Bari | Italia
17:29Bari é uma das cidades turísticas mais antigas e populares do país, oferecendo aos viajantes férias relaxantes na praia, muitos monumentos de bela arquitetura antiga e um grande número de locais de recreação e entretenimento.
Portanto, se você vai viajar pelo sul da Itália, é possível que Bari entre no seu roteiro. Afinal, é na cidade que fica um dos principais aeroportos que atende a região de Puglia e Basilicata.
Bari é uma deslumbrante cidade litorânea no sul da Itália, centro da província de mesmo nome, banhada pelo Mar Adriático, capital da Puglia, região que domina todo o salto da bota italiana.
Juntamente com Nápoles, esta é uma das cidades mais importantes da região, um importante centro turístico e econômico, um porto marítimo.
Bari é outra Itália que não é aquela da pujança de outrora de Veneza, nem da majestade eterna de Roma, nem do glamour artístico de Florença, ela representa bem a Itália campestre — aquela da cantina italiana, da nonna fazendo massa, das toalhas de mesa em vermelho e branco, da imagem católica pendurada na parede, do homem impaciente que fala alto, daquela generosidade algo turrona. Uma curiosidade é que eles aqui parecem mais resmungões que a média italiana nacional. Parece muito habitada por aquela figura clássica da pessoa italiana capatosta (literalmente: cabeça dura), gíria daqui mesmo para denotar alguém teimoso e obstinado.
A cidade tem um dos melhores exemplos de um centro histórico turisticamente interessante e não gentrificado. Quer dizer, é autêntico, com os próprios moradores e não repleto de lojas de outrem. O centro de Bari segue sendo, inclusive, bastante residencial — habitado — que o transporta rapidamente a outra era. Em suma, Bari evoca uma Itália “povo” que você vai encontrar viva, uma Itália tradicional que tão bem se preserva aqui neste sul.
Bari não é uma cidade pequena, nem um vilarejo, ao visitá-la você vai encontrar uma cidade moderna de médio porte (623 mil hab.), mas com um miolo histórico autêntico.
Bari está localizada entre as cidades de Giovinazzo - ao norte, e Mola di Bari - ao sul, no centro de uma grande planície. Embora algumas encostas cheguem a 131 metros acima do nível do mar.
Como muitas cidades italianas, tem uma longa e rica história, por isso existem muitos locais antigos e monumentos arquitetônicos. O porto da cidade é o maior porto de passageiros do Mar Adriático.
O clima é mediterrâneo, com invernos amenos e verões quentes e secos.
Bari é muito famosa no meio religioso, pois é na cidade onde estão enterradas as relíquias — os restos mortais que teria inspirado o bom velhinho — Papai Noel, ou melhor, do histórico São Nicolau, bispo bondoso do século III — o que a tornou um dos centros da Igreja Ortodoxa na Europa.
História
A antiga e medieval Bari já foi grega, foi árabe, foi porto de tráfico de escravos.
Diante do castelo normando-suevo, também conhecido por Castelo Hohenstaufen, do século XII, Bari também já foi franco-alemã.
Bari era Barium nos tempos da república romana, que a conquistou de nativos do sul da Itália no século III a.C. quando havia então muitas influências gregas.
Os bárbaros ostrogodos a tomaram com a queda de Roma, depois os lombardos, os bizantinos, e nas alturas de 847 vieram os árabes constituir o Emirado de Bari. Garanto que nunca tinham lhe informado que partes da Itália já foram emirados muçulmanos.
O medievo foi uma época de que pouco se ouve falar hoje no contexto italiano — como se nada houvesse ocorrido nos quase 1000 anos entre a queda de Roma e o Renascimento — mas que foi fundamental ao sul da Itália.
Tanto a genética morena dos italianos do sul quanto sua genética cultural — com alimentos asiáticos então exóticos (limões, beringelas, pistaches) sendo introduzidos pelos árabes — deve-se muito ao período medieval como um todo e suas trocas.
Litografia de 1850 mostrando o que teria sido o ataque de forças cristãs em 871 sobre o Emirado de Bari.
A igreja, é claro, não gostou nada de ver um emirado muçulmano assim tão perto de Roma. Convocou cavaleiros cristãos do que são hoje o norte da Itália, a França e a Alemanha para reconquistar aquela região, num prelúdio do que mais tarde seriam as Cruzadas (a partir de 1096).
Naquela altura do século XI, dois movimentos foram muito importantes neste contexto:
Primeiro, a vinda de cavaleiros normandos (do atual norte da França), mercenários chamados por nobres italianos e pela igreja para combater os árabes em troca de terras e títulos de nobreza nas terras conquistadas. Estes retomariam todo o sul da Itália dos muçulmanos, especialmente a Sicília, como bem sabemos, faz parte da Rota Umayyad.
O Grande Cisma — a separação entre as igrejas do Ocidente (Roma, rito latino) e do Oriente (Constantinopla, rito grego), que se excomungaram mutuamente — havia ocorrido em 1056. Esta região da Puglia, que após os árabes estava dominada pelos gregos bizantinos de Constantinopla, foi então conquistada por aqueles mesmos normandos em 1071.
Segundo grande movimento daquele século XI foi a chegada de turcos à atual Turquia, que então era território grego bizantino. Islamizados no seu longo caminho desde a Ásia, os turcos em 1071 venceram a crucial Batalha da Manzikert, na qual derrotaram os bizantinos e finalmente adentraram para vir a tomar conta da Anatólia (o grosso do território da atual Turquia).
É aí que entra São Nicolau na história de Bari.
São Nicolau (270-343 d.C.) nunca pôs os pés em Bari — ao menos não enquanto foi vivo.
Ele nasceu na região da Lícia, no que é hoje o sul da Turquia. À época, era a chamada Ásia Menor, de população e cidades predominantemente gregas. Ele viveu e foi bispo ali mesmo na região, na cidade de Myra, e a sua vida foi algo distinta daquelas da maioria dos primeiros santos cristãos. Outra curiosidade é que como ele veio de Mira, uma região asiática, é representado como um homem negro, algo bem curioso para uma igreja que tenta embranquecer todos os santos.
Ao contrário de tantos outros, ele não foi martirizado: os seus mais famosos momentos são em vida, não da morte.
Pouco se sabe sobre a veracidade de qualquer destas histórias, mas os “causos” que lhe são atribuídos são muitos. O mais famoso é de quando ele teria dado secretamente — atirando-as pela janela no meio da noite — três bolsas de moedas ao pai pobre de três jovens, para pagar seus dotes de casamento e elas escaparem de ir parar na prostituição.
Essa é basicamente a lenda formadora da tradição de presentes secretos no meio da noite no Natal — mas há muitas outras não relacionadas, como ter salvo três homens de uma execução injusta, etc.
Dizem ter havido uma adaptação em massa de feitos creditados ao filósofo Apolônio de Tiana (3-97 d.C.), da mesma região, que os cristãos tinham por hábito adaptar e creditar aos santos.
Pintura de 1425 por Gentile da Fabriano, “O dote das três virgens”, contando o feito mais famoso de São Nicolau — que você vê ali subindo na janela. O original encontra-se na Pinacoteca Vaticana, em Roma.
A história mais estranha — e por isso das mais populares no medievo — sobre São Nicolau é de um açougueiro que fazia presunto de crianças e vendia secretamente na cidade. São Nicolau teria descoberto e, com o sinal da cruz, teria trazido aquelas crianças transformadas em embutido de carne, de volta à vida.
Estas imagens, vistas sem a história de fundo, acabariam por consagrar São Nicolau como padroeiro das crianças na visão do povo — daí tal ênfase a elas no Natal. Ele morreu em dezembro de 350 d.C. e quando foi canonizado pela igreja católica passou a ser associado à data do nascimento do menino Jesus. Ainda, foi ele quem originou o mito do Papai Noel e, talvez você tenha percebido, San Nicholas é o jeito que algumas culturas referem-se ao bom velhinho.
Não se sabe o que São Nicolau realmente fez, mas a sua fama se espalhou, e naquelas alturas do ano 1000 era comum que cristãos peregrinassem até Myra para visitar as suas relíquias.
Só que, após a Batalha de Manzikert em 1071, haveria turcos no meio do caminho.
Sob o domínio turco, os cristãos perdem acesso à igreja em Myra com os restos mortais de São Nicolau.
Agora, como os restos mortais de São Nicolau foram parar numa igreja em Bari? É que em 1087 alguns soldados italianos, marujos da Puglia, decidiram ir fazer um resgate post mortem e roubaram os ossos do santo da Turquia e levaram para Bari, na Itália. Como São Nicolau é o santo padroeiro da Rússia, Grécia e Noruega, a cripta que guarda as relíquias do santo tem várias referências à igreja ortodoxa, informações escritas em cirílico e recebe fieis do mundo todo.
Em 1087, seria fundada em Bari a Basílica de São Nicolau, o que foi também uma estratégia para atrair peregrinos e dinamizar a economia da cidade. Lá no oriente próximo, seria apenas uma questão de tempo até a questão do acesso dos cristãos europeus aos sítios de peregrinação — crucialmente em Jerusalém — se tornar um dos motivadores das famosas Cruzadas contra turcos e árabes a partir de 1096.
Só para completar este prelúdio histórico, Bari — como Veneza e outras cidades mercantes do Mar Adriático — prosperariam também como portos de comércio de escravos.
Às vezes se vê certo provincialismo culpar os portugueses pela suposta invenção escravagismo comercial, mas isso foi prática corrente no Mediterrâneo medieval. Os escravos, porém eram eslavos — origem etimológica da palavra “escravo” — apanhados nas atuais Croácia, Ucrânia e Rússia.
Não é nenhuma bondade que os faz receder nesse tráfico, mas o avanço dos turcos que em 1453 conquistam Constantinopla e, basicamente, aniquilam o Império Bizantino, tomando para si o acesso ao Mar Negro. Os europeus mediterrâneos dali olhariam alhures para escravos de outro lugar, que traficariam em números bem maiores.
Como chegar
Avião
Bem-vindos ao Aeroporto Internacional Karol Wojtyla em Bari. Nome dado em homenagem ao Papa João Paulo II.
O Aeroporto de Bari (BRI) é o aeroporto mais perto de Bari (8 a 11 km), no entanto, tome nota que há outro aeroporto alternativo que é o Aeroporto Internacional de Brindisi-Salento (BDS) (112 km).
Ele recebe voos não só de outras cidades italianas, como Milão e Roma, mas também de outros destinos da Europa. Sendo assim, é uma excelente opção para quem pretende viajar pela região de Puglia e Basilicata.
Se estiver a partir do Porto, a sua viagem pode começar no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, com voos diretos operados pela Ryanair que o levarão diretamente ao Aeroporto de Bari.
Para quem parte do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, a Vueling tem voos para Bari com uma escala em Barcelona, enquanto que a Air France é outra opção a considerar para viajar de Lisboa para Bari, com uma escala confortável em Paris.
Independentemente da sua escolha, as opções de voos tornam a Puglia acessível a partir de várias cidades portuguesas.
Como ir do Aeroporto de Bari para o centro da cidade?
A forma mais econômica de ir do Aeroporto de Bari para o centro da cidade é de autocarro regular, mais concretamente ônibus urbano nº 16 da AMTAB. Ele faz o trajeto do aeroporto até a Estação Bari Centrale, na Piazza Aldo Moro. A viagem leva cerca de 40 a 60 minutos e o bilhete custa cerca de 1,5 €.– precisa ser comprado com antecedência, numa Tabacaria. O autocarro funciona das 5:25 às 22:10.
Também existe a opção de pegar um ônibus Shuttle, que faz exatamente o mesmo trajeto, mas bem mais rápido, de 20 a 30 minutos. O bilhete custa 4,15 € e pode ser comprado diretamente com o motorista. Procure pelos autocarros da Tempesta Autoservizi e compre o bilhete a bordo.
Para quem prefere viajar de comboio, o aeroporto tem uma estação com ligação à Estação Central de Bari. Certifique-se de apanhar o comboio certo, pois alguns seguem para Barletta em vez de Bari. A viagem custa 5,20 € e dura cerca de 15 minutos e o trem passa a cada meia hora até Bari Centrale. Você compra o bilhete na máquina no aeroporto — não precisa reservar nada pela internet.
Tudo muito bem automatizado e funcional na estação ferroviária conjugada ao aeroporto e que o leva rapidinho até a estação ferroviária de Bari Centrale, no centro da cidade.
Por fim, se valoriza o conforto e está carregado de bagagem, pode optar por um táxi do Aeroporto de Bari para a Estação Central por uma tarifa fixa de 23 €. É preciso tomar cuidado de pegar um táxi oficial, de uma cooperativa.
Ou seja, esta é uma escolha indicada para uma viagem tranquila até ao centro da cidade.
Quando ir
A melhor altura para visitar Bari depende das preferências individuais e das experiências desejadas.
Junho é um mês maravilhoso para explorar Bari e a região da Puglia. Durante este período, o clima geralmente é muito agradável, com temperaturas quentes, mas não excessivamente escaldantes, tornando-o ideal para passeios a pé pelo centro histórico e dias de praia nas costas douradas da cidade.
Além disso, junho é uma época em que muitos eventos culturais e festivais ocorrem em Bari, oferecendo aos visitantes a oportunidade de mergulhar na autêntica vida local e nas tradições da Puglia.
No entanto, é importante observar que, de preferência, deve-se evitar os meses de julho e agosto, quando a afluência de turistas em toda a Itália é maior e os preços tendem a ser mais elevados.
Por isso, optar por maio, junho, outubro ou novembro, proporciona uma experiência mais tranquila e acessível, mantendo toda a magia e a beleza que Bari tem a oferecer.
Quanto tempo ficar
Para desfrutar plenamente de tudo o que Bari tem para oferecer, recomendo reservar um período de visita de dois a três dias.
Este intervalo permite uma exploração mais detalhada da cidade, dando-lhe a oportunidade de mergulhar nas ricas tradições, história e cultura que Bari tem para oferecer, sem a necessidade de pressa.
Neste tempo, poderá dedicar um dia inteiro para explorar o encantador centro histórico, perder-se suas nas estreitas e vielas, saborear a autêntica culinária local e visitar os monumentos icônicos, como a Basílica de São Nicolau e a Catedral de Bari.
No segundo ou terceiro dia, pode ampliar a sua experiência visitando áreas circundantes, como as praias de areia dourada, o impressionante Castello Svevo ou até mesmo fazer uma viagem de um dia para explorar as cidades vizinhas da Puglia.
No entanto, se o seu tempo for limitado e só puder dedicar um dia à cidade, não se preocupe. Bari ainda oferece uma experiência memorável num dia, com a oportunidade de explorar os destaques imperdíveis.
Roteiro de um dia em Bari
Neste guia, mostramos algumas atividades imperdíveis em Bari, destacando os lugares e as experiências autênticas que a cidade oferece.
Desde a visita à Basílica de São Nicolau, com a curiosa tradição que envolve as meninas solteiras que desejam casar, até ao passeio no Lungomare, o calçadão à beira-mar, bem como a incrível Bari Vecchia, o centro histórico de Bari, há muito para ver e fazer nesta cidade.
Descubra onde provar sgagliozze, ou seja, polenta frita crocante, e o que são os altares votivos únicos em Bari.
Além disso, aprenderá sobre a produção de orecchiette na Strada Arco Basso, a massa fresca tradicional, e onde experimentar a autêntica Focaccia Barese.
Não podendo deixar de mencionar os Teatros de Bari, como o Petruzzelli, o Margherita e o Teatro Piccinni, que enriquecem a vida cultural da cidade.
Este é o aspecto do centro de Bari, com prédios modernos do século XX com áreas que me lembraram bastante as cidades do Brasil. A Puglia se mostrou bem mais estruturada. Bari faz menos calor, é mais limpa, e é bem mais moderna no entorno do seu centro histórico antigo-medieval.
Bari fica no litoral, mas como que de costas para o mar. Você não o vê muito, separado da cidade que ele está por castelos e outras áreas de antigas muralhas (exceto no porto). Vale lembrar que, por séculos, do mar vinham ameaças, e a vida no meio da cidade precisava se dar ao abrigo delas.
A exuberância fica por conta da fileira de palmeiras mediterrâneas ao longo da longa — e bela — avenida, a Corso Cavour, que leva você até Bari Vecchia.
Em torno delas algumas quadras com prédios do tempo da Renascença, e por fim toda a ampla área moderna, com ruas cruzadas cheias de prédios bem preservados.
Bari Vecchia/Centro Histórico
O Centro Velho, chamado Bari Vecchia, é o local que concentra praticamente todas as atrações para visitar em Bari. É preciso estacionar o carro do lado de fora dos grandes muros que circundam essa área antiga da cidade e seguir a pé, cruzando algum dos portões que dá acesso ao local.
A cidade velha é uma rua estreita que leva ao porto. Definitivamente, você deve caminhar por eles para sentir a atmosfera da cidade, para ver a vida real da população de Bari (como era na Idade Média). Roupas penduradas, lojas de artesanato, fontes antigas, bombas d'água. Entre o quebra-cabeça arquitetônico de labirintos estreitos, 40 igrejas e mais de 120 santuários foram construídos de forma surpreendente.
É um centro antigo desses que mistura o bem cuidado com pessoas que ainda habitam o local, ruelas estreitas e praças bonitas – a Piazza Ferrarese e a Piazza del Mercantile especialmente - janelas e portas abertas com pessoas conversando e igrejas grandiosas. Dá para ficar um bom tempo caminhando por ali sem muito rumo, observando a vida passar.
Piazza del Ferrarese
A Piazza del Ferrarese fica em frente ao antigo porto e com vista para a orla marítima de Augusto Imperatore. A Piazza Ferrarese sempre foi uma das portas de acesso ao centro histórico que, com suas ruas estreitas, becos e pequenas aberturas, se estende desde a Piazza Ferrarese - Piazza Mercantile até o Castelo Normanno -Svevo.
Está repleta de bares muito movimentados e restaurantes, sendo o grande epicentro da vida de Bari, tanto durante o dia quanto e principalmente, à noite, pois é o local preferido em Bari para quem aprecia a vida noturna. Vistas noturnas encantadoras e românticas da orla marítima bem iluminada podem ser apreciadas a partir da praça e da rampa de acesso à Via Venezia.
É ladeada à direita pelo antigo Mercado de Peixe, construído em 1840, e pela rampa de acesso à Via Venezia, enquanto à esquerda pela atual Sala Murat, que era um armazém de alimentos, e pela abside da Igreja de Vallisa. Nos fundos da praça fica o Palácio Starita, construído sobre as ruínas de um antigo arsenal.
A Piazza Ferrarese recebeu o nome de um comerciante de Ferrara, Stefano Fabri ou Fabbro, proprietário de vários edifícios na praça e que no século XVII se mudou para Bari e deixou a sua marca ao construir a loggia do Palazzo del Sedile.
Durante os recentes restauros, que envolveram não só a praça mas também os edifícios envolventes, surgiu um pequeno troço da antiga Via Appia – Traiana, construída pelo imperador Trajano no início do século II d.C, no ano de 109 d.C., que ligava Bari a Brindisi. Este vestígio histórico adiciona um toque especial à atmosfera já encantadora da Piazza del Ferrarese.
Piazza del Ferrarese, foi o coração econômico e cívico da cidade durante séculos. Hoje, a área está repleta de inúmeros restaurantes e lanchonetes, tornando-a o ponto de encontro perfeito para o povo de Bari e também para os visitantes. Esta praça serve de ligação entre a parte moderna e a parte antiga de Bari, sendo, portanto, a porta de entrada para o centro histórico a partir do porto.
É o local perfeito para realizar concertos, apresentações artísticas e principalmente as majestosas iluminações que acompanham a festa que homenageia o padroeiro de Bari, San Nicolas.
Piazza Mercantile
Outra praça histórica para quem quer aproveitar a vida noturna de Bari é a Piazza Mercantile.
Você pode chegar lá pela Piazza Ferrarese, pela Strada Francigena, pela Strada degli Orefici, pela Via Re Manfredi e por Vico Corsioli. Ligada à via Venezia por uma rampa perto do leão de pedra, à orla marítima do Imperatore Augusto através de um arco entre as paredes, à Basílica de São Nicolau pela Via Fragigena, a praça mantém a sua forma original, embora hoje o seu entorno tenha sido profundamente transformado.
Piazza Mercantile, Piazza Maggiore, Piazza Grande, ou como você quiser chamá-la – vários nomes foram usados desde abril de 1958, quando foi decidido usar o antigo nome de Piazza Mercantile. A praça sempre representou o coração das atividades comerciais e administrativas da cidade devido à presença do Mercado Municipal ou Ex-Mercado de Peixe que, atualmente não está mais nesta área; e do Palazzo Sedile, que é o ponto de referência histórico da Câmara Municipal de Bari. Hoje, para os cidadãos de Bari é um ponto de encontro insubstituível.
A Piazza Mercantile ou Praça dos Mercadores, situada na parte sudeste da cidade velha, logo após a
No início da estrada chamada Via Re Manfredi, que se ramifica na Piazza Mercantile, ergue-se um grupo esculpido em pleno relevo que domina silenciosamente um canto da praça; é a “Colonna Infame” (A Coluna Infame). É assim chamado porque os devedores insolventes costumavam ser expostos ali para serem punidos por humilhação pública.
O conjunto escultórico é composto por um pedestal circular composto por quatro degraus concêntricos, com uma coluna nua de mármore branco erguida no centro, encimada por uma bala de canhão. Um leão, feito de brecha calcária da Apúlia, está ao pé da coluna.
O leão foi provavelmente retirado de um túmulo romano datado entre 1 a.C e 1 d.C. Simboliza o poder e a justiça, como confirma a epígrafe custos iusticiae (guardião da justiça) gravada na coleira do animal. A coluna, por outro lado, representa a cidade sobre a qual o leão vigia e protege (a justaposição do leão e da coluna, bem como o poder apotropaico são semelhantes aos da Porta do Leão de Micenas).
Esta interpretação do monumento é reforçada pelo fato de o conjunto escultórico ter sido originalmente posicionado junto ao antigo porto, tendo sido posteriormente transferido para a atual localização na praça.
A Praça Vecchia em Bari tem a particularidade de ainda ser um lugar onde muitos habitantes vivem e que se recusam a sair. A experiência de caminhar pelas ruas do centro, ver pessoas jantando de porta aberta é impagável.
É como se a rua fosse a extensão das casas que devem ser pequenas. As portas e janelas estavam escancaradas e percebia-se perfeitamente o aroma que saía das cozinhas. Experiência mais local e autêntica do que esta é difícil!
Pela manhã vale ir à Strada Arco Basso, uma ruela que é mais conhecida ou apelidada de Strada delle Orecchiette, pelas senhoras que ficam ali sentadas fazendo massa com as mãos. Vamos falar mais sobre isso, mais abaixo em o que comprar e onde comer.
Há um agradável e autêntico ambiente de feira em algumas partes do centro histórico de Bari e algumas lojas com souvenires também.
Como os italianos são caracteristicamente despachados, põem ênfase em produtos feitos à mão aqui.
À medida que, aproxima-se das zonas mais turísticas do centro, as habitações davam lugar a lojas e restaurantes com esplanadas.
Cada espaço na rua é aproveitado para colocar umas mesas e cadeiras que no final do dia são arrumadas.
Uma das coisas mais legais deste Centro Histórico de Bari é que você vê as praças ocupadas por italianos em vez de massas de turistas estrangeiros, o que torna o ambiente mais autêntico.
Altares Votivos
Imagine que estar a fazer uma caça ao tesouro, em que o intuito é encontrar estes pequenos altares votivos na Velha Bari.
Estas pequenas relíquias costumam estar colocadas nos becos e lugares sombrios, e tinham a função de proteger as pessoas que passavam na rua. É normal estes altares altos terem flores e velas, e nota-se perfeitamente que as pessoas têm gosto nestes altares.
Bari Velha é um charme simples e um misto de arquiteturas, como também de áreas bem quietas ou movimentadas de jovens, tem restaurantes aqui e ali, algumas praças bem movimentadas, mas no geral a natureza residencial desse centro histórico se revela, as casas se fecham, os moradores se recolhem após certa hora, e os becos ficam quietos.
Às vezes, nota-se a porta semiencostada com pessoas dentro a assistir televisão.
Bari Velha é um misto de áreas quietas aqui e movimentadas ali. Nada tem a ver com os centros históricos tomados por turistas em certas outras cidades italianas.
Muitas casas ficam assim, com certo entra e sai de moradores e conhecidos. Há um ar muito residencial e autêntico no centro velho de Bari. Note também as imagens religiosas em plena rua.
Em Bari Vecchia, à noite a animação se concentra em certas vias e praças de restaurantes. Você passa em poucos minutos do muito quieto ao burburinho, como naquelas festas em lugar amplo onde todo mundo se concentra em certos espaços e outros ficam desertos, bons de visitar para a quietude.
O Largo Albicocca [abricó], também conhecido como Piazza degli Innamorati [Praça dos Enamorados] é um dos points principais da juventude na Bari Vecchia.
A partir das 18h, as mesas ganham algumas cabeças louras de turistas vindos do norte da Europa — e habituados a jantar relativamente cedo. Das 20h em diante, começam os italianos e espanhóis a aparecer. O Largo Albicocca enche rápido.
Um dos lugares mais populares entre os jovens na Bari Vecchia no Largo Albicocca é a Pizzeria Di Cosimo, um lugar despretensioso, onde é servida uma pizza caseira naquele estilo italiano de pouca coisa em cima — basicamente queijo com molho de tomate em volta.
Depois nada melhor do que um cheesecake com cobertura de Nutella, enquanto curte um pouco aquele movimento. O único lado ruim é que os italianos fumam feito umas “caiporas”.
Basílica de São Nicolau
A Basílica de São Nicolau ou Basilica di San Nicola ou Basílica Pontifícia de São Nicolau foi construída no final do século XI para abrigar e venerar as relíquias de São Nicolau que chegaram a Bari em 9 de maio de 1087 a partir da igreja homônima em Myra, Lícia (atual Turquia).
É a estrutura principal da Cidadela de São Nicolau que também engloba uma série de outros edifícios construídos ao longo do tempo:
- Igreja de San Gregorio, a igreja consagrada mais antiga da cidade;
- Convento;
- Biblioteca e arquivo basílica que conservam documentos em papel e pergaminho de excepcional valor histórico;
- Centro de Estudos São Nicolau;
- Portico dei Pellegrini, ou Pórtico dos Peregrinos (hoje completamente desaparecido porque se perdeu nas obras de restauro dos anos 1950), outrora localizado na zona onde atualmente se encontra a Escola Secundária “San Nicola”;
- Museu de São Nicolau, inaugurado a 6 de Fevereiro de 2010, que expõe algumas das peças mais preciosas do Arquivo e Tesouro da Basílica.
A basílica clássica de estilo românico, de antes do gótico e está localizada dentro da antiga cidadela fortificada, outrora ocupada pela Corte Catapan.
Durante centenas de anos, sólidas muralhas fortificadas cercaram a Cidadela de São Nicolau para salvaguardar a área. Três portões de acesso interrompiam as muralhas através da Via Palazzo, do arco angevino e da Via Vanese.
A própria Basílica está rodeada por três praças que foram interligadas durante as obras de restauro realizadas no século passado. Estas obras modificaram significativamente a disposição das instalações. Antes da construção do passeio marítimo na década de 1930, o mar banhava o lado leste do complexo. O principal acesso à praça frontal era, portanto, pela antiga “Via Francigena”, que hoje corresponde à rua chamada Strada Palazzo di Città. Esta estrada foi outrora uma antiga rota de peregrinos que guiava os peregrinos até à basílica para homenagear São Nicolau, tornando-se assim um ponto de encontro entre o Oriente e o Ocidente.
O Abade Elias ordenou a construção da cripta que seria destinada a abrigar os restos mortais do santo. As obras começaram em 1087 e terminaram em 1089 com a sua consagração pelo Papa Urbano II. A construção da basílica, por outro lado, começou com o sucessor de Elias, o abade Eustácio. Foi consagrado em 22 de junho de 1197.
Antes do final do século XIX, o edifício sofreu modificações periódicas que alteraram a sua aparência original, mas não a sua integridade. No início do século XX, porém, o Ministério da Justiça e dos Assuntos Religiosos inaugurou a temporada das "Grandes Restaurações" (1925-1934) que restaurou a basílica à sua aparência atual.
Como vimos acima, São Nicolau viveu na região que hoje é Turquia, no século III, era um bispo, famoso por sua caridade e afeto às crianças, um santo muito importante não só para a Igreja Católica, mas também para a Igreja Ortodoxa, mas São Nicolau também é o padroeiro da Rússia, por isso tantos russos visitam Bari e a basílica.
Aliás, a Estátua de São Nicolau que está no pátio em frente à basílica foi oferecida à cidade por Putin.
A basílica foi construída em pedra calcária, algumas das quais foram reaproveitadas de outros edifícios. Duas torres baixas e maciças emolduram a fachada principal: Torre del Catapano (Torre do Catapan) à direita, e Torre della Milizia (Torre da Milícia) à esquerda; o último é mais baixo e apresenta um artesanato diferenciado. A fachada exterior apresenta pilastras salientes e três portais de acesso, refletindo a divisão interna da nave tripartida. O portal central é o maior dos três e é ricamente esculpido com fortes elementos simbólicos. Reevoca a imagem da vitória de Cristo sobre as trevas do paganismo, como se pode ver através das decorações da arquivolta, da escultura representando uma esfinge na cúspide do alpendre saliente e dos bois que sustentam as colunas octogonais situadas de cada lado do portal.
Existem várias histórias engraçadas ligadas a esta basílica e que incluem, por exemplo, touros e meninas casadoiras. Então, como não havia consenso em relação ao local de construção da basílica, decidiram largar dois touros em Bari e no local onde eles parassem seria edificada a igreja.
Por isso, na fachada junto à porta principal da basílica, existem duas estátuas de touros.
As janelas monofora e bifora (janelas gradeadas de luz simples e dupla) posicionadas em múltiplas ordens e o óculo central na fachada, bem como as profundas galerias cegas de seis arcos ao longo dos lados de diferentes comprimentos do edifício atenuam a austera aparência românica. O belo Portal dos Leões encontra-se no lado norte do edifício.
O interior da igreja tem planta em cruz latina Tau (ou seja, em forma de T com o transepto colocado no final da nave), e está dividido longitudinalmente em três naves por colunas e pilares. Um belo teto de madeira cobre a nave central e emoldura pinturas ricamente ornamentadas de Carlo Rosa de Bitonto.
O altar-mor situa-se no final da nave central e é encimado pelo cibório mais antigo da Apúlia (século XII). A abside abriga a "Cátedra de Elias", um trono episcopal de mármore (final do século XI - início do século XII). A decoração em mosaico ao redor do trono exibe uma escrita cúfica árabe com a palavra "Alá", interpretada por alguns como evidência do artesanato multiétnico empregado na construção do trono.
O túmulo de Bona Sforza, Duquesa de Bari e Rainha da Polônia, do final do século XVI, está posicionado atrás do trono do bispo. Os restos mortais da rainha foram inicialmente colocados na catedral, mas posteriormente sepultados na basílica. O túmulo fica entre duas figuras femininas seminuas, representando Bari e a Polônia, e duas imagens dos santos Nicolau e Estanislau.
Outras obras de arte dignas de nota são:
- na abside esquerda: o retábulo da segunda metade do século XV, atribuído a Vivarini (pintor veneziano radicado na Apúlia), que retrata uma conversa sagrada entre São Tiago e São Luís, de um lado, e São Nicolau e São Pedro do outro; a Virgem Maria Entronizada com o Menino está no centro.
- no transepto direito: o “Altar de Prata” (1319-1684), doado em 1319 pelo czar da Sérvia Uroš II Milutin para cobrir o túmulo do Santo na cripta. Em 1684, a Basílica encomendou a dois artistas napolitanos, Domenico Marinelli e Ennio Avitabile, a reconstrução do altar no estilo barroco dominante da época.
- no altar da abside direita: o tríptico (1451) do pintor do século XV Andrea Rico de Heraklion, muito ativo em muitas cidades italianas. Nossa Senhora da Paixão é aqui representada entre São Nicolau, à direita, e São João Evangelista, à esquerda. Era costume retratar a Mãe Maria tendo em consideração o contexto devocional local da cidade onde a sua imagem foi retratada (por exemplo, Bérgamo,
Florença, Parma, etc.).
Cripta na Basília de São Nicolau
Os pontos mais importantes da Basílica de São Nicolau são a cripta, com 26 colunas bizantinas, onde estão as relíquias de São Nicolau, a cátedra, ou trono do bispo, pertencente ao Bispo Elias e o magnífico teto trabalhado em talha dourada.
Duas largas escadarias nos corredores laterais conduzem à cripta que abriga a santa relíquia. A presença de uma capela ortodoxa na cripta chama a atenção por denotar a coexistência de duas religiões.
Na verdade, a cripta abriga dois altares; um dedicado ao rito católico e outro ao rito ortodoxo. Esta é uma realidade única no mundo católico que justifica a vocação ecumênica no território de Bari.
A basílica continuou a ser um importante destino de peregrinação ao longo dos séculos. Os devotos vêm de todo o mundo, especialmente da particularmente devota Rússia Ortodoxa, para venerar São Nicolau. A cripta apresenta uma série de capitais, não há dois iguais; alguns são chamados de "dupla face". A coluna de pórfiro "milagrosa" fica no canto sul.
Além disso, São Nicolau é o padroeiro das meninas solteiras que querem casar. Na cripta há um lugar onde as solteiras que procuram marido deixam papelinhos com orações.
Diziam que quem procurava marido devia dar três voltas à coluna do santo, a coluna mágica. Entretanto, os homens ficavam à espreita na porta da cripta para ver quem estava disponível para casar.
Nos últimos anos havia tanta gente a dar as voltas à coluna, que decidiram colocar uma grade para impedir o fenômeno, mas os bilhetinhos continuam a amontoar-se na cripta.
Funcionamento: dias úteis das 7h30 às 9h30; feriados 9h00-10h30-12h00-13h00 18h30-20h30 (feriados)
A entrada é gratuita.
Catedral de Bari/Cattedrale di San Sabino ou Catedral de São Sabino
A Catedral de Bari, também conhecida como Catedral de São Sabino ou Basilica Cattedrale Metropolitana Primaziale San Sabino é uma catedral construída entre os séculos XII e XIII (1034) em estilo simples românico.
São Sabino foi o bispo de Canosa, uma localidade a cerca de 70 km de Bari, e as suas relíquias estão guardadas na cripta da catedral.
O interior da catedral é muito bonito, com três grandes naves separadas por grandes colunas.
Do lado do esquerdo do altar-mor ainda são visíveis frescos medievais, mas diria que os frescos mais interessantes estão na cripta.
Aliás, é na cripta que está a melhor parte da visita, ela é muito diferente da catedral, com o teto decorado em talha dourada e as paredes completamente preenchidas com frescos.
Ali ficam as relíquias de São Sabino e também uma múmia em excelente estado de conservação, de Santa Columba de Sens, uma mulher que morreu em 273 d.C. perseguida por ter se convertido ao cristianismo, mesmo tendo sido prometida ao filho do imperador Aurélio.
Por baixo da catedral e do lado esquerdo da cripta foram descobertas ruínas que estão em muito bom estado de conservação.
É possível ver arcos, frescos pintados nas paredes, no entanto, o grande destaque são os mosaicos que se acreditam ser anteriores ao primeiro milênio.
É tanta coisa para ver, que por momentos você por se sentir assoberbada com tantos estímulos.
Apesar de a entrada na Catedral de Bari ser gratuita, para ver as ruínas romanas precisa de bilhete. É preciso pagar uma taxa de 2 € para visitar toda uma área arqueológica que contempla desde uma parte de uma estrada romana antiga até as várias fases da construção da igreja ao longo dos séculos, com direito a belos mosaicos e outros artefatos históricos.
Por que a Catedral de Bari é tão parecida com a Basílica de São Nicolau?
Em 1156 William I da Sicília, também conhecido como “Guilherme, o Malvado”, mandou destruir a cidade de Bari, para se vingar dos habitantes, tendo apenas poupado a Basílica de São Nicolau.
Ou seja, toda a cidade foi arrasada. Na altura da reconstrução, usaram a Basílica de São Nicolau como modelo, por essa razão as duas igrejas são tão parecidas.
Castelo de Bari
Outro ponto turístico é o Castelo de Bari, dito também o Castelo Castelo Normando-Svevo ou o Castelo Hohenstaufen ou simplesmente Castello Svevo, é também carinhosamente chamado de Fortaleza de Bari, um marco histórico que tem uma relação peculiar com os habitantes da cidade. Ali ficavam as ruínas romanas que foram fortificadas pelos normandos durante a Idade Média.
O castelo erigido pelo rei da Sicília Rogério II em 1132, até ser ampliado pelo Imperador romano-germânico Frederico II, em 1233, apelidado de stupor mundi. A Família de Frederico II, rei da Sicília e sacro-imperador, que governava também estas terras. Dizem que ele aqui teria se encontrado com São Francisco de Assis em 1221. Depois passou para o domínio da Família Aragão, que o doou à poderosa Família Sforza, de Milão.
Todo esse período levou o espaço ser ampliado e reformado. A história do Castelo é explicada num vídeo aos visitantes. A visita também leva por galerias que eram habitadas, salões com réplicas de esculturas italianas famosas. É possível entrar para ver exibições de arte nas suas áreas internas, mas a sua imponência é mesmo por fora.
Museu do Castello Normanno-Svevo
Esta fortaleza evoca sentimentos mistos de amor e ódio devido à sua complexa história, mas parece que a reconciliação aconteceu quando ela foi transformada num museu/galeria de arte.
Hoje em dia, são principalmente os turistas que desfrutam das exposições distribuídas pelas diversas salas do Castelo Svevo.
Para alguns visitantes, a experiência não estaria completa sem uma pausa nas muralhas do castelo, que se erguem majestosamente junto ao antigo fosso. O castelo segue inteiro, na forma que lhe deram no século XVI quando a Europa teve medo que os turcos chegassem até aqui.
Funcionamento: todos os dias, exceto quarta-feira, das 8h30 às 19h00, sábado à noite durante o verão.
Preço: 3,00€ - 1,50€
Hoje, é um lugar onde passear e tomar sorvete. A Antica Gelateria Gentile, bem diante do castelo, está bem recomendada.
Teatros de Bari: Petruzzelli, Margherita e Teatro Piccinni
O Teatro Petruzzelli, o quarto maior da Itália, erigido nos fins do século XIX e inaugurado em 1903.
Talvez seja novidade para si, mas Bari tem uma rica tradição teatral que se desdobra nos seus magníficos teatros históricos: o Teatro Petruzzelli, o Teatro Margherita e o Teatro Piccinni.
O majestoso Teatro Petruzzelli, inaugurado em 1903, é o maior teatro de ópera da Itália e um dos maiores da Europa. A sua arquitetura com influências neobarrocas e renascentistas é um espetáculo por si só. Ao entrar, os visitantes são transportados para uma época de esplendor artístico, onde óperas e ballets são apresentadas até os dias de hoje.
A reabertura do quarto maior teatro da Itália ocorreu em 2009 (após um incêndio devastador em 1991). O teatro foi construído no final do século XIX com financiamento da família Petruzzelli. Na praça junto ao mar, foi escolhido um local onde aconteciam com maior frequência as festas folclóricas. Durante a abertura, a ópera Les Huguenots de Meyerbeer foi apresentada em 1903.
Assim, a decisão de restaurar o edifício foi tomada pelos habitantes da cidade com a aprovação e grande apoio financeiro. A primeira apresentação foi "Princesa Turandot" de Puccini em 2008. As vozes de muitos mestres famosos soaram no palco do teatro. Incluindo Luciano Pavarotti, que nasceu em Bari. O teatro acomoda 1.490 espectadores para desfrutar de música moderna e clássica.
O Teatro Margherita, por outro lado, é uma verdadeira joia da Belle Époque, projetado pelo arquiteto Luigi Baffa e inaugurado em 1910. Este teatro, embora mais íntimo e acolhedor, teve inicialmente como propósito principal apresentações de variedades e espetáculos de música popular. No entanto, hoje em dia, ele desempenha um papel diferente como museu.
A história por trás do Teatro Margherita é curiosa e engenhosa. Na época, de acordo com as normas vigentes, a cidade não podia construir mais teatros para além do existente Teatro Petruzzelli. Como resolveram esse desafio? Decidiram construir o teatro literalmente sobre o mar, erguendo-o sobre estacas. Esta solução engenhosa permitiu a salvaguarda das regras da altura e a criação de um espaço cultural único e memorável.
Por último, mas não menos importante, o Teatro Piccinni é um teatro de estilo neoclássico, construído em homenagem ao compositor Niccolò Piccinni. Desde a sua inauguração em 1854, o teatro tem sido um local de destaque para apresentações líricas e dramáticas, mantendo uma atmosfera histórica e sofisticada.
Bari Murattiana ou Quartier Murat
A nova cidade de Bari está localizada na parte oriental do assentamento. Uma nova parte surgiu como uma extensão do espaço para a construção de edifícios modernos após a demolição da muralha da fortaleza em 1813. O nome surgiu em homenagem ao rei de Nápoles, Gioachino Murat.
Ao contrário das ruas labirínticas da parte antiga da cidade, aqui foi implementado um projeto de padrões europeus do início do século XIX. Ruas retas, Avenida Victor Emmanuel II ou Corso Vittorio Emanuele II, grandes praças com fontes, cercadas por majestosas obras arquitetônicas.
A nova cidade está repleta de sons de boates, restaurantes, cafés. São monumentos, teatros, museus, galerias de arte, parques. Na principal rua pedonal, a Via Sparano, com cerca de 1 km de extensão, repleta de boutiques, lojas para todos os gostos. Aqui você sempre pode sentir a vida agitada da Itália moderna. No novo Bari, mais precisamente, na Piazza Aldo Moro — a principal de Bari, onde fica o terminal ferroviário Bari Centrale —, por onde chegam e partem os trens para várias regiões da Itália.
Piazza Aldo Moro
Na praça estão a estação ferroviária (construída em 1864), estações de ônibus intermunicipais, rotas de ônibus urbanos, formando um nó central de transporte de Bari. Há uma saída de metrô na praça. A praça leva o nome da vítima do terrorismo das Brigadas Vermelhas, Aldo Moro, presidente do Conselho de Ministérios da Itália. A sua importante carreira política começou com o reinado de Benito Mussolini.
O principal objetivo de Moro era expandir as bases democráticas do país, para criar um novo sistema democrático.
Demorou 4 anos para investigar os crimes da “Brigada Vermelha”, mas os clientes do crime terrorista de alto perfil do século não foram encontrados. Na praça próxima à praça, seu busto está instalado próximo à fonte, construída em homenagem ao Aqueduto da Apúlia. O prédio principal da universidade, localizado na Piazza Umberto, 1, leva o nome de Aldo Moro.
Lungomare de Bari
O Lungomare, ou seja, o calçadão na orla marítima, realmente, um lugar imperdível em Bari, com edifícios daquela virada de século — quando estes mares já não mais apresentavam os riscos de outrora e a longa beira-mar com edifícios também desse tempo, por vezes com elementos em Art Nouveau.
Os monumentos de pedra calcária ao longo do calçadão à beira do Mar Adriático ganham uma luminosidade incrível ao espelhar o azul profundo do céu e do mar que se estende diante deles.
Aliás, o Lungomare di Bari é considerado um dos passeios marítimos de Itália, para perceber como é especial.
Enquanto alguns caminham junto ao mar, outros preferem sentar-se num dos banquinhos e colocar a conversa em dia.
Também pescadores que tentam a sua sorte junto à costa, bem como aventureiros que nadam ao longo do calçadão.
Outra coisa interessante é que esta zona tem muito movimento tanto de dia como de noite, pois muita gente vem do centro histórico depois do jantar para caminhar junto ao mar.
Por fim, termine o dia vendo o pôr do sol na beira do Mar Adriático, no longo calçadão do Lungomare. A vista é bem bonita, apesar de não ser uma praia. De Bari saem diversos barcos para quem quer visitar Albânia, Grécia, Croácia e Montenegro.
Onde fazer compras
Para fazer compras e andar por ruas mais organizadas e com mais ar de cidade grande, Bari é uma experiência única, com diferentes opções para todos os gostos e orçamentos. A área que vai da Bari Centrale até Bari Vecchia ainda é uma região histórica, porém mais recente. Ali ficam algumas praças bonitas e o Corso Vittorio Emanuele, uma rua de compras cheia de marcas italianas.
Assim, se está à procura de souvenirs típicos, como imanes de frigorífico e t-shirts, o centro histórico é o lugar perfeito.
As ruas estreitas e estão cheias de lojas que vendem lembranças tradicionais não só de Bari como de toda a região da Puglia. Também encontrará artesanato local, cerâmicas coloridas e produtos alimentares autênticos, como os biscoitos típicos taralli, licores, azeite, entre outros.
Por outro lado, se estiver interessado em moda, roupas, bijuterias e acessórios, a Avenida Vittorio Emanuele II e o Corso Cavour são as principais áreas de compras em Bari.
Estas ruas elegantes têm várias boutiques de moda, desde marcas internacionais de renome até designers locais. Ou seja, é o lugar ideal para encontrar roupas sofisticadas, sapatos estilosos e joias que não se costumam ver em Portugal.
Já para comprar os orecchiette ou “orelhetes” são pedacinhos de massa neste formato de orelha em diversas cores naturais típicos da Região da Puglia, como vimos acima, o melhor lugar é La Via delle Orecchiette.
As senhoras não se incomodam de ser fotografadas, mas aquelas fotos de divulgação que se veem internet — com as senhoras sorrindo amavelmente — tampouco são muito representativas. Na prática, elas se parecem mais com aquela sua tia que gosta de lhe mandar fazer isso e aquilo.
“Mangia!” [“Coma!”], exclamou uma a um turista britânico inocente que ia passando e perguntou se podia experimentar. Aquele tom de avó que quer nutrir os netos um pouco além da conta.
Você pode comprar saquinhos de orecchiette para fazer em casa ou se não quiser levar para fazer em casa, coma os já cozidos aqui. No centro histórico, há algumas vendas com cara de mercearia que também servem lanches e pratos simples de massa. Prove o panzerotti que são uns pasteis meio vazios de recheios, mas nada mau, e um prato de orecchiette no molho de tomate. São pratos de macarrão, mas bem feito e com molho caseiro.
Você encontra destas barraquinhas também com tomate seco e outras guloseimas nas adjacências daquela rua.
Você encontra tomate seco caseiro por 6 €/kg, embora alguns vendam por 7€.
Massas típicas e tomates secos à venda por toda Bari Vecchia. Você encontra também estas embalagens com cartelatte, que são uns doces caseiros típicos da Púglia, de massa um tanto dura com calda de mosto de uva, muito saboroso!
Onde comer
A culinária bariense é extremamente diversificada: pizzas, frutos do mar, queijos, carnes e muito mais. A comida não será um problema aqui. A cidade opera um grande número de restaurantes, trattorias, pizzarias e lanchonetes.
Pratos regionais:
Patate riso e cozze - arroz, batata com frutos do mar
Fave e cicorie - feijão com chicória
Brasciole (o braciole) - carne de cavalo ou bolo de carne bovina
Cozze ripiene - mexilhões recheados
Pasta e cavoli - macarrão com legumes
Agnello con piselli - cordeiro com ervilha ou feijão
Atrás da Basílica de San Nicolau, uma espécie de padaria que serve pedaços de foccacia na hora, deliciosos e baratinhos.
Panificio Fiore
A Focaccia Barese é uma variedade específica de focaccia originária de Bari, que se destaca pela decoração com tomates cereja e azeitonas, conferindo-lhe um irresistível toque mediterrâneo.
Dizem que o melhor lugar para saborear essa iguaria local é no Panificio Fiore, uma pequena padaria situada no coração do centro histórico.
Embora a fila para comprar a focaccia possa ser longa, ela rapidamente diminui, já que muitas pessoas preferem comprá-la e comê-la enquanto continuam o passeio.
Além disso, não deixe de experimentar o calzone, outra especialidade deste estabelecimento.
Esta é uma excelente maneira de desfrutar de uma refeição rápida e econômica, enquanto apoia a economia local.
Como bônus, pode espreitar uma coluna antiga que decora o interior do estabelecimento.
Provar sgagliozze (polenta frita)
Sgagliozze é uma iguaria da região da Puglia, consistindo basicamente em quadrados de polenta frita.
Nasceram como uma refeição simples para os menos abastados, que utilizavam apenas farinha de milho e água para criar um prato que enchia o estômago a custo reduzido.
Tanto os habitantes locais como os visitantes fazem filas para comprar as Sgagliozze, e o motivo é claro: elas são surpreendentemente acessíveis, custando 10 pedaços por cerca de 2 €.
O seu exterior é incrivelmente crocante, enquanto que o interior se revela macio.
A sensação de saborear a Sgagliozze ainda quentinhas é uma experiência única, que deve incluir na sua lista de o que fazer em Bari.
Dizem que o melhor local para apreciar esta iguaria típica da Puglia é o “Maria delle Sgagliozze”, localizado no coração do centro histórico de Bari.
Passeio de Barco em Bari
O aperitivo é levado muito a sério em Itália, e em Bari não podia ser diferente.
Trata-se de um momento relaxante ao final da tarde com um copo na mão, em que os italianos correm para as esplanadas.
Ora, nada melhor do que terminar o dia a fazer um cruzeiro de barco para ver algumas das principais atrações turística de Bari a partir do mar, enquanto saboreia uma refrescante bebida.
Estes cruzeiros costumam demorar 2 horas e saem ao lado do Teatro Margherita.
Quem quiser aproveitar praia e águas azuis pode seguir para Polignano a Mare, uma província de Bari que tem algumas das melhores praias da região e fica a cerca 30 km.
Tours e Excursões com saída de Bari
Nem todos os viajantes gostam de viagens em grupo, mas reconheço fazer um tour é muito útil, principalmente para quem tem receio de se perder e não quer ter o trabalho de organizar uma viagem independente.
Se é o seu caso, então saiba que existem muitos tours com saída de Bari, sendo que alguns deles são grupos pequenos.
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