Bálcãs
23:12Normalmente, dou uma consultada na internet para saber quais são as tendências e dicas para começar a planejar as minhas viagens do ano seguinte, isso acontece lá pelos meses de outubro ou novembro. Primeiro consulto todos os feriados nacionais e municipais, depois adéquo a quantidade de dias, os possíveis enforcamentos com o período de férias do meu marido, porque euzinha... ha ha ha...não tenho mais este problema, estou livre, leve e solta. Eh vida dura esta minha de aposentada!...
Bom, mas voltando ao assunto, 2015 não foi diferente. Vi que 2016, seria um bom ano para ir à Rússia, Belize, Cuba, Portugal, Zanzibar..., mas no feriado de 21 de abril daria para tirarmos 39 dias de férias, então teria que ser um roteiro mais amplo, com vários países e cidades no percurso.
Li que os Bálcãs por ser uma região ainda pouco explorada turisticamente, seria um lugar barato para ser fazer turismo. Então, comecei a procurar sobre turismo na região, quais são os países e cidades que teriam alguma coisa para ver. Embora poucos, encontrei blogs de viagens e comentários de quem já havia estado e como haviam circulado pela região.
À medida que lia, mais chegava à conclusão de que não seria fácil, seria uma megaoperação, pelo simples motivo que muitos haviam ido, fazia já algum tempo, mas a maioria pelo sistema de mochileiro e isto, estava fora de cogitação. Não gostamos de viajar neste esquema. Como já disse em outras postagens, meu marido é super metódico e tudo tem que está dentro dos conformes para se sentir seguro em outros países. Ainda mais que aquela região estava sendo rota dos refugiados que queriam ir para a Alemanha. E este também seria o meu maior desafio: convencê-lo a ir para um lugar considerado “pouco seguro”, e ainda por cima dirigindo. Sim, porque havia lido em dois blogs, um de uma família que alugou um motorhome e outro de um casal que fez um roteiro parecido ao que eu queria fazer de carro alugado. Achei que o melhor meio para nós seria de carro, então entrei em contato e tirei as nossas dúvidas.
E outro desafio seria que, fazia bem pouco tempo que estávamos viajando por nossa conta e risco. Uma coisa é ir para países da Europa com toda a infraestrutura turística e outra coisa é se aventurar por lugares, como por exemplo: Kosovo, que estava super a fim de conhecer, mas ao ler que o Brasil não reconhecia a sua independência, fiquei receosa e tirei da rota, uma pena!
Outra coisa teve que ficar bem clara: a nossa interação! Meu marido é daqueles que deixa tudo por minha conta, quando chegamos ao hotel vira para mim e fala: qual é o nosso roteiro de amanhã? Então, deixei bem claro, ele teria que, não só tomar conhecimento de todo o roteiro antes da viagem, como também de ajudar a planejá-lo, pois quem iria dirigir era ele, que tinha a Permissão Internacional para Dirigir.
Então, fiquei encarregada de planejar o seguinte: quais países, quantas cidades, quantos dias em cada lugar, onde ficar, o que ver e o custo da viagem. Ele ficou encarregado de ver: exigências de cada país, condições das estradas, fronteiras, aluguéis de carro, transfer, algumas passagens aéreas, atualização do GPS, seguro viagem e liberação dos cartões de crédito.
Bem gente, este foi um resumo de como surgiu a ideia de conhecer este lado do Leste Europeu, sim por que países como Sérvia, Kosovo, Macedônia, Albânia, Bósnia & Herzegovina e Croácia, fazem parte de uma região chamada Bálcãs, na antiga Iugoslávia, situada no Leste Europeu. Lugares sobre os quais ocorreu a maioria dos conflitos na década de 90.
Depois de ter conhecido na Ásia, o Vietnã, o Camboja, a Tailândia e o Laos, lugares que abrem a sua mente, percebe-se a imensidão desse planeta que vivemos. Lugares que vivemos tão intensamente, aprendemos muito com pessoas muito simples, valores perdidos neste mundinho que muitas vezes vivemos… lugares com histórias de sofrimentos com guerras e conflitos, independência e liberdade depois do comunismo..., fiquei com muita vontade de conhecer mais este pedacinho do mundo tão sofrido que são os Bálcãs.
Nas próximas postagens vou dar mais detalhes do planejamento desta que foi não só a maior, como talvez a primeira e última viagem que já fiz por conta própria na minha vida, em lugares que nunca havia pensado em estar. E posso garantir que esta megaoperação teria dado 100% certo, se meu marido não tivesse tido um problema de saúde que fez com que não só antecipássemos nosso roteiro previsto de 39 para 35 dias. Por conta disso tivemos alguns prejuízos como remarcação de passagem aérea, cancelamento de hotéis já pagos, e a grande decepção de ter ficado sem conhecer a Croácia que tinha ficado por último para fecharmos com chave de ouro. Mas, além da Croácia alguns lugares da nossa wishlist vão ter que esperar, pois não sei se ele terá condições de saúde para viagens longas novamente, porque foi diagnosticado com uma doença renal:“síndrome nefrótica”, onde há grande perda de proteína e restrição ao sódio.
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