Quando estava fazendo o meu roteiro de viagem pela Albânia, vi que o Syri i Kaltër, Blue Eye, ou Olho Azul da Albânia em português, era uma atração bem interessante. Na verdade, é o pequeno tesouro da Albânia. Quando vi fotos do lugar, fiquei encantada! Quem não deseja conhecer essas tais borbulhas azuis hipnotizantes? Logo tratei de incluí-lo no roteiro.
Embora, sendo a Albânia um país ainda pouco popular e com uma estrutura turística ainda em andamento, era de se esperar que não houvesse muita informação sobre o local, nem aquela infraestrutura que a gente está acostumada a ver em outros países, principalmente pela Europa.
Pensei, deve ser complicado para quem está a pé e dependendo de meios de transporte, mas nós estávamos de carro, então, vamos lá ver se esse tal de olho azul é isso tudo mesmo que vi nas fotos!
Bom, mas o que é o Syri i Kaltër? É a nascente do rio Bistricë, que atravessa uma parte do sul da Albânia. Localizado em uma floresta de avelãs, nozes, cerejas, pinheiros e abetos na aldeia de Muzinë e em frente à aldeia de Krongj, perto da estrada nacional que vai para Gjirokastër. Foi declarado monumento da natureza. Sua forma é oval, semelhante à íris de um olho, bem escuro no meio e vai ficando azul para o lado. Sua profundidade é muito grande, chega a atingir a profundidade de 45 metros.
Como Chegar
Na verdade chegar lá é bem simples: você pode contratar uma excursão de um dia com saídas diárias de Sarandë (procure pelos postos de informações turísticas na cidade); ou você pode tomar um táxi pelo preço de 30 euros (valores de jan/2017) com transporte de ida e volta + duas horas no local (tempo suficiente para fazer turismo e pegar um almoço).
Li no Lonely Planet que os ônibus que saem de Sarandë até Gjirokastër passam lá perto, mas é preciso descer na estrada, depois andar por 2 km de estrada de chão para chegar lá.
Ou ainda, alugar carro e navegar pelo GPS na direção de Gjirokastër pela SH 99. De Sarandë até lá são 22 km e a nossa viagem durou pouco mais de meia hora.
Já em Bistricë você pode ter uma ideia do que lhe espera. Na beira da estrada um pequeno riacho de água bem azul (Parece que a água foi tingida de azul, é lindo!) corre em paralelo um bom pedaço.
Mais à frente, uma placa lhe indicará a hora de sair da estrada asfaltada e entrar na estradinha de terra.
O que você vai encontrar lá
Você sabe que chegou porque depois de percorrer os 2 km de estrada de chão, vai ver um homem (ou dois) em pé numa cancela para lhe cobrar a entrada. É preciso pagar 50 lekes por pessoa (menos de R$2,00).
Logo ao chegar você já vê aquela paisagem linda das montanhas verdes, do rio...
À medida que você vai chegando perto da nascente, o rio vai ficando cada vez mais bonito, ora azul, ora verde...
Até chegar realmente ao olho azul... É impressionante!!!
O local é cheio de libélulas azuis, da mesma cor da nascente. São muitas, muitas e muitas, o que contribui ainda mais para o clima meio mágico do local.
Seria esta magia ou a lenda do dragão, que fazem com quê muitas pessoas simplesmente, joguem-se naquele olho (é permitido nadar e pular de uma plataforma bem em cima da nascente) sem saber com precisão a profundidade (dizem que é por volta de 45 metros), numa água congelante (em torno de 10°) que faz o osso doer imediatamente ao colocar os pés nela? Alguns relatam até que a nuca ficou dormente assim que mergulhou. E depois do primeiro mergulho… continua gelado. Ainda bem que, como a nascente é forte, empurra o corpo para cima.
Digo isto por que: para estas coisas existem sempre uma lenda, uma magia... E o significado desta (como em muitas outras semelhantes) é a luta do homem para superar as forças cegas da natureza e pavimentar o caminho para a vida. O Olho Azul como tudo ao seu redor é isso, um templo natural dedicado ao mistério da vida, a luta do homem para derrotar a natureza e, ao mesmo tempo e sua indivisibilidade, sempre com respeito a sua grandeza.
Essa nascente tem até mais estrutura do que imaginava: tem um estacionamento, uma barraquinha de suvenires. Para quem quiser comer, tem um restaurante à beira do rio, e algumas mesas numa plataforma em cima do rio, o visual em volta do restaurante é incrível. Era cedo, então, preferimos seguir para comer em Butrint, nossa próxima parada.
Ficamos por volta de 1 hora na nascente, o que é bastante tempo para quem não nadou, e não almoçou, só tirou foto e admirou a paisagem. Ah sim! Tomei um cafezinho no bar…Essa é uma das vantagens de não se fazer tour, você escolhe seu tempo!
Mas atenção: o olho azul vai se firmando como uma das atrações de quem visita o país, portanto, em alta temporada, não espere ter o local só para você, outras pessoas também já descobriram essa maravilha da natureza!!
- 10:00
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