Roteiro de um dia em Sevilha

17:23


Sevilha é uma das mais interessantes cidades da Península Ibérica e
repleta de história. Como vimos na postagem anterior, Sevilha é a Espanha solar, a terra do barbeiro Fígaro, do conquistador Don Juan, da cigana Carmen –a de Bizet. Seus ciganos, ou melhor, gitanos vieram da Índia, e também contribuíram para moldar a cultura andaluza. Ela foi Hispalis para os romanos e Isbilya para os mouros e ganhou importância regional ainda antes da formação de Espanha, quando esteve sob o domínio muçulmano e se converteu num dos principais centros comerciais e culturais da Ibéria.

Mais tarde, já sob o domínio espanhol, durante as Grandes Navegações, seu porto fluvial foi um dos mais importantes do mundo e passou a ter um papel crucial, pois daqui partiam as embarcações rumo à conquista das América, que voltavam carregadas de ouro e outras riquezas. Ele era uma espécie de alfândega entre a Espanha e o Novo Mundo.

Com tudo isto, Sevilha cresceu e floresceu e é hoje uma imponente cidade, repleta de monumentos de várias épocas, desde os muçulmanos até modernas construções do século XXI. E ultimamente, Sevilha andou dando pinta até em Game of Thrones, no papel de Dorne.

Mas, a Sevilha não ficção é igualmente fantástica e felizmente uma cidade relativamente compacta, o que lhe permitirá visitar os marcos mais importante em apenas dois dias, mas serão dias muito preenchidos! Há tantos locais para visitar em Sevilha que terá de regressar mais vezes à cidade para ver a todos.

Depois de tomar um café da manhã reforçado para fazer este primeiro dia render, comece se dirigindo ao casco antiguo, mais precisamente ao Bairro Santa Cruz, o antigo bairro judeu que é atualmente o centro histórico de Sevilha. Todos os monumentos mais populares estão localizados neste distrito, que é o coração de Sevilha. É, portanto, também o lugar mais turístico!

Plaza Patio de Banderas
Uma praça simples e seu nome se deve a um feixe de bandeiras que foram pintadas na porta da parede que dá acesso ao pátio desde a Praça do Triunfo. Na década de 1970, foram encontrados no subsolo vestígios arqueológicos de uma basílica cristã que poderia ser do século IV, usada nos períodos romano e visigótico, portanto, é o local ideal para começar a sua visita pela cidade e a hora de despertar o seu olhar, nesse primeiro dia de batida de pernas!

Sugiro que você comece pelo Real Alcázar, perdendo-se e se deslumbrando por seus pátios e detalhes. O palácio é um exemplo e tanto da influência dos árabes. Definitivamente – uma daquelas atrações que vale muito a pena visitar, listado como Patrimônio Mundial da UNESCO – um passeio imperdível em Sevilha!

Real Alcázar de Sevilha

O Palácio Real Alcázar é um conjunto de palácios – muitas vezes chamado no plural de Alcázares Reales de Sevilha. Um palácio real árabe e mouro de beleza estonteante e um dos edíficios mais emblemáticos da Andaluzia. Ele representa muito bem o que é Sevilha e a magnificência da arte mudejár.

Com mais de mil anos, a fortificação original foi construída sobre um antigo assentamento romano, e mais tarde visigodo e começou a tomar o seu aspecto atual depois da conquista de Sevilha pelos árabes, em 713. Esta fortificação evitou algumas invasões da cidade como os vikings em 884. Um século depois, o Califado Almóada somou mais pátios e palácios. Posteriormente, o rei católico Pedro I o Cruel – pelas mãos dos melhores artífices de Granada e Toledo – criou no seu interior um palácio composto de salões, arcos, portas, jardins, pátios e recantos exuberantes de deixar qualquer visitante de queixo caído.

Não sobrou muito dos palácios islâmicos que existiram ali – o Patio del Yeso e a muralha são os principais vestígios. Mas quem entra no palácio desse rei católico jura que está visitando a residência de um califa.

As decorações interiores do palácio são lindas, guardando algumas das mais belas decorações de azulejo da Península Ibéria, embelezando cada centímetro quadrado de pátios, salas e arcadas verdadeiramente apaixonantes, tornando o passeio inesquecível, pois cada sala tem uma decoração única, com diversos padrões geométricos e azulejos “mudejares”. 

Eles chamam de arte Mudéjar este desenho islâmico, feita em recintos católicos, um fenômeno exclusivamente ibérico que combina e reinterpreta estilos artísticos cristãos como românico gótico e renascentista com a arte islâmica.

Observe os motivos delicados em gesso, mosaicos de azulejo alicatado... esta herança árabe está bem latente nos milhares de detalhes ornamentais e a estes elementos foram adicionados influências góticas e barrocas das sucessivas reconstruções e adições, expandida durante os anos.

Hoje, ele serve de aperitivo para a Alhambra de Granada, pois curiosamente o rei nazarí Muhammad V teria se inspirado ali para adornar o seu Palacio de los Leones, na Alhambra.


Você pode fazer a visita de forma livre e esta visita comum permite acesso a vários lugares incríveis,  mas é recomendável alugar o áudio-guia e seguir o percurso sugerido. Pegar um tour em grupo também é uma boa.
Palácio Gótico












O Salão dos Embaixadores com o teto em forma de esfera dourada que representa o universo e detalhes de estrelas.  

Vai valer a pena entender o que você está vendo e aprender tanta coisa sobre o lugar e sobre a nossa própria história, consequentemente, porque além de gigante e maravilhoso, foi do Alcázar que saíram parte das embarcações de Cristóvão Colombo para o novo mundo.Cristóvão Colombo levou muito chá de cadeira nos corredores do Alcázar, enquanto tentava convencer a rainha Isabel (ou “Isabel, a Católica”) a despachá-lo mar afora, em busca de novas terras e ao retornar, foi daqui também que ela o parabenizou pela descoberta das Américas. É muita história para você ir embora tendo só visto uns cômodos bonitos.

Palácio de Pedro I e da Contratação

Pátios já com elementos renascentistas
Após visitar o imponente palácio, não deixe de fazer um passeio pelo pátio e seus jardins maravilhosos, um dos melhores programas para fazer em Sevilha, com enormes  fontes, jatos de água, pavilhões, terraços e canteiros cheios de flores coloridas.Realmente, é um lugar muito gostoso para passear e rende fotos incríveis. Bom para aproveitar um pouco da sombra no verão quente andaluz! Aproveite o local para brincar nos labirintos naturais, observar os pavões e perceber como os mouros capricharam em cada canto do lugar. Quanto mais calma e tempo o visitante tiver, mais detalhes ele conseguirá captar do lugar.

Muita história já aconteceu por aqui em mais de 1.000 anos de atividade. Na verdade, é o mais antigo palácio real da Europa e ainda é a residência real: quando vem para Sevilha, o rei da Espanha mora aqui!  Inclusive se quiser, é possível ir além da visita comum que, já é bem completa, mas você pode pagar mais pelo acesso e visitar os Aposentos Reais ou Cuarto Real, em espanhol.

E não é só de história real que estou falando, tem história fictícia também. Outra família real que bate ponto no Alcázar é a da Casa Martell, de Game of Thrones. Se for fã da série Guerra dos Tronos, é muito provável que tenha um momento déjà vu, pois os ditos jardins servem de cenário para os de Dorne. Infelizmente, não é possível subir naquela varanda onde Ellaria do Oberyn tem uma discussão com o príncipe de Dorne para vingança da Cersei , aparecendo os jardins ao fundo. Aqui foram gravadas as cenas da casa mais calorosa da série de TV, cheia de verde, cenários lindos, calor, mulheres fortes e guerreiras.


Dica 1: As filas para o Alcázar de Sevilha são enormes, e a espera pode ultrapassar duas horas, por isso, se quiser escapar das enormes filas existe também a opção de reserva de seus ingressos online com antecedência e com horário marcado.

Dica 2: Recomendo ir cedo pela manhã para não pegar tanto movimento. Chegamos lá antes da abertura e já tinha uma fila enorme para comprar ingresso, mas com o ingresso digital você pega uma fila menor, apenas para passar pela segurança, raios-X e pegar um áudio-guia.

Dica 3: Alguns dizem para você reservar pelo menos 3 horas para o passeio, outros dizem que você irá passar no mínimo 2 horas, um terceiro, talvez mais apressadinho, para se programar para gastar ao menos uma hora e meia. Não bati ponto, mas pela hora da minha primeira foto e da última foram 02h30min h no Real Alcázar!

Dica 4: se você estiver visitando Sevilha em uma segunda-feira é possível visitar o Real Alcázar gratuitamente entre às 16h e 17h (de outubro a março) ou entre às 18h e 19h (de abril a setembro). Informações práticas para visitar o Alcázar estão disponíveis através do Site oficial do Real Alcázar.


Saindo de lá, se ainda não tiver almoçado agora é a hora. Você encontrará diversas opções nos arredores do palácio e da catedral, tanto para comer somente um montadito, quanto se quiser algo um pouco mais elaborado e partir para a próxima, já que o Alcázar é quase vizinho à Catedral de Sevilha.

Dá para bater ponto nos dois antes do almoço? Até que sim. Mas acredite: você não vai querer visitar o Alcázar de olho no relógio, tendo hora para sair, porque a sua fome está gritando, então, o próximo plano dependerá muito dela.

Esta é a zona mais viva da cidade, pelo que alojar-se nas imediações pode não ser barato, mas é definitivamente a melhor escolha, pois certamente ela estará, no máximo, vinte minutos de onde você estiver hospedado e um bom ponto também para você começar a desvendar a cidade. 

Catedral de Sevilha

A Catedral de Sevilha é o epicentro da cidade, tudo à volta é magnífico. Assim, tendo almoçado ou não, rume até ao coração da cidade velha de Sevilha via a Plaza del Triunfo para conhecer a histórica Catedral de Sevilha, última morada do famoso navegador Cristóvão ColomboMesmo quem não é piedoso não pode perder este monumento, também listado como Patrimônio Mundial UNESCO, sendo a Catedral de Santa María de la Sede de Sevilla  imperdível em qualquer roteiro de Sevilha.

Reza a lenda que um dos mentores da catedral afirmou: “Vamos construir um templo tão grande que, quem o vir, tome-nos por loucos!”.  Foram com estas palavras que começou o projeto de construção da terceira maior Catedral do mundo! E com certeza, você pode dizer à primeira vista que a Catedral de Sevilha foi construída para impressionar.

Ela começou a ser construída no início do século XV, a partir de 1401, nas fundações de uma antiga mesquita islâmica do século XII, da época almóada em Sevilha. As obras se prolongaram e foi sendo construída em várias épocas diferentes. Após a Reconquista, adquiriu “estilos cristãos” com a última pedra da cúpula colocada mais de um século depois, mas o que prevalece é o gótico. No entanto, a Catedral ainda conserva alguns elementos originais da mesquita, como é o caso da torre sineira, conhecida como La Giralda e o Pátio dos Narajos.

A primeira coisa que impressiona quando você entra na Catedral de Sevilha é, com certeza, a sensação de escala: é enorme e o interior é decorado de maneira sumptuosa. Ela tem uma área de 11520 m², só perdendo para a Basílica de São Pedro no Vaticano (23000m²) e Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida no Brasil (12000m²), sendo que em cúpula ela também perde para a segunda maior que é a Catedral de São Paulo em Londres. Tornando-se assim, a maior catedral da Espanha e um dos maiores legados da arquitetura gótica ao mundo.

Além de ser grandiosa e opulenta, ela pode ser visitada como museu. No seu interior estão várias obras de arte, esculturas e pinturas, que se sucedem nas sacristias, salões e retábulos, assim como lindíssimos vitrais.  Você não deve perder:

1) A Capilla Mayor e seu altar gótico feito de 45 painéis representando a vida de Cristo

2) O túmulo de Cristóvão Colombo

3) Uma coleção enorme de obras de arte, de joias e pinturas
4) Um belo e gigante órgão
Vá até a Sala Capitular, que tem desenho renascentista e é ornamentada por telas de MurilloTermine a visita saindo pela Porta do Perdão, com acesso ao Patio de los Naranjos. Abaixo detalhes da decoração da porta.
Patio de Los Naranjos, outro elemento de origem árabe, constitui o antigo pátio de ablução da mesquita, o local onde os fiéis se levavam antes de entrarem na mesquita para fazer as orações.Um bonito pátio arborizado, com fileiras e mais fileiras de pés de laranja, fontes e sombra para descansar.
A visita leva entre 1h30 e 2h aproximadamente e estas 3 dicas serão úteis quando você visitar a Catedral de Sevilha:

Dica 1: Para evitar passar várias horas na fila considere comprar os bilhetes antecipadamente, pois por norma a Catedral de Sevilha tem longas filas para comprar os bilhetes de entrada. Na alta temporada então é impossível.

Dica 2: Você pode também ir às 11h (horário oficial de abertura da Catedral) até a Igreja Colegial del Divino Salvador, localizada a 10 minutos a pé da Catedral de Sevilha e compre um ingresso combinado. É o mesmo preço que o bilhete comprado na Catedral. Isso também lhe dará a oportunidade de visitar esta igrejinha muito bonita.

Dica 3: Você pode entrar gratuitamente de graça pelas pequenas portas do lado esquerdo da Catedral, durante as horas da missa e nas segundas-feiras entre as 14h e 18h30m. É uma ótima maneira de ter uma prévia, se você não quiser fazer o tour, e ver se você deseja pagar para visitar o restante depois disso.

Dica 4: Recomendo explorar os telhados da Catedral. É um tour especial que acontece poucas vezes ao dia e é guiado. Há poucos horários e uma quantidade limitada de visitantes por dia que podem subir aos telhados. Logo, o ingresso costuma esgotar rápido. Por essa razão sugiro comprar antecipadamente pela internet. O tour começa dentro da catedral rapidinho e sobe para os três níveis de telhados, conta a história da construção, reaproveitamento de materiais, escoamento da água, iluminação e diversos fatores que nem imaginamos.

Dica 5:Todas as informações práticas para visitar a catedral podem ser encontradas no site do escritório de informações turísticas ou pelo Site oficial.


Um último conselho: se você planeja visitar a Catedral e o Alcázar de Sevilha o melhor é pegar o  “Seville Super Combi City Pass” que inclui:

1) Um bilhete sem fila para a catedral

2) Um bilhete sem fila para o Alcázar

3) Um bilhete do ônibus turístico hop-on hop-off 

4) Guias de áudio para download da Catedral e do Alcázar.

O bilhete de entrada da Catedral também oferece a possibilidade de visitar a La Giralda, a torre do sino da Catedral de Sevilha, já que são vendidos em conjunto. Assim, depois de visitar a igreja, vá até o campanário, única parte que restou da mesquita original, onde é possível subir até o topo para admirar a magnífica vista panorâmica de toda a cidade de Sevilha, que ainda ficam mais belas ao fim do dia!

La Giralda

La Giralda é uma torre de origem moura que, foi construída durante o período islâmico em Sevilha, na dinastia Almóada, considerada a mais austera da arquitetura, que foi sofrendo alterações pontuais. Mesmo assim, manteve o posto de um dos maiores arranha-céus de todo o continente durante ao longo de quase 10 séculos.

Depois da reconquista católica, tal como a mesquita foi transformada em catedral, esse antigo minarete foi modificado pelas mãos dos cristãos para que pudessem ficar ainda mais altos. Eles acrescentaram a parte superior para poder adicionar sinos, mais de 24 no total, fazendo com que a torre crescesse um terço dos seus atuais 104 metros.
Um passinho para trás... Mais outro passinho... Mais outro... E pronto, depois de várias tentativas, consegui enquadrar os mais de 100 metros da torre La Giralda numa foto, mas não é tarefa fácil... 😄

Assim, La Giralda é o curioso caso do minarete sem mesquita, ou seja, foi transformado em campanário, ou melhor, em torre sineira para a catedral gótica, construída logo ao lado, no lugar do templo muçulmano.

Subir até a altura dos sinos vale a pena, pois há várias oportunidades de parar, apreciar a vista e retomar o fôlego e é menos extenuante do que se imagina. Não há escadas ou degraus, a maior parte do acesso no interior da torre é feito por 35 rampas, só 17 degraus no finalzinho. Rampas, por quê? Isso porque, na época da mesquita, o sultão queria subir até lá a cavalo para ver o que estava acontecendo na cidade e as incríveis vistas da torre do sino. Na época os cavalos eram o elevador! Outros dizem que era para que o encarregado de convocar os fiéis à oração subisse a cavalo, o que acontecia cinco vezes por dia. Esse curioso fato foi esquecido pelo escritor de O Código Da Vinci, Dan Brown, que ambientou seu romance A Fortaleza Digital em Sevilha e decidiu trocar as rampas da Giralda por escadas. Existem muitas lendas sobre La Giralda. Se quiser conhecer mais algumas delas, veja neste site: https://conocemiciudad.com/leyenda-curiosidades-giralda-sevilla/

Na atualidade, tem no topo uma réplica do Giraldo que está em frente à Porta de San Cristobal na Catedral. Giraldo ou El Giraldillo é o nome popular dado à escultura que coroa La Giralda, uma estátua de bronze que representa a fé.

Prepare-se, pode rolar filas nas rampas, mas nem por isso, deixe de subir ao topo de La Giralda. Mesmo tendo pouco espaço lá em cima, basta esperar um pouco que você conseguirá arrumar o seu para admirar o horizonte sevilhano. Quem sabe até escutar o sino tocar. As vistas panorâmicas de 360º compensam qualquer esforço, coisa que os pobres coitados dos burros, com certeza não davam valor, mas você certamente dará.

Toda essa região bonita é chamada de Distrito Santa Cruz. Logo que você terminar a visita, não perca a Plaza de Santa Marta.

Plaza de Santa Marta

A praça fica em frente à Catedral de Sevilha. No centro, a Fuente Farola, uma fonte do século XX, serve de centro nevrálgico da cidade. A praça se enche de carruagens, que ganham uma alegria própria em tempo de Feria, quando os habitantes da cidade se vestem a preceito para passear por Sevilha. 

E bem ao lado dela e do Alcázar há outro lugar, menos turístico, mas muito legal, então, se ainda houver tempo, merece uma visita: o Arquivo Geral das Índias.

Arquivo das Índias ou Archivo General de las Indias

O Arquivo das Índias criado em 1785 por iniciativa do rei Carlos III, visando centralizar num único lugar a documentação referente às colônias espanholas que até então se encontrava dispersa por diversos arquivos em Simancas, Cádiz e Sevilha. Ele reuniu alguns dos maiores testemunhos da importância de Sevilha na descoberta do Novo Mundo. Estão ali reunidos 86 milhões de páginas manuscritos sobre as expedições espanholas, mais de 800 mapas e esboços. Há verdadeiros tesouros, como cartas de Cristóvão Colombo ou Cervantes. Não perca os andares superiores onde há exposições de mapas e manuscritos.

A visita é gratuita e o principal interesse é a arquitetura notável do edifício. O interior é muito lindo!No entanto, não espere ver os arquivos famosos, pois eles estão escondidos e são mantidos fora da vista. Isso mesmo, todos os arquivos nas bibliotecas são livros falsos de papelão e estão vazios! Mas, não hesite em visitá-lo depois da Catedral, levará apenas 15 minutos. Depois de se maravilhar com esses três monumentos mais emblemáticos de Sevilha, quando você sair, se optou por visitá-los antes do almoço, muito provavelmente, agora vai querer fazê-lo. Sugerimos respirar um pouco e arranjar coragem para o seu ritual de iniciação na gastronomia sevilhana. A melhor ideia é aproveitar a profusão de bares no entorno para fazer um tapeo diurno.  Escolha uma esplanada. Peça umas tapas. Refresque-se com a primeira sangria. 

A tarde reserva-lhe ainda muitas belas surpresas na continuação do nosso roteiro por Sevilha. Passe pelos Jardines de Murillo, uma vez no bairro, uma passadinha ali  é parada obrigatória e também no Paseo Catalina de Ribera, com um monumento a Cristovão Colombo. Ali curta uma “siesta” em algum banco, alguma sombra, ouvindo um músico de rua ou simplesmente deixando a hora passar. Repare que os moradores aproveitam esse horário para fazer coisas que promovam bem-estar, e não necessariamente dormir, como muita gente imagina.Passado o descanso, quer mergulhar no coração da cultura andaluza? A dica é caminhar pelas ruas do Bairro Santa Cruz. É hora de conhecer cada cantinho deste bairro, parte essencial de qualquer roteiro de Sevilha. Use a tarde desbravar este bairro que é um dos mais populares e também o mais turístico da cidade.

Bairro de Santa Cruz
É um antigo bairro judeu da época medieval ou a judería de Sevilha. Ele é um sinônimo de labirinto de ruas e ruelas estreitas e altas, por entre um casario encantador, com a arquitetura característica da cidade, influenciada pelos mouros, mas com diversos elementos da arquitetura espanhola, que por si só podia representar toda a beleza da urbe sevilhana.
É um lugar muito agradável. Você pode andar e deve passear das ruas e vielas de pedestres do bairro. Mergulhe neste lugar com seus típicos pátios andaluzes, assim como, praças bonitas e pequenos jardins que vivem ao ritmo do murmúrio das fontes; das casas de cores garridas ou só caiadas de branco. Sinta os aromas que vêm de um ou outro restaurante. Entre em um dos muitos bares para tomar um café ou até almoçar, se ainda não o fez lá trás. O bairro também é ótimo para garantir e comprar lembrancinha da cidade em uma das inúmeras lojinhas de artesanato e de cerâmica; temperos e outras lembranças aparecerão pelo caminho, deixando qualquer turista perdidinho. Deixe-se surpreender pelo doce aroma da flor de laranjeira que, sem dúvida, o acompanhará neste labirinto de múltiplos tesouros.
Ou, simplesmente observe... Caminhe atento e com calma... É um passeio e tanto. Veja cada detalhe desse bairro. E se ainda não está perdido de amores por Sevilha, perder-se neste labirinto medieval é a melhor maneira.

Uma vez por lá, vai perceber tudo isso. Sim, porque não se perder em Santa Cruz é impossível, caminhe a esmo e deixe para buscar ajuda no GPS do celular só quando quiser voltar para o hotel.

Mas, é possível encontrar mapas somente do bairro ou traçar um trajeto que inclua algum desses pontos de interesse, que lhe ajudará a conhecer esse canto de Sevilha como poucos: Calle Agua ou Callejón del AguaPlaza de Santa Cruz, Plaza de los Venerables– entre no Hospital de los Venerables, que tem lindos afrescos na sua igreja barroca– descanse na Plaza de Doña Elvira, percorra a  Plaza de la Alianza e  saia no Patio de Banderas–já no finalzinho do bairro, perto da entrada do Alcázar, que foi onde tudo começou.

Crédito da Foto: Hospital los Venerables

Para facilitar a sua vida, abaixo o mapa deste percurso pela judería de Sevilha:


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