Bálcãs de carro

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A princípio pensamos que poderíamos alugar um carro num país e entregar em outro, quando decidimos fazer todo o percurso da região de carro. Mas, por ser uma região pouco turística,quase não encontrei relatos em blogs de viagens sobre aluguel de carro. Quem havia se aventurado por lá, fazia já algum tempo e havia feito de ônibus, trem, carona…e mesmo quem fez de carro não entrou muito em detalhes.
Esta foi a nossa grande dúvida, até mesmo na hora de escolher a locadora, pois nunca estava completamente esclarecido nos blogs e fóruns de internet se poderíamos cruzar fronteiras livremente com o carro alugado. Por fim, vimos que não é bem assim…
Primeiro que, os conflitos e guerras pelas independências da antida Yugoslávia deixaram marcas ainda muito rescentes nas diversas divisões daquele barril de pólvora e hoje um caldeirão de etnias e religiões. Afinal são: "Seis repúblicas, cinco etnias, quatro línguas, três religiões, dois alfabetos e um Partido".  
Conclusão: a Croácia não se conforma muito com o fato de ter que sair, entar na Bósnia e ter que entrar de novo em seu País, por conta de um pedaço de terra da Bósnia que se estende até o mar, fazendo com que a Croácia seja dividida em duas partes. Por outro lado a Bósnia também ainda está divida territorialmente em uma parte administrada pela Bósnia & Herzegovina, uma outra pela Sérvia e uma terceira autônoma. A Sérvia que sempre foi a favor da unificação da Yugoslávia, nunca se conformou com a grande perda, principalmente pela indepênccia de Kosovo. Quem entra em Kosovo pela Sérvia não encontra muitos problemas,  mas o contrário, se sair de Kosovo e quiser entrar na Sérvia, certamente será barrado. Já a confusão entre a Grécia e a Macedônia é porque a Grécia diz que o termo Macedônia, refere-se a um território grego. A Macedônia é obrigada a usar o nome FYROM para ser aceita na ONU pela Grécia. Assim como, a Romênia que é arqui-inimiga da Hungria, então não  faça como o mega star Michel Jackson- NUNCA confunda os nomes das capitais destes dois Países: “Romênia, capital  Bucareste, Hungria, capital Budapeste!” Ele foi perdoado, já nós pobres mortais…
Segundo que, a região tem seus problemas com furtos e até pouquíssimo tempo, as locadoras restringiam a circulação de seus veículos ao país de emplacamento. Por todos estes motivos, esta foi a parte mais complicada para montar nosso roteiro pelos Bálcãs. Então, resolvi fazer uma postagem contando todas as nossas dificuldades e facilidades de viajar pelos Bálcãs em um carro alugado.
Mas vou deixar a palavra com o meu marido que foi quem reservou os carros e fez todos os contatos com as locadoras, tanto por emails, quanto na retirada e entrega dos veículos, atualizou os aplicativos dos GPS e dirigiu por todas as estradas da região. Então, com vocês Francisco Miranda:
“Bom gente, durante a preparação de nossa viagem, tínhamos como objetivo alugar um carro em Bucareste, na Romênia, passar pela Bulgária, Macedônia, Albânia, Montenegro, Croácia, Sérvia e voltar para a Romênia, onde devolveríamos o carro.
Após várias consultas em sites, emails e até telefonemas para locadoras de veículos, ficamos sabendo que a maioria tinha suas restrições a cruzar fronteiras dos países daquela região. Assim, tivemos que alterar o nosso roteiro que ficou da seguinte forma:
1) Romênia
Havíamos reservado pela internet com a Autoeurope e pago com cartão de crédito ainda no Brasil, um carro da Hertz , no valor de 150,08 euros. Chegamos no Aeroporto International Henri Coandă  ou Airport Otopeni em Bucareste-Romênia às 20:50 h num voo vindo de Madri. Depois de fazer um lanche, fomos procurar o balcão da Hertz. Não foi muito fácil de achar e para minha surpresa, havia umas 4 pessoas na fila aguardando atendimento e apenas uma pessoa para fazer todo o serviço de check-in. Alguns clientes ficaram nervosos com a demora. Nós tivemos que aguardar com paciência, pois a nossa reserva estava paga.
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Na minha vez apresentei o passaporte, carteira de motorista brasileira e o voucher da reserva. Vale ressaltar que algumas empresas não exigem a carteira de motorista internacional. O atendente confirmou o tipo de carro, seguro e informou que faria um bloqueio no meu cartão de crédito referente a calção no valor de 750 euros, que seria estornada no ato da devolução do carro.
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Como ele ainda estava com outros clientes esperando, não nos acompanhou até o carro, apenas me explicou como deveria fazer para chegar até lá. Havia entendido que era para me dirigir para fora do aeroporto e procurar uma placa da Hertz, onde uma pessoa me levaria até ele. É claro que não foi nada disso que encontrei e ficamos andando de um lado para o outro, perguntei para algumas pessoas, mas ninguém falava inglês e foi difícil entender de uma delas que era para esperar ali mesmo que uma van da Hertz nos levaria até o estacionamento e lá pegaria o carro. Passados alguns minutos, chegou a van que nos levou até o local. Fizemos o check-in do carro, um Corsa Opel 1.2 cinza e fomos liberados.
Rodamos por todas as cidades do nosso roteiro no País e devolvemos o carro no mesmo lugar,  ali no aeroporto de Bucareste, onde tomaríamos um voo para a Bulgária. No stress do momento e também por que era tarde da noite, ainda teríamos que percorrer quase 20 km até o hotel, então no dia acabamos não observando como faríamos para devolver o carro, mas acabaou não sendo tão complicado. Foi só entrar no estacionamento e encontrar a placa da Hertz. Na foto abaixo mostro com a seta onde fica.
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A supresa mesmo ficou por conta do check-out. O atendente cobrou a taxa de 38,44 euros, cerca de 139,82 ROM ou LEI (R$135,92+ R$8,02 de IOF) alegando que a retirada do carro foi fora do expediente. Realmente a taxa está prevista em contrato, caso a retirada seja entre 22:00 e 08:00 h. Reclamamos, que nós havíamos chegado antes disso e ficamos na fila um tempão, pois só havia uma pessoa para atender, por isso saiu no contrato 22:17 h, mas é difícil argumentar em outra língua e acabei pagando.
No mais, foi tranquilo. A logística de dirigir, abastecer, estacionar, nos orientar  também foi fácil, inclusive baixei dois programas de GPS off line no celular que funcionaram muito bem na Romênia. As estradas são muito boas, bem sinalizadas, sem muito trânsito. Em Bucareste, apesar de termos chegado tarde da noite, foi tranquilo chegar áté o hotel. Acho que demos sorte por causa do feriado do dia 1º de maio. Muita gente deve ter viajado pois a cidade estava vazia.
Aqui saindo de Bucareste, indo para Sinaia:
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Já em Sinaia por ser uma cidade bem turística, com alpes cheios de neves e estações de esqui, onde muitos romenos passam férias, pegamos um pequeno engarrafamento e até um pouco de dificuldade para estacionar.
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Abaixo foto das duas redes de combustíveis mais vista nas estradas. No posto da rede Luk a benzina 95 (gasolina) está mais barata 4,95 ROM enquanto que da rede Petrom 4,99. Gastamos 425 ROM e rodamos 1370 km, o carro teve uma autonomia de 15 km/l. Todos os dois contam com boas lojas de conveniência e banheiros.
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Olha o tapete que é o asfalto na chegada da cidade de Brasöv!
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Já em Sighisoara a grande surpresa ficou mesmo por conta desta imensa de plantação de florzinhas amarelas, que não tenho certeza, mas acho que é colza.
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Em Bran, a caminho do Castelo do Drácula, até a estrada tem um ar de mistério. Foi quando pegamos chuva durante todo o trecho até Sibiu.  E novamente por ser uma cidade mais turística, um pouco mais de trânsito e local para estacionar (pagamos 5ROM).
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Indo para Alba Lulia muitas ovelhas à beira da estrada.
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E nesta estrada além de ter um asfalto muito bom, fomos contemplados com esta belíssima paisagem! Fechando com chave de ouro o nosso roteiro pela Romênia.
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2) Bulgária
Também havíamos reservado pela internet com a Arguscarhire, um carro da Enterprise, sendo que uma parte no valor de 82,06 euros foi pago com cartão de crédito ainda no Brasil e uma outra parte foi pago também com o cartão de crédito lá na locadora, na retirada do veículo, no valor de 173,44 LEV.
Chegamos no Aeroporto de Sófia-Bulgária às 18:50 h num voo vindo de Bucareste. Ao desembarcar fomos direto para o balcão, este foi fácil de achar porque o aeroporto é pequeno e os balcões ficam logo na porta de saída. No momento não havia ninguém da Enterprise, mas fomos informados por pessoas das locadoras ao lado que o atendente foi entregar um carro e voltaria logo.
Depois de alguns minutos a atendente chegou, agilizando o processo do check-in. Entreguei os documentos de praxe e ela começou a fazer perguntas sobre o Brasil. Queria saber por que escolhemos o País dela para fazer turismo. Indicou-nos até cidades legais para conhecer na Bulgária.
Fiz o pagamento do restante, o bloqueio da calção e ganhei um up grade do carro sem custos. Ela nos levou até o veículo, fizemos o check-in e fomos liberados.  O carro foi um Swift da Suzuki 1.2 automático. Abaixo foto do carro:
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Fizemos um bate-volta de Sófia até o Monastério de Rila na parte da manhã e a tarde saímos para Verliko Tarnovo,  trânsito tranquilo tanto na ida quanto na volta, estradas e túneis novos, com velocidade máxima de 110 km/h. Deparamos com uma fila de caminhões parados do outro lado da estrada. Não observei, mas devia ser algum posto de fiscalização na entrada da cidade.
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A estrada para o Monastério de Rila o asfalto estava bom, mas alguns trechos não tem acostamento. Lá no Monastério tem um estacionamento pago (4 LEV).
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Pegamos chuva no percurso de Sófia até Veliko Tarnovo. Aqui o GPS off line que estava no meu smartphone de vez em quando perdia a rota, então, usávamos o que estava baixado também offline no tablet da minha esposa.
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De Veliko Tarnovo até Tryavna foram 16km em 36 min pela 609, uma estradinha com o asfalto bem ruim. A estrada corre quase que em paralelo com a linha do trem, inclusive tivemos que ficar alguns minutos esperando ele passar para poder seguir. Vi no google algumas imagens desta região no inverno e tinha bastante neve, então acredito que seja uma grande roubada passar por lá neste período. Fomos início de maio, não vimos mais neve e deu tudo certo.  IMG_4827
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Ir a Aldeia de Arbanasi é super tranquilo, são 7 km de uma estrada em boas condições.
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É tão tranquila que vale a pena parar e dar uma espiadinha em Veliko Tarnovo lá em baixo.
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De Tryavna até Shipka são 38 km pela 552 percorridos em 1 h e meia, numa estrada beeem sinuosa, mas com asfalto em muito bom estado.
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Daqui mais 26 km de belas paisagens até Kazanluk, onde até a Tumba de Tracio.
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Aqui a caminho de Plovdiv…
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Focamos em duas coisas ao reservar os hotéis nesta nossa viagem pelos bálcãs: estacionamento(porque estávamos viajando de carro) e banheiros com box (porque brasileiro gosta de tomar um bom banho). Mas infelizmente Plovdiv nos deixou na mão, nestes dois quesitos.
Demos o azar de chegar num dia atípico: a cidade estava em povorosa porque tinha um show no Ancient Theatre. Estava um tumulto só, com muitos engarrafamentos e gente pra todo lado.
Havíamos solicitado ao hotel reserva de um estacionamento, já que ele não dispõe de estacionamento próprio. Eles alugam algumas vagas em outro hotel próximo.
Com aquele tumulto não conseguimos sequer chegar na rua do hotel para desembarcar as malas. Tivemos que parar o carro uns de 2 km de distância, voltar até o hotel para então descobrir que, não haviam feito a reserva da nossa vaga e que, devido ao grande volume de carros na cidade, agora não tinha mais vagas disponíveis no outro hotel!!
Voltamos até onde havíamos deixado o carro, pegamos as malas e viemos arrastando-as até o hotel a fim de fazer o check-in. Assim que a coisa acalmou na rua, por volta das 19:00 h, voltamos novamente os 2 km, agora para pegar o carro.
O hotel tem direito a uma única vaga que pertence à gerente. Ela retirou seu carro e cedeu-a para nós. Era o mínimo que poderia ter feito depois daquela trapalhada toda.
Só sei que da hora em que chegamos na cidade,  até da hora em que efetivamente entramos no quarto para descansar, passaram-se 1:50 min. Perda de tempo!
Ao saírmos de Plovdiv fizemos um pit-stop no Monastério de Bachkovo, antes de seguirmos viagem para Sófia. A estrada é um pouco melhor do que a que vai para o Monastério de Rila. Lá também tem um estacionamento, mas não pagamos nada. Na Bulgária percorremos cerca de 860km, gastamos 130,00 LEV, uma autonomia do carro de 13 km/l.
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Chegando no aeroporto de Sófia, fizemos a devolução do carro, que também foi rápida e sem problemas. E ali mesmo ficamos aguardando o motorista do transfer que havíamos reservado pelo site da Taxido para nos levar de Sófia até a Skopje, na Macedônia. O site é bem simples: você preenche de onde pra onde; quantas pessoas; a data; se quer retorno e ele lhe dá as opções de carros disponíveis; o valor; forma de pagamento(no nosso caso foi em cash pago diretamente ao motorista, ao custo de 110 euros); nome e  telefone do motorista para acertar os detalhes.
Esta foi a solução que encontramos já que nenhuma locadora estava autorizando a saída do carro da Bulgária para a Macedônia. Além de ter sido mais barato, pois uma passagem aérea para dois custaria muito mais caro e nas simulações sempre tinha uma conexão na Sérvia ou Stambul. Mais prática também: o motorista se encarregaria de conversar com os agentes da alfândega, sem aqueles 30 segundos de tensão ou sustos, enquanto o oficial da alfândega verifica os documentos e você acha que ele vai implicar. Só tivemos que entregar os nossos passaportes. 
3)Macedônia
Na Macedônia alugamos um carro pela Sixt, com reserva feita também ainda no Brasil com pagamento integral no ato de retirada do veículo.
A Sixt foi a única empresa que respondeu de forma clara e objetiva os meus e-mails questionando a possibilidade de cruzar fronteiras. Tive que explicar detalhadamente qual seria o meu roteiro e depois de várias simulações ela só nos deu autorização para fazer o seguinte itinerário: pegar o carro em Skopje na Macedônia, cruzar a fronteira com a Albânia, rodar por todo este País, cruzar a fronteira da Albãnia com Montenegro, novamente rodar por todo este País, cruzar a fronteira de Montenegro com a Croácia e entregar o carro no aeroporto de Dubrovnik. Infelizmente, ela não permitiu que saíssemos com o veículo a partir da Romênia e nem da Bulgária, por isso, o nosso roteiro ficou assim todo fatiado.
Ela também fornecia toda a documentação necessária, principalmente, o Green Card, incluso na locação. O green card é um papel verde reconhecido internacionalmente e que atua como prova de seguro na Europa.
Infelizmente, esta locação saiu muito cara, pois é cobrado um valor abusivo pela “one-way fee”, visto que a intenção era pegar o carro numa localidade e devolver em outra. Para se ter uma ideia o valor de 16 diárias ficou em 456,90 euros e o one-way 500 euros! Mas foi a melhor forma encontrada. Até poderiamos ter feito como no início desta viagem, no entanto, não queríamos ir a Tirana e nem a Podgorica, pois demandaria mais tempo.
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Bom, o transfer nos deixou no Aeroporto Alexandre “O Grande” de Skopje, na Macedônia.  Que de grande não tem nada e foi muito fácil achar o balcão da Sixt. O atendente nos aguardava com toda a documentação para cruzar as fronteiras. Acompanhou-nos até o estacionamento onde fizemos o check-in do carro, um Skoda Rapid, manual, branco. Liberados, saímos dali e fomos direto para o hotel em Skopje.
Agora meu amigo, dirigir dentro de Skopje é uma verdadeira aventura. Pensei num Brasil de uns 40 anos atrás: cruzamentos sem semáforos, trânsito caótico, frota de carros velhos, ruas cheias de obras, empoeiradas, uns motoristas malucos, mal educados, que buzinam por tudo e qualquer coisa. Assim é Skopje. Uma verdadeira loucura!!
Já a estrada de Skopje até Bitola estava muito boa  e com pouco movimento, mas em todo o percurso praticamente não havia acostamento. E poucos postos de combustíveis. Como rodamos somente 400km, não chegamos a abastecer na Macedônia.
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No trecho de Bitola para Ohid ficamos alguns minutos parados por conta de uma obra, mais túneis e tudo tranquilo.
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A estrada de Ohrid para o Monastério de Saint Naum passa por alguns vilarejos com asfalto em estado de conservação razoável. Tem uns trechos com lindas vistas, embora bem sinuoso e sem acostamento, nenhum ponto de observação. E mirante só no Museu da Guerra. Uma pena!
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4) Albânia
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Nossa maior insegurança nessa viagem era em relação à Albânia, pois lemos algumas informações bem pessimistas, com más notícias sobre as estradas e outras nos alarmando sobre a barreira na fronteira. Pois estas informações são totalmente verdadeiras.
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Havíamos saído de Ohrid, cidade macedônica que divide o lago homônimo com a Albânia em direção a Berat. Ao atravessar a fronteira já tivemos novidade: Entregamos os passaportes, documentos do carro, documentos da locadora, o green card ou seguro. O guarda pediu para abrir o porta malas e queria saber de algum outro documento. Sem entender o seu inglês, disse-lhe que a locadora havia pedido para ligar, caso houvesse algum problema. Ele foi lá para dentro, demorou uns 15 a 20 min, quando voltou entregou nossos documentos e a nossa entrada foi liberada.
Optamos pelo caminho indicado pelo GPS offline do meu celular. Sabíamos que estávamos embarcando em uma aventura. Só não sabíamos que seria digna de filme. A estrada estava boa até um certo ponto. Belas paisagens, muitos bunkers, asfalto bom, postos de gasolina na beira de estrada (dizem que nem todos costumam ter banheiro, e muitos só têm banheiros turcos), até que depois certo tempo… o asfalto acabou… o GPS não achava o destino (havia nos deixado na mão algumas vezes) e não levamos o mapa rodoviário.
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Aí o bicho pegou! foi difícil este começo de rota em território albanês sem saber ao certo, onde estávamos devido à ausência de placas, estrada toda de cascalho e sem acostamento.IMG_6644
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Não era o caso de parar em um posto. Até porque não havia qualquer comércio por ali. Resolvemos continuar, acreditando o GPS voltaria a dar sinal. Encaramos a estrada montanha acima. Pista única de duplo sentido, sem acostamento, cheia de curvas, paredões de um lado, precipício do outro e sem proteção lateral. Íamos a 30 km/h. Sem uma viva alma pelo caminho. De vez em quando, passávamos por pastores de ovelhas e cabras.
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De repente estávamos no meio do "nada" numa estrada em obras, no meio de máquinas e retroescavadeiras sem ninguém para perguntar. Quando vimos um operador de retroescavadeira resolvemos perguntar como ir para Berat. Ele pediu para retornar e pegar um desvio que nós não vimos por ser pequeno e sem sinalização. Depois de uma hora rodando, chegamos numa estrada muito sinuosa, mas totalmente asfaltada. Estávamos no alto de uma das montanhas dos Bálcãs, aquele verde todo... O cenário era maravilhoso!
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Finalmente chegamos um vilarejo, mas por incrível que pareça conseguimos novamente nos perder dentro daquela minúscula cidade. Sem conseguir achar uma saída perguntamos para alguém que foi muito solícito, mesmo assim não conseguimos achar uma placa que nos desse a direção para Berat, Elbasan ou qualquer outra cidade maior. Aproveitávamos a hora em que o GPS dava algum sinal e seguíamos em frente, depois de duas horas rodando chegamos um lugar que tinha uma placa sinalizando Tirana e Berat. Finaalmente respiramos aliviados!
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Estávamos famintos no carro, embora tivéssemos levado água e alguns biscoitos, nem pensamos em parar para comer, só queríamos achar o caminho para Berat. Uma viagem de 175 quilômetros que normalmente levam 4 horas e meia, segundo o GPS ou o Google, mas que devido às condições das estradas, (não sei ao certo quantos quilômetros nós andamos), o trajeto de Ohrid a Berat levou em cerca de 7 horas para ser feito.  Foi ao mesmo tempo a estrada mais linda e mais amedrontadora que já pegamos. Pura emoção, com direito às paisagens mais belas.
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Vi no Google que o governo albanês inaugurou em junho um trecho da nova rodovia cortando as montanhas balcânicas. Quando estiver pronta a via deve reduzir o tempo da viagem entre as duas cidades, mas deixará o trajeto "sem emoção".
No dia seguinte saímos de Berat sentido a Gjirokastër. O receio de entrar em outra roubada era grande, mas deu tudo certo. A estrada SH4 está em ótima condições de tráfego, com direito a lindas paisagens, pastores e suas ovelhas, vendedores de cerejas, poços de petróleo bombeando para os reservatórios e muitas, muitas plantações.
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Na volta saindo de Sarandë e indo para Vlorë pela Riviera Albanesa, foi chuva o tempo inteiro. Uma pena! O lugar é muito lindo. Novamente tivemos que travessar as montanhas albanesas, mas felizmente desta vez com as estradas em boas condições, com direito a muitos bunkers e lindas paisagens. Um percalço deste percurso foi que em Qeparo o carro furou um pneu, tive que realizar a troca em meio a muita chuva e vento. 
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Quase não acreditei que teria que passar naquelas estradinhas lá em cima. Mas acreditem, tivemos que subir sim!
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Lá de cima olha o visual!!
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No dia seguinte a caminho de Montenegro, parei numa borracharia para conserto e troca do pneu. Percorremos na Albânia certa de 832 km, gastamos 11969,35 Lek, uma autonomia de 10,28 km/l.
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5) Montenegro
Foi a única alfândega com grande movimento de carros e ônibus, que por terem preferência, acabam tumultuando bastante. Os agentes eram ágeis, tentavam separar os carros montenegrinos dos de outros países, iam pegando os passaportes, mas mesmo assim ficamos quase uma hora na fila esperando a nossa vez.
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A estrada para Budva também é muito ruim, beeem estreita, sem acostamento e sem pontos de ultrapassagem. Tanto é que, todos os carros logo depois que cruzavam a fronteira estavam sendo parados por  uns policiais, que mandavam os motoristas fazer uma parada obrigatória de uns 15 minutos numa lanchonete ao lado, porque uma autoridade e sua comitiva ia passar, então estavam esvaziando a pista.
Só quando vai chegando no centro é que melhora bastante. O trânsito dentro da cidade, principalmente na Old Town é praticamente impossível conseguir um lugar para estacionar, embora tenha muitos “parkings”estão quase sempre cheios (todos pagos - nós pagamos 1,80 euros por menos de uma hora).
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Bem diferente da estrada de Budva para Kotor que é muito boa. Embora com grande poluição visual, mas com posto de combustível, lojas de conveniência, restaurantes. Achamos um estacionamento próximo ao portão da cidade, ficamos mais de 2 h e pagamos 1,50 euros. Acho que pelo tempo que ficamos na fila da alfândega e porque ficamos rodando em Bar e em Budva procurando lugar para estacionar, o carro não rendeu muito 8,8km/l. Gastamos 50 euros e rodamos 341 km.
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6) Croácia
Na alfândega, quando falamos que estávamos entrando para entregar o carro no aeroporto em Dubrovnik, fomos liberados sem problema. O único problema foi que errei a entrada. Entrei  no estacionamento da área de cargas do aeroporto. Não tinha ninguém para perguntar. Resolvi sair e andar um pouco mais para frente, até depois do posto de gasolina. Na entrada do aeroporto, ao lado do estacionamento tem uns containers de várias locadoras, logo vimos a da Sixt, aí ficou fácil, foi só enparelhar o carro, tirar as malas, chamar a pessoa para fazer o check-out e pronto.
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Então pessoal: “That’s is all”!

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2 comentários

  1. Olá! Muito interessante a publicação. Estou programando uma viagem com meu namorado. Pensei de irmos da Sérvia - Belgrado -, passar pela Bósnia - Sarajevo e Mostar - e finalizar na Croácia - Split e ilhas -, você pode me informar ou dar alguma dica sobre aluguel de carro? Nesses países eu consigo alugar na Sérvia e devolver na Croácia? Qual a melhor opção para transporte nesse caso, se souber recomendar... Agradeço.

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    1. Olá, obrigada pelo comentário.
      Alugar um carro naquela região é meio complicado. Mesmo assim, acredito que é o melhor meio para se conhecer vários países, já que a região não é bem servida de transportes.
      No nosso caso alugamos com a Sixt que foi a única que aceitou que entregássemos o carro em outro país. Mesmo assim só aprovou este roteiro que fizemos. O problema é que drop-off diferente de pick-up é sempre muito caro.
      Acredito que este seu roteiro seja mais tranquilo, mesmo assim sugiro entregar em contato com as locadoras e perguntar.
      Dê uma lida nos outros posts para saber como foi o nosso planejamento. Mas não deixe de ir, os Balcãs é lindo demais! !!

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