O que ver em Val D'Orcia | Toscana

19:44

Toscana de carro: um dia pelo Val d’Orcia (Pienza, Montalcino & San Quirico d’Orcia.)
Quando se pensa na Toscana, o imaginário coletivo idealiza campos verdes, vinhas e colinas, e isso realmente existe e está mais precisamente no Vale d’Orcia, o coração da Toscana, que se estende ao redor do Monte Amiata, entre as províncias de Siena e Grosseto, próximo a Umbria e o nome deste vale deriva da travessia e pela passagem do Rio Orcia. Esta região é mesmo aquela Toscana linda que você tem na cabeça!
Introdução
O Val d’Orcia é um passeio muito cômodo de fazer a partir da região de Siena, mas fica puxado se você sai de Florença.
Um bom roteiro circular é pegar a E78 (Raccordo Siena-Bettolle) e sair da auto-estrada em Sinalunga, voltando de Montalcino por dentro, que dá uns 180 km no total. Vindo de Florença o trajeto percorrido quase dobra.
O Val d’Orcia também é excelente como base para uma viagem mais tranqüila, com hospedagem de charme, almoços demorados, paragem numa enoteca para degustação de vinhos e passeios esparsos para descobrir os lugares aonde outros turistas não vão…
Se você só tem um dia para rodar pelo interior da Toscana, programe esse dia no Val d’Orcia. Ele é puro deleite visual, sem tirar nem por. Entre uma cidadezinha e outra você não passa por nenhum subúrbio industrial. Não tem que cruzar nenhum bairro novo para chegar a qualquer centro histórico.
Não que isso seja um problema em outras áreas da Toscana, mas quando você se dá conta de que passou um dia inteiro sem passar por absolutamente nenhum lugar feioso, não dá para não valorizar.
E não somos só nós quem acha isso. A Unesco chegou um pouquinho antes — desde 2004 ela classifica o Parco Naturale, Artístico e Culturale della Val d’Orcia como patrimônio da humanidade.
Não existe uma fórmula para explorar a região. O mais bacana pode ser simplesmente seguir qualquer placa marrom, que indica lugar de interesse histórico-artístico-turístico para ver no que vai dar. Você dificilmente vai se decepcionar. 
Nesta nossa viagem de 15 dias pela Toscana, havíamos montado base em Montepulciano e só tínhamos um dia para passar na região. Eu precisava ter certeza de que o passeio daria uma postagem (risos), então, bolei um roteiro super básico: fiz o eixo Montepulciano-Pienza-Montalcino-San Quirico d’Orcia, que ocasionou lindos pit stops em Montichiello, que é um bibelozinho de cidade, e de onde se tem as melhores vistas de Pienza e fazendo um desvio até Castiglione d’Orcia e passando em Radicofani.
Espalhados pelo vale — sempre a uma distância fotogênica um do outro (Pienza, Montalcino, San Quirico d'Orcia) — os vilarejos, ou são pequenininhos ou são minúsculos. Mas, não se deixe enganar pelas distâncias. Este roteiro, incluindo o desvio tem menos de 60 km e levou um dia inteiro para ser percorrido. Isso que a gente nem almoçou de verdade, porque quando chegamos em Montalcino, os restaurantes estavam lotados. A sorte foi que achamos uma Pizzaria al taglio, cuja fornada de uma pizza marguerita havia acabado de sair. 
Val D’Orcia e suas Cidades
No Val D’Orcia passa a Via Cassia, onde grande parte da sua rota segue a histórica Via Francigena, uma via antiga de peregrinação. Muitas fazendas, casas rurais e fortalezas com torres inacessíveis estão espalhadas na paisagem isolada e tranquila.
Os municípios que fazem parte do Val D’Orcia são: Castiglione d’Orcia, Montalcino, Pienza, San Quirico e Radicofani d’Orcia
Outros centros importantes são: Contignano, Monticchiello, Bagno Vignoni, Rocca d’Orcia Campiglia d’Orcia, Bagni San Filippo e Vivo d’Orcia
Algumas cidades na província de Grosseto, também estão localizados no Val D’Orcia como: Montenero d’Orcia e Montegiovi, povoados próximos Castel del Piano
Os cinco municípios que optaram por dar vida ao Parco della Val D’Orcia, para proteger o ambiente e o território são: Montalcino, Pienza Castiglione d’Orcia, Radicofani e San Quirico d’Orcia.
Outros lugares bonitos nesta área que oferecem um passado cheio de charme e sugestões são: Bagno Vignoni, Bagni San Filippo, Contignano, Monticchiello, Rocca d’Orcia Campiglia d’Orcia e Vivo d’Orcia
Enfim, fale com qualquer pessoa que tiver feito esse passeio, e ela virá com uma lista de lugares diferentes, sobretudo com um ponto alto próprio – normalmente, um lugar de que nunca tinha ouvido falar, e que causou a melhor surpresa do trajeto. O que todo mundo vai dizer, e com razão, é que você não deve deixar de passar por Pienza, uma cidade inteiramente remodelada por Pio II, por isso tida como o berço do urbanismo renascentista.

Pienza
Pienza é uma pitoresca cidade localizada em uma colina, no coração do Val D’Orcia, cerca de 490 metros acima do nível do mar, com uma incrível vista para o vale. 
Esta vila maravilhosa é uma das jóias italianas incluídas na lista de Patrimônios Mundiais da UNESCO, em 1996, e como a maioria das cidades da Toscana, chama atenção por sua tranquilidade, belezas e panoramas incríveis. 
Pienza é bastante pequena, por isso é muito agradável explorá-la devagar, saboreando cada vista impressionante, o vale, as velhas e antigas casas de tijolo vermelho, varandas repletas de vasos de flores e ruas mais escondidas e misteriosas.  
Um pouco sobre Pienza, a cidade ideal
Originalmente chamada de CorsignanoPienza é um bibelô renascentista criado por decisão de Enea Silvio Piccolomini, rico, culto eclesiástico e futuro Papa Pio II, nascido em Corsignano em 1405.
Eleito Papa Pio II em 1458, depois de 40 anos de ausência ele volta a Corsignano em 1459 e encontra o vilarejo medieval em decadência. 
Enea Silvio Piccolomini tinha as possibilidades econômicas e a influência para transformar sua terra natal no que ele acreditava que deveria incorporar os princípios e a filosofia da era clássica e do grande Renascimento italiano. 
Decide então de encarregar um dos melhores arquitetos do Renascimento, Bernardo Gambardelli, vulgo il Rossellino, de reformar completamente o antigo burgo segundo o conceito renascentista da “cidade ideal” que remete à interação perfeita e utópica entre o homem e a natureza. 
Em quatro anos foram construídos os principais monumentos da cidade: a Catedral, o Palácio Piccolomini, a atual sede municipal e a Piazza Pio II, a praça central. 
Os edifícios do centro apresentam formas equilibradas e armoniosas, típicas da busca da perfeição geométrica e estética do período renascentista. As tonalidades de rosa claro, bege e creme dos mármores contrastam com os tons de ocre das fachadas em pedras nos becos e vielas que atravessam as praças e as ruas principais. 
Hoje, quando falamos de organização racional de espaços e perspectivas, Pienza é o único exemplo de uma cidade planejada no séc XV. Ela combina praças e edifícios que refletem os cânones urbanos do Renascimento, que encantam! Justamente por isso é considerada uma cidade perfeita! 
Com a morte repentina de Pio II, a reconstrução foi interrompida e Pienza ficou intacta desde então, exatamente como era em meados de 1400. Então, em homenagem ao Papa Pio II foi  escolhido o nome de Pienza para esse pequeno tesouro artístico. Visitá-la é literalmente,uma viagem no tempo.
A visita começa na Porta al Murello ou Porta al Prato, construída no século XIV, destruída em 1944 durante a Segunda Guerra Mundial. Do lado direito fica o quiosque de informações turísticas.
Nesta porta começa a rua principal, o Corso Rossellino, em homenagem ao arquiteto. É a rua das lojinhas, dos bares e dos empórios gourmet. Estreita e exclusivamente para pedestres, é ladeada por edifícios típicos toscanos, muitos revestidos em pedras. 
Mais ou menos na metade do Corso Rossellino fica a Chiesa San Francesco e o Palácio 
Piccolomini.
Logo em seguida, a famosa Piazza Pio II, como o próprio nome já diz, é dedicada a Pio II, construída por Bernardo Rossellino, com uma forma trapezoidal particular, é circundada além do Palazzo Piccolomini, pela Catedral de Santa Maria Assunta, o Palazzo de Borgia,  Palazzo Comunale e Palazzo Ammannati
Ali você precisa parar, porque será transportado para uma viagem no túnel do tempo para meados de 1400, porque nada mudou desde então.  
Duomo de Pienza ou Catedral Santa Maria Assunta  
A Catedral de Santa Maria Assunta foi projetada com o equilíbrio entre as formas góticas e renascentistas e estudada para ficar em uma posição privilegiada, a fim de impressionar e encantar os passantes. A belíssima fachada é revestida de mármore travertino, como outros edifícios da cidade. O interior está dividido em três naves, todas muito iluminadas pela presença de grandes janelas góticas e abriga pinturas importantes e notáveis dos mais renomados artistas da época. 
Há também a bela torre sineira octogonal que se eleva acima da cripta antiga. A Duomo, por ter sido construída num espaço com péssimas fundações sofre um afundamento importante em uma de suas laterais.
Palazzo Piccolomini
No lado direito da praça fica o Palácio Piccolomini, antigo Palácio Papal, era a residência particular e de “veraneio”  do Papa Pio II. Um dos edifícios mais importantes projetado e construído por Rossellino em 1459. O Palazzo Piccolomini foi a residência dos herdeiros do Papa Pio II até 1968.
Neste edifício renascentista, pinturas e gravuras representando membros da família Piccolomini são preservadas em várias salas e galerias.
Este palácio foi escolhido por Franco Zeffirelli para rodar algumas cenas do seu famoso filme Romeu e Julieta, aqui os dois amantes se encontraram pela primeira vez em uma festa na casa da família Capuleto.
A parte sul do Palazzo Piccolomini consiste em três arcadas sobrepostas, onde tem um terraço fantástico, com um delicioso jardim suspenso, a partir do qual você pode desfrutar de esplêndidos panoramas únicos e deslumbrantes.
Aberta: De 15 março a 15 outubro, de terça-feira a domingo das 10:00 h às 18:30 h. Última entrada às 18:00 h/Abertas nas férias às segundas-feiras.
Preço: 7 €

Palazzo Borgia 
Outro palácio para ver é o Palazzo Borgia, em frente ao Palazzo Piccolomini. O edifício é caracterizado por janelas cruzadas guelfas, onde hoje está instalado o Museu Diocesano.
É assim chamado porque o Cardeal Rodrigo Borgia fez dele sua residência quando se tornou o Papa Alexandre VI. 
Reza a lenda que o Papa Pio II deu o palácio de presente ao Cardeal Rodrigo Borgia, na época seu colaborador próximo, para vigiá-lo de perto, mesmo durante as férias. Se ainda não caiu a ficha, lembro que o cardeal e futuro Papa Borgia era pai de Lucrezia Borgia, um dos personagens mais “inquietos” da história da igreja católica.

Câmara Municipal  
Também nas proximidades fica a Câmara Municipal que se destaca pela sua torre baixa e grande, pelo pátio e por uma loggia com colunas de mármore travertino; além de apresentar janelas gradeadas na fachada. 
Pienza é caracterizada por ruas com nomes muito particulares, além da rua principal Corso  Rossellino que leva o nome do grande arquiteto-urbanista, as travessas têm nomes bem pitorescos, como a Via dell’Amore ou Rua do Amor, Via del Bacio ou Rua do Beijo, Via della Fortuna ou Rua da Sorte….
Pontos panorâmicos
Pienza está localizada em uma linda área com vista incrível do Val d’Orcia, de Montalcino e do Monte Amiata, cercada ainda, em partes por muralhas. Em particular, três pontos são dignos de nota: Onde estão as duas torres circulares é possível chegar a Via Dell’Amore, uma estrada estreita com varanda panorâmica que oferece uma vista deslumbrante sobre o Val d’Orcia e onde nos dias mais claros é possível ver o Monte Amiata.
No fim da rua principal da cidade, tem umas casinhas iguais, no fundo delas tem um jardim aberto ao público, ali você tem a mais bela vista em direção ao vale do Torrente Tresa e o vilarejo de Monticchiello.

Dica: Aproveite e visite a Pieve dei Santi Vito e Modesto ou simplesmente, a Pieve di Corsignano. A igreja românica é de origem do século VII, mas esta que vemos hoje é estilo românico do século XII.

Pieve di Corsignano
Até aqui, você ainda está no centro de Pienza; siga as indicações para Pieve di Corsignano, que está localizada a algumas centenas de metros de Pienza, você pode chegar lá com uma curta caminhada. É uma igreja românica com três naves e as suas origens antigas remontam ao século VII, mas o estilo românico atual remonta ao século XII. Esta igreja está localizada num campo com um grande encanto paisagístico.
A igreja está relativamente vazia, mas tem a particularidade de ter um altar em cada nave e, à direita, pode-se ver a pia batismal original em que tanto o Papa Pio II como o seu sobrinho Papa Pio III foram batizados. Na última coluna da capital, você encontrará uma escultura da serpente governante, uma das poucas representações considerada uma divindade romana que não representava necessariamente o mal.
Castello di Spedaletto
Se tiver tempo, conheça o antigo Castello di Spedaletto, um pequeno castelo cheio de história que fica na Val d’Orcia, na estrada de Pienza a Bagno Vignoni
Na Idade Média, a importância da área de Val D’Orcia foi principalmente ligada à Via Francigena, a principal estrada européia de comunicação que atravessou a Itália. 
Além da ampla disseminação de vilas e castelos haviam também muitos “spedaletti”, ou seja, hospedarias, que encontravam-se ao longo da artéria principal ou na sua proximidade dela. Então, o Castello di Spedaletto era nada mais do que um grande complexo fortificado construído no século XII por Ugolino, um religioso de Rocchione como um abrigo para os viajantes e peregrinos. 
Em 1263, o complexo foi administrado pelo Hospital de Santa Maria della Scala em Siena e foi chamado de “Hospital da ponte dell’Orcia”, porque trás da Via Francigena passava o Rio Orcia, e perto do castelo havia uma antiga ponte, cujas ruínas ainda são visíveis no meio das águas.
Esta posição fez o castelo estrategicamente importante e também por causa de sua riqueza obtida através de várias doações, a sua presença começou a irritar os vizinhos feudais. O Castelo di Spedaletto recebeu viajantes importantes como Carlo II d’Angiò e Papa Pio II, que emitiu uma “bulla papal“(um documento papal) em favor da igreja de Spedaletto. 
O castelo tem uma planta quadrada com 4 torres em cada canto, uma bela porta de entrada fortificada com uma torre poderoso para a sua defesa. São construções reforçadas no final do século XV, como a ligeiras brechas para armas de fogo presentes em vários lugares.
No primeiro pátio à esquerda da porta fica a igreja gótica com uma esplêndida fachada adornada com uma rosácea e um portal sesti acuto, ainda uma segunda porta de acesso, que leva a um segundo pátio, o coração da fortificação, que leva a torre principal e da passarela de ronda.

O que comprar 
Aconselho comprar e degustar os queijos típicos da cidade em uma das muitas lojas de queijo, sendo o Pecorino di Pienza, uma especialidade local. 

Capella da Madonna di Vitaleta 
No Vale D’Orcia há um dos pontos mais bonitos, importantes e famosos de toda a Toscana: a Cappella di Vitaleta. Ela está localizada em uma panorâmica estrada de terra que leva de Pienza para leste de San Quirico D’Orcia e tem a proteção da UNESCO.
Sobre
Capela da Madonna di Vitaleta é um pequeno edifício sagrado localizado no topo de uma bela colina em Vitaleta, e está cercada por uma paisagem quase surreal. Uma vez ali você, com toda certeza, reconhecerá um dos cartões postais mais famosos da Toscana. A Cappella da Madonna di Vitaleta é de propriedade privada, mas pode ser visitado sem pagamento de ingresso e o culto a Nossa Senhora acontece todo primeiro domingo de setembro.

História
A igreja tem, provavelmente, origem no Renascimento e foi mencionada pela primeira vez em um documento que data de 1590.
Seu aspecto atual é o resultado da reestruturação realizada pelo arquiteto Giuseppe Partini em 1884, inspirada em maquetes e modelos do século XVI.
Era aqui que ficava a imagem da Madonna, de Andrea della RobbiaA estátua foi transferida para a Chiesa di San Francesco em San Quirico D’Orcia.
Alguns especialistas dizem que a estátua foi, na verdade, comprada em 1553, em um mercado de antiguidades em Florença, até hoje, não houve confirmação se é ou não verdade.

Arquitetura
A Capela tem uma entrada simples, um salão único e a fachada principal revestida em pedra de Rapollano, e é caracterizada por uma pequena rosácea que se abre sobre o portal, lateralmente, a mesma fachada é delimitada por pilastras: uma à direita e outra à esquerda, sobre as quais repousa o frontão do cume, onde fica um brasão.
As fachadas laterais também são revestidas de pedra, assim como a parte de trás, onde fica uma torre sineira com dois campanários arredondados.
Do lado de fora, ciprestes servem de “moldura” para esse lugar, realmente, especialíssimo!
A Capela, por si só, já é uma atração à parte, mas sua localização nos dá uma imensa sensação de paz e tranquilidade. As paisagens que nos oferece, de diversos ângulos, é a atração principal, mas uma vez ali você vai entender o porquê dessa capela ser tão importante para os moradores daquela região. Vale, muito, a visita!

San Quirico D’Orcia
Falamos agora de San Quirico D’Orcia, uma cidade de antigas origens etruscas. É uma pitoresca aldeia a 45 km de Siena, ao longo da SS 2 Cassia, fica perto ainda de PienzaMontalcino  e Montepulciano
San Quirico d’Orcia era uma parada importante no longo percurso da Via Francigena, onde os peregrinos que viajavam para a Roma, a Cidade Eterna, encontravam restaurantes e pontos de descanso. 
Nesta pequena cidade de San Quirico d’Orcia fica a maravilhosa Cappella della Madonna di Vitaleta, localizada na zona de Siena, como vimos acima. 
San Quirico d’Orcia, considerada uma das pérolas do Val D’Orcia, é uma pequena cidade que foi construída no topo de uma pequena colina, acima dos restos da antiga Vila de Osanna. Com sua posição privilegiada, o panorama do alto é cinematográfico. Aliás, aqui ficam as árvores mais fotografadas da Toscana, que formam paisagens delirantes! 
Como chegar
As estradas são praticamente as mesmas usadas para fazer o percurso do Crete Senesi, que vimos na postagem anterior. A única diferença é que agora temos que ir em em direção a San Quirico d’Orcia,que fica um pouco mais ao sul de San Giovanni D'Asso.

História
O primeiro documento de San Quirico d’Orcia remonta a 712 d.C. em um ato relacionado a uma disputa entre as dioceses de Siena e Arezzo pela posse de algumas paróquias. Em 994 Sigerico, arcebispo de Canterbury, cita San Quirico d’Orcia como um dos principais pontos de parada ao longo da Via Francigena.
Anteriormente a cidade chamava-se San Quirico de Osanna. Na Idade Média, era importante o suficiente, tanto é que em 1154, Frederico I, o Barbarossa, reuniu-se em San Quirico d’Orcia com os mensageiros do papa quando ele cruzou a Itália para a coroação. O acordo com o Papa Adriano IV era de entregar o erede Arnaldo da Brescia pela indulgência papal e Frederico I foi coroado Imperador em Roma. Todos os anos em junho ocorre a Festa del Barbarossa, recordando o evento, com arqueiros, sbandieratori (jogo das bandeiras) e desfile com roupas medievais.
Nos quatro séculos seguintes San Quirico d’Orcia se tornou uma fortaleza militar importante para as guerras entre Siena e Florença.
Das estruturas defensivas que permanecem temos, boa parte da muralha do século XV. São ainda visíveis 14 torres e torreões, alguns dos quais são incorporados em outras estruturas, mantendo-se ainda a Porta Nuova da cidade.

O que visitar
A aldeia ainda preserva sua estrutura medieval original e está localizada dentro de uma muralha, que é cortada pela rua principal, a Via Dante Alighieri
 As entradas, propriamente ditas, são quatro os portões para a cidade: Porta Nuova, San Quirico ViaductPorta ai Cappuccini e a própria Via Dante Alighieri.
Piazza della Libertà 
Chegando de carro, se a primeira opção for estacionar na Via Dante Alighieri, seguindo por ela você chegará à Piazza della Libertà, que é o centro nevrálgico de San Quirico D'Orcia. Agora se a opção for entrar pela Porta Nuova, você pode estacionar ao longo da Via dei Cannetti
Chiesa di San Francesco
Na Piazza della Libertà está a Chiesa di San Francesco, também conhecida como a Igreja da Madonna, porque é onde fica a estátua de terracota de Nossa Senhora, feita por Andrea della Robbia, em 1870. Antes a imagem ficava na Capela de Madonna di Vitaleta.  A igreja também possui uma duas estátuas de Valambrino de 1500, todas obras muito interessantes.
A partir da Piazza della Libertà e aproveitando que está aqui, faça a uma visita ao belo Jardim Horti Leonini.
ni
Jardim Horti dei Leonini
Projetado em 1540 por Diomede Leoni, homem da Família Médici, que em 1535 recebeu de Francesco I terrenos situados entre os bastiões de San Quirico d’Orcia
O Jardim Horto dei Leonini que foi construído em 1581, é um excelente exemplo do clássico jardim italiano, enriquecido com outras estátuas de conotações simbólicas e inscrições que homenageiam 
Diomede Leoni, o proprietário-projetista do jardim e uma bela estátua do Grão-Duque Cosimo III de Médici, de 1688.
Dos muros fortificados que cercam o Horti dei Leonini, também é possível ver a muralha e caminhar sobre ela, mesmo que seja um pequeno espaço, onde você poderá curtir uma vista fascinante da Val D'Orcia, abrangendo as cidades montanhosas de Pienza e Montepulciano

Torre del Cassero
É aqui que ficam os restos da Torre del Cassero, uma antiga torre medieval com mais de 39 metros de altura, quase toda destruída durante a Segunda Guerra Mundial. 
Chiesa di Santa Maria Assunta
Cruzando Horti dei Leonini, chegamos à pequena Chiesa de Santa Maria Assunta, o caminho está bem indicado. Ela pode estar no final ou no início da cidade dependendo por qual porta você vai chegar.
Igreja de Santa Maria Assunta é outro esplêndido edifício em estilo românico-lombardo do século XI-XII. A igreja parece simples e não atrai nosso olhar imediatamente, mas é cheia de atrações, a começar pelo portal principal que é adornado com pequenas esculturas de animais.
Continuando à esquerda ao longo da Via Dante Alighieri, está uma casa do século XIV, o Spedale di Santa Maria della Scala,onde a tradição diz que viveu Santa Caterina da Siena, um local que oferecia a cura e assistência aos peregrinos e viajantes.
Porta dei Cappuccini
Atravessando a Piazza della LIbertà e continuando ao longo da Via Dante Alighieri, encontram-se alguns edifícios medievais. Se você quiser “se perder” pelas pequenas ruas ao lado dela, encontrará as outras portas que dão acesso à cidade, incluindo a Porta dei  Cappuccini, que é um austero baluarte de forma poligênica do século XIII que, está logo depois ao virar à direita para a Via Poliziano.
 
Palazzo Chigi
Retornando a Via Dante Alighieri, encontramos o primeiro palácio renascentista da cidade, o Palazzo Pretorio e, em seguida, o Palazzo Chigi, um belo edifício do século XVII, com interessantes frescos internos que, hoje abriga a sede da prefeitura ou Comune di San Quirico D'Orcia
Igreja Colegiata de San Quirico e Giulitta
San Quirico D'Orcia tem algumas igrejas relevantes do ponto de vista histórico-artístico, entre eles a mais importante é com certeza a Pieve di Osenna ou Collegiata dei Santi Quirico e Giuditta, que era uma antiga igreja com um batistério do século VIII. 
A melhor entrada para se ter acesso à Igreja Colegiata de San Quirico e Giulitta é a Noroeste, pela San Quirico Viaduct.
Igreja Colegiata de San Quirico e Giulitta é o monumento mais antigo e mais bonito de San Quirico D'Orcia, é caracterizada por três belos portais românicos de 1080. No estilo românico com elementos góticos e barrocos, com esculturas de leões, um diferente do outro.
Foi construído para lembrar o martírio de San Quirico, que foi morto, com apenas cinco anos, pelos romanos, por ter se dito cristão. 
Na tradição cristã, Quirico era o nome da criança que, junto de sua mãe Giulitta, morreu mártir na época do imperador Diocleciano, em 304. Dentro da igreja há pinturas esplêndidas e painéis pintados. 
Enogastronomia
Pratos: 
• Pici con le briciole –  pici é um tipo de massa artesanal, como o espaguete, mas maior e neste caso é feito com alho, farinha de pão sem sal “sbriciolato” (quebrado até virar quase uma farinha), queijo pecorino e azeite de oliva extra virgem.
• Pici all’aglione – com molho de tomate fresco, ervas e alho cru.
Vinhos:San Quirico é área do vinho Orcia Doc.
• Orcia Rosso: Sangiovese (mínimo 60%) e entra no mercado em março do ano seguinte ao da colheita.  Bem combinados com pratos de carne e queijos nobres maduros. 
• Orcia Bianco: Trebbiano Toscano (mínimo 50%) e também entra no mercado em março do ano seguinte ao da colheita. Excelente vinho com aperitivos e pratos com sabor de carne branca.
Temperos:
• Açafrão
Montalcino
Montalcino é um vilarejo imerso na paisagem deslumbrante do  Val d’Orcia na Toscana. Ela é também uma das maiores e melhores produtoras de vinhos do mundo. O vinho símbolo da cidade é o famoso vinho tinto Brunello, considerado um dos melhores vinhos do mundo, por isso, Montalcino é conhecida como a cidade do vinho Brunello.
Instalada confortavelmente no alto de uma colina, entre os vales do Rio Ombrone e a 564 metros acima do nível do mar, a pequena e pacata cidade conta com pouco mais de 5.000 habitantes.
Geograficamente, a cidadezinha está a um pulo de Pienza. Está também a 40 km de distância de Siena, pela Via Cassia em direção a Roma e logo ali, a quattro passi (a quatro passos) de Montepulciano.
História
O nome deriva do Mons Ilcinus ou Monte dei Lecci, referindo-se a grande presença de lecci, um tipo de madeira, como evidenciado no brasão da cidade.
A história deste vilarejo, caracterizado principalmente pelo período medieval, descreve a força e a coragem do seu povo, firmes defensores da liberdade. 
Entre os séculos XII e XV Montalcino foi o centro de disputas entre Siena e Florença, com guerra muito duras.
O primeiro documento histórico que indica a existência de Montalcino é de 814 quando o vilarejo estava sob a administração da Abadia de Sant’Antimo. No século XIII, a cidade foi disputada entre Florença e Siena, mas os montalcinesis decidiram lutar ao lado de Florença. Submetendo-se a Siena depois que ela venceu a Batalha de Montaperti. Nos anos seguintes, a cidade se rebelou duas vezes do controle de Siena e por causa disso, em 1361 Siena construiu uma fortaleza.
Em 1525, a cidade resistiu às tropas dos Médici e após a queda da República de Siena, um grupo de exilados, conduzido por Pietro Strozzi, ocupou o local. Neste curto período também foi cunhada a sua própria moeda. 
Em 1559, Montalcino foi dominada por Florença e assim foi até a união da Itália em 1860.

O que fazer
Montalcino ainda mantém os mesmos ares de antigamente e é muito rica em tesouros artísticos. Casas em tons de areia, telhados em terracota, uma grande fortaleza, um antigo mosteiro, uma praça com um palácio, ladeiras que testam seu estado físico, mas, os vinhos são a estrela maior. 
Para se visitar Montalcino, começaremos pelo Centro Histórico, onde poderosa e imponentemente, fica a antiga fortaleza da cidade, chamada de Fortezza Rocca.
Dica: não pode entrar com o carro em diversos lugares. Estacione ali perto e siga a pé! 

Fortezza Rocca
A Fortaleza de Montalcino foi erguida em 1361 por Domenico di Feo e Mino Foresi para marcar a passagem de Montalcino sob o domínio de Siena. Até 1600 ela se apresentava na íntegra com sistemas de defesa excepcionais. Mais tarde tornou-se disponível para os cidadãos e chegou a abrigar uma comunidade de monges beneditinos. 
Tem uma estrutura pentagonal com torres nos cantos irregulares. Incorpora muralhas e torres existentes e seu charme permanece intocado.
O brasão na entrada é o dos Médici. A aparência atual é o resultado de um trabalho de restauração maciça que remonta a década de 40.
Não perca a vista que a  muralha oferece sobre o Val d’Orcia e que se estende em direção ao Monte Amiata.
No interior, há um grande pátio, usado para eventos culturais, shows e uma enoteca particular, um lugar interessante onde é possível fazer degustações e receber informações bem detalhes sobre os vinhos da região, com uma lasca de queijo pecorino. 
Horário de Inverno 09:00 h às 18:00 h (fechado às segundas-feiras)
Horário de verão 09:00 h às 20:00 h.
Ingresso para subir nas muralhas: adultos 4,00 €; crianças 2,00 €

Piazza Garibaldi
De frente a Fortaleza, na Piazza Garibaldi, apenas descendo a colina, onde você encontrará o Centro de Informações Turísticas, olhe para os azulejos ao longo da parede do lado de fora. Os azulejos são comissionados para artistas a cada ano para comemorar a classificação de Brunello.
Piazza del Popolo
Na Piazza Del Popolo tem belas galerias, cujos seus arcos são dos séculos XVI e XV e parecem não ter sofrido tanto com a ação do tempo. O Alle Logge Bar é o melhor local para um ótimo café e um cornetto al cioccolato incrível que só é feito na Itália. 

Palazzo dei Priori e Torre dell’Orologio
Seguindo com nosso passeio, em frente com vista para a Piazza del Popolo, o Palazzo dei Priori do séc. XII, funciona hoje como prefeitura da cidade ou Palazzo Comunale. Há uma esplêndida loggia gótica e um relógio no alto da sua torre, a Torre do Relógio.
Duomo de Montalcino ou Catedral do Santíssimo Salvador
Continuamos para o Duomo de Montalcino, a Catedral dedicada ao Santíssimo Salvador.
A Duomo foi construída em estilo neoclássico sob uma antiga igreja do século XI.  Ela é toda feita de tijolinhos, assim como a maioria das casas da cidade. Recebeu as colunas externas somente anos depois, após várias reformas. A torre sineira data do século XVIII também chama a atenção!
Entre as obras de arte notáveis ​​da catedral está a pintura Imaculada Conceição com Jesus e Deus Pai , de um jovem Francesco Vanni de Siena e os lindíssimos anjos de mármore que ficam no altar.  
Horário: de abril a dezembro: 10:00 h às18:00h ; fechada às segundas-feiras.
Ingresso: Adultos 8,00 €, reduzidos 5,00 €.

Madonna del Soccorso 
Na mesma rua do Duomo, também está a Igreja da Madonna del Soccorso, uma esplêndida igreja renascentista, dedicada à virgem Maria que veio em socorro à população local no momento do cerco à cidade pelos espanhóis, aliados do Grão-Ducado da Toscana. As janelas retratam este episódio ocorrido em 1553, quando se diz que a Madonna apareceu no topo da colina e que o cavalo do comandante das tropas espanholas se ajoelhou em homenagem à Virgem.  
Os vitrais acima das portas retratam as bandeiras dos quatro quartieri ou bairros da cidade. Além do mais, a igreja está localizada no topo da colina, com vista para o vale e oferece um panorama único.
Museo Civico Diocesano di Arte Sacra
Outro local interessante de se visitar é o Museu de Arte Sacra. Ele está localizado no antigo convento anexo à Igreja de Santo Agostinho, na Via Ricasoli e é considerado um dos mais importantes museus de arqueologia e arte medieval da província de Siena.
Com três andares, que abriga mais de 200 obras de rara beleza, incluindo esculturas, quadros, pinturas, afrescos, tapeçarias e manuscritos. 
Interessante é a cruz pintada do final do século XII, que vem da Abadia de Sant’Antimo e o retábulo da Coroação da Virgem de 1388.
Caffé Fiaschetteria 
Reserve um tempo para um café ou uma taça de vinho no Café dos Biondi Santi, fundado pelo próprio Ferruccio Biondi Santi, inventor do Brunello.
No centro de Montalcino, na mesa entre as duas portas da Fiaschetteria, os nonnos se reúnem todas as manhãs e abrem discussões sobre política, vinho e clima.
A enoteca, nos fundos, oferece a garrafa do Brunello da família por 85 €. Para quem não resistir à tentação de embrulhar alguns Brunellos para viagem, as lojas oferecem embalagens reforçadas com isopor. A Enoteca La Fortezza Di Montalcino, localizada no interior da fortaleza da cidade, é uma delas. O lugar é lindo e merece uma visita. 
Em Montalcino, caminhe lentamente, porque as ruas são tão íngremes, admirando e apreciando as pequenas coisas ao longo do caminho, os oratórios no alto de algumas casas, canteiros de flores e gatos nas janelas. 
Pelas ruas estreitas do centro, observe os detalhes das construções, observe os locais. Os montalcinesis adoram ver o vai e vem de turista na cidade e tem sempre um olhar curioso. 
Abbazia di Sant’Antimo
Então, depois de visitar Montalcino, siga as indicações até a Abbazia di Sant’Antimo, que fica a 10 quilômetros do centro da cidade e se destaca da paisagem pelas paredes de pedras pálidas e pelo campanário adornado com discretos e belos relevos. 
Abbazia di Sant'Antimo é muito antiga, foi construída ao redor do século X com arquitetura românica medieval. Uma abadia muito bonita que se ergue majestosa e sugestiva, está em perfeito isolamento em meio a um bosque entre oliveiras e campos de trigo. 
Quando você entrar na igreja a sua atmosfera solene e grave o levará de volta à Idade Média. Toda em mármore travertino e alabastro extraído de Volterra, tem uma iluminação dourada linda, especialmente no final do dia quando um grupo de monges Norbertinos fazem seu canto gregoriano ecoar primorosamente, na missa das 17:00 h, evocando um ar místico. 
Diz a lenda que a abadia foi fundada por Carlos Magno em 781. O rei e seu exército pararam aqui no caminho de volta de Roma quando os soldados foram atingidos por uma peste desconhecida. Um anjo apareceu a Carlos Magno, dizendo-lhe para fazer seus homens beber uma infusão com uma erva local. A cura funcionou e o exército foi salvo de modo que o rei decidiu construir a igreja em sinal de gratidão. 

Monticchiello
Monticchiello não é certamente o burgo medieval mais famoso do Val D’Orcia, mas ainda sim é um  delicioso e extraordinário, com uma vista inesquecível!
Esta jóia do Val d’Orcia vale a pena uma visita, especialmente porque é muito perto de Pienza, somente a 8 km de distância e muito fácil de chegar. 
Além disso, a cidade também fica perto de outras cidades, ou seja, a pouco mais de 60 km de Siena, 30 km de Montalcino, 16 km de San Quirico d’Orcia, 9 km de Montepulciano
Pode-se chegar a Monticchiello partindo de Pienza ou de Montepulciano ao longo da famosa avenida com ciprestes, com suas famosas curvas no mundo todo! 
Introdução
A melhor maneira de começar sua visita é explorar, sem preocupações, as ruas estreitas da cidade. Ali, cada esquina apresenta um panorama diferente, mas todos igualmente incríveis!  
Este burgo medieval fica a 546 metros de altura, e ainda é parcialmente cercado pelas antigas muralhas do século XIII. 
A pequena vila de Monticchiello tem uma bela paisagem montanhosa do Val d’Orcia e aqui é um trecho de estrada com curvas características e ladeada por árvores de cipreste. É uma das mais famosas fotografias da paisagem típica Toscana.

Um pouco da história de Monticchiello
Vamos começar com um pouco de história, afinal, é sempre interessante conhecermos um pouco da história do nosso destino escolhido e, muitas delas, são incríveis! 
O vilarejo por várias centenas de anos foi controlado pela República de Siena, sendo que a origem de
Monticchiello é do século X, o primeiro documento oficial onde se encontra registros de Monticchiello data de 973. O documento diz que o Marquês Lamberto Aldobrandeschi passa a cidade em penhor ao padre Ropprando della Badia Amiatina.
Ao longo do século XII, as autoridades de Siena intervieram para resolver as recorrentes disputas fronteiriças entre os municípios de Monticchiello e Montepulciano
Monticchiello foi, com Montefollonico, a pedra angular da organização militar de Siena na fronteira oriental do campo. 
Depois de ter sofrido na segunda metade do século XIV, como tantas comunidades do Val d’Orcia, Monticchiello foi ocupada no final do século pelos florentinos e os montepulcianesis que estavam em guerra contra Siena e os Visconti. Os soldados de Montepulciano cometeram atos de violência e devastaram a cidade. Após esse período, Monticchiello retornou ao domínio de Siena com a paz de Veneza, em 1401. 
Em 1442 Monticchiello era agora um importante centro agrícola, com uma classe dominante de proprietários locais médios e abastados, além de uma organização estatal e financeira articulada e em expansão. 
A paz durou até 1502, quando o castelo foi conquistado por Cesare Borgia, e a guarnição da cidade foi morta. Em 3 de abril de 1559, a guerra terminou com a paz de Chateau Cambresis, as tropas francesas abandonaram a Toscana e todas as fortalezas do Val d’Orcia se renderam aos MédiciMonticchiello foi um dos últimos castelos a ser entregue ao duque Cosimo, o que foi feito em 15 de agosto de 1559. 
No final do século XIV, foi conquistada por Florença, mas alguns anos mais tarde foi vendida, novamente para Siena
No século XVI Monticchiello foi palco de lutas amargas entre Siena e seus inimigos. 
Em 6 de abril de 1944 acontece em Monticchiello um “fato das armas”, que entrou na história da Resistência como a “Batalha de Monticchiello” demonstrando o valor e a força do povo de Monticchiello naquela primavera: 
"O Prefeito de Siena, Dr. Chiurco decidiu enviar para Monticchiello cerca de 450 homens, todos que estavam à sua disposição, para abordar o grupo de soldados italianos que defendiam a Itália na Segunda Guerra Mundial, um grupo pequeno, mas forte de Partigiani, acampados em torno do vilarejo. Depois de uma longa luta, os fascistas foram forçados a fazer uma retirada precipitada. 
Na manhã seguinte, ao amanhecer, uma divisão alemã foi a Monticchiello com a ordem precisa de matar todos os residentes. Os soldados entraram nas casas levando as pessoas, e as alinharam em frente ao muro do lado de fora da cidade. 
O massacre foi evitado, graças à intervenção de Irma Angheben, uma senhora alemã esposa de um proprietário de terras de Monticchiello, auxiliada pelo Pastor Don Marino Torriti."
Para comemorar o evento, foi confeccionado este monumento criado por Emo Formichi. 
Após tudo isso, deu-se a paz em Monticchiello e, assim, a cidade permanece até hoje.
O que fazer em um dia em Monticchiello
O vilarejo é pequeno e a cidade de 200 habitantes se reúne em torno de um núcleo central, no entanto, ele merece uma exploração mais livre da sua antiga cidade, com suas ruelas sinuosas, encostas íngremes, ruas estreitas e casas de pedra com tijolos. 
Uma verdadeira maravilha, portando, caminhe livremente e perca-se. 
1.Na entrada de Monticchiello fica a Porta di Sant’ Agata, inserida entre 2 torres. Ali há uma pedra branca datada de 1213, início da construção da muralha. 
2. Visite a Igreja dos Santos Leonardo e Cristóvão, dedicada a São Leonardo de Limoges é o monumento mais notável de Monticchiello.
Erguida no século XII, na parte mais alta da cidade, em um terreno inclinado e tem uma planta em T. No que se refere à antiga Igreja de Monticchiello, podemos dizer que, embora prevaleçam elementos derivados da arte cisterciense, ela também mantém o seu design tipicamente italiano, não só pela convivência das formas tradicionais do românico, mas também pela forma como eram. 
Na Igreja de San Leonardo e Cristoforo fica uma obra-prima da arte italiana, a “Madonna con bambino”, de Pietro Lorenzetti
É um conjunto muito bonito, cujas as formas exóticas atraem nossos olhos como verdadeiros imãs! Fãs de arte medieval não poderão deixar de vê-la!
3.Conheça a Cabeça Do Traidor. Há um desafio para quem visitar Monticchiello: procurar a “cabeça do traidor oprimida pela bala de canhão”. 
Ela fica na fachada de uma casa na rua da vila, mas olhe para cima, pois o local tem 5 metros de altura. Esta arte em baixo relevo remonta ao século XIV e retrata um traidor que, por dois mil florins, abriu as portas da cidade aos inimigos florentinos.
4. Visite também o Cassero para admirar suas paredes. O antigo sistema de fortificações fazia parte da Rocca, que foi construída em 1260. Hoje podemos ver somente a torre com suas paredes inclinadas, mas as paredes preservadas foram intercaladas com torres de vários tamanhos e, sete delas, ainda estão intactas; é possível ver também a porta de entrada e seu belo arco. 
5. Chegamos, finalmente, ao Teatro Pobre
O Teatro Pobre de Monticchiello é um projeto social e cultural nascido nos anos 60, período de profunda crise para a cidade. Com a saída de diversos cidadãos da cidade, quem permaneceu em Monticchiello, tentou reconstruir sua existência e agregou a arte teatral em sua rotina. O que faz dele único é sua metodologia de construção dramatúrgica e sua encenação conta com a maior parte dos habitantes da aldeia. 
Durante o inverno as pessoas de Monticchiello inventam, coletivamente as peças originais, que no Verão são então colocados em cena, a partir de episódios históricos, além de lidar com questões de corrente social e política. Os cenários e figurinos são feitos por artesãos e carpinteiros locais e alguns bonecos feitos de palha e trapos. Em 2000 o Teatro Povere foi reconhecido como Patrimônio da Humanidade 
Castiglione D´Orcia 
Outro lugar desse mágico do vale toscano é Castiglione d’Orcia, situado ao centro de Val d’Orcia, empoleirado em uma colina. O território de Castiglione d’Orcia, dominado pela maciça Rocca d’Orcia é mutável, espetacular e representa um grande recurso para a produção agrícola. Uma dessas produções agrícolas é a castanha, onde se baseiam muitas tradições locais, como a “Sagra del Marrone” que acontece no outono em Campiglia d’Orcia.
O centro, com as suas velhas estradinhas pavimentadas, é pitoresco acima de tudo na Praça Il Vecchietta, dedicada a Lorenzo di Pietro (1412-1480) chamado de Il Vecchietta, pintor, escultor e arquiteto. O passeio ao interno de Castiglione d'Orcia deve incluir também a esplêndida Igreja de Santa Maria Maddalena, românica e restaurada recentemente. Na fração de Rocca d’Orcia encontramos o monumento mais conhecido de Castiglione d'Orcia, a torre da Rocca di Tentennano. A numerosas fortalezas e castelos que caracterizam a zona de Castiglione d'Orcia se apresentam, enfim, como um fenômeno estreitamente vinculado à presença da Via Francigena, onde a origem, ao menos nessa zona, parece não ir além do Alto Medievo.

Radicofani
Por último, mas não como beleza e importância, aconselhamos a cidade de Radicofani. Essa cidade surge aos pés de um elevado penhasco vulcânico de rocha basáltica que se ergue a 896 metros do mar, oferecendo a visão de um belíssimo panorama no Val d’Orcia, Amiata, Appennino e dos lagos Trasimeno e Bolsena
Radicofani é um dos lugares francigena mais ricos da história e do fascínio paisagístico. A cidade conserva ainda hoje toda a sugestão das pequenas aldeias medievais com suas casas em pedra local um ao lado da outra e com estradas estreitas, mas extraordinariamente luminosas.  A fortaleza é sem dúvida, junto com a Igreja de San Pietro e a Posta Medicea, um dos monumentos medievais mais importantes dessas terras. A história de Radicofani é ligada àquela de todas as outras cidades de Amiata. Antiga aldeia medieval foi na propriedade dos monges da Abadia San Salvatore desde a fundação do monastério.

Roteiro do vinho em Val d’Orcia 
Vamos falar sobre os tipos de vinhos e indicar algumas das melhores vinícolas dessa região.
A riqueza e variedade da paisagem não são os únicos elementos que caracterizam esse território virgem, de fato, um dos pontos fortes deste lugar são a comida e a produção de vinho, com um dos vinhos mais famosos do mundo.
Para conhecer e apreciar não só o vinho, mas também todos os outros produtos da região, o melhor conselho é certamente parar e visitar algumas cidades do Val d’Orcia, e seus produtores individuais, que são cheios de atrações culturais e enogastronômicas. 
Nele devemos explorar as vinícolas, fazendas, bares e os restaurantes. Deixamo-nos ser dominado pelos gostos e sabores destes lugares, perdendo-nos nestes lugares de sonho. O Val d'Orcia é uma terra quase surreal, mas que também deu origem aos mais preciosos e apreciados vinhos italianos, como Brunello di Montalcino, Nobile di Montepulciano, Orcia Vermelho, e outros fabulosos vinhos com denominação DOCG (Denominazione di Origine Controllata e Garantita).

Produção de Vinho “Valdorciana”
A produção de vinho “valdorciana” é expressa em um território muito heterogêneo e, portanto, com uma vasta seleção de vinhos, principalmente tintos, atingindo o auge de sua tradição em Montalcino, onde a vinha, a terra e o homem estão ligados por uma cultura de mais de mil anos.
A Toscana, na verdade, é o berço de alguns dos melhores vinhos tintos italianos, conhecidos e apreciados em todo o mundo. Basta lembrar-se de Chianti Classico, Nobile di Montepulciano, com a uva Sangiovese como base, mas também para Super Tuscan (obtido a partir de uvas não locais, como o Cabernet e o Merlot) o Sassicaia, o Tignanello e o Ornellaia, para citar alguns. Entre eles, destaca-se o Brunello di Montalcino, sem dúvida, vinho intenso e de longa duração, que leva o nome de uma cidade localizada ao sul de Siena, que, com uma paisagem montanhosa de grande história e beleza, em 2004 entrou na lista como Patrimônio Mundial da UNESCO.

O que é o Brunello di Montalcino?
Crédito:Center Gourmet
É o mais famoso vinho tinto italiano. A estrada que leva até Montalcino serpenteia pelas vinhas e campos abertos dos produtores de um dos mais requintados e caros vinhos da Itália, o Brunello di MontalcinoEm meados de setembro, ocorre a colheita (vendemmia) das uvas Sangiovese Grosso Para quem não sabe o vinho Brunello é feito 100% com esse tipo de uva, não há misturas. A Sangiovese é cultivadas em Montalcino, onde esse tipo de uva encontra o seu clima ideal. 
O clima tende a ser seco, com raros fenômenos de neblinas ou geadas, o que permite as videiras de crescerem nas melhores condições. Há a proteção do Monte Amiata contra fortes tempestades e granizo, e neste contexto favorável, as vinhas podem produzir uma uva sadia e um vinho inigualável como o Brunello di MontalcinoÉ envelhecido durante quatro anos em barris de carvalho e na garrafa, e é um vinho apto a longo envelhecimento.O Brunello é o primeiro vinho na Itália a obter a Denominação de Origem Controlada e Garantida, DOCG, e em todas as suas garrafas são fechadas com um selo numerado, como uma garantia da sua qualidade e autenticidade.

O que é o Nobile di Montepulciano?
Outro vinho para saborear e degustar é o Nobile di Montepulciano que passou a ser um símbolo da cidade. Montepulciano e seus vinhos são sinônimos de qualidade e excelência no mundo da enogastronomia. Um caminho que não só traça as melhores adegas, onde podemos desfrutar em toda a sua delicadeza, mas também é uma maneira de viver de um território onde sabores, arte, cultura e tradição são os protagonistas.

O que é o Orcia DOC Rosso?
Como mencionado anteriormente, o Val d’Orcia é uma área rica em muitas produções e, em particular, produções de vinhos em sua maioria tintos, de alto nível. Uma das características mais interessantes dessa área é o fato de que ele oferece uma variedade pedo-climáticas que não se pode ficar indiferente. Você raramente vai encontrar em outros lugares, isso explica por que há uma escolha tão larga dos vinhos com denominação Orcia.
Em relação a esse interessante vinho tinto toscano, Orcia DOC Rosso, deve-se notar que é, na realidade, um produto de vinificação de uvas das vinhas Sangiovese, que deve estar presente no interior da mistura, para uma percentagem que nunca pode ser abaixo de 60%. 
As colinas onduladas, uma variação de elevação que muda muito de zona para zona e uma tipicidade territorial, que varia de município para município, permite produzir vinhos muito diferentes entre si, mas que são marcados por um Orcia, o nome em comum. Um nome que é uma garantia de qualidade, com uma marca conhecida em todo o mundo.

Vinícolas
A maioria das vinícolas da região oferece a possibilidade de compra e algumas possuem típicos e agradáveis restaurantes, onde é possível provar e se deliciar com os sabores da cozinha local.
A seguir, uma pequena lista com algumas das melhores vinícolas para visitar na zona de 
Montepulciano e Montalcino na Toscana
Em Montepulciano:
Biondi Santi
Esta vinícola é histórica, porque foi a vinícola que engarrafou o primeiro Brunello do mundo, em 1888. Faça um tour por suas espetaculares vinhas e, depois, aproveite a degustação de dois tipos de vinho por 15 €.
Fattoria dei barbi
Outro produtor forte do Brunello é da família Cinelli Colombi desde 1790, também oferece um tour belíssimo de 40 minutos que mostra ao visitante garrafas históricas, os barris de envelhecimento e o processo de produção. Ali fica também um restaurante excelente. O passeio custa 5 € e a degustação é paga a parte. Custa a partir de 15 €.
Talosa
Localizada em Montepulciano, é uma das mais tradicionais e visitadas. Em seus corredores é possível ver garrafas antigas, barris e diversos itens relacionados a enologia. A vinícola é elegante e ainda produz grappa e azeites.
Em Montalcino:
Caparzo
Uma das mais visitadas de Montalcino. Além de ser linda, foi uma das vinícolas que ajudou o Brunello a receber a fama que possui. Além de vinhas, possui também cultivo de azeitonas e produção de azeites. Vale a visita!
Mais indicações de vinícolas em Montalcino:
•Vinícola Castello Banfi – Poggio alle Mura
•Vinícola Marchese Frescobaldi – Teruta di Castelgiocondo
•Vinícola Caprili
Em Pienza:
•Fabbrica Pienza: vinícola com excelente vinho, também são produtores de um azeite maravilhoso;
•Capitoni Marco: visite a vinícola Capitoni Marco, ótima opção, perto da cidade e de fácil acesso;
•Casa Gori: além da produção de vinho, eles produzem mel, cereais, pães e outros produtos.
Consultando o site das vinícolas, você saberá quais abrem para visitantes, os meios de contato e todas as informações para organizar uma visita e você também poderá fazer o tour pelas vinícolas que fazem parte do Consorzio del Vino Brunello di Montalcino (Piazza Cavour, +39(577)848-246, info@consorziobrunellodimontalcino.it).

Conclusão
O Val d’Orcia é um excepcional exemplo do redesenho da paisagem do pré- renascimento. Colinas recobertas de uma densa vegetação de vinhas, olivas, ciprestes, faias e castanheiros, interrompidos por antigas habitações de origem medieval, casas rurais e fortalezas com torres inacessíveis que se espalham isolada e tranquila pela natureza dos lugares. Um cenário espetacular, celebrado por pintores da escola de Siena, transformou-se em um ícone da paisagem, que influenciou profundamente o desenvolvimento do pensamento paisagístico que se apresenta aos olhos dos visitantes do Val d’Orcia
Porém, o Val D’Orcia não é conhecida somente pelos panoramas de sonho, mas também para sua ótima tradição enogastronômica. Entre os produtos para saborear temos os embutidos de cinta senese, o mel, o azeite, o queijo pecorino de Pienza, cogumelos, trufas e o mítico vinho tinto mais famosos do mundo, o Brunello di Montalcino. 
Pienza, a cidade ideal desejada por Pio II, provavelmente é o centro mais renomado e de maior importância artística de todo o Val D’Orcia.  Grande parte do relevante patrimônio histórico-artístico de Pienza se concentra na fascinante praça dedicada ao pontífice Pio II, personalidade que tanto deu à cidade.

Outra cidade importante do vale é Montalcino, cujo território foi habitado desde a Idade do Bronze e sede de um assentamento etrusco onde estão os restos de um templo em Civitella. Em todos os casos Montalcino é famosa, acima de tudo pelo Brunello, um vinho tinto DOCG, o vinho tinto italiano de maior longevidade.

San Quirico D’Orcia nem sempre é uma das cidades escolhidas na rota do vinho toscano, mas é, definitivamente, um lugar mágico.

Monticchiello é o tipo de cidade que, se não soubéssemos que ela existe, passaria batida por nossos olhos, mas sabendo que ela existe e conhecendo sua história é cheia de superações. Não perca a oportunidade de conhecer a bela arquitetura de Monticchiello, uma das mais belas vistas do Val d’Orcia, talvez combinando-a com uma viagem para Pienza.

You Might Also Like

0 comentários

Mapa Interativo

Instagram

Pinterest