Os 10 melhores locais para visitar no Norte de Portugal

Ponte da Barca é uma das belas e remotas vilas minhotas do Norte de Portugal, situada no coração verdejante do Alto Minho pertencente ao distrito de Viana do Castelo,  com o Parque Nacional da Peneda-Gerês a minutos de distância. Ponte da Barca convida a uma visita demorada, pelas paisagens verdejantes, pelo Rio Lima, pelo rico patrimônio histórico-cultural, pela gastronomia regional e pela gente acolhedora.
A povoação tem origens muito remotas. Gravuras rupestres, necrópoles megalíticas, antas e menires atestam a ocupação humana desde a pré-história.
Conhecida por Terra da Nóbrega, tanto o topônimo como os castros provam a influência celta. Aocupação romana trouxe uma ordem administrativa que mais tarde permitiu receber os primeiros forais de Portugal.
O nome se deve à barca que atravessava pessoas e bens duma margem à outra do Rio Lima, majoritariamente os peregrinos de Santiago de Compostela. A ponte foi determinante para o desenvolvimento comercial e Ponte da Barca tornou-se num ponto fulcral de ligação ao interior.
O que visitar
Há um centro histórico repleto de pontos de interesse para explorar, entre mais de duas mãos cheias de solares e casas brasonada, templos religiosos e patrimônio civil. 
Aprecie e atravesse a Ponte Medieval com os arcos espelhados no Rio Lima, uma das imagens-postais mais belas e identificativas do Norte de Portugal.
Localize o Pelourinho, manuelino. Brinque com a ilusão do “esconde-esconde” nas arcadas do antigo Mercado Pombalino de 1752. Evoque a sua musa inspiradora no Jardim dos Poetas. 
Conheça a devoção das gentes da terra nas Alminhas, na singela Capela de Nossa Senhora da Lapa, na Igreja da Misericórdia e suba os degraus até a surpreendente Igreja Matriz, templo barroco e maneirista, acabando na Capela de Santo Antonio.
Desça aos antigos Paços do Concelho, aprecie casario antigo permeado pelas casas brasonadas, e termine no coração civil, comercial e popular de Ponte da Barca. Havendo tempo, descubra o Cruzeiro do Curro e a Fonte Barroca de São João.
Onde comer
Saiba desde já que a gastronomia minhota é de boa sustância. Aproveite para regalar corpo e alma numa das casas típicas de comes e bebes ou num bar/restaurante com sugestões refrescantes do bom que Ponte da Barca produz. 
O mais básico e clássico é o presunto com broa de milho. As especialidades de Ponte da Barca são de lamber os beiços: as Papas de Sarrabulho, a Chanfana de Cabra à Moda de Germil, a Lampreia (das pesqueiras) do Lima, o Cabrito à Serra Amarela ou Cabrito dos montados de Boivães, o Naco de Barrosã à Terras da Nóbrega – só para nomear alguns.
O Restaurante Moinho para comida com sabor a tradição (lampreia, polvo e peixes grelhados louváveis), a Adega do Artur pelo vinho verde que rega as suculentas carnes grelhadas, e Vai à Fava porque inova nos pratos com gostinho a Minho.
No fim, adoce com os tradicionais Pão de Ló, Bolo Branco, Leite Queimado ou Rabanadas de Mel, ou os mais recentes e inovadores Queijadas de Laranja ou Magalhães, com receita familiar da Pastelaria Liz, Capuchinhos, uma criação da Pastelaria Caracas que concorreu às 7 Maravilhas Doces, ou, visitando em janeiro, uma fatiazinha do maior Bolo de Mel do mundo.
Regue com o imprescindível Vinho Verde, do Vinhão, afinal está na Região Demarcada e Ponte da Barca tem uma adega produtora.
Considere reservar alojamento em Ponte da Barca, um excelente refúgio no meio da natureza para passar as suas férias a explorar as maravilhas do Gerês ou para uma escapadinha revitalizante. Os serões nesta quietude, a ouvir os sons da noite e a apreciar um céu de mil estrelas, é nada menos do que mágico! 
     5-Arcos de Valdevez
Plantada em um vale rodeado de paisagens verdejantes e atravessada pelo Rio Vez, visitar Arcos de Valdevez é entrar numa vila repleta de encantos característicos do Alto Minho.
Em Arcos de Valdevez vai encontrar rico patrimônio arquitetônico e bucólicas aldeias comunitárias guardiãs de usos e costumes ancestrais onde simplesmente apetece estar.
Vai maravilhar-se com paisagens exuberantes das montanhas do Parque Nacional Peneda-Gerês, percorrer passadiços e trilhos mágicos, e sublimar-se perante locais de culto ímpares em Portugal. Há uma excelente gastronomia para degustar e um sem número de maravilhas naturais para descobrir.
Aparentemente, Arcos de Valdevez é uma vila pequena e adormecida. Mas uma visita atenta vai revelar uma série de antigas e interessantes igrejas, várias casas senhoriais e solarengas, exemplares do rico patrimônio histórico-cultural e um encantador centro histórico que apetece descobrir. A beira-rio sombreada pelos salgueiros de meter inveja a muitas urbes é um espaço que confere qualidade de vida a esta vila. 
O que ver
Começamos pelo conjunto arquitetônico da Santa Casa da Misericórdia Igreja da Misericórdia em estilo barroco em frente da qual se ergue um Cruzeiro setecentista. 
Relógio de Água é um dos seus ex-libris e encontra-se bem no centro do Largo da Lapa, onde ainda pode visitar a Igreja de Nossa Senhora da Lapa, /b> de 1767, em estilo barroco. Siga até à singela Capela de Nossa Senhora da Conceição, o monumento religioso mais antigo de Arcos de Valdevez, de arquitetura de transição entre o românico e o gótico.
Na Praça Municipal vai encontrar um conjunto de monumentos de patrimônio civil como sejam o Pelourinho, o Tribunal e a Câmara Municipal de Arcos de Valdevez. Mais adiante, destaca-se a arquitetura barroca da Igreja Matriz dedicada a São Salvador, datada do século XVII, mas com adições do século XVIII como o altar em talha dourada. Adossada à igreja encontra-se a Capela do Calvário, uma belíssima capela em estilo rococó.
Atravessamos o Jardim dos Centenários, espaço verde ladeado pela b>Biblioteca  e Casa das Artes para nos depararmos com outro monumento de destaque. A Igreja do Espírito Santo conjuga a tradição maneirista, notável na talha dourada dos altares e púlpitos no interior, com a sobriedade neoclássica num templo religioso de rara beleza. 
Saímos do centro histórico para nos aproximarmos da Zona Ribeirinha e descobrir mais encantos da vila, desta feita, abrilhantados pelas águas correntes do Rio Vez. 
Dê um pulinho ao miradouro e mire a volta do rio Vez onde está a Praia Fluvial da Valeta e duas pontes, a Ponte Pedonal e a das Poldras sobre o Rio Vez. Poderá ver ainda uma antiga azenha de rio (convertida em discoteca). Num alargado passeio pelas margens do Vez ainda se pode cruzar com a Fonte do Piolho e namorar à sombra da pérgola.
Tomamos a avenida para irmos ao encontro do Recontro de Valdevez, em memória dum dos mais importantes episódios da fundação da nação portuguesa que teve lugar nas margens do Vez.  
Apetece passear morosamente nos Jardins do Campo do Trasladário que transformaram a Ínsua do Vez num espaço verde apetecível, tranquilo e prazenteiro. Daqui tem-se a vista mais desimpedida da Ponte Velha, a imagem postal de Arcos de Valdevez.
É por ela que vamos atravessar o rio para irmos ao encontro do Cruzeiro do Senhor dos Milagres, da Casa da Ponte e da Igreja de São Paio que se destaca por ser destinta das restantes. A fachada está revestida de azulejo português e é antecedida por um escadório ornamentado. 
Onde ficar 
A simpática Arcos de Valdevez tem algumas opções de hospedagem na cidade em si, bem como uma série de pousadas rurais nas proximidades. Todas elas são uma boa base para explorar o concelho e aventurar-se pelo Gerês.
Onde Comer
Quem conhece o Minho sabe que a comida é farta e boa sustança. Portanto, no seu roteiro para visitar Arcos de Valdevez, entregue-se aos prazeres do paladar sem remorsos e tudo lhe vai saber divinamente: Cozido à Minhota, Cabritinho Mamão da Serra, Carne da Cachena com Arroz de Feijão Tarrestre, Papas de Sarrabulho, Bacalhau à Labrador, Arroz Pica no Chão e Rojões, são os melhores exemplos da gastronomia regional típica de Arcos de Valdevez.
E se acha que é muito, nem olhe para a mesa das sobremesas. Tem à sua espera doçaria tradicional de tornar qualquer santo num pecador: Charutos dos Arcos, Rebuçados dos Arcos, Bolo de Discos, Cavacas, Bolo de Mel, Casadinhos Brancos, Laranja de Ermelo, Pão-de-Ló de Soajo.
Restaurante Braseiro adequadamente especializa-se nos grelhados; o Restaurante O Pote é elogiado na cachena com arroz de feijão, mas o Restaurante O Lagar está-lhe um degrau acima e ganha pontos pelo espaço castiço e por servir o melhor bolo de discos.
Se quiser trazer um doce para casa, passe na Doçaria Central. É daquelas à moda antiga, com segredos de doces regionais e conventuais passados de geração em geração desde 1830. Encha uma caixa de Charutos e outra de Rebuçados. Estes são tão grandes que ocupam qualquer boca um bom pedaço. Não é à toa que os chamam de “cala-maridos”. 
   
O que visitar perto de Arcos de Valdevez
Agora que já visitou os principais pontos de interesse na vila que devem constar num roteiro para visitar Arcos de Valdevez, vamos alargar os horizontes. O concelhotem ainda um manancial de lugares dignos de visita e experiências que sãotradições vivas.
Arcos de Valdevez tem uma das cinco portas de entrada para o extremo norte do Parque Nacional da Peneda-Gerês, a Porta do Mezio.
Quem gosta de caminhadas e passeios de BTT tem em Arcos de Valdevez a oportunidade de esticar as pernas num dos muitos trilhos do concelho, como a Ecovia do Vez ou a Ecovia do Ermelo, o Trilho dos Romeiros da Peneda ou o Trilho das Brandas do Sistelo, os incontornáveis Passadiços dos Sistelo e os novíssimos Passadiços das Lagoas do Vez.

Porta do Mezio
É numa das portas de entrada no Parque Nacional Peneda-Gerês que, podem-lhe dar toda a informação para trilhos muito interessantes nesta região. Descubra ainda maravilhas da natureza escondidas nas montanhas como as Lagoas de Travanca, o Poço Negro ou a Lagoa dos Druidas.

Anta do Mezio
A geografia antropológica descobre-se na abundância de vestígios arqueológicos do neolítico. O destaque vai para o Núcleo Megalítico do Mezio cuja estrela é a Anta do Mezio, um túmulo pré-histórico com cerca de 5000 anos, e a Estação Arqueológica do Gião que reúne um conjunto de notáveis manifestações de arte rupestre.

Baloiço do Mezio
Não podíamos deixar de destacar a mais nova atração de Arcos de Valdevez: o Baloiço do Mezio. Encare a vida com leveza e liberdade num vai-e-vem de alegria. Numa localização privilegiada da Serra do Soajo, o maior baloiço de Portugal proporciona vistas 360º soberba sobre todo o Parque Nacional da Peneda-Gerês.
6-Aldeia de Sistelo
Uma visita ao Gerês não fica completa sem visitar a Aldeia do Sistelo, uma das aldeias vencedoras das 7 Maravilhas de Portugal, no município de Arcos de Valdevez. Apreciar os seus arrebatadores socalcos, que lhe deram o epíteto de Pequeno Tibete Português e percorrer a pé os Passadiços do Sistelo, devem fazer parte de qualquer roteiro pelo Parque Nacional da Peneda-Gerês.  Acredite, você vai se sentir rodeado de um cenário digno de filme.
Estes foram os principais propulsores da sua fama: os Passadiços do Sistelo que passaram do segredo mais bem guardado do Gerês para o destino mais procurado em menos de um ano; os socalcos, que sempre ali estiveram desde o século XVI e que foram declarados Monumento Nacional em 2017, pelo Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa.
O que ver
Casa do Castelo ou Castelo do Sistelo é a joia da coroa do patrimônio edificado da aldeia. Quando Manuel Gonçalves Roque regressou do Brasil nos finais do século XIX, aplicou a sua fortuna na construção dum palácio revivalista na aldeia que o vira nascer: o Sistelo. O Castelo do Sistelo, como é hoje conhecido, foi a casa do Visconde do Sistelo e alberga hoje um centro interpretativo da paisagem cultural para acolher os turistas.
Perderam-se na história as origens do templo religioso da Igreja Matriz do Sistelo. Só no século XVI é que surge a primeira referência à igreja do Sistelo nos livros da arquidiocese, aquando da passagem da comarca de Valença para a de Braga.
Os socalcos são a base da economia agro-pastoril desta região com relevo acentuado. Os socalcos permitem um aproveitamento do solo para a agricultura de subsistência do milho, feijão e batata e pastagem dos animais, principalmente da vaca barrosã e cachena adaptadas ao clima e relevo da região.
O casario da aldeia encontra-se muito bem preservado, tendo já sido recuperadas algumas casas típicas de granito – e ao deambular pelas ruas da pequena aldeia, são essas casas castiças que o vão deliciar. 
Os espigueiros, celeiros para espigas de milho, pontuam um pouco por toda a aldeia, quer seja nos pátios e quintais das casas, quer junto a muros dos prédios agrícolas. 
Sistelo é a meca das caminhadas.Todos os amantes de caminhadas encontram na aldeia medieval do Sistelo uma verdadeira meca. É que a pequena aldeia de montanha guarda alguns dos trilhos mais bonitos do Parque Nacional da Peneda Gerês.
Entre eles figuram os mediáticos Passadiços do Sistelo e o extraordinário trilho das Brandas de Sistelo, para muitos o favorito do Pequeno Tibete Português e um dos percursos pedestres mais bonitos de Portugal.
O Trilho dos Passadiços do Sistelo em si é pequeno, tem apenas cerca de 2 km. Como o próprio nome dá a entender, o trilho segue quase sempre pelas margens do Rio Vez ao longo de carreiros e fantásticos passadiços. Pelo caminho vai cruzar bosques e pontes medievais, ver ermidas, capelas e espigueiros e soberbas paisagens naturais. E claro, neste trilho não falta cascatas, nem oportunidades para ir ao banho.
Este é mesmo um dos percursos pedestres de Portugal que tem de fazer pelo menos uma vez na vida. Acredite, o cenário é digno de um filme! 
A primeira grandedecisão que terá de tomar, numa visita aos Passadiços do Sistelo, é onde começar a caminhada. Até porque toda a logística está dependente dessa decisão.
De forma a escolher o melhor ponto de partida deve ter em conta pelo menos as seguintes variáveis: quanto tempo tem disponível para caminhar; a sua condição física; se vai fazer os Passadiços do Sistelo com crianças pequenas; se pretende fazer um percurso circular ou linear.
Para quem tem pouco tempo disponível, não esteja em boa condição física e viaje com crianças pequenas a melhor opção é ficar-se pelo Trilho dos Passadiços do Sistelo.
O percurso começa e termina no centro da Aldeia do Sistelo, tem apenas cerca de 2 km, é circular, está super bem marcado e não apresenta grandes desníveis. Terá apenas de fazer uma pequena descida e uma pequena subida.
E o melhor de tudo é que este é o troço mais bucólico dos Passadiços do Sistelo e Ecovia do Vez, logo, sai de lá simplesmente encantad@. Uma excelente desculpa para regressar.
Caso vá com mais tempo, não tenha limitações físicas e for aficionado das caminhadas na natureza, recomendamos vivamente que opte pelos Passadiços do Sistelo combinados com a Ecovia do Vez, começando na Ponte Medieval de Vilela.

O que levar
Mochila leve e confortável.
Calçado adequado a caminhadas.
Comida e bebida (entre elas muita água pois não há cafés nem lojas pelo caminho).
Protetor solar, óculos de sol e chapéu.
Se for no verão, não se esqueça do fato (roupa) de banho. A praia fluvial do Sistelo é irresistível!
Impermeável/capa de chuva (estamos no Gerês, logo pode chover a qualquer altura).
Uma máquina fotográfica ou um smartphone para registrar os melhores momentos da caminhada.
Um saco para trazer o seu lixo consigo.

Informações Práticas
Distância: 2 km
Circular: sim
Dificuldade Técnica: Fácil
Local de Partida/Chegada: Cruzeiro da Aldeia de Sistelo
Atenção: o percurso circular do Trilho dos Passadiços do Sistelo implica atravessar o rio Vez junto à Praia Fluvial do Sistelo (por uma espécie de dique). Se for no inverno (ou mesmo na primavera ou no outono após fortes chuvaradas), o mais certo é a passagem estar submersa. Se for o caso, para chegar até aos passadiços terá de seguir o trilho na direção contrária de forma a atravessar o rio pela Ponte Medieval do Sistelo. Depois terá de regressar à Aldeia do Sistelo pelo mesmo caminho ao invés de fazer o percurso circular. 

7-Soajo
Num cenário natural único e deslumbrante, em plena zona montanhosa do Gerês, na Serra do Soajo, muitas vezes confundida como Serra da Peneda que, deu nome à povoação, abriga-se a Vila do Soajo. Uma povoação milenar pertencente ao concelho de Arcos de Valdevez, distrito de Viana do Castelo, também a escassos quilômetros de Braga Porto.
Faz parte a zona raiana da fronteira com Espanha Castro Laboreiro em Melgaço, fica-lhe a norte.
É lugar de paragem obrigatório em qualquer roteiro pelo Gerês e merece a pena que lhe dedique umas horas do seu tempo, ou quiçá um fim de semana alojando-se numa casa de turismo rural, para relaxar neste ambiente rural de paz e silêncio natural.
O Soajo é um destino perfeito para um passeio de família, uma escapadinha romântica ou uma saída de amigos. Vai passar um dia diferente num contexto mais rural, envolvido por belezas naturais e com patrimônio cultural e arquitetônico que faz parte da identidade portuguesa. 
Soajo é uma aldeia-escola, uma lição das raízes mais populares do país. Ela tem patrimônio, beleza paisagística e tradições. 
Visitar o Soajo é pura magia! 

O que ver e fazer 
Espigueiros do Soajo
O principal atrativo turístico são os 24 espigueiros seculares na eira comunitária no Minho, um traço cultural da vivência comunal local e a razão porque cada vez mais pessoas querem visitar o Soajo. Foi também a principal motivação da nossa visita. Estes “celeiros” de milho nos encantaram à primeira vista e poder vê-los era vontade de há muito tempo.
No Soajo, o Eido do Penedo que fica na Estrada dos Espigueiros, a M530, acolhe estas construções de pedra granítica, o mais antigo datando de 1782, os restantes feitos ao longo do séculos XVIII e XIX. Sempre coroadas com uma cruz no alto, como pedidos de proteção divina, sinal evidente da sacralização desses armazéns cruciais para a vida. As “rodas” na base serviam para evitar que os roedores estragassem o sustento das famílias, para muitas delas o único meio de sobrevivência.
Do seu lugar altivo, com vistas para os montes e serras, para uma natureza imaculada e dum verde luxuriante que caracteriza esta região do Alto Minho, os espigueiros parecem vigiar a placidez e tranquilidade do lugar e são ainda hoje utilizados por quem resiste às agruras da vida. 

O cão sabujo da serra de Soajo 
Em 2016, foi inaugurada em Soajo uma estátua ao cão sabujo e aos seus cuidadores. Ao todo, em Soajo, existem cerca de quarenta exemplares desta raça.
“O cão de Soajo, pela sua robustez e valentia, era muito utilizado, fundamentalmente, para prender as feras ou caça grossa, nomeadamente o javali.” – ‘sabujo’ porque é de caça grossa e ‘Serra de Soajo’ porque é a que fica entre os Rios Minho e Lima – tem a particularidade de ser o cão que Soajo entregava aos reis de Portugal. Não é um cão qualquer, é, praticamente, a matriz de muitos cães portugueses.” 

Se bem que visitar o Soajo se justificasse pelos espigueiros, não nos ficamos por aqui. Descemos à aldeia, uma terra que conseguiu a proeza de parar o tempo com ruas pavimentadas de lajes graníticas, às casas de maciços blocos de granito – se bem que algumas já modernizadas e transformadas em alojamento rural. 
Mas não perdemos o prazer de ver no emaranhado de ruelas muito estreitas, o Largo do Eiró onde estão o sui generis Pelourinho, a Igreja Matriz, o Café Central e a Casa da Junta, algumas das casas “nobres”– porque à nobreza só lhe era permitido pôr aqui o pé de passagem – mas o que tem de igual, tem também de único.
Pelourinho do Soajo
Não há ornamentação para além duma face humana e uma pedra com três pontas a fazer de “chapéu”. A norma não era esta, tinha que ter elementos religiosos e ferros cruzados – para exemplo de condenação máxima, morte por enforcamento. Alguns estudiosos justificam a rebeldia como uma afirmação local clara de autonomia. 
Igreja matriz de São Martinho de Soajo
O padroeiro é São Martinho e a paróquia tem na Igreja Matriz de São Martinho de Soajo, com escadatório exterior em cantaria e torre sineira adossada, outro emblema de tradição: a devocional. Como não podia deixar de ser, a 11 de Novembro a devoção ao padroeiro é motivo de celebração – para além da religiosa, as rusgas também fazem parte da festa.
Mas é em agosto, antes da Assunção de Nossa Senhora, que a folia minhota toma as ruas de assalto. Aliás, são as festas religiosas que motivam as grandes festas das aldeias e dos lugares que lhe pertencem. 
Por trás da Igreja fica uma padaria cujo “prato” forte é o Pão-de-Ló do Soajo. Ratificamos a sua fama como delícia da terra, porque paramos para tomar um café e comer uma farta fatia de pão-de-ló que, realmente estava muito saboroso.
A norte da aldeia está a calçada medieval que pode ser interessante para quem aprecia a natureza como nós, para verem os campos de cultivo, os carvalhais e as encostas dos montes verdes. 

Gastronomia e Artesanato do Soajo
Como região minhota, salientam-se os produtos de fumeiro, os enchidos e presuntos, e o queijo de cachena, vaca de porte pequeno, mais ágil e resistente, típica das zonas montanhosas do Gerês; a Posta de Cachena tem muita fama, normalmente se acompanhada dum Feijão Tarrestre, típico daqui; a Laranja de Ermelo é também famosa pelas suas características distintas; o Mel e as Compotas satisfazem os doceiros.
No artesanato predominam os trabalhos em madeira, os bordados e bainhas abertas, a tecelagem do linho e da lã e a confecção de trajes regionais. 

8-Montalegre

Conheça uma das mais remotas e belas regiões de Portugal ao visitar Montalegre, no distrito de Vila Real, em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês.
Situada em Trás-os-Montes, no vale do Rio Cávado, entre as serras do Gerês, Barroso e Larouco, zona de montanha com uma natureza em estado selvagem, Montalegre está rodeada de tranquilas e acolhedoras povoações onde a agricultura e a pecuária ditam o passo do tempo. 
Capital do Barroso, título que ostenta com orgulho, a vila transmontana é famosa pela deliciosa gastronomia onde reina o fumeiro, pelas mediáticas Sextas-Feiras 13 culminando nas efusivas Noites das Bruxas e pela Medicina Tradicional. 

Quando visitar 
A melhor época do ano para visitar Montalegre é nos meses mais quentes (maio a setembro). Dias longos, temperaturas amenas e tempo seco. É que nestas terras do norte, os invernos são frios, muito frios! Há anos em que até ocorre o sincelo na Serra do Larouco, um fenômeno meteorológico de deposição de gelo muito comum nos países mais frios do mundo.
*Pode acreditar que estas terras são muito frias mesmo, pois no dia que por lá passamos não conseguimos ver quase nada, devido as temperaturas estarem beirando os 4 graus, enquanto que havíamos acabado de sair de Soajo que não estava tão fria assim.

Onde ficar 
Montalegre tem oferta de alojamento razoável para quem procura uma escapadinha de Turismo Rural para fugir do bulício citadino. Desfrute de um contato genuíno com a natureza, um meio rural singular e tradições locais milenares, num ambiente rural onde a hospitalidade tem um predicado: familiar. Pitões das Júnias é uma boa alternativa de pernoite no concelho.

O que visitar
Era uma vez uma terra longínqua… Assim se começa um conto, uma fábula, uma lenda. Assim podemos também começar a falar de Montalegre, terra de lendas e mitos, de usos e costumes arraigados, de gente engenhosa e perseverante… 
Foi a tenacidade desta gente, vigorosa e fiel guardiã de tradições e memórias, que moldou a vida condicionada pela geografia agreste e de isolamento. Elementos da identidade dum território, remoto na distância e remoto na idade, que luta para sobreviver e só o conseguiu por virtude da autêntica vida comunitária.
Espanha fica mesmo ao lado desta terra de fronteira cuja localização estratégica tornou num dos importantes intervenientes da defesa da nacionalidade.
Os pontos de interesse mais emblemáticos desta vila de encantos, começando pela zona mais antiga, o coração medieval. 

Centro Histórico

Para tal, nada melhor do que tomar a Rua Direita para um primeiro contato e ao caminharmos por ela sentimos logo uma atmosfera perfumada de tradição e história. São as paredes de granito das casas de dois pisos, umas modestas outras mais ornamentadas revelando-se residência de famílias apossadas, os vasos de flores coloridas nas varandas de ferro, o cheiro a lareira acesa, que abrem o caminho desta viagem no tempo.

Igreja da Misericórdia e Pelourinho de Montalegre

Somos transportados à Montalegre doutros tempos ao chegarmos ao Largo do Pelourinho. Ali mesmo defronte, deparamo-nos com a Igreja da Misericórdia de Montalegre. Ao constatarmos a simplicidade e sobriedade exterior da Igreja da Misericórdia, nem nos passa pela cabeça a beleza da arquitetura maneirista e revivalista do interior desta igreja de nave única. Atente à fonte de duas bicas coladas ao templo religioso.

Castelo de Montalegre 

Continuamos a subida até ao maior tesouro patrimonial da vila, o Castelo de Montalegre. No alto do monte, na cota dos 980 metros, a Torre de Menagem, gótica, acrescenta mais 27 metros à altivez do Castelo de Montalegre. A fazer-lhe companhia estão mais três torres (Torre Furada, Torre do Relógio e Torre Pequena) unidas por maciças muralhas a proteger um pátio de armas circular. A sua construção data dos séculos XIII e XIV e, após sucessivas intervenções de reconstrução ao longo dos séculos, acolhe agora um núcleo museológico. 

Igreja do Castelo

Certamente, a nossa atenção já fugiu para a Igreja do Castelo de Montalegre. Assim chamada, pois fica mesmo às portas do castelo. O mais correto seria chamá-la de Igreja de Santa Maria, nome atribuído àquela que foi a igreja matriz de Montalegre. A sua origem é medieval, provavelmente românica, mas a fachada revela uma reconstrução do século XVII. Destacamos  a torre sineira destacada no exterior. 

Ecomuseu do Barroso – Espaço Padre Fontes

Tomamos o caminho inverso, saindo do coração medieval para o centro cívico. Fizemos uma paragem num dos pólos do Ecomuseu de Barroso – Espaço Padre Fontes, um espaço que procura valorizar a memória coletiva, o patrimônio natural, cultural e etnográfico deste que já foi chamado por nobres de “Reino Maravilhoso”.

Paços do Concelho
Crédito da foto: All About Portugal
Como um cartão de visita, o centro cívico é uma airosa praça ladeada pela Câmara Municipal e Tribunal, curiosamente confrontado pelo Carvalho da Forca, uma árvore protegida com mais de 300 anos, e uma estátua em espaço ajardinado que homenageia um tão esquecido navegador português nascido em terras barrosãs, João Rodrigues Cabrilho, descobridor da costa da Califórnia.
Um pórtico de granito, ornado em baixo-relevo, desvia o olhar. É a entrada do Solar do Cerrado, hoje convertido em alojamento. 

Parque do Rio Cávado

Mas desengane-se quem julga que Montalegre é uma localidade parada no tempo. Descendo ao vale, ao encontro do rio Cávado e de um espaço verde que trouxe qualidade de vida à cidade encontramos o Parque do Rio Cávado que, com a recuperação das suas margens, foi munido de parque infantil, parque radical, pavilhão e passeio ribeirinho. E já que por está, visite a Ponte Velha, uma estrutura medieval indiferente às obras de modernização. Há ainda um Pavilhão Multiusos de meter inveja e uma Pista de Rallycross, um circuito automóvel que já recebeu provas internacionais.

Miradouro da Corujeira 

Para uma vista panorâmica sobre Montalegre, a Serra do Larouco e do Gerês, nada como darmos um giro de carro ao Miradouro da Corujeira. Aproveite para passear pelo Carvalhal do Avelar, uma ampla área verde virgem onde domina o carvalho negral. Para além da mata verde, há ainda o Fojo do Lobo de Avelar e o Miradouro da Senhora das Treburas para preencher o tempo.

Gastronomia de Montalegre
O Fumeiro do genuíno porco Bísaro, raça autóctone do Barroso, são feitos os melhores Presuntos de Barroso, Chouriças, Alheiras e Chouriços de Abóbora.
Nas carnes, a Posta Barrosã, Cozido à Barrosão, Feijoada à Transmontana, Churrasco de Vitela Barrosã, Cabrito/Cordeiro de Barroso assado em forno de lenha ou estufado com batata de Montalegre, Pica no Chão de Cabidela, Arroz de Pato, Coelho Bravo, Perdiz e Javali são as grandes estrelas da gastronomia montalegrense. 
A elas somam-se mais umas iguarias tradicionais que deliciam os comensais, como o Bacalhau na caçarola, Truta do Cávado ou do Beça e por fim, o centeio é a base do Pão de centeio, Folar da Páscoa, Folares e Bicas de Carne com carnes de fumeiro.
Posta Barrosã

   
9-Bragança
Bragança é a capital do distrito mais a nordeste de Portugal que juntamente com o distrito de Vila Real perfazem a região de Trás-os-Montes,no Norte de Portugal. Este distrito raiano faz fronteira com a Espanha a norte e este, mais precisamente com as províncias de OurenseZamora e Salamanca.

Como chegar
De carro: O meio de transporte mais escolhido para chegar a Bragança é o carro. As principais e mais rápidas vias de entrada na cidade de Bragança são a A4 e o IP2.
Do Porto, em pouco mais de 2 horas cobre os 200 km que separam as duas cidades. Bragança goza ainda de boa localização relativamente a grandes cidades espanholas como Zamora (cerca de 100 km), Salamanca (174 km), Madrid (355 km) e é a base ideal para visitar Puebla de Sanabria (40 km).
De autocarro (ônibus): Há autocarros diários para Bragança com partida das principais cidades portuguesas. A viagem é longa e morosa, mas é uma solução econômica para quem viaja sozinho.
Consulte horários e preços na Rede Expressos.
Bragança não tem ligação de comboio/trem.

Estrada Nacional N 103 cruzando o Parque Natural de Montesinho.
Dica: Se aprecia uma boa estrada cênica, saiba que o distrito de Bragança é fértil em estradas nacionais e municipais que nos brindam com algumas das melhores paisagens de Portugal. Desde as retas inesperadas do Planalto Mirandês que, lembra-nos o  Alentejo, as curvas sinuosas de serra passando por florestas e bosque que nos remetem para os países do Norte da Europa. 
Anote estas referências: a N 15 paralela à A 4, a N 103 e suas variantes pelo interior transmontano, a N 308 que recorta o Parque Natural de Montesinho e as nacionais N 217 e N 218 que nos levam a algumas das vilas históricas e aldeias típicas do nordeste transmontano.  

Quando visitar 

A melhor época do ano para visitar Bragança depende muito dos seus interesses. Se pretende explorar o patrimônio histórico-cultural e deliciar-se com a gastronomia regional, qualquer estação do ano é perfeita.
Na gíria popular transmontana é comummente utilizada a expressão “nove meses de inverno e três de inferno” para caracterizar o clima das Terras Frias e dos planaltos transmontanos que imperam no distrito de Bragança. É verdade que a região tem fama de invernos frios prolongados e verões curtos e quentes.
Para degustar uma boa Posta Mirandesa, todas as estações são boas!
As temperaturas são mais amenas no final da primavera e início do outono, alturas do ano que aconselhamos para fazer caminhadas.
Na primavera, a chuva e o degelo enchem rios, ribeiros e riachos que correm selvagens. Somos brindados com os montes ondulantes pintados de tons florais dominados pela esteva, giesta, carqueja e urze. As amendoeiras em flor, entre março e abril, proporcionam um espetáculo raro revestindo o território dum manto branco. Um manto branco diferente do que podemos ver no inverno, quando a neve caída sobre a cidade a torna mais cintilante.
Na primavera, os cursos de água estão em todo o seu esplendor no concelho de Bragança.
outono traz a frescura ansiada dos quentes dias de verão, que aqui podem ser inclementes. A paisagem reveste-se de tons quentes outonais apaixonantes: o restolho pinta os campos rurais de ouro, a terra lavrada faz uma paleta completa de tons avermelhados, os amieiros traçam linhas amarelas ao longo dos cursos de água, laranjas, marrons e bordeaux dominam as vinhas e vestem carvalhos, a folhagem dourada das faias…Permeados pelos dois verdes intensos distintos dos castanheiros, em extensões de soutos a perder de vista: o verde escuro da folhagem e o verde claro dos ouriços das castanhas. Com a queda da folha, a natureza tece fofos tapetes de folhagem multicolorida.
As temperaturas baixas não desanimam os brigantinos de celebrar o ciclo da vida e da natureza, o principal mote das suas tradições e costumes mais identitários. Aliás, variadíssimas manifestações populares e culturais preenchem as Festas de Inverno (geralmente, de novembro a fevereiro/ março) e são, provavelmente, as mais desconhecidas da maioria dos portugueses, mas vividas mais intensamente pelas gentes da terra. 

Queima do Diabo (Carnaval): O Entrudo é sempre uma excelente altura do ano para visitar Bragança e arredores. No sábado antes do dia de Carnaval, as ruas da cidade enchem-se de Caretos vindos das aldeias vizinhas e até  de Léon e de Zamora. Envergando os seus trajes tradicionais e revivendo costumes antigos, correm, saltam, chocalham e brincam pelas ruas acima, até ao Castelo de Bragança onde o dia culmina com a Queima do Diabo. Nos dias seguintes, até à Quarta-Feira de Cinzas, é ir vê-los às respectivas aldeias. 

Onde ficar 
A oferta de alojamento em Bragança é atualmente bastante variada, desde hotéis econômicos com todas as comodidades para uma noite de estada, ao luxo de uma pousada, passando pela modernidade de um alojamento local citadino ou pela tranquilidade e privacidade de um Turismo Rural em casas típicas.Mas, se quiser ficar próximo do centro da cidade, a um preço acessível, o Hotel Ibis Braganca é a melhor aposta. 
O que visitar 
Este roteiro para visitar Bragança começa no centro histórico, com um conjunto arquitetônico que nos transporta às várias épocas áureas da cidade batizada de Brigância pelos Celtas. O Centro Histórico de Bragança é relativamente pequeno, logo, a melhor maneira de visitar os principais pontos de interesse de Bragança é a pé. Há três núcleos imperdíveis para quem vai visitar Bragança pela primeira vez. São eles o Castelo de Bragança e respetiva Cidadela, a Rua dos Museus e a Praça da Sé onde se concentram as atrações de relevo.  

Centro histórico de Bragança

Bragança é uma cidade com coração. E se duvida, saiba que as muralhas do Castelo de Bragança 
desenham um coração, abraçando a Cidadela, o burgo mais antigo ainda vivo, que se abriga sob a sua proteção.
É aqui que sugerimos iniciar o seu roteiro para visitar Bragança, na parte alta. Faça uma entrada triunfal, quer pela Porta do Sol (a leste) quer pela Porta da Vila (a oeste).
O Castelo de Bragança é um dos mais belos e bem preservados castelos de Portugal com belíssimos janelões góticos.Visite a Torre de Menagem quatrocentista, em alvenaria de xisto, que acolhe o distinto Museu Militar de Bragança. Deixe-se tomar pela fantasia com a lendária Torre da Princesa e suba a um dos torreões para vistas deslumbrantes sobre a cidade de Bragança e seus arredores. 

Igreja de Santa Maria

Descubra outras atrações imperdíveis como a Igreja de Santa Maria ou de Nossa Senhora do Sardão, a mais antiga de Bragança originalmente românica, mas com elementos barrocos e renascentistas atualmente, cujo interior desvenda espantosas pinturas tridimensionais. 

Domus Municipalis

Praticamente colado, descubra o enigmático Domus Municipalis, um edifício românico pentagonal, único na arquitetura civil da Península Ibérica onde se crê ter havido as reuniões (algumas secretas) dos “homens bons”. 

Museu Ibérico da Máscara e do Traje
Ainda dentro da cidadela, visite o Museu Ibérico da Máscara e do Traje, um dos museus mais interessantes de Bragança com uma aliciante coleção de máscaras e trajes dos tradicionais Caretos. 

Faça parte deste “coração” calcorreando as muralhas e desvende outros encantos da cidadela, entre eles o Pelourinho medieval assente sobre um berrão, a representação zoomórfica duma porca esculpida em granito, testemunho das origens celtas da cidade. Perca-se pelas ruas estreitas, empedradas, antigas, cheias de caráter, ladeadas por castiças casas que se esqueceram da idade.

Fora das muralhas, reserve tempo para passear pelo Jardim do Castelo, descobrir a Fonte da Rainha e a Capela de Nossa Senhora da Saúde. Aprecie a beleza estética do teto mudéjar da Igreja de São Bento, e a fachada maneirista do Convento e Igreja de São Francisco, relevante na rota dos peregrinos de Santiago de Compostela em cujo interior foram recentemente descobertos frescos medievais.

Rua dos Museus
Continue o seu roteiro de Bragança descendo até à Rua dos Museus, oficialmente Rua Abílio Beça. Em apenas 500 metros encontra cinco museus que merecem destaque, motivo que leva muitos a visitar Bragança colocando-a na mira dos amantes da história, arqueologia, etnografia e arte.
-Museu do Abade de Baçal: reúne, no antigo Paço Episcopal, um vasto espólio arqueológico, etnográfico e religioso, que retrata os períodos históricos e os aspetos culturais mais importantes da região brigantina.
-Centro de Arte Contemporânea Graça Morais: expõe obras da aclamada artista transmontana Graça Morais a par de exposições temporárias de outros artistas plásticos.
-Centro de Fotografia Georges Dussaud
-Memorial e Centro de Interpretação da Cultura Sefardita do Nordeste Transmontano
Ao percorrer a Rua dos Museus, terá ainda oportunidade de visitar a Igreja de São Vicente, a Igreja da Misericórdia e a Igreja de Santa Clara no antigo convento onde é venerada a Senhora das Graças, padroeira de Bragança.
Salientamos a belíssima Igreja de São Vicente da qual se destaca a fachada lateral com portal maneirista, chafariz com armas reais e capela dos Passos, a talha dourada da capela-mor em estilo rocaille e a belíssima sacristia. Foi palco de episódios lendários como o casamento secreto do Rei de Portugal Dom Pedro com Dona Inês de Castro. Um painel de azulejos na fachada norte relembra a união secreta.

Praça da Sé
Qualquer roteiro para visitar Bragança tem que contemplar a passagem pela Praça da Sé, uma praça ampla e airosa, centrada pelo cruzeiro, presidida pela Sé Velha de Bragança data do século XVI e rodeada de antigas casas brasonadas e solares que ainda agraciam este centro nevrálgico da cidade de Bragança.
Com o intuito inicial de servir de convento das monjas clarissas, acaba por ser entregue aos jesuítas que o convertem num dos colégios de estudos superiores mais prestigiados da região. A sede diocesana foi transferida de Miranda do Douro para Bragança em 1764, passando o complexo conventual e igreja consagrada a São João Batista e ao Santo Nome de Jesus a ser a catedral diocesana. 

Praça Camões
O acesso à maioria dos espaços culturais faz-se pela Praça Camões, uma praça muito ampla usada para a realização de grandes eventos na cidade e onde ficava o antigo mercado e onde o restante conjunto arquitetônico do convento foi recuperado em 2004 pelo município, para instalar o Centro Cultural Municipal e Biblioteca Municipal Adriano Moreira, a Academia de Letras de Trás-os-Montes, o Conservatório de Música, salas de exposições e espaço de memória da Cidade. 
É nestas deambulações que se descobrem pérolas como o Corredor Verde, uma sequência de passadiços que ladeiam o Rio Fervença (a recuperação das margens do Rio Fervença que banha Bragança é de aplaudir) que nos conduzem até ao Centro de Ciência Viva de Bragança, à Casa da Seda, ao miradouro da Capela de Nossa Senhora da Piedade, ao verdejante e frondoso Parque Urbano.
A par da consciência ecológica que a cidade manifesta apostando no embelezamento dos espaços verdes, há uma aposta na street art que vai buscar à identidade da região a inspiração para a obra. Dos murais e instalações notáveis de artistas cujos nomes já atravessam fronteiras, a discretos motivos decorativos com mensagem, Bragança está a conquistar o seu lugar no mapa da street art internacional.
A qualquer momento pode cruzar-se com o genial Bordalo II como o “Camaleão”, a “Gineta” e o “Javali”, o impressionante Lucky Hell, o polivalente Duarte Saraiva, o irreverente Trip DTOS.  
Ali bem próximo desta impressionante street art, do outro lado da N15 está o Bragança Shopping, com seu slogan "Trás Montes de Sonhos". E também o Jardim da Avenida João da Cruz, com uma homenagem aos carteiros da cidade.
Agora que conheceu de perto o coração vibrante da cidade de Bragança, lançamos o desafio para a ver com outro olhar. Mude de perspectiva e contemple as maravilhosas vistas sobre a cidade, o castelo, a cidadela amuralhada e o colorido do casario, a partir do Miradouro do Santuário de São Bartolomeu. É o melhor miradouro de Bragança para se despedir da “bela transmontana”, cujo encanto cativa como feitiço e implanta o desejo de regressar.
Onde comer 
Espaço rústico cuidado no coração da aldeia de Varge, o Restaurante O Careto homenageia a boa gastronomia tradicional transmontana. Por entre as elogiadas Postas e Costeletas Mirandesas, o generoso Bacalhau na brasa com batata a murro, e um surpreendente Congro aberto na brasa, há paladares do antigamente que quase se perdiam no tempo, como o Galo Caseiro no Pote de Ferro.
Para tapear ou uma refeição completa, na esplanada ou na sala acolhedora, a Taberna do Javali, na cidadela do Castelo de Bragança, tem propostas refrescantes e interessantes. Ao Javali vão buscar o nome e a carne para pregos e hambúrgueres que destacamos. Na hora de escolher, a tarefa torna-se complicada. Os nomes são apelativos, mas o manjar supera expectativas. Há sempre algo inovador a sair da cozinha, por isso, a ementa nada tem de aborrecida. A única coisa aborrecida é o tempo de espera porque tudo é feito na hora, o que torna o serviço lento. Vá sem pressas e com tempo.
Apesar de não ser um restaurante, recomendamos vivamente que passe, entre, deguste e deleite-se com as iguarias da Marron Oficina da Castanha, para um relaxante lanchinho da tarde. É o primeiro espaço do país especializado em Castanha e seus derivados. A versatilidade de uso da castanha é impressionante e pode saber mais no pequeno “museu” criado na cave. Vai muito além da aplicação na doçaria. Pão, compotas, licores, chás, rebuçados, produtos de beleza e até Cerveja de Castanha!! 

Os melhores destinos perto de Bragança

Rio de Onor
Uma das 7 Maravilhas de Portugal Aldeias, Rio de Onor é uma aldeia literalmente atravessada pela linha invisível da fronteira com a Espanha e pelo rio com o qual partilha o nome. 
Inserida no Parque Natural de Montesinho, a aldeia funde-se na paisagem deste Trás-os-Montes remoto cujo maior patrimônio são as suas gentes. 
Das floridas varandas do casario típico em xisto ainda se ouve o dialeto rionorês
Irmãs gêmeas, Rio de Onor e Rihonor de Castilla são uma só terra, com meia centena de portugueses e espanhóis que mantém vivo o verdadeiro espírito de vida comunitária como se duma família se tratasse. Bonita e cativante, ninguém fica indiferente ao seu encanto. 
    
10-Miranda do Douro
Miranda do Douro é uma cidade raiana pertencente ao distrito de Bragança, no nordeste de Trás-os-Montes no Norte de Portugal. Faz fronteira a nordeste e sudeste com a Espanha, mais especificamente com a província de Zamora. Localizada no cimo de um monte, na margem ocidental do vale profundo do Rio Douro que corre no sopé, o concelho de Miranda do Douro integra o Planalto Mirandês, juntamente com os concelhos vizinhos de Vimioso Mogadouro.
Todas as terras têm a sua identidade, mas nenhuma é tão vincada como em Miranda do Douro. Faça justiça a um lugar com língua, folclore, natureza e patrimônio únicos em Portugal e aventure-se a visitar Miranda do Douro
Uma região onde a amabilidade da população complementa um cenário de rara beleza natural e de enorme riqueza cultural. Milhares de anos de história deram-lhe um castelo, uma sé catedral e um centro histórico medieval de encanto.
Na margem ocidental do Douro Internacional, que aqui estabelece a fronteira natural com Espanha, a cidade ergue-se imponente lá no alto de um monte de escarpas de xisto rasgadas pelo rio. Dona de cenários de rara beleza natural, terra de fronteira duma riqueza cultural sem igual, de tradições e costumes arraigados, de gente amáveis e hospitaleiras e autora de uma gastronomia de babar, Miranda do Douro é um destino onde a novidade está na sua ancestralidade. Prepare-se para experiências genuínas em harmonia com a flora e fauna locais, o contacto com o meio rural, com as gentes, o artesanato, a gastronomia, as tradições e as festividades regionais.

Onde fica e como chegar
Há autocarros-expresso diários a ligar Miranda do Douro às grandes cidades portuguesas, mas conte com tempos longos de viagem, por exemplo, de Lisboa demoram entre 7 a 8 horas.
Por isso, a forma mais rápida e prática de chegar a Miranda do Douro é de carro próprio ou alugado. Apesar da distância a que fica o concelho mais oriental do Norte de Portugal, os acessos rodoviários a Miranda do Douro encurtam uma viagem que, em tempos, levava um dia inteiro a fazer.

Quando visitar
O clima de Miranda do Douro é bastante rigoroso, de verões muito curtos, tórridos e secos, e invernos longos, frios e úmidos, em que a neve gosta de marcar presença. Se pretende explorar o patrimônio histórico-cultural e deliciar-se com a gastronomia regional, qualquer estação do ano é boa para visitar.
Juntando o útil ao agradável, considere visitar Miranda nas festividades e eventos mais emblemáticos, para assistir às manifestações culturais mais características como:
-Pauliteiros de Miranda: uma dança ou música tradicional mirandesa com tamborileiros, gaiteiros e cantares em Mirandês.
-Festas de Inverno do Natal ao Carnaval: o frio traz folia a Miranda do Douro.
-Festival dos Sabores Mirandeses: em fevereiro arranje estômago para esta feira gastronômica e de produtos regionais.

Onde ficar 
Num roteiro para visitar Miranda do Douro nada como ficar a dormir pelo menos uma noite num dos alojamentos de turismo rural do concelho para sentir a verdadeira hospitalidade das suas gentes. 

O que visitar 
Para além da sua cultura ímpar, Miranda do Douro detém um riquíssimo patrimônio histórico. Como tal, é virtualmente impossível visitar todos os locais de interesse do amuralhado centro histórico de Miranda do Douro em duas ou três horas. 

Centro Histórico
Os lugares mais emblemáticos a visitar em Miranda do Douro concentram-se na sua maioria no centro histórico. Portanto, é deixar o carro fora das muralhas e começar a explorar a pé, os seus recantos repletos de encanto. E já que falamos das Muralhas, começamos mesmo por aí, pois terá que entrar na cidadela por uma destas portas que rasgam a cerca defensiva: Porta da Senhora do AmparoPorta de Santo AntónioPorta da Cerca e Porta do Postigo.

Rua Mouzinho de Albuquerque
A Rua Mouzinho de Albuquerque é uma entrada em grande na cidade. Bonita, airosa, luminosa e pontilhada de cor por causa das lojas e comércios que a ladeiam. Atente ao edifício da Alfândega do século XV, hoje Casa da Cultura Mirandesa.

Praça D. João III
Depressa se chega ao coração da cidadela na Praça D. João III, onde não só encontra as famosas estátuas em tamanho real de um casal mirandês (ele vestido com a Capa de Honras Mirandesa) como também o edifício barroco do Solar de ls Ordazes (Solar dos Ordazes), o edifício dos Paços do Concelho (o novo) e o interessante Museu da Terra de Miranda nos antigos Paços do Concelho. Uma visita a este museu é a oportunidade de conhecer mais detalhes sobre a história, etnografia e cultura mirandesa.
Capa de Honras Mirandesa 
Ícone da identidade mirandesa, feita de pura lã de ovelha (burel), a Capa de Honras Mirandesa há muito que deixou de ser apenas associada à “capa de chiba” proveniente de Leão, na Espanha. Bebendo dessa origem, foi-se tornando cada vez mais elaborada (e laboriosa no fabrico). Atualmente, é apenas utilizada em cerimônias ou eventos de importância relevante. Mas em tempos migrou para o meio rural na sua forma mais simplificada pela necessidade de agasalho nos trabalhos agrícolas e de pastoreio.

Concatedral de Miranda do Douro, Antiga Sé 
Segue-se o monumento mais magnífico de Miranda do Douro. Construída na segunda metade do século XVI no lugar da antiga Igreja de Santa Maria, a Concatedral de Miranda do Douro, Antiga Sé de fachada maneirista ladeada por duas poderosas torres, sublima quem a olha. No interior, a grandiosidade dos valiosos retábulos e o requintado cadeiral do coro do Cabido chamam de imediato a atenção. Contudo, o que realmente atrai os mirandeses à sua igreja matriz é um ícone da religiosidade popular – o Menino Jesus da Cartolinha. Pode admirar esta pequena imagem setecentista num oratório em talha dourada barroca. Inundado de oferendas dos devotos, as mais curiosas são as roupas com que a imagem é vestida dependendo do calendário religioso.

Ruínas do Paço Episcopal e Convento dos Padres Trinos
À saída da igreja não deixe de rodear a catedral. Do Miradouro da Sé de Miranda terá uma das paisagens mais magníficas sobre o canhão fluvial do rio Douro, exibindo paredes abruptas com cerca de 200m. 
Oportunidade ainda para descobrir as Ruínas do Paço Episcopal, a antiga residência dos bispos de Miranda do Douro e passear no Jardim dos Padres Trinos. E já que falamos dos Padres Trinos, atente à Igreja do Antigo Convento dos Frades Trinos, que presentemente alberga a Biblioteca Municipal. 
No fim da Rue de l Cumbento, já fora das muralhas encontra-se um cruzeiro pré-românico datado de 1140. 
Muralhas Pré-Românicas de Miranda do Douro
Reserve tempo também percorrer o Caminho de Ronda das muralhas medievais de Miranda do Douro, apresentando ainda vestígios da cerca do primitivo castelo gótico, datados dos séculos X e XI. São consideradas as mais bem preservadas muralhas de todo o Nordeste Transmontano. Além do valor histórico, esses antigos caminhos de patrulha dos castelos sempre nos presenteiam com vistas panorâmicas dos arrabaldes.

Porta do Castelo de Miranda do Douro
Noutra ainda, de fachada muito elaborada, ficava a real e nacional la Stalaige de l Zambeira. A rua termina numa imponente e muito bem preservada porta do castelo de Miranda do Douro ladeada por dois torreões, para lá da qual fica a Barbacana Moderna.

Castelo de Miranda do Douro
É verdade que do Castelo de Miranda do Douro já só restam ruínas que, só com alguma imaginação, nos fazem adivinhar a sua grandiosidade. Mas ainda se identificam a base da Torre de Menagem, a Porta da Traição, os cubelos que interrompiam as muralhas e parte da cidadela.

Rue de la Costanielha
Casa de la Lhéngua Mirandesa
Regresse ao Lhargo D. João III para percorrer a Rue de la Costanielha (com sotaque mirandês). A rua mais antiga de Miranda do Douro tem o maior conjunto de casas burguesas quinhentistas, com interessantes pormenores arquitetônicos. Numa delas, Casa de ls Cachorros Zambargonhados (o nome tem a ver com o que resta na fachada dos chamados cachorros eróticos, que revelam os segredos da cama medieval), está sediado a Casa de la Lhéngua Mirandesa (Casa da Língua Mirandesa). 
Miranda do Douro preserva as suas tradições e modo de vida pertinaz. Inclusive, tem uma língua própria, o Mirandês, considerado a segunda língua oficial portuguesa. Dantes falada portas adentro dos núcleos familiares em meio rural, foi-se movendo progressivamente para a cidade.
Poderá ouvi-lo nas ruas e vê-lo nas placas informativas dos espaços públicos e até mesmo no nome das localidades do concelho. Mas não se preocupe pois, não só o mirandês se percebe bem (sobretudo quando escrito), como encontra sempre a versão em português.

Igreja da Misericórdia 
Não saia da cidadela amuralhada sem antes visitar a maneirista Igreja da Misericórdia e a Igreja de Santa Cruz, capela barroca do século XVII adossada à Casa De Santa Cruz de Miranda, anterior às Misericórdias.
Parque Urbano do Rio Fresno
Para queimar as calorias dos repastos que Miranda do Douro serve à mesa, nada como percorrer o circuito urbano circular de 4 km que rodeia o promontório do castelo. Num enquadramento natural, damos especial destaque ao troço das margens ribeirinhas no Parque Urbano do Rio Fresno que conduz à Ponte dos Canos e à lendária Fonte dos Canos, com passagem ainda por antigas azenhas. 
E já que anda por estas bandas, vá dar uma espreitadela ao Aqueduto do Vilarinho.
O que comer
Falar de Miranda do Douro passa inevitavelmente por elogiar o prato ex-libris da região, a Posta Mirandesa. Mas quando uma região é boa numa iguaria gastronômica, nunca a deixa sozinha. Destacam-se ainda os pratos de vitela mirandesa, como a estufada, a raça autóctone de Cordeiro Raça Churra Galega Mirandesa (DOP) em caldeirada de cordeiro ou “costelheticas” assadas na brasa, enchidos fumados de salivar com destaque para a tabafeia de porco e aves, o cozido mirandês mais conhecido por butelo com cascas, ou o bacalhau à mirandesa. Na doçaria tradicional destacam-se os roscos, os sodos, os dormidos e a deliciosa bola doce mirandesa. 
    

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