Aljezur considerada o coração da Costa Vicentina,
é uma vila sonolenta e sossegada, que representa o Algarve intocado, aninhada a noroeste de suas colinas. Uma zona de belas paisagens naturais, onde os
burros trabalham a terra, os chocalhos das vacas animam as planícies e onde
algumas das melhores praias de Portugal esperam por você!
Situada perto da costa do Oceano
Atlântico, inserida no Parque
Natural do Sudoeste Alentejano– uma faixa marítima e natural de Área
Protegida que se estende por toda costa oeste do Algarve e da N120 uma medular estrada da Costa Vicentina, que passa por Aljezur– onde é garantido
que poderá encontrar paisagens naturais belas e deslumbrantes, como um emaranhado de tojos, urze e malva que culmina num abençoado
litoral de praias fantásticas. Não deixe de apreciar a beleza da
natureza, pois na costa oeste o cenário tanto de costa como do interior é
fantástico!
Aljezur é um dos destinos mais populares do Algarve no sul de Portugal e ao mesmo tempo, uma ótima alternativa para quem quer descontração e diversão. Então se procura umas férias ativas, há muitas atividades divertidas que poderá fazer, como ciclismo, equitação, caminhadas pela montanha, etc. Além disso, a cidade de Aljezur é bastante famosa por ter fantásticas e incríveis praias de areia fina, rochosas, únicas e selvagens no Oceano Atlântico, ideal para os amantes do Surf, por isso, se gosta de surfar, não deixe de visitar as praias da Arrifana e do Amado.
No entanto, não é um local muito turístico
e muito mais calmo do que algumas das cidades mais populares no Algarve,
como Albufeira e Portimão, sendo por isso também, uma
ótima opção para quem procura um destino de férias relaxante e para quem não
quer muita confusão. Entretanto, Aljezur é hoje um importante centro turístico e ao visitá-la ao seu ritmo, vai descobrir os seus pontos de interesse, apreciar a excelente paisagem envolvente, pois ela se destaca pelos seus produtos regionais e pela variada e excelente gastronomia. Assim, aqui neste roteiro irá encontrar tudo o que precisa saber caso esteja a planear uma viagem a Aljezur.
Quando irAljezur é sede de concelho e situa-se a 250 km a Sul de Lisboa, capital do país; a 110 km de Faro, capital de distrito e a 30 km de Lagos, a cidade mais próxima.
De comboio: Caso utilize o comboio este só para em Lagos, a estação da CP mais próxima, por isso depois terá de apanhar um autocarro para o seu destino final.
A Vila de Aljezur foi fundada
no século X pelos árabes. Dividindo-se pelas encostas em três cerros,
apresentando uma urbanização de traçado mourisco-medieval, adaptando-se ao
acidentado terreno e acompanhando as curvas de nível.
Ainda hoje, esta cidade
encantadora apresenta a influência
árabe. Eles deixaram grandes e
importantes marcas deste período medieval tais como o castelo, a sua cisterna e a toponímia árabe (al-jazirah);
também deixaram costumes e tradições que ainda se mantêm, como muitas lendas e histórias populares e
na grande maioria da edificação com construção em taipa e caiada de branco e ruas
de paralelepípedos.
O Que Ver
Assim, vamos começar nosso
roteiro pela Ribeira de Aljezur que
assume junto à localidade, o nome da vila e resulta da junção de duas ribeiras,
que era navegável até ao século XVIII, circundava a vila e como dissemos acima,
transformava-a numa quase ilha. Além de permitir o acesso dos barcos ao
interior do território, constituindo até esta altura o Porto de Aljezur um dos mais importantes portos do Algarve, semelhante
ao de Silves e Lagos, e o único porto seguro entre Alcácer do Sal e Sagres.
Ao falar sobre o antigo Porto de Aljezur, apela-se à memória deste
próspero porto, pois é difícil de imaginar hoje em dia, mas no século X a Ribeira
Aljezur era navegável e aqui havia um porto fluvial do império Almorávida–
originalmente rigorosos monges-soldados do Islam e o castelo que fazia parte do
sistema de fortificações para defender Silves, a sua capital regional– utilizado
como meio de comunicação e transporte, importante ponto de entrada e saída de
mercadorias.
Com o passar do tempo e devido ao terremoto de 1755 que destruiu
grande parte da vila, levou ao assoreamento da Ribeira de
Aljezur, ao declínio do Porto de Aljezur, transformando-se semelhante a que
hoje se observa, tendo posto fim a importante atividade comercial, conduzindo
ao declínio da vila de Aljezur. Ainda se pode junto às suas margens, os
antigos padrões de amarração dos barcos.
Com efeito,
encontra também grande variedade da vegetação mediterrânica ao longo desta
Ribeira, desde a vila até o estuário e foz, como choupos e amieiros. Após
passar pela zona dos Salgados,
serpenteando quer por entre hortas de batata doce e de amendoim, quer pastagens
com animais, a Ribeira chega à foz na Praia
da Amoreira.
De volta pela Rua Dr. César Viriato França,
passa-se por uma Antiga Cisterna,
onde as tripulações dos barcos se abasteciam de água potável, que chegou a ser
prisão e hoje é casa de habitação. Ali perto havia a Casa da Portagem e a Estalagem
que acolhia com dormida e comida, os viajantes que chegavam de barco.


Depois, seguindo pela Rua João Dias Mendes até onde existia uma Antiga Moagem, atualmente encontramos ali um café. Continuamos até à Associação de Defesa do Patrimônio Histórico e Arqueológico de Aljezur, onde encontramos várias informações turísticas, bem como peças originais e uma maquete de um avião de combate alemão, que se despenhou perto de Aljezur em 1943. Surpreendentemente, tal ocorreu na sequência de um inédito combate aéreo entre aviões alemães nazistas e forças aliadas, em plena Costa Vicentina, em Portugal – um país neutro na II Guerra Mundial!
A parte mais recente da vila se situa na planície para além da ribeira,
ou seja, encontra-se na outra margem do rio e foi construída no século XVIII
para acolher a população após a destruição causada pelo sismo de 1755, por
isso, Aljezur está construída em ambos os lados do rio, sendo um núcleo
planeado, denominado de Igreja Nova.
Em seguida, subimos ligeiramente até o Largo 5 de Outubro, onde está o Museu Municipal. Caso tenha curiosidade em
descobrir mais sobre o passado de Aljezur, não deixe de visitar o Museu
Municipal, localizado no antigo edifício da Câmara Municipal. Trata-se de um
edifício branco com os vãos pintados a azul, tendo sido edificado no século
XIX. No seu interior existe, não só
uma galeria de arte com exposições temporárias, como também vários espaços
museológicos, com achados arqueológicos e uma reconstrução de uma casa
tradicional, que convidam a visitar o passado – a não perder!
O espólio deste museu encontra-se dividido em três espaços distintos: o
Núcleo Arqueológico, o Núcleo Etnográfico e a Sala Islâmica do "Legado
Andalusino".
Ao visitar o Núcleo Arqueológico vai ver artefatos e um vasto conjunto
de objetos, que testemunham mais de
10.000 anos de presença humana na região, obtidos de escavações no concelho de
Aljezur.Aqui é possível observar-se, pelo seu simbolismo histórico, a Pedra de Armas com o brasão da Ordem de Santiago, que se julga proveniente da antiga Igreja Matriz de Aljezur, totalmente destruída com o terremoto de 1755, assim como o fuste do antigo Pelourinho.
Núcleo Etnográfico
O Núcleo Etnográfico é composto por valioso espólio ligado etnografia
e as atividades tradicionais do
quotidiano de finais do século XIX e início do século XX, destacando-se alfaias antigas relacionadas
com atividades agrícolas, ou
seja, onde pode ver vários objetos de agricultores, pastores e pescadores, como
por exemplo, carroças, charruas, enxadas e artigos de pesca típicas da vida do mar e da terra. Neste núcleo recriam-se ainda ambientes
tradicionais rurais, como um quarto e uma cozinha algarvia, decorados com os
utensílios utilizados nas lides diárias.
No núcleo da Sala do Legado
Andalusino encontra-se o espólio arqueológico do período islâmico, com destaque
para peças de cerâmica e para o precioso tesouro de moedas islâmicas do século
X-XI.
A exposição concentra-se, sobretudo, em material recolhido no Sítio da Barrada, sobretudo cerâmicas.
Numa perspectiva didática, a exposição é acompanhada de informação sobre a
utilização das peças expostas no quotidiano e a sua relação com outros
elementos da cultura islâmica.
Horário: De Junho a Setembro: Terça a
Sábado, das 09:00h às 13:00h e das 14:00h às 18:00h/De Outubro a Maio:
Terça a Sábado, das 09:00h às 13:00h e das 14:00h às 17:00h/Encerramento: Domingos,
Segundas e Feriados.Preço entrada: Bilhete de entrada único para todos os núcleos museológicos do centro histórico de Aljezur (Museu Municipal, Museu de Arte Sacra, Museu Antoniano e Casa-Museu Pintor José Cercas), podendo ser adquirido em qualquer um dos núcleos museológicos referidos.
Embora o ano exato da sua
construção esteja por determinar, não há dúvida de que a Fundação da Misericórdia de Aljezur foi edificada no século XVI
sobre as colinas da vila.
Afetada pelo terremoto de 1755, a Igreja da Misericórdia foi objeto de
reconstrução ainda durante o século XVII, voltando a ser intervencionada em
1821 para a reconstrução do seu altar-mor. Trata-se de um edifício de uma nave
simples, caracterizada pelo seu singelo portal renascentista de cantaria de
volta perfeita, com a inscrição gravada “1577” e que no exterior tem um janelão
quadrangular por cima. O seu interior é caracterizado por uma só nave, um
pequeno arco triunfal e retábulo-mor feito em madeira, com decorações em talha
barroca com transição para o rococó.
Possui ainda um púlpito e uma
tributa com cadeiral em madeira ornado com o brasão da Santa Casa da Misericórdia. As imagens veneradas são de Nossa Senhora da Soledade, Santa Isabel e
Santa Maria Madalena, todas feitas em roca. Das suas alfaias de culto
salienta-se a existência de um cálice em prata com respectiva patena, dois
paramentos de casula damasco, um pertencente ao século XVII e outro ao século
XVIII.Horário das missas: Terças-feiras, às 18:00h
Horário de visitas: Aberto no período da missa ou se solicitado no Museu de Arte Sacra, anexo à igreja.
Anexo a Igreja da Misericórdia,
localiza-se o Museu Arte Sacra, que ocupava o antigo Hospital da Misericórdia edificado nos finais do século XVIII e que
ainda foi usado como lar da terceira idade. É dedicado ao Monsenhor Manuel Francisco Pardal, nascido em Aljezur no ano de
1896 e falecido em 1979. Conhecido por ter sido um excelente padre, professor e
também escritor, teve uma carreira eclesiástica notória que incluiu a sua
nomeação como Monsenhor pelo Papa João XXVIII. Detentor de uma excelente capacidade oral e pedagoga, tendo escrito
três livros.
Horário: De Junho a Setembro: Terça a Sábado,
das 09:00h às 13:00h e das 14:00h às 18:00h/De Outubro a Maio: Terça a
Sábado, das 09:00h às 13:00h e das 14:00h às 17:00h/Encerramento:
Domingos, Segundas e Feriados
O pintor José Cercas
(1914-1992) natural de Aljezur deixou em testamento a sua casa e todo o seu
espólio à Câmara Municipal de Aljezur,
com a condição de ali instalar uma Casa-Museu para perpetuar a sua memória e a
sua obra. De fato assim sucedeu, tendo sido inaugurada em 1995.Com efeito, trata-se de um peculiar museu, onde por entre as divisões da casa, pode-se ver o espólio doado pelo artista. Colecionador de diversas peças antigas conseguiu ao longo da vida reunir um valioso espólio, agora exposto no museu. Composto por peças de louça, arte sacra, esculturas e mobiliário, destacam-se ainda vários quadros e desenhos da sua autoria e de artistas internacionais.
A pedido do pintor, a
disposição que concebeu da sua casa enquanto lá viveu foi respeitada, inclusive
a recriação do seu atelier. Os quadros de paisagens e das cenas religiosas são complementados pela
atraente casa e pelo jardim tranquilo de onde pode admirar o castelo, a ribeira
e a paisagem verdejante.A caminhada é um pouco exigente, então se preferir, também pode ir de carro. A entrada é gratuita e a vista é maravilhosa, inegavelmente vale a pena!
Classificado como Imóvel de Interesse Público, o Castelo de Aljezur se localiza num cerro xistoso sobranceiro à vila, cujas primeiras
escavações arqueológicas realizadas revelaram uma sequência de níveis
arqueológicos contendo testemunhos desde a Idade do Bronze até ao século XVI.
O local onde o castelo se
encontra implantado parece ter sido ainda ocupado, sucessiva e
ininterruptamente por vários povos: os lusitanos que dele fizeram um castro; os
romanos que nele tiveram um posto de vigia; os visigodos, que também o
utilizaram como vigia; e os árabes que nele deixaram mais vestígios, sendo-lhes
atribuída a edificação do castelo e a fundação da vila, bem como a reformulação
das suas defesas.
Atualmente, o castelo que
apresenta uma planta poligonal irregular e possui uma única abertura a
nordeste, que dá acesso ao interior algo rochoso, com cotas superiores as da
muralha, está em mau estado de conservação, mas ainda mantém as suas muralhas
do século XIV e conserva ainda duas torres distintas, que sobressaem do que
resta da muralha que constituem o recinto murado do castelo. A torre localizada
a norte é de planta circular e controlava a entrada do castelo e a torre a sul é de base quadrada
fica no extremo oposto.

É possível ainda, observar-se ao
visitar o interior do Castelo de Aljezur a cisterna ou algibe, uma
construção a noroeste com características da mesma época, com porta em arco
abobadada e de forma cúbica do período muçulmano, em silos escavados na
rocha para armazenamento e diversas estruturas de um possível quartel.
Assim, dali da sua visita ao imponente Castelo de Aljezur se contempla uma magnífica
e privilegiada
vista sobre o horizonte e da zona oeste do Algarve. Donde também, desfruta-se de fabulosas e excelentes vistas
panorâmicas dos espaços envolventes, como: a nascente, os férteis campos da
imensa várzea de Aljezur, onde é produzida a famosa batata doce de Aljezur, sobre
a zona da Igreja Nova de onde avista
o casario branco da vila de Aljezur e da Serra
de Monchique e a poente sobre o Vale
D. Sancho, onde outrora se cultivava arroz e por onde serpenteia a Ribeira de Aljezur até chegar ao mar,
na Praia da Amoreira no Oceano Atlântico.
Com efeito, ali se consegue imaginar como era a azáfama deste local uns
séculos atrás, quando a ribeira era navegável... Sendo poeticamente um lugar de
conjuntura arqueológica e histórica e tema de variadas lendas, uma delas é a da Fonte das Mentiras. Esta fonte fica situada à beira do caminho, na
base do contraforte oeste do cerro do castelo que se comunica com o castelo
através de uma passagem subterrânea. E reja a lenda que ali se escondera uma
bela moura, amada por um cristão, quando da conquista da vila. Se quiser saber mais sobre estas lendas, clique neste link: https://www.jf-aljezur.pt/a-freguesia/as-lendas 
Depois, descendo a colina pela Rua Dom Paio Peres
Correia, o regresso despreocupado à vila é um lindo passeio de
cinco minutos, com vistas deslumbrantes sobre o vale. Mais
à frente virando à direita para a Rua Nova até
ao fim está o Museu Antoniano.
A capela de Santo António
edificada na zona histórica da vila de Aljezur foi construída no século XVII,
em data posterior a 1628. Pouco ou nada se sabe sobre esta capela entre a data
da sua criação e o terremoto de 1755 que a destruiu quase por completo, sendo
realizada a sua reconstrução em 1796 e servido de Matriz da vila.
A partir de 1809, com as
mínimas alterações passou a servir de habitação do Bispo do Algarve, D. Francisco Gomes de Avelar, até à
data da aquisição do imóvel por parte da Câmara
Municipal de Aljezur, que aí instalou um museu sobre a temática antoniana,
homenageando justamente o Santo António, Santo Padroeiro nascido em Lisboa no
ano de 1195, que toda a sua vida se dedicou à causa religiosa, não passando
despercebida a sua popularidade junto dos portugueses.
O Museu Antoniano de Aljezur alberga uma coleção de arte sacra majoritariamente
contemporânea, assim como um conjunto de peças seiscentistas e setecentistas de
alguma relevância.Descemos pelo lado direito do Museu Antoniano,
pela Rua de Santo António e viramos à direita para a Rua da Ladeira, onde vê um
antigo Fontanário Público. Este
“marco” de pedra abastecia de água a população da vila, sendo por isso um local
onde as pessoas conviviam.
Continuamos pela Rua da Ladeira até ao fim e
chegamos à Rua João Dias Mendes, com o Largo
da Liberdade em frente a ponte sobre a Ribeira de Aljezur, que se encontra às
suas margens grandes freixos e salgueiros e um pequeno jardim com
bancos. Neste
Jardim, onde se pode, sobretudo, descansar e aproveitar a sua
sombra e admirar o painel de azulejos alusivo à Ponte Medieval, que aqui existiu até
1947, também onde está pintada uma vista da vila e assinalados os locais de
interesse.
Ali, ao longo da cardinal Rua 25
de Abril, coração de Aljezur, há vários cafés baratos e restaurantes, como
o tradicional Pont’a Pé,
acolhedor e um especialista em pratos regionais a preços moderados.
É no Mercado Municipal de
Aljezur. Trata-se de um pequeno mercado onde se encontra bancas para
venda dos produtos oriundos das hortas e do mar, como peixes frescos, legumes,
frutas, mel e outros produtos da região.
Seguimos pela N210 passando pela rotunda onde está a Câmara Municipal e a Junta da Freguesia, entramos na Rua da Escola. Aqui está a Igreja de Nossa Senhora da Alva
localizada junto ao Jardim do Largo 1 º
de Maio, a praça principal.
Construída no século XVIII, é o edifício mais
antigo de Aljezur. Aqui irá encontrar
também uma variedade de lojas e cafés onde poderá sentar-se com uma bebida e ler
um bom livro para relaxar.
Aljezur desperta emoções, pois como dissemos lá no início, ela é o
coração da Costa Vicentina – nome pelo qual é conhecida a costa sudoeste de Aljezur –
distinguindo-se entre os melhores destinos europeus para o Turismo de
Natureza, com
paisagens deslumbrantes entre a serra e o mar, que abrigam diferentes habitat
naturais e uma elevada biodiversidade; uma costa que alberga as melhores praias de
Portugal e um patrimônio geológico, faunístico e
florístico de elevado valor científico.
Para os amantes da natureza tem os percursos a pé ou pedestrianismo, também é o sítio ideal
para a prática de BTT ou os passeios de bicicleta pelas
montanhas. Duas atividades que permitem ao visitante explorar a riquíssima
diversidade e o encanto destas paragens.
A Costa Vicentina contém algumas das praias mais intocadas do país,
muita das quais com amplas extensões de dunas de areia flanqueadas por altas
falésias e sem qualquer tipo de construção.
Enquanto, Odeceixe, Bordeira e Amoreira se situam
na foz dos rios, tornando-as mais apelativas para as famílias, que podem optar
por nadar no mar ou no rio. As lagoas naturais também fazem destas praias um
local favorito para as crianças. Por tudo isso, fora da vila é difícil decidir
quais os melhores locais a visitar, se o interior ou a costa, mas abaixo vamos
mostrar algumas destas opções.
Praia da Amoreira
Museu da Batata Doce
Localizada num vale fértil, a cidade de Aljezur é famosa pelas suas
batatas, sendo o maior produtor de batata-doce em Portugal. A batata doce de Aljezur tem um sabor, textura e
cor diferenciada graças ao clima da região. Pelas suas características únicas
foi reconhecida com a Certificação IGP - Indicação
Geográfica Protegida.
A batata doce está presente em muitos dos pratos da região, como sopas,
cozidos, ensopados, pastelaria e doces, merecendo as honras num dos melhores
festivais gastronômicos da região algarvia, o Festival da
Batata-doce de Aljezur, que ocorre no início de dezembro no espaço multiusos da
vila e celebra a batata doce da região em tapas, compotas, sobremesas, licores,
enfim, em diversos mimos gastronômicos.
Dito isto, a poucos minutos para o norte da vila de Aljezur pela N120,
na Estrada da Esteveira, no seio da pequena
localidade de Rogil, fica o Museu da Batata Doce, onde se encontra numa das colinas um moinho
de vento restaurado.
O Museu da
Batata Doce de Rogil é um café, restaurante, pastelaria e loja de produtos
regionais relacionados com a batata doce de Aljezur. Nasceu da vontade de uma família de produtores
locais com mais de 20 anos de experiência, de mostrar o que de melhor se faz
com a batata doce de Aljezur.
Ao visitar o Museu da Batata Doce você
pode saborear as especialidades da região em qualquer altura do ano e neste
espaço encontra as iguarias das doceiras locais e dos fabricantes da região
tendo por base a variedade lira. Na
loja do Museu da Batata Doce, além desta variedade de batata, que você pode
levar crua, assada ou frita, encontra ainda todo o tipo de pastéis, bolos,
biscoitos e também bebidas e licores regionais, você também pode adquirir
outro produto típico da região, o amendoim torrado do Rogil.
Rîbat da
Arrifana
A cerca de 9 km ao sul de Aljezur, pode-se visitar o Ribat da Arrifana.
Classificado como Monumento Nacional, o
Ribat da Arrifana é hoje um dos mais importantes casos de arqueologia ibérica e
europeia, em se tratando do único ribat islâmico identificado em
Portugal e o segundo na Península Ibérica, já que existe outro
na Espanha.![]() |
| Crédito da foto: National Geographic |
O Ribat da Arrifana é um
convento-fortaleza, consagrado à oração e vigilância da costa, constituído por
várias estruturas, entre as quais se incluem uma necrópole, uma sucessão de
mesquitas com oratórios (quibla e mihrab), onde os
monges-guerreiros faziam as suas orações, assim como, dependências destinadas
tanto aos monges como aos peregrinos e vestígios de um minarete.
Este importante monumento
localizado na Ponta da Atalaia, a
cerca de 1 km para norte da atual Praia
da Arrifana, teria sido mandado edificar, cerca de 1130, pelo mestre sufi e madi,
Ibn Qasi, uma das principais figuras
do mundo político e religioso do al-Andalus, contemporâneo de D. Afonso Henriques, com quem
estabeleceu pacto contra o governador de Silves,
Ibn Wazir e os almoadas, permitindo
ao rei de Portugal a conquista de territórios entre Mondego e Tejo.O ribat da Arrifana terá
servido como local de inspiração de Ibn
Qasi, tendo como principal função o estudo e a reflexão religiosa. Entre
1130 e 1140, terá escrito a sua obra principal “Livro do Descalçar das Sandálias”,
inspirado no antigo testamento e no corão, tendo como base o abandono material
e a entrega a deus, assim como a referência às duas sandálias, numa associação
à dualidade do mundo, exterior e interior.
O espólio exumado no Ribat da
Arrifana traduz aspectos das vivências dos seus ocupantes, monges-guerreiros, que
devido às suas especificidades em menor número. Identificaram-se restos de
cerâmica, que se classificaram como louça de mesa, de cozinha, de armazenamento
e como contentores de fogo. Ainda, artefatos de bronze, como ponteiras de fusos
ou de chumbo, associadas a tecelagem do linho ou da lã, presumivelmente das
vestimentas usadas pelos seus ocupantes; restos de algumas armas de ferro, como
punhal, espada, lança, pontas de flecha, fragmento de osso longo de mamífero,
supõe-se corresponder a restos de instrumento musical, restos de alimentos
recuperados, sobretudo bivalves, mamíferos e aves.Em 1151, com a morte do seu
fundador, assassinado em Silves pelos seguidores de Ibn Almúndir, que logo passou a governador da cidade, o Ribat da
Arrifana foi abandonado.
Fortaleza da
Arrifana
Edificada num promontório em
substrato xistoso, a Fortaleza da
Arrifana foi construída em 1635 sob o mandato do Governador do Reino do
Algarve e Capitão-Mor, D. Gonçalo Coutinho,
para a defesa da orla costeira ocidental algarvia, da baía da Arrifana e de uma
almadrava, que é uma armação de pesca do atum, existente no local desde 1516.
Era constituída por duas partes ligadas por um pequeno desfiladeiro. Na porta de entrada, em arco de volta perfeito, ficavam a casa da guarda, os alojamentos e o paiol. Passado o desfiladeiro entrava-se na bateria, onde existiam duas bocas de fogo apontadas ao mar. Sobre a porta de entrada estava colocada uma lápide onde constava a data de construção da fortaleza, bem como um Escudo Nacional e o Brasão dos Coutinhos.
O terremoto de 1755 arruinou
totalmente a fortaleza, ficando em pé apenas a bateria e a cortina amuralhada
da porta de entrada. Em 1762, foi novamente reedificada, mas, no inverno de
1765, deu-se nova investida do mar, ficando o desfiladeiro de novo destruído.
Não se conhecem obras na
Fortaleza da Arrifana após esta data (1792), ficando o forte abandonado durante
várias décadas, caindo o mesmo em ruínas e ao abandono. Em 1940 foi entregue ao
Ministério das Finanças, recusando-se a receber o que restava da Fortaleza de
Arrifana, foi posta à venda, deixando de ser considerado como Fortificação Militar.
Passados mais de três séculos após a sua construção, o antigo forte filipino,
voltou a ser reabilitado, desta vez por ação do Município de Aljezur, com apoio
financeiro do Polis Litoral Sudoeste.
O local onde esta fortaleza
está implantada constitui ainda um magnífico miradouro natural, pois dali
tem uma vista espetacular, onde pode observar algumas das bonitas falésias e
praias da Costa Vicentina. Próximo dali, pode igualmente usufruir a Praia da Arrifana. Em forma de enseada,
a Praia da Arrifana é uma das mais bonitas de Portugal, sendo muito popular
para surfistas com vários níveis de experiência.
Aldeia da
Carrapateira
A poucos mais de 20
quilômetros de Aljezur, seguindo, atualmente, pela estrada serpenteada, ladeada
por vegetação, o cheiro da maresia leva-nos ao encontro da Aldeia da
Carrapateira, marcada por vários recortes irregulares das falésias, onde todas
as rochas tem um nome.
A aldeia é caracterizada pelas suas casas térreas bem juntinhas, onde os enormes telhados de uma só água persistem nas casas mais antigas, evidenciando-se atualmente as casas de dois pisos e telhados de duas águas.


Primeiramente era utilizado
apenas pelos pescadores locais; o peixe era transportado pelos mesmos às costas
dentro dos seirões até aos burros, que se encontravam à espera de serem
carregados para levar o pescado até a lota da Carrapateira, localizada junto ao
antigo posto da guarda. Apenas recentemente, há cerca de 10-12 anos, é que se
efetivaram as obras para melhorar o acesso do porto.
Povoado Islâmico de Pescadores
O Povoado Islâmico da Ponta do Castelo é o primeiro
assentamento de pescadores do período muçulmano a ser investigado em Portugal. Escavações
arqueológicas puseram a descoberto este povoado, localizado em alta arriba
junto ao mar da Carrapateira, imediatamente a sul da entrada do Porto do Forno. ![]() |
| Crédito da foto: viagementreviagens |
Foram identificados restos de
nove estruturas habitacionais, constituídas por uma única divisão, com planta
retangular, edificadas em taipa sobre entroncamento de pedra. Algumas conservam
restos de estruturas de combustão e cerâmicas partidas, mas ainda in
situ, assim como anzóis, pesos de rede e restos de fauna marítima e
terrestre.A pesca e a colheita de
mariscos constituíam não só a principal fonte alimentar dos residentes neste
povoado, mas o peixe, depois de salgado e seco, poderia entrar nos circuitos
comerciais, servindo como moeda de troca com diferentes produtos de outras
regiões do interior, nomeadamente cereais.
O que Comer
Em Aljezur, uma zona igualmente dependente da terra e do mar, não é de
surpreender que os frutos de ambos façam parte da sua gastronomia tendo
inegavelmente grande variedade e qualidade. Terra de peixe, o
mar traz maravilhosos sargos, douradas e robalos cozidos ou grelhados no
carvão, a moreia frita, o polvo de molho ou
em saladas,
e uma ampla seleção de mariscos frescos, incluindo mexilhões, ouriços-do-mar e
caranguejos que são pescados na extensa costa e servidos em receitas
tradicionais, como por exemplo, as saborosas caldeiradas de mariscos e outras
delícias regionais, como os percebes que abundam nas rochas batidas pela
ondulação e que são colhidos pelos intrépidos pescadores locais. Igualmente,
prove as papas mouras com piques, onde ao xarém algarvio se acrescentam os
cominhos. 
Também em terra de carne abundante, os enchidos, constituem pratos e
petiscos bastante procurados, assim como de ricos produtos hortícolas, é
impossível resistir também à batata-doce de Aljezur, a couvada ou
o feijão
com batata-doce. 
Não esquecendo a famosa doçaria, à base do
principal produto local: Nesta área, a batata doce é rainha, cultivada nas
terras férteis de concelho de Aljezur, sendo confeccionada nos pratos típicos,
pastéis e bolos, torta, pudim ou pastéis de batata-doce e os fritos de Aljezur.
Entre outras iguarias, combinadas com uma aromática aguardente de medronho,
produzida e destilada em tradicionais alambiques de cobre, há séculos nesta
região do país, fazem as delícias de muitos que aqui se deslocam para as
apreciarem. Saberes e sabores divinos, de fato!
O que ComprarEste roteiro em Aljezur fica completo com a partilha de sugestões do que comprar em Aljezur. Do artesanato do concelho destacam-se os trabalhos e cestas em vime. Igualmente, são produzidas também mantas de “trapo” com vários padrões, rendas e bordados, mobiliário, cadeiras e colheres de madeira, que pode utilizar em casa. Bem como típicas alcofas, cestos e tapetes em esparto, uma planta herbácea do Algarve.
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