Rio, como eu gosto de você!!

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Aqui vou dispor um roteiro para você que deseja conhecer a Cidade do Rio de Janeiro de uma forma diferente e um pouco menos tumultuada que os badalados roteiros turísticos da cidade. Este roteiro de um dia é basicamente para quem está a pé, e não tem muito mais do que 3,5 km que podem ser divididos entre manhã e tarde. Trata-se do Centro Histórico do Rio de Janeiro, rico em cultura e todo passeio pelo Rio que se preze, não pode deixar de passar por ele. Essa é uma forma de conhecer os pormenores que esta cidade esconde, que muitas vezes passa desapercidos até pelos cariocas.
Aqui chama-se de Centro Histórico do Rio de Janeiro, os sítios e construções históricas, mais ligadas ao período colonial desde os primórdios da fundação da cidade como também do período subsequente, quando da vinda da Família Real e Corte Portuguesa para o Brasil, englobando também o período do Primeiro e Segundo Reinado.
Seja de qual parte da cidade você venha, nossa dica é seguir o seguinte roteiro: comece cedo tomando um delicioso café da manhã na Confeitaria Colombo. Fundada em 1894, portanto, há mais de 100 anos a Confeitaria Colombo faz história no Rio de Janeiro. Em seus espaços grandiosos reluzem espelhos belgas e imperam o belíssimo mobiliário em jacarandá e as bancadas de mármore italiano.

Ela fica na Rua Gonçalves Dias, 32 e abre a partir das 09:00 h. Saindo dela siga pela Avenida Rio Branco sentido Avenida Presidente Vargas, e de lá, siga para a Igreja da Candelária.

Bem em frente pode-se encontrar o Centro Cultural Banco do Brasil, outro prédio de destaque. Uma construção do final do século 19 mas que somente foi inaugurado no início do século 20, cuja destinação era sediar uma Praça de Comércio, espécie de Bolsa de Valores da época.

Hoje, o CCBB vira e mexe presenteia nossos olhos com lindas exposições, como a que vimos neste dia de city tour pela cidade, nada mais, nada menos que Salvador Dali:

Seguindo pela Rua Primeiro de Março que já foi mais movimentada, mas continua sendo uma importante rua do Rio de Janeiro, onde tem a Escola de Cinema Darcy Ribeiro, e continuando nossa caminhada pela Rua do Ouvidor, é possível conhecer as vielas do Centro Histórico do Rio de Janeiro e se maravilhar com cenários antigos de um Rio que nos revelam verdadeiros segredos. Em alguns é possível ver ainda a presença marcante de um período da história do Brasil Império, com traços da colonização portuguesa, quando a Capital Brasileira ainda era o Rio de Janeiro.

Rua do Ouvidor, Rua do Rosário e Travessa do Comércio fazem parte de um emaranhado de antigas ruas, por onde se vê muitas pessoas sentadas e conversando, tomando algo, comendo petiscos ou fazendo refeições, pois nesta área existem muitos bares e restaurantes, onde é possível encontrar uma variedade de comidas típicas da culinária árabe, da cozinha brasileira e até asiática, tudo em um ambiente agradável e pitoresco, mesclando descontração e cultura. O lugar é realmente interessante e vale a pena ser visitado.

Saindo dali passarão pelo famoso Arco do Telles, que é um grande portal para a Praça XV de Novembro, que é rodeado pelo Paço Imperial. A Praça XV é o antigo Largo do Carmo, depois Largo do Paço, local de fundamental importância na história do Rio de Janeiro onde localiza-se preservado o Paço Real ou Paço Imperial, tem outras construções históricas como o Chafariz da Pirâmide.

A história do Brasil tem no Paço Imperial um de seus principais palcos de encenação. Localizado na famosa Praça XV, esse edifício colonial de linhas pouco chamativas já foi palácio dos vice-reis de Portugal, residência da família real, sede do governo real e sede do departamento de Correios e Telégrafos. Eventos como a coroação de D. João VI, a declaração de D.Pedro I do Dia do Fico e a assinatura da Lei Áurea ocorreram no local.

Hoje parte do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Paço Imperial abriga exposições de arte, apresentações musicais e peças de teatro. Visitá-lo é conhecer história e cultura contemporânea desta linda cidade que um dia foi a Capital do país.

Seguindo-se pela Rua da Assembléia, chega-se ao Palácio Tiradentes, que abriga a Casa Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ)

De lá siga pela Avenida Rio Branco que é cercada pela antiga e famosa Avenida Central, hoje, Avenida Rio Branco e que tem em seu entorno, prédios históricos e grande valia cultural. É uma avenida na versão brasileira da Times Square, onde fica o famoso e requintado Teatro Municipal, sem falar nos inúmeros bares, teatros, boates e restaurantes que com o tempo vieram se instalar na região.

Um pouco mais para o Sul, está o Passeio Público, um parque cujo primeiro projeto coube a Mestre Valentim, construído ao final do século 18. O parque teve partes demolidas e modificadas, mas ainda conserva um pouco de suas obras, assim como o portão do mesmo. Excetuando-se a parte do parque que tinha um terraço voltado para a Baía de Guanabara, de um modo geral, o Passeio Público guarda a mesma aparência que tinha após a reforma que sofreu, na metade do século 19.

Esta área que vem do Passeio Público junto ao Largo da Carioca até o Largo da Lapa já era bastante ocupada nos tempos coloniais e foi bastante descaracterizada.

Este passeio pelo centro histórico do Rio não ficaria completo em conhecer a Escadaria Selarón que é obra do artista chileno Jorge Selarón. A escadaria fica entre a rua Joaquim Silva, na Lapa e a rua Pinto Martins, no bairro de Santa Teresa. Está a apenas 5 minutos a pé dos Arcos da Lapa.
Em 1990, Selarón iniciou os trabalhos de renovação da escadaria que passa em frente à sua casa e estava em péssimo estado de conservação. No começo os vizinhos zombavam das combinações bizarras de cores e, o que era pra ser um passatempo acabou virando uma obsessão que consumia praticamente todo seu dinheiro. Passou então a vender suas pinturas para financiar a empreitada e após vários anos de exaustivo trabalho, a escadaria tornou-se um sucesso, convertendo-se em um belo cartão postal da cidade.
A obra já foi matéria de muitas revistas, jornais, documentários, comerciais de TV e serviu de cenário para clipes de U2 e Snoop Dogg. Em 2005, a prefeitura da cidade deu à Selarón o título de Cidadão Honorário do Rio de Janeiro e oficializou o tombamento da escadaria. No dia 10 de janeiro de 2013, Jorge Selarón, então com 65 anos, foi encontrado morto, queimado, nas escadarias da Lapa. O artista estava sendo ameaçado por um ex-colaborador de seu ateliê, que queria obrigá-lo a ceder os rendimentos obtidos com a venda de quadros. Por conta das ameaças, ele andava muito triste e vivia trancado em casa.

Dependendo da hora em que você chegou aqui, se for hora do almoço, a minha sugestão é subir a escadaria e aproveitar para almoçar em um dos muitos restaurantes de Santa Teresa. Tem um post aqui no blog só sobre o bairro, com informações sobre alguns restaurantes bem conhecidos por lá, para saber mais clique aqui
Agora se você não quiser subir a ladeira e quiser almoçar ali perto da escadaria, a Lapa e o Catete estão cheios de ótimos restaurantes também. Porque a minha próxima sugestão é após o almoço ir visitar o Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Você poderá tomar um táxi ou poderá tomar um ônibus na Rua da Lapa. Próximo ao número 50 tem um ponto do ônibus 161 (Lapa/ Leblon via Joquei) que vai lhe deixar em frente ao Jardim Botânico. Não tem erro, pois você vai reconhecer que chegou pelas lindas fileiras de palmeiras imperiais.
As palmeiras imperiais do Jardim Botânico do Rio de Janeiro são o cartão de visita deste que é considerado um dos principais santuários ecológicos do país. Mas sua riqueza natural vai além: criado sob ordens do príncipe regente D. João em 1808, sob o nome de Real Horto, o Jardim Botânico abriga mais de nove mil espécimes de vários lugares do mundo.

Conta a história que a ideia de D. João foi abrir, no coração do Rio, um lugar onde especiarias trazidas das Índias Orientais (como a pimenta-do-reino e a noz-moscada) pudessem ser aclimatadas. O número de espécies colocadas sob proteção da instituição, porém, iria ao longo do tempo transcender tal objetivo inicial.

Hoje, o Jardim Botânico oferece um passeio extremamente variado para aqueles que gostam de estudar a natureza. Além de impressionar a visão com árvores gigantes, o tato com troncos centenários e o olfato com o Jardim Sensorial (que reúne flores aromáticas), o local abriga a principal biblioteca de botânica do país, com cerca de 32 mil volumes. E tudo entremeado por interessantes monumentos históricos, como o Solar da Imperatriz, uma construção de 1750.

Endereço: Rua Jardim Botânico, 1008 – Jardim Botânico
Tel: (21) 3874 1808
Horário de funcionamento: De segunda a segunda, das 8h às 17h.
www.jbrj.gov.br
Para a noite a sugestão se você gosta de comida mexicana é ir ao Si Señor Ipanema, mas tem outras unidades no Rio também.