grande beleza e valor arquitetônico incalculável, o mais impressionante são os jardins muito bem cuidados.
Pavilhão de Napoleão III e Pavilhão Phochani
O Pavilhão Phochani foi construído em 1912. É usado como salão de festas. Apesar de pouco ou nenhum interesse lá dentro, é uma das estampas mais fotografados da parte sul dos jardins do Palácio Real.
Pavilhão Chanchhaya
Chanchhaya Pavilion é visível do lado de fora dos muros que cercam o palácio real, portanto, é o lugar escolhido pelo rei do Camboja para dar palestras para o seu povo ou de presenciar os desfiles pelas ruas da capital cambojana.
Este pavilhão foi originalmente construído em madeira, posteriormente demolido e reconstruído no ano de 1914. Também chamado de o Pavilhão da lua. É facilmente reconhecível pela enorme imagem do rei do Camboja, que é exposto no exterior do edifício.
A Sala do Trono
A sala do trono é o edifício mais impressionante, com uma altura de 59 metros. Este edifício está ainda em uso hoje para atos oficiais, reuniões diplomáticas e eventos religiosos, como por exemplo, casamentos reais.
O edifício de hoje não é mesmo que foi construído no século XIX. O original era de madeira e foi demolido no ano de 1915.O atual edifício tomou o seu lugar no ano de 1917.
Dentro da sala do trono podemos ver esculturas e bustos de reis do Camboja, 3 tronos (2 tronos tradicionais e 1 trono mais moderno e ocidental) e uma escultura feita inteiramente em ouro.
A opulência do que vimos ali contrasta bastante com a pobreza que vimos na periferia da cidade. Uma história que, infelizmente, a gente está acostumado a ver mundo afora.
Horário de funcionamento e o preço do bilhete
O Palácio Real é aberto ao público todos os dias da semana das 07:30 até 11:00 e das 14:00 até 17:00. (Exceto para atos oficiais, onde o Palácio permanecerá fechado ao público).
A taxa de entrada é de U$3 para o qual devem ser adicionados um extra de U$2 para quem quiser tirar fotos.
Mapa turístico
Este é o mapa turístico do Palácio Real está localizado na entrada do recinto:
Pagode de Prata
O Pagode de Prata está localizado dentro do complexo do Palácio Real, separado apenas por um muro. Foi construído em 1860, numa mistura da arquitetura europeia e asiática. O nome formal do pagode prateado é Preah Vihear Preah Keo Morakot, também conhecido como Wat Preah Keo, a tradução significa o Templo do Buda Esmeralda, mas nada tem a ver com o famoso templo da cidade de Bangkok na Tailândia.
O complexo do Pagode de Prata é composto por vários edifícios, incluindo uma biblioteca, estátuas, sendo uma do rei a cavalo, stupas e jardins paisagísticos.
Nesta parte do palácio, o Rei do Camboja geralmente vem conversar com os monges.
Para quem vem do Vietnã e está de passagem pela cidade de Phnom Penh, antes de continuar sua viagem para Siem Reap, vai encontrar nos jardins do Pagode de Prata uma agradável surpresa: uma maquete em grande escala do Angkor Wat.
Como chegar até o Palácio Real e ao Pagode de Prata
O palácio real está localizado ao longo do rio, na parte leste da cidade de Phnom Penh. Aproximadamente, 5 minutos a pé do Mercado Central e a 7 minutos da estação ferroviária. Aqueles que não quiserem andar, terão que tomar um tuc tuc ou um táxi para chegar até o Palácio Real.
As regras de vestuário são bem rígidas: ombros e joelhos devem estar cobertos. Não adianta jogar um lenço sobre os ombros, tem que ser camisa com manga. Coincidentemente, ao lado da bilheteria são vendidas camisetas para os turistas desavisados.
Museu Nacional do Camboja
Localizado na parte norte, bem em frente ao Palácio Real. O museu foi inaugurado em 1920, num prédio especialmente construído para ele. O edifício é facilmente reconhecível pelos seus telhados pontudos em avermelhado, que bem poderia ser confundido com um templo ou um edifício do Palácio Real. O prédio realmente é muito bonito e o pátio interno, por si só, já é uma atração.
O Museu Nacional do Camboja briga uma das maiores coleções de arte da cultura Khmer do período pré-histórico até o declínio subsequente de Angkor, com mais de 14.000 exposições.
Podendo ver esculturas, cerâmica, artesanato, etc... O destaque fica por conta da exposição permanente intitulada "tesouros do Camboja". Uma das mais belas partes do complexo são os jardins centrais (número 14 no desenho esquemático).
Desenho esquemático do Museu Nacional do Camboja
Horas e preço do ingresso
O Museu é aberto todos os dias da semana sem interrupção de 08:00 a 17:00 (a bilheteria fecha às 16:30). A taxa de entrada é de U$5 e crianças não pagam entrada. A visita pode ser feita sozinho ou com um guia oficial do Museu. Visita guiada com grupo tem um custo adicional de U$3 com a duração de 1 hora. Os guias do Museu Nacional falam inglês, francês e japonês e khmer.
Informações do Museu Nacional
No interior do Museu é proibido para tirar fotografias ou gravar videos, somente o interior dos jardins podem ser fotografados.
Na rua atrás do Museu Nacional é chamada a rua dos artistas, onde é possível encontrar fotos, pinturas e outras lembranças.
Depois da visita ao Museu Nacional, era hora do almoço. Nosso guia nos levou ao Restaurante Bopha Titanic. O restaurante está localizado na beira do Rio Tonle Sap, próximo ao Píer Phnom Penh e do encontro com o Rio Mekong. É o tipo de restaurante que recebe numerosos grupos de turistas, mas na hora em que fomos não tinha tanta gente e quando eu vi a localização achei o lugar interessante. Ele é grande, todo em madeira, conta com uma varanda com mesas e cadeiras confortáveis voltadas para o rio, com uma charmosa decoração de flores de lótus naturais. A comida é simples, mas muito saborosa. Tem um bom serviço, nada demais. Ficamos numa mesa perto do músico e sua dançarina. Não sabemos o preço, pois pagamos apenas a nossa bebida.
Monumento da Independência
Fica no encontro das avenidas Norodom e Sihanouk. O monumento é uma estupa com o formato da torre central de Angkor Wat. Construída em 1958 para comemorar a data em que o Camboja tornou-se independente da França, em 1953. À noite, quando ganha iluminação, ele fica ainda mais bonita, mas de dia é possível aproveitar o Parque Neak Banh Teuk, que fica logo ao lado.
Na primeira postagem sobre o Camboja, disse que falaria sobre o que foi o Khmer Rouge. Pois bem, vamos a um pouco de história para entender a próxima atração:
O Camboja viveu seu período de glória até 1431, quando fazia parte do Império Khmer, cuja capital era Angkor. Quando o Reino de Sião (atual Tailândia) invadiu Angkor Thom, o rei cambojano fugiu para Phnom Penh.
Nos quatro séculos seguintes, o reino Khmer alternou entre ser governado ora por tailandeses, ora por vietnamitas. Até que em 1863, não aguentando mais, o Rei Norodom pediu proteção à França, tornando-se Colônia Francesa até 1953, que juntamente com o Laos e o Vietnã, passaram a integrar Indochina Francesa, com exceção no período da Segunda Guerra Mundial.
Ao visitar Pequim em 1970, o rei Norodom Sihanouk foi deposto por um golpe militar liderado pelo primeiro-ministro, o General Lon Nol e o príncipe Sisowath. Então, o Rei Norodom Sihanouk formou uma aliança com o Khmer Rouge contra o governo recém estabelecido.
Em 1975, o controle do Camboja é assumido pelas forças do Khmer Rouge ou Partido Comunista do Kampuchea, um partido liderado por Pol Pot, mas que esteve clandestino durante a maior parte da sua existência.
O regime comunista do Khmer Rouge exigiu o deslocamento de toda a população das áreas urbanas para os campos. A desculpa era de que não tinha condições de levar alimentos até as cidades, assim seria mais fácil alimentar a população, com cada um plantando seu próprio alimento e para todos, mesmo que fosse um trabalho forçado, não importando se estavam doentes ou velhas.
Em Phnom Penh e em outras cidades, o Khmer Rouge disse aos residentes que seriam movidos apenas cerca de “dois ou três quilômetros” para fora da cidade e que retornariam em “dois ou três dias.” Algumas testemunhas dizem que lhes foi dito que a evacuação era devido à “ameaça de bombardeios americanos” e que eles não precisavam trancar suas casas, uma vez que o Khmer Rouge “tomaria conta de tudo” até que eles retornassem.
O Khmer Rouge acreditava que os pais estavam envenenados pelo capitalismo. Consequentemente, as crianças foram separadas de seus pais, sofreram uma lavagem cerebral socialista, e também aprenderam métodos de tortura com animais. As crianças foram “um instrumento ditatorial do Partido” e receberam papeis de liderança em torturas e execuções. Seu lema era: “Não existe beneficio em mantê-lo vivo. Não existe prejuízo em destruí-lo.”.
A transferência planejada para o campo resultou na paralisação completa de quase toda atividade econômica: até mesmo escolas, bancos e empresas industriais e de prestação de serviços.
Muitas pessoas morriam de fome ou por doenças banais, pois até os hospitais foram fechados. As pessoas eram obrigadas a fazerem uso da medicina caseira. Monges, professores, intelectuais foram perseguidos, torturados e mortos. O simples fato de se falar outra língua ou de usar óculos era motivo para se matar alguém. Uma simples denúncia falsa podia ser motivo para se suspeitar de que a pessoa era contra o regime e matá-la.
O regime do Khmer Rouge durou até 1979,quando foi invadido pelo Vietnã, inconformado com o tipo de governo do país vizinho. E quanto a Pol Pot: passou 18 anos escondido na selva, só em 1998 morreu de causas naturais, em prisão domiciliar perpétua.
Toul Sleng Genocide Museum ou Prisão S- 21
Toul Sleng foi um Instituto, o instituto Chao Svay Yat, convertido pelo Khmer Vermelho em uma prisão: a prisão S-21.Toul Sleng foi um dos 150 campos de extermínio do regime do Khmer Rouge.Estima-se que, cerca 14.000 a 20.000 pessoas, entre homens, mulheres e crianças, passaram pela S-21. Elas foram interrogadas, torturadas e mortas ou executadas, neste lugar.
As salas de aula foram transformadas em prisões, celas de tortura e assassinato.
Os prisioneiros eram fotografados, obrigados a assinar declarações falsas em que confessavam espionagens, participação na CIA e quaisquer outros motivos que servissem de desculpa para serem assassinados pelo Khmer Rouge. Tudo era devidamente registrado, inclusive os corpos das vítimas. Hoje, as fotos estão em exposição no museu e são bem chocantes...
Os quatro prédios que compõem a antiga prisão foram mantidos quase intactos. As varandas eram recobertas com arame farpado, para evitar que os presos se suicidassem, pulando do prédio.Quando o exército vietnamita descobriu a prisão, em 07/01/1979, encontraram os corpos das últimas 14 pessoas assassinadas no local. Elas foram as únicas vítimas que puderam receber um túmulo digno, na entrada do museu.
As informações mais conhecidas dizem que apenas 7 ou 12 pessoas sobreviveram à prisão, mas pesquisas recentes estimam que esse número seja um pouco maior. Ao longo dos 4 anos de funcionamento da S-21, pelo menos 179 prisioneiros teriam sido liberados e 23 estariam vivas quando os vietnamitas chegaram ao local.
Pelo menos dois desses sobreviventes ainda estão vivos: Bou Meng e Chum Mey. Bou Meng sobreviveu por ser um dos artistas escolhidos para pintar quadros de Pol Pot. Chum Mey era mecânico e os guardas precisavam dele para consertar as máquinas de escrever utilizadas nos interrogatórios. Os dois ainda podem ser vistos no Museu Tuol Sleng promovendo seus livros e compartilhando suas histórias. No dia em que visitamos o museu, o Sr. Bou Meng estava lá, gostaria de tê-lo cumprimentado, talvez até tê-lo abraçado, mas a minha timidez me impediu de me aproximar dele, mas só de ver aquele senhor, uma lembrança viva dos horrores que aconteceram naquele lugar, já foi uma honra.
Do lado de fora você pode ver as estritas regras e códigos de conduta a serem seguidas pelos presos. A visita ao Museu Tuol Sleng não é agradável, mas é necessária para tentarmos entender um pouco da história recente do Camboja.
Endereço
Prisão S-21 ou Toul Sleng Museum está localizado a sudoeste da cidade de Phnom Penh, entre a Rua 113 e 350.
Horas e preço de admissão
Toul Sleng Museu abre suas portas todos os dias da semana 8h às 11h e das 14h às 17h (os horários divergem e não há um site oficial, mas acho que nesses intervalos não há erro). O preço do ingresso são U$3.
Esta triste história pela qual passou o Camboja, é muito recente. O país vem tentando se reconstruir aos pouquinhos.
No Camboja milhares de crianças morrem por ano, em sua maioria, de causas que poderiam ser prevenidas ou de subnutrição; a maioria vive em áreas rurais e não frequentam escolas. Também vemos muitas crianças órfãs nas ruas, vendendo suvenires nas entradas dos templos ou outros pontos turísticos. Não sabem ler, nem escrever, mas sabem estender a mão para pedir: “one dólar! one dólar! Madame!”
São crianças que lhe encantam pela beleza e pela ternura. Dá para entender por que Angelina Jolie decidiu ser mãe adotiva depois de passar por lá. A propósito, desde que ela adotou uma criança, parece ter se tornado parte da programação de alguns turistas visitarem orfanatos no Camboja. Orfanato não é lugar de fazer turismo! Se você não tem intenção de adotar uma criança cambojana, não pague este mico!
Muitos vão com a boa intenção de oferecer ajuda, mas há gente querendo lucrar com essa situação tão lamentável, criando orfanatos de fachada para exploração de crianças.
E pense duas vezes antes de comprar qualquer coisa para crianças ou adultos pobres na rua. Um truque comum é ver mães com crianças de colo pedindo leite. Você vai até o local comprar, e acaba pagando por um preço mais alto que a média. Depois que você sai a “mãe” e o funcionário do local, dividem o lucro.
Antes de ajudar, informe-se! Doe para organizações com alguma referência. Ajude apenas se tiver certeza de que você está fazendo o bem, porque infelizmente, querendo fazer o bem, você pode acabar fazendo o mal para uma criança.
No Camboja, grande parte da população de Siem Reap, por exemplo, sobrevive com menos de 50 centavos de dólar por dia; tem muitas crianças e adultos mutilados, vítimas das mais de 4 milhões de minas terrestres que foram instaladas no país, na época do regime de Pol Pot. Muitos destes mutilados, fazem parte de grupos de música e se apresentam nas entradas dos templos de Angkor. Também vi alguns rapazes (adolescentes) em cadeiras de rodas em frente ao Palácio Real em Phnom Penh.
Há pobreza, mas nada que os nossos olhos de brasileiros estejam acostumados. E também não pode ser algo que vá estragar o encanto do seu passeio, pelo contrário, apesar da dor pela qual essas pessoas passaram, há tão pouco tempo; apesar de feridas profundas ainda abertas na memória e na carne de muitas delas; apesar das dificuldades - parece haver um esforço enorme para receber bem os turistas. É admirável o alto astral e a simpatia dos cambojanos, assim como, é impressionante o sincretismo religioso entre o hinduísmo e o budismo- embora tão familiar para os brasileiros - ao contrário do catolicismo e do candomblé, são religiões bem próximas.
Assim foi nosso dia em Phnom Penh! Não deu tempo de visitar os mercados, de fazer um passeio de barco pelo Tonle Sap, de conhecer os templos e vilarejos nos arredores, pois a cidade é apaixonante... A hora da decolagem, olhar para aquela cidade lá em baixo, foi um momento de muita tristeza, porque o Camboja me conquistou... E olha que eu não tinha expectativa nenhuma! Não tenho dúvidas de que um dia voltaremos ao Sudeste Asiático e ele entrará novamente no nosso roteiro, porque o Camboja é mais do que os templos de Angkor... O Camboja é forte, é intenso…uma mistura de emoções. Aprofundar-se nas questões do país lhe faz pensar, refletir, chorar…tanta beleza, tantos templos esplêndidos, tanta religiosidade… uma história tão triste, que desejo imensamente, seja superada!!
- 22:08
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