Herculano está totalmente incluídas nas cidades vesuvianas mais ricas em história, arte e beleza natural da Campânia.
A cidade de Herculano, igual a sua vizinha Pompeia, também foi soterrada pela nuvem de cinzas da erupção do vulcão Vesúvio em 79 d.C.
Embora o Parque Arqueológico de Herculano seja menos conhecido do que o de Pompéia, ele se desnuda perante os olhares de espanto de seus visitantes. De uma beleza sem igual, este verdadeiro patrimônio histórico, abriga verdadeiras joias do passado.
O que resta desta uma antiga cidade romana, construída num planalto vulcânico no sopé do Vesúvio, na região da Campania, a escassos 10 km do centro de Nápoles ficou como que congelada no tempo, sobrevivendo com o passar dos séculos de forma incrivelmente bem conservada. Isso mesmo, apesar de Pompeia ser maior e mais famosa, Herculano as construções estão muito mais bem preservadas, o que torna a experiência de conhecer esta cidade que é um encanto, fantástica! Portanto, a cidade merece uma visita.
O Parque Arqueológico de Herculano trouxe descobertas importantes para a história da humanidade e, mesmo que parte delas ainda permaneça coberta pelo atual assentamento urbano, oferece ao visitante uma experiência única.
Aliás, o fato de a cidade ter sido coberta com um manto de lava incandescente, explica o estado quase perfeito de conservação dos restos mortais de seus moradores e a conservação de materiais orgânicos como a madeira dos móveis, tecidos e os preciosos papiros, intactos, encontrados em uma vila.
Neste postagem, partilho a minha experiência no Parque Arqueológico de Herculano, incluindo muitas dicas práticas e sugestões sobre o que ver em Herculano para desfrutar ao máximo da visita.
História
Dionísio de Halicarnasso afirma que Hércules, ou seja, o Hércules dos romanos, fundou Herculano ao retornar da Península Ibérica. Segundo Estrabão, a cidade foi inicialmente controlada pelos antigos ópios e seus descendentes, os oscos, posteriormente pertenceu aos etruscos e pelasgos, e finalmente caiu nas mãos dos samnitas. Assim como Pompeia e Estábias, Herculano deve ter feito parte da confederação nocerana. Rebelou-se contra Roma durante a Guerra Social e foi sitiada pelas tropas de Tito Dídio, legatus (tenente) de Sula, que a conquistou em 89 a.C. A partir daquele momento, Herculano se tornaria um município romano, sob uma política que envolvia cidades em todo o centro e sul da Itália. A cidade, cercada por modestas muralhas, foi construída aos pés do Monte Vesúvio, em uma colina vulcânica que se precipitava abruptamente sobre o mar. A leste e oeste, era delimitada por duas torrentes. Duas entradas de origem fluvial proporcionavam plataformas de desembarque seguras e naturais.
Escavações profundas realizadas em vários pontos mostraram que o traçado da cidade, com sua subdivisão em lotes regulares, foi planejado durante a primeira metade do século IV a.C.
Uma profunda renovação urbana ocorreu durante o reinado de Augusto, quando numerosos edifícios públicos foram construídos ou radicalmente reformados, incluindo o Teatro, a Basílica de Nônio Balbo, o aqueduto, a rede de fontes públicas e o Castella Aquarum, os templos da Área Sagrada, as Termas Suburbanas, as Termas Centrais e o Palestra ou Ginásio.
Um terremoto devastador devastou a cidade em 62 d.C., deixando numerosos edifícios à beira do colapso. Vespasiano financiou a reconstrução da chamada Basílica, construída durante o reinado de Cláudio, e do templo, que ainda não foi escavado.
O templo ficava perto do ginásio e era dedicado à Magna Mater. Muitos outros projetos de reconstrução foram documentados utilizando técnicas arqueológicas.
Importantes áreas residenciais foram escavadas no século XVIII com o uso de galerias (a Basílica de Nônio Balbo e a Basílica, também conhecida como Basílica), ou, por estarem localizadas fora do parque arqueológico (o Teatro e a Vila dos Papiros). A estrutura da cidade foi organizada ao longo de pelo menos três decúmanos, dos quais apenas dois foram escavados a céu aberto. Eles são atravessados por cinco cardos, perpendiculares ao decúmano e à linha de costa. O terceiro, o quarto e o quinto são escavados a céu aberto.
As escavações em Herculano começaram em 1738 e continuaram utilizando a técnica de galerias subterrâneas e poços de descida e ventilação até 1828, quando as escavações a céu aberto foram autorizadas, as quais continuaram até 1875. Essas obras foram interrompidas por um período extremamente longo. Elas seriam retomadas em 1927 por Amedeo Maiuri, que as concluiu em 1958. Em 1961, novos trabalhos foram realizados no setor norte da Ísula VI e ao longo do Decumanus Maximus.
Durante esses últimos vinte anos, a antiga praia, a faixa mais ao sul da área arqueológica, foi explorada.
A pequena área do parque arqueológico e o fato de que, na área escavada a céu aberto, muitos dos edifícios e sítios que geralmente faziam parte da arquitetura monumental, civil e religiosa das pequenas cidades da Itália romana no século I d.C. (templos, edifícios públicos e até mesmo o próprio fórum) estão ausentes, podem levar a descartar uma visita a Herculano e optar pela mais famosa, extensa e monumental Pompeia.
No entanto, os fenômenos peculiares que varreram Herculano do mapa, soterrando-o sob rios de piroclastos, que se solidificaram a uma altura média de cerca de 16 metros, determinaram um fenômeno de conservação completamente original, que não ocorreu em Pompeia. Em Herculano, de fato, não apenas restos orgânicos (plantas, tecidos, objetos decorativos, partes estruturais de edifícios de madeira e até mesmo um barco descoberto em 1982 na antiga praia) foram encontrados, mas também, e sobretudo, os andares superiores dos edifícios, que nos permitem compreender plenamente.
Como chegar
A partir de Nápoles, a melhor forma de chegar a Herculano é, sem qualquer dúvida, de comboio.
Há múltiplas partidas ao longo do dia da estação Napoli Garibaldi e, uma vez chegado à povoação de Herculano, basta percorrer 500 metros em linha reta até à entrada do complexo arqueológico.
Os trens da Circumvesuviana levam 25 minutos para chegar de Nápoles até Herculano (valor da passagem: 2,20 €). Para chegar até as ruínas, desça na estação Ercolano Scavi. Ali você verá uma pequena praça. Siga na diagonal para a direita (única saída da praça) e caminhe 8 quarteirões em uma descida, pela Via IV Novembre. Chegando ao Grande Arco, você verá a bilheteria e entrada para o sítio arqueológico.
MAV – Museu Arqueológico Virtual

Não deixe de visitar o Museu Arqueológico Virtual de Herculano – em minha opinião, é obrigatório. O museu fica a 400 metros da estação de caminhos-de-ferro Ercolano Scavi, a caminho do complexo arqueológico (nem sequer precisa fazer qualquer desvio para lá chegar).
Dica: visite o MAV antes de tudo o resto. Infelizmente, entre o início de junho e o final de fevereiro o museu só abre às 10:00 h mas, ainda assim, julgo ter mais lógica visitar primeiro o museu, só depois as ruínas propriamente ditas.
Informações Úteis

Para visitar Herculano, é aconselhável utilizar um mapa e um áudio guia, disponíveis na recepção do local.
A maioria das pessoas deve contar com pelo menos três horas para visitar Herculano (incluindo o museu). Para os viajantes com muito interesse em locais históricos, no entanto, é possível passar muito mais tempo em Herculano tentando conhecer todas as casas e recantos da cidade.
Horários de Funcionamento:
• De 1º de abril a 31 de outubro das 8h30 / 9h00 às 19h30 (última entrada 18h00);
• De 1º de novembro a 31 de março das 8h30 às 17h00 (última entrada 15h30);
Bilhetes
Os bilhetes podem ser adquiridos nas bilheteiras oficiais localizadas na entrada do parque arqueológico ou online (com entrada prioritária). Os ingressos normais custam 13 € por pessoa; apenas 2 € para cidadãos da União Europeia com idades entre 18 e 25 anos não completos; bilhete gratuito para menores de 18 anos. Para mais informações visite o site oficial.
Em épocas de muito movimento, ceio que valerá a pena comprar com antecedência. Quando cheguei a Herculano reparei num balcão da GetYourGuide que agilizava o processo; pelo que admito que, em dias de grande afluência, perderá menos tempo se comprar o ingresso prioritário com antecedência.
Em qualquer dos casos, não se esqueça de recolher o material informativo – incluindo um mapa – oferecido na bilheteira. É muito útil.
Nota: É evidente que, se quiser mesmo, consegue coordenar o tempo para Pompeia e Herculano no mesmo dia. Mas, em minha opinião, vai ser tão cansativo que não recomendo. Se você tiver apenas um dia para visitar e tiver que escolher apenas uma das duas cidades para visitar, opte por Herculano. Digo isto, porque Pompeia é muito grande. Se não quiser ficar o dia inteiro na cidade, você tem que escolher muito bem o que quer ver, pois ela tem o inconveniente de algumas casas só abrirem em determinados dias da semanas e em determinados horários do dia.
Dica: Caso visite Herculano durante o verão, saiba que o calor pode ser abrasador. Leve água e um boné, já que as sombras não abundam.
Em teoria, o melhor seria visitar Herculano de manhã cedo, logo na abertura. Infelizmente, o horário do Museu Arqueológico Virtual não ajuda para quem quiser visitá-lo antes das ruínas. De qualquer forma optamos por visitar Herculano pela manhã e Monte Vesúvio à tarde. Se não for este o seu caso, talvez ir a Herculano durante a tarde seja mais sensato.
O que ver em Herculano
Entre as preciosidades encontradas em Herculano, há afrescos e mosaicos, estátuas, tendas de mercados e vilas. A grande diferença entre Herculano e Pompeia, é que em Herculano havia também um ‘subsolo’, que, assim como o andar principal, está muito bem conversado.
O Parque Arqueológico de Herculano é muito mais compacto do que o de Pompeia. Na verdade, a cidade estava localizada junto ao mar, além de limitada naturalmente por dois rios, a este e oeste, cujas baías formavam portos naturais seguros.

Mas isso não faz com que Herculano tenha pouco para ver. Até porque, o estado de preservação das casas e pinturas, é incomparavelmente superior ao de Pompeia. Ou seja, apesar da visita ser menos cansativa é fácil ver tudo – ou quase tudo dada a organização compacta de Herculano. Não se admire se demorar bastante tempo a apreciar cada recanto do parque arqueológico.
Eis alguns dos locais mais interessantes no Parque Arqueológico de Herculano, entre as mais de 40 casas e edifícios públicos visitáveis.
Antiquário de Ercolano
O Antiquarium di Ercolano, localizado fora da área do sítio arqueológico, mas dentro da zona arqueológica, próximo às escavações exibindo tesouros próximos ao local onde foram encontrados.
Todas as obras resultantes dessas escavações permanecem em Ercolano, juntamente com aquelas provenientes das escavações dos últimos vinte anos, como a estátua loricada de Nono Balbo, os maravilhosos relevos arcaicos, o peplóforo e a Amazona da área da Vila do Papiro. Ele apresenta a história de Pompeia desde a era samnita até 79 d.C., exibindo artefatos como afrescos da Casa do Bracelete de Ouro e o triclínio da Casa de Menandro.
O Antiquarium di Ercolano oferece uma rara oportunidade de ver estátuas em suas cores originais do período romano, demonstrando o refinamento dos habitantes de Herculano.
Além disso, o museu abriga objetos valiosos, como joias, moedas e itens do cotidiano da elite romana, descobertos durante escavações.
O museu também exibe moldes recentes de vítimas da vila de Civita Giuliana.
Os visitantes também podem explorar uma sala com um barco romano nas proximidades, o que torna a experiência única deste museu ainda mais especial.
Pavilhão de Barcos Herculano
Além das áreas arqueológicas, você também pode visitar o Pavilhão de Barcos Herculano, o único encontrado sob a lava no que era o antigo porto da cidade. Segundo a reconstrução histórica, o navio apresentado ali era o único na costa que não navegaria no dia da tragédia. Estudiosos dizem que ele estava no porto para reparos, já que, provavelmente, apresentava problemas.
Interessante frisar que os habitantes ricos da cidade, que era, em sua maioria, uma cidade da aristocracia romana, foram em grande parte salvos, navegando para longe dali, e segundo recentes estudos, descobriu-se que apenas os mais pobres, principalmente escravos, não conseguiram escapar a tempo e os seus ossos estão amontoados no Fornici.
Fornici

Fornici era o nome do armazém portuário da cidade. Quando a erupção vulcânica ameaçou matar o povo de Herculano, muitos moradores tentaram escapar pelos armazéns, mas em vão. Em 1980, cerca de 300 esqueletos humanos e artefatos foram encontrados aqui.

Área Sacra
A Área Sacra, localizada ao sul das muralhas de Ercolano, através da Porta Marina, é um notável sítio histórico que contém recintos sagrados e outras estruturas. Este tesouro arqueológico único abriga diversos templos e espaços cerimoniais. Em seu centro, ergue-se a imponente estátua de Nônio Balbo.
Este lugar extraordinário é parada obrigatória para os visitantes devido ao seu significado histórico e valor cultural incomparáveis.
Ponte de Acesso, Casa d'Argo e Casa de Aristides
Vista para o norte da Ponte de Acesso em direção a Cardo III.
Banco no lado norte da porta de entrada.
Casa dello Scheletro

A Casa dello Scheletro, também conhecida como Casa do Esqueleto, é uma construção de dois andares em Herculano. O andar superior recebeu esse nome quando um esqueleto foi descoberto durante uma escavação no século XIX. Hoje, resta apenas o térreo. O projeto combina três casas e apresenta uma entrada pavimentada com mosaicos de Cardo III. No interior, os visitantes podem explorar um átrio, um tablinum e um ninfeu adornados com calcário e afrescos.
Casa del Tramezzo di Legno
A Casa del Tramezzo di Legno, também conhecida como Casa da Divisória de Madeira, é uma antiga casa romana bem preservada, localizada em uma área escavada.
Esta casa patrícia possui portas de correr de madeira que separam o átrio do escritório.
O edifício ocupava um quarteirão inteiro e, mais tarde, foi transformado em uma pousada. O tamanho original desta imponente casa pode ser inferido pelos restos de colunas em seu átrio.
Casa da Herma de Bronze

Esta pequena habitação foi organizada em torno de um átrio em estilo toscano (o teto repousa sobre as vigas), com um piso de opus signinum, uma bacia central de tufo e paredes decoradas com pinturas do 3º estilo. 
Este cômodo exibe a escultura em bronze do herma (um busto sem braços, sobre um pilar) do proprietário da casa.

Extremamente interessantes são o tablinum, com seu piso de opus sectile, e o triclinium, localizado atrás dele. Este último contém algumas pinturas que foram restauradas durante o período do 4º estilo. Entre elas, destaca-se uma pintura de uma paisagem marítima.
Átrio da Casa do Mosaico
Esta casa recebeu esse nome devido à decoração em mosaico do tabuleiro de xadrez do átrio.
O pavimento em mosaico das fachadas e do átrio está intacto; o do corredor de entrada é em quadrados com emblemas decorativos e lembra os motivos de um tapete.
O piso do átrio apresenta um desenho geométrico simples, com grandes retângulos pretos e brancos. A ondulação do pavimento se deve à cedência do solo sob o enorme peso da massa eruptiva.
A suíte arquitetonicamente incomum, com absides e cômodos abobadados, dá nome à casa.
Toda a habitação no piso térreo é formada por retângulos de duas casas contíguas, originalmente independentes e posteriormente unidas numa só, com uma grande porta comunicante no vestíbulo da entrada principal.
Termopólio
Indo para oeste ao longo do Decumanus Inferior a partir da junção com Cardo V está o Termopólio.
Local utilizado para a compra de alimentos já preparados e cozinhados, o termopólio é uma estrutura relativamente simples, constituída, regra geral, por uma pequena sala aberta para a rua, com um balcão com cavidades onde eram colocadas jarras de cerâmica (dólios) com a comida quente pronta a consumir.
Casa do Cervo ou Casa dos Veados
Uma das villas romanas mais elaboradas de Herculano, propriedade de uma família de classe alta, a Casa dos Veados foi projetada para aproveitar ao máximo as suas vistas para o mar.
Deve o seu nome às estátuas de mármore de cervos encontradas no jardim.
Ao que consta, terá sido totalmente remodelada pouco antes da erupção do vulcão Vesúvio, sendo o átrio a única parte que sobreviveu da casa original.
Banhos Termais (Thermae)/Termas Suburbanas
Os Terme Centrali ou Banhos Centrais têm suas origens no século I a.C. e foram escavados em 1931.Construído entre as muralhas e o mar no início do século I, este complexo de banhos é um dos mais bem preservados da antiguidade.
Boa parte da população de Herculano não tinha água em casa, pelo que o recurso aos banhos termais era uma necessidade. Mas, as pessoas frequentavam os banhos termais não apenas para tomar um banho, mas também para socializar, conversar, comer ou até para procurar apoio político, por assim dizer, um acontecimento social.
O banheiro era dividido em áreas para homens e mulheres, com vestiários, nichos na parede para guardar roupas e salas quentes e frias.
Nas Termas de Herculano, havia banhos quentes ao estilo turco, piscinas, saunas, casas de massagem e ginásios, acessíveis mediante pagamento de uma taxa classificada pelos historiadores como “modesta”.
Fonte na extremidade norte do Cardo IV, em Decumanus Maximus.


Originalmente fazia parte da Casa del Salone Nero, funcionava como oficina de metalúrgico. Na loja, que possui um longo banco/balcão na fachada, foram encontrados o cadinho de fusão, alguns potes de terracota usados para resfriar peças forjadas e alguns elementos de madeira carbonizada que provavelmente serviam para alimentar a chama do cadinho, além de ferramentas de ferro. Também foram recuperados lingotes de chumbo, pedaços de cano, pesos de calcário nos quais seria necessário soldar a alça de ferro, um candelabro de bronze com base de mármore e uma estatueta de Baco em bronze com decoração em ouro, prata e cobre, todos em processo de reparo.

Casa do Salão Negro
Bar e Loja de Bebidas
No pilar de entrada, há uma placa com quatro jarras ou cucumae (termo que sobreviveu em alguns dialetos italianos) de cores diferentes. Ela também indica as bebidas vendidas e o preço do vinho. Acima de tudo, aparecem a inscrição para Sancum e a figura de Semo Sancus, uma divindade frequentemente comparada a Hércules, em cujo nome as pessoas juravam para fins comerciais.
O painel abaixo, com a palavra NOLA escrita em vermelho, é um anúncio de um espetáculo.
Nele, pode-se ler algo incomum, ou seja, o nome do artista: scr(i)ptor Aprilis a Capua. O estabelecimento era talvez uma caupona ou estalagem, onde bebidas e comidas eram servidas, já que nas cidades romanas as pessoas frequentemente almoçavam fora de casa (prandium = almoço).
Salão dos Augustals ou Augustali
Essa estrutura quadrada era a sede do College of the Augustales, um culto de homens livres dedicados ao imperador Augusto.
O esqueleto do zelador do edifício foi descoberto em sua cama, provavelmente aguardando sua morte em decorrência da erupção.
O Augustali tem um surpreendente formato quadrangular, em minha opinião, um dos lugares de visita obrigatória.
Casa do Átrio – Mosaico

A Casa do Átrio – Mosaico é uma residência aristocrática edificada numa localização privilegiada da cidade, cujo nome deriva do mosaico geométrico existente no átrio da casa. Mas não é esse o único motivo de interesse.
O antigo tablinum (escritório), por exemplo, foi convertido num majestoso salão com três naves, assemelhando-se a uma basílica – que, ao que consta, é o único exemplar do gênero até agora descoberto em toda a área em torno do vulcão Vesúvio.
Esta parte da cidade inclinava-se abruptamente para sudoeste e terminava num penhasco íngreme; eram necessários compartimentos subterrâneos robustos e elaborados para manter as últimas casas niveladas.
Casa Galba
Esta casa recebeu o nome em homenagem a um busto do Imperador Galba, mas este foi encontrado na rua em frente à casa. Atualmente no Museu Arqueológico de Nápoles.
Esta era uma habitação do tipo patrício, que talvez se estendesse por toda a ínsula, de um cardo ao outro.
No interior, abre-se de um lado do peristilo uma série de pequenas salas isentas de qualquer decoração e, do outro lado, uma grande êxedra, que ainda preserva parte de sua decoração no estilo arquitetônico IV. O peristilo republicano é de particular interesse, com suas colunas de tufo dórico tardio; estas foram posteriormente revestidas com estuque colorido e, ao mesmo tempo, os espaços intercolunares foram fechados por um pódio. No centro, há uma bacia cruciforme revestida de mármore. As outras colunas, agora inseridas nas paredes do cubicula do lado sul, sugerem uma colunata formada por uma ordem dupla de colunas, um exemplo único na arquitetura privada de Pompeia e Herculano.
Casa do Alívio de Télefo
Essa casa de três andares, construída entre 27 a.C. e 14 d.C., foi decorada com esculturas da escola neo-áttica, incluindo um dos Relevos de Télefo ou Rilievo di Telefo. Ele era filho do lendário fundador da cidade, de acordo com Dionísio de Halicarnasso, Hércules.
Jardim do Ócio e de Lazer da Casa do Socorro de Télefo
No chamado "jardim das romãs", uma nova estrutura oferece ao visitante a oportunidade de permanecer confortavelmente sentado em espreguiçadeiras dobráveis de um forte tom vermelho-bordô, que lembra idealmente a romã madura, onde poderão fazer uma pausa, durante a visita ou ler e consultar volumes em diferentes idiomas selecionados para esse fim.

Padaria de Sex. Patulcus Felix

Ao longo do trecho norte do Cardo V, o mais largo dos três escavados até hoje, surgem inúmeras lojas. São longas e estreitas, e o mezanino era usado como moradia. A área abriga as duas únicas pistrinas (padarias) descobertas na cidade. Ambas tinham dois moinhos e eram menores que as de Pompeia. Além disso, os numerosos moinhos manuais descobertos durante as escavações atestam o fato de que, em Herculano, as pessoas moíam o trigo predominante em suas próprias casas. O pistor (padeiro) Sex. Patulcus Felix era o proprietário do pistrinum no número 8, como evidenciado por um anel de sinete descoberto lá. O forno foi construído atrás do salão em forma de abside da Palestra e, como proteção contra o mau-olhado, dois falos de estuque estavam pendurados na entrada, idênticos aos encontrados em uma placa na oficina. Os 25 moldes redondos de bronze que apareceram na sala dos fundos eram os usados para assar placentae (bolos de óleo salgados).
Adega com sala nos fundos
No lado leste está um depósito de madeira carbonizada e restos de escada. As ânforas de vinho eram dispostas longitudinalmente sobre um andaime de madeira, cortado para se ajustar ao seu formato. Eram alcançadas por uma escada de madeira de navio, que agora pende no espaço, carbonizada.
Na parede norte da taberna está uma pintura de Lararium.
Grande Palestra
Na extremidade leste do sítio arqueológico encontram-se os restos de uma grande palestra. A maior parte dela permanece sob o tufo vulcânico. A colunata em seu lado oeste está preservada. No centro da palestra, havia uma fonte monumental, em formato cruciforme. No centro, erguia-se uma escultura monumental de bronze da Hidra de Lerna. Este monstro aquático, com nove cabeças, que se regenerava em duplicata se fosse decepado, foi o alvo do segundo trabalho de Hércules. Esta escultura extraordinária está em exposição no Antiquário.
Outras pinturas e fragmentos de pinturas foram encontrados na área da Palaestra em fevereiro de 1761. Atualmente no Museu Arqueológico de Nápoles.

Sacellum de Vênus
Este sacelo (câmara sagrada ou pequeno templo), cuja restauração completa após o terremoto de 62 d.C. foi realizada por Vibidia Saturnina e seu filho A. Furius Saturninus, é dedicado a Vênus.
Em frente a ele, encontra-se um altar revestido de mármore, enquanto o pronaos (vestíbulo) tinha colunas caneladas e de tufo estucado, que hoje se encontram na área circundante. A cela abobadada
conserva vestígios de afrescos que retratam o motivo do jardim: no painel pintado à esquerda da entrada, reconhece-se um leme, atributo de Vênus-Fortuna, que guiava os marinheiros.
Casa de Neptuno e Anfitrite
Um dos mais ricamente decorados na vila de Herculano, com mosaicos coloridos e um pátio, acredita-se que tenha pertencido a uma família rica. Um dos mosaicos aqui retrata o deus do mar, Netuno, ao lado de sua esposa Anfitrite, que dá nome à casa.
Um dos locais emblemáticos de Herculano, a Casa de Neptuno e Anfitrite chama a atenção devido à vistosa decoração do triclínio (sala de jantar formal numa casa romana).
A casa contém também um ninfeu (santuário consagrado às ninfas aquáticas), coberto com um mosaico de pasta de vidro, com conchas e espuma de lava e também com máscaras de mármore de inspiração teatral. 
Mesmo que tenha o tempo contado, é uma das casas que recomendo visitar em Herculano.
Casa Bicentenária

Na parte superior da casa, os arqueólogos fizeram uma descoberta extraordinária: uma caixa contendo cerca de 150 tábuas enceradas, que narram o processo judicial de Petrônia Justa. Sua mãe, Petrônia Vitale, havia sido escrava de Petrônio Estêvão e Calatória Temides. Essa mulher foi libertada, mas sua parteira afirmou que ela havia dado à luz sua filha antes de ser libertada e, portanto, sua filha era sua escrava.
Infelizmente, não sabemos o resultado do julgamento, visto que as tábuas com a sentença judicial não sobreviveram, embora pareça que o veredito do juiz tenha sido favorável à jovem.
No átrio da vila, destaca-se um portão de madeira notavelmente preservado em um dos cômodos. Este cômodo pode ter abrigado objetos valiosos ou retratos de ancestrais.
Casa Samnite
Uma das casas mais antigas de Herculano, a Samnite House tem um átrio em estilo grego pintado no 4º estilo e até mesmo uma piscina de água da chuva! 
Entre os objetos encontrados durante a escavação, há uma estatueta mutilada de Vênus calçando a sandália e fragmentos de pernas de mesa de madeira esculpidas na forma de um cachorro correndo.
Casa del Bel Cortile
Como o nome indica, essa era uma casa com um belo pátio que ocupava a maior parte da entrada.
O edifício foi construído no século I d.C. e ainda tem algumas das decorações preservadas para que possamos ver. 
Os murais aqui pertencem ao 4º estilo, que é principalmente de padrões geométricos.
Ara di Marco Nonio Balbo
Ara di Marco Nonio Balbo é um sítio arqueológico significativo em Herculano, em homenagem ao ilustre cidadão Marco Nonio Balbo. A área abriga uma estátua e um altar funerário, com suas cinzas guardadas sob o pedestal de mármore. A esplanada de mármore exibe uma cópia da estátua do influente cidadão, refletindo a admiração de seus concidadãos.
Vila dos Papiros
A Vila dos Papiros era a antiga sede de uma biblioteca, e continha manuscritos romanos salvos das ruínas entre 1752 e 1754.
Esses rolos, preservados pelas cinzas vulcânicas, contêm textos filosóficos gregos que ainda são legíveis!
Os papiros são mantidos em lugares como a Biblioteca Nacional de Nápoles, a Academia Francesa de Ciências de Paris, a Bodleian Library em Oxford e a British Library em Londres.
Essa vila pertenceu ao sogro do conquistador Júlio César, Lucius Calpurnius Piso Caesoninus.
Monte Vesúvio
O Vesúvio é o único vulcão ativo na Europa continental que teve uma erupção no século XX, podendo entrar em erupção a qualquer momento. Até hoje é considerado o vulcão mais perigoso e mais monitorado do mundo, devido ao enorme perigo de uma nova erupção acontecer e destruir as cidades aos pés do monte. O Monte Vesúvio é um dos principais vulcões ativos de Itália, juntamente com o Vulcão Etna, na Sicília, e o Stromboli, localizado na ilha homônima. O Vesúvio é mundialmente famoso por ter sido responsável pela destruição das cidades de Pompeia e Herculano em 24 de agosto de 79 d.C. e até hoje gera um certo temor às pessoas.
A ideia de visitar um vulcão pode parecer assustadora, principalmente sabendo que ele ainda está ativo e pode entrar em uma violenta erupção a qualquer momento, porém todas as atividades sísmicas e vulcânicas são monitoradas diariamente. Caso a visita não possa ser realizada, há emissões de avisos para moradores e visitantes. Portanto, informe-se antes sobre o monitoramento para visitar o Vesúvio.
Os responsáveis pelo monitoramento do Vesúvio é o pessoal do Observatório Vesuviano.
As cinzas que o vulcão expele, vez ou outra, já causou o fechamento de diversos aeroportos na Europa. Dizem que, infelizmente, as cidades próximas não têm um plano de evacuação funcional (mesmo com tanto controle nas atividades do vulcão) e no caso de um erupção aproximadamente 5 milhões de pessoas sofreriam as consequências.
A temperatura das cinzas tóxicas do vulcão pode chegar a 300°C e as pedras, os detritos e a lava podem ser lançados a centenas de metros de altura, sem local exato para ‘pousar’.
Quando a cidade romana de Pompeia estava localizada encostas do Monte Vesúvio, a região era já então, uma zona com elevado risco vulcânico. Os tremores de terra eram frequentes, mas as terras eram férteis e o dinamismo da cidade fazia com que os seus habitantes pesassem bem os prós e contras de viver em Pompeia, na sombra do Monte Vesúvio.
Hoje, o Monte Vesúvio é uma grande atração turística do sul de Itália, gerida pelo Parque Nacional do Monte Vesúvio, e subir ao seu topo, de forma a poder espreitar para a sua cratera, é algo que está acessível a quase qualquer um, e que é feito por milhares de pessoas todos os anos.
A estrutura do Monte Vesúvio faz dele o típico extrato vulcão, isto é, um vulcão em forma de cone, formado pela deposição sucessiva de magma ejetado nas suas erupções efusivas. Exemplos semelhantes ao Vesúvio são: o Vulcão do Pico, nos Açores, e o Vulcão do Fogo, em Cabo Verde.
O Monte Vesúvio entrou em erupção por diversas vezes. Embora as erupções de 472 e 1631 tenham sido de grande magnitudemas, nunca com o poder destrutivo da erupção histórica de Pompeia e Erculano. Em particular, no século XX, o Monte Vesúvio teve erupções em três ocasiões, sendo a última em 1944. Esta última erupção do Vesúvio formou a cratera como se vê hoje, destruindo uma das primeiras estruturas a ser ali montadas para efeitos turísticos e um funicular (curiosamente a popular canção “Funiculì, funiculà” foi escrita para celebrar a abertura deste funicular, em 1880).
Não houve mais erupções desde 1944, e o Monte Vesúvio entrou em mais uma das suas características fases de “adormecimento”. No entanto, ninguém sabe quando o Vesúvio voltará a acordar, nem com que violência.
Aproveitando esta nova fase tranquila do Monte Vesúvio, o acesso à cratera do Vesúvio é bastante facilitado. Uma estrada asfaltada segue agora pelas encostas do Monte Vesúvio acima, até à altitude aproximada de 1000 m, sendo que no final da estrada se encontra uma pequena área, chamada Piazzale di Quota 1000, com um Posto de Controle onde os bilhetes de entrada no Parque do Monte Vesúvio são verificados.
A partir dali, o caminho é feito a pé, com um desnível vertical de cerca de 200 m, numa subida curta (cerca de 45 min.), mas sempre inclinada até à borda da cratera do Monte Vesúvio.
Nota: Quando chegar ao topo do Vesúvio, deve ter cuidado ao acercar-se dos miradouros e certificar-se que está bem apoiado e seguro ao tirar fotografias. Ainda recentemente, um turista americano deixou cair o celular, sofrendo uma queda de vários metros ao tentar recuperar o aparelho, acabando por ter de ser resgatado pelos guardas do parque.
Dicas Práticas
Subir o Monte Vesúvio é uma das atividades mais populares para quem visita Pompeia, um dos destinos turísticos mais populares no sul de Itália. Assim, é conveniente planificar adequadamente a sua subida ao Monte Vesúvio, de forma a aperfeiçoar o seu tempo e evitar contratempos.
1. Quando subir o Monte Vesúvio
O Monte Vesúvio pode ser visitado todo o ano, sendo que a hora de abertura é às 9:00 h e a de fechamento é às 18:00 h (julho-agosto) e 15:00 h (inverno). No verão as temperaturas no Vesúvio podem ser bastante elevadas e, embora o fator altitude diminua a temperatura, as sombras na subida à cratera do Monte Vesúvio são inexistentes. Se subir o Monte Vesúvio no verão, prepare-se com bastante água e protetor solar.
2. Como comprar o bilhete de ingresso para subir o Monte Vesúvio
O bilhete de ingresso para subir o Monte Vesúvio só pode ser adquirido online através do site do Parque Nacional do Monte Vesúvio. Muitas pessoas chegam ao Posto de Controle convencidas que os bilhetes podem ser ali adquiridos, mas tal não é possível.
Sendo assim, deve comprar antecipadamente o seu bilhete de ingresso e não deve esquecer que, na época alta, os lugares são preenchidos rapidamente. Isto porque o Parque Nacional do Monte Vesúvio programou uma estratégia de limitação de ingressos, sendo apenas possível entrarem 50 pessoas a cada dez minutos.
Quando comprar o bilhete online para o Vesúvio, deve indicar a hora a que quer iniciar a subida a pé. Pode passar pelo Posto de Controle até meia hora antes, e hora e meia depois dessa hora marcada, mas depois disso não lhe será permitida a entrada (não havendo reembolso).
Site Oficial para compra de ingressos:
3. Como chegar a Itália e ao Monte Vesúvio
A melhor forma de chegar à Itália e ao Vesúvio é de avião, sendo Nápoles a principal cidade mais perto.
Uma vez instalado no sul de Itália, para chegar ao Monte Vesúvio há duas opções, ou em transporte próprio, ou em transporte público. Se tiver veículo próprio, isso irá dar-lhe autonomia para visitar outros locais e cidades nas redondezas junto com o Vesúvio. No entanto, não é possível estacionar o carro junto ao Posto de Controle.
No entanto, a maneira mais simples e com menos preocupação de chegar ao Monte Vesúvio é usar os transportes públicos, combinando com uma visita a Herculano e Pompeia. É possível chegar facilmente a Pompeia em transporte público, a partir de Nápoles ou Sorrento.
A melhor forma é usar o comboio. A Circumvesuviana é uma rede urbana de seis linhas ferroviárias que liga Nápoles a cidades nas suas redondezas, com início na Estação Napoli Porta Nolana e com centro logístico na Estação Napoli Garibaldi. A linha que serve Pompeia é que liga Nápoles à cidade de Sorrento. Deve sair na estação Pompei Scavi.
De acordo com a hora que escolheu quando comprou o bilhete para o Monte Vesúvio, deve apanhar um autocarro em frente à estação de comboio. A designação do autocarro é EAV e parte de hora em hora (aproximadamente). O primeiro autocarro para o Vesúvio sai às 09:00 h da manhã de Pompeia e o último que sai do Posto de Controle é às 18:15 h. O autocarro para o Vesúvio custa 3.10 €/pessoa e demora 00:50 min a chegar ao Posto de Controle. Deve, assim, apanhar o autocarro para o Vesúvio que parte 1 hora antes da hora que tem marcada no seu bilhete. O bilhete de autocarro para o Vesúvio é adquirido no próprio autocarro.
Nota: Lembre-se de que quando entra no autocarro já tem de ter o bilhete de acesso ao cume do Monte Vesúvio comprado online. No Posto de Controle não se vendem bilhetes nem há internet para poder comprar online.
Muito Importante: para quem for visitar o Vesúvio com o carro é obrigatório reservar o estacionamento neste site (mesmo site para compra dos bilhetes online):
4. Visitar o Monte Vesúvio em excursão guiada
Se não se quiser chatear com os detalhes de acesso aos locais e de organização da visita ao Vesúvio, você pode contratar uma excursão guiada, a partir de Nápoles ou Sorrento, sendo uma ótima opção, pois pode combinar Pompeia e o Monte Vesúvio num só dia sem preocupações.
5. Onde dormir quando visitar Vesúvio
As melhores bases para se fixar quando visitar Pompeia e o Monte Vesúvio são as cidades de Nápoles e de Sorrento.
Em Pompeia e perto do Vesúvio, as opções de alojamento são variadas e nunca se encontram longe do sítio arqueológico das ruínas da antiga cidade romana.
Na gama de preços mais razoáveis, pode escolher entre a Casa Pacifico B&B, o Hotel Piccolo Sogno, e o Palazzo Archeo.
Excelentes opções de gama média são a B&B Pompei Hostel Deluxe, B&B Pompei Central, ou a Residenza Madonna.
Na gama mais alta, opte pelo Hotel Fórum ou pelo Grand Hotel Royal, ou ainda pelo clássico Habita79 Pompeii – MGallery.
Subir e Visitar o Monte Vesúvio
A subida ao topo do Monte Vesúvio é constante, por vezes íngreme, e o piso é um pouco irregular, sendo que o seu grau de dificuldade pode ser considerado moderado, embora curta. A subida demora entre 30 a 45 minutos. Ou seja, desde que seja uma pessoa que não tenha problemas de locomoção, a subida ao topo do Monte Vesúvio é algo que fará sem problemas. Quando subimos ao Monte Vesúvio, havia crianças a fazê-lo (embora algumas mais pequeninas iam ao colo do pai) e também algumas pessoas com mais idade. Pessoas com mais peso poderão ter mais dificuldade em subir o Vesúvio, mas também existe uma corda ao longo do caminho que pode servir de apoio. Atenção: devem ter tênis para treking, evite sapatos com a sola lisa porque você pode escorregar.
1. A subida ao Monte Vesúvio
O terreno é um pouco escorregadio, uma vez que é em terra e pequenas pedras, mas com algum cuidado a progressão é fácil. O meu marido acabou por escoregar e ir ao chão, tendo que ter ajudar para se levantar. Por sorte não se machucou. Lembre-se, deve sempre subir ao seu próprio ritmo, parando se necessário para recuperar o fôlego. E, claro, para desfrutar das vistas do Vesúvio!
Ao longo da subida as vistas para a baía de Nápoles são cada vez melhores. No entanto, só terá vistas da cratera quando chegar à borda da cratera do Vesúvio, já depois de ter passado por umas bancas a vender recordações.
2. A caminhada ao longo da borda da cratera do Monte Vesúvio
Depois de chegar ao primeiro miradouro com vista para a cratera do Monte Vesúvio, pode descansar um pouco e deliciar-se com a visão da enorme cratera, cuja forma atual se deve à erupção de 1944, com cerca de 300 m de profundidade e mais de 600 m de diâmetro.
Se tiver pouco tempo ou estiver muito cansado, a caminhada até ao topo do Monte Vesúvio poderia ficar por aí e poderia começar a descer. No entanto, não recomendamos isso, pois o Monte Vesúvio ainda tem mais a oferecer. Segue-se uma caminhada ao longo da borda da cratera do Vesúvio, sendo que é percorrido cerca de um quarto do perímetro total. O acesso ao resto da borda da cratera do Monte Vesúvio, a sua parte mais alta, está vedado aos visitantes.
3. Miradouro da Cratera do Monte Vesúvio
Ao longo da caminhada pela borda da cratera do Vesúvio, irá cruzar-se com vários miradouros que, do seu lado esquerdo, permitir-lhe-ão ter diferentes perspectivas da cratera. Quando chegar ao topo deve ter cuidado ao acercar-se dos miradouros, certificar-se que está bem apoiado e seguro ao tirar fotografias. Do seu lado direito irá ter vistas fabulosas sobre a baía de Nápoles e as cidades de Pompeia e Herculano. Irá, com certeza, parar várias vezes para tirar fotografias e selfies no Vesúvio, mas recorde-se que terá de fazer o caminho de volta e ter de controlar o tempo, pois o último autocarro sai do Posto de Controle às 18:15 h.
4.Borda da Cratera do Monte Vesúvio
Ao descer do topo do Monte Vesúvio, para além das vistas aéreas de Nápoles, notará uma borda exterior, florestada, que corresponde a uma cratera mais antiga do Monte Vesúvio e que terá colapsado.
5. Descanso no final da subida do Monte Vesúvio
No final da caminhada ao longo da borda da cratera do Monte Vesúvio, em ligeira subida, atingirá uma cabana onde se vende algumas recordações, mas onde poderá descansar com uma vista fabulosa, incluindo as ruínas da antiga Pompeia, e onde deverá beber um copinho de lemoncello, o licor típico da Península Sorrentina e da Costa de Amalfi. Isto para comemorar convenientemente ter chegado ao topo do Monte Vesúvio, o vulcão mais perigoso da Europa!
6. Golfo de Nápoles
Diante de si, do topo do Monte Vesúvio, estende-se todo o Golfo de Nápoles, desde a Península Flegrea, a norte, com as ilhas de Procida e Ischia ao largo, até à Península Sorrentina, com a ilha de Capri. Uma visão digna dos deuses ali no Vesúvio!
7. Descida do Monte Vesúvio
Na descida deve redobrar os cuidados para não escorregar no piso incerto. O trajeto irá ser feito em bastante menos tempo, mas não deixe de desfrutar das vistas que agora se lhe deparam pela frente do Vesúvio.
8. Regresso a Pompeia
Depois de subir e descer do topo do Monte Vesúvio é só esperar no Posto de Controle pelo autocarro seguinte e descansar durante a viagem até Pompeia. Dali poderá seguir para onde está alojado, ou então prosseguir com uma visita às ruínas da antiga cidade romana, a poucos quilômetros do Monte Vesúvio.
Curiosidades e Histórias sobre o Vulcão Vesúvio
O vulcão é cercado de histórias bem interessantes e seria impossível reproduzir todas elas aqui, mas para visitar o vulcão é importante saber um pouco mais sobre ele. Se você gosta de saber tudo sobre o lugar que vai visitar, então não perca algumas curiosidades e um pouco sobre a história do imponente Vulcão Vesúvio.
Antigos Nomes do Vesúvio
Originalmente, os povos antigos, sem saber da presença real de um vulcão, deram vários nomes ao Monte Vesúvio, entre eles: Besùbio, Bèsuvio, Bèsbio, Bèbio, Bèmbio, Bisvio, Vèsulo, Vèsuro, Vèsulo, Vèsvio, Vesùbio, Vèsebio, Mèulo, Esbio; note que todos possuíam a raiz “ves” que significa fogo queimando terra. Os latinos o chamavam de Iuppiter Vesúvio ou Iuppiter Sommanus e o associava a Zeus. Outra ideia vinda da mitologia associava o vulcão ao Deus Baco, o deus do vinho, por causa da presença marcante das vinhas na região.
Lenda da Ira de Deus
Depois da terrível erupção que enterrou Pompéia e Herculano, surgiu a ideia, durante os primeiros estágios do cristianismo, de que toda erupção do Vesúvio correspondia à ira divina de Deus! Era, claramente, uma punição contra o povo vesuviano, que era pagão e, a partir daquele momento, na iconografia cristã, o Vesúvio foi identificado como a boca do inferno, a casa do diabo e um símbolo do mal.
Lenda Vesúvio-Inferno
Desta lenda e relação de Vesúvio-Inferno nasceram muitas outras, incluindo a lenda da origem de Pulcinella, a máscara de carnaval e o emblema teatral de Nápoles. Segundo a história de 1700, Pulcinella nasceu da casca de um ovo mágico, que surgiu no cume do Vesúvio a mando de Plutão, o deus dos mortos, a pedido de dois feiticeiros napolitanos, que preparavam a população dizendo que eles receberiam ‘um salvador’, um aliado das pessoas que remediariam situações de injustiça e opressão que pesavam tanto na cidade.
Reza uma das lendas medievais, que o povo que implorou a chegada de uma erupção iminente do Vesúvio para poder pedir ajuda a Virgilio Mago, o poeta latino conhecido por suas magias, considerado o primeiro protetor de Nápoles. Dizem que Virgílio colocou, nas proximidades do vulcão, uma estátua de bronze imensa que o representava e que tinha um dardo na boca para, em caso de erupção, o dardo fosse jogado em direção do vulcão e o assustaria, fazendo-o parar de erodir! Evidente que a ‘mágica’ contra a força da natureza não pôde fazer nada e logo depois várias outras erupções se seguiram, com menos consequências gravíssimas, porém.
Santo Padroeiro
Nápoles precisava de outro santo padroeiro, um padroeiro “efetivo”! Foi aqui que surgiu a proteção de San Gennaro, invocado várias vezes em 472 d.C. e em 512 d.C.. Dizem que durante a terrível erupção de 16 de dezembro de 1631, Nápoles acordou sentindo um forte tremor de terra seguido por uma terrível erupção que destruiu muitas cidades do Vesúvio; com a gravidade do acontecido, o busto de San Gennaro foi levado em procissão que, por estar de frente para o grande vulcão, tinha o poder de ‘acalmá-lo’. Dizem que o santo padroeiro apareceu entre as nuvens no ato da erupção e ‘segurou’ a lava, evitando uma tragédia muito maior!
A História de Pietro Damiani
Uma história muito famosa na região é a de que um homem da Igreja, Pietro Damiani, recitava salmos quando viu homens negros trazendo feno. O padre perguntou quem eram eles e eles disseram que era o demônio, que estavam ali para ‘alimentar’ o fogo com feno para matar o Duque João III queimado vivo. O padre então, que conhecia o Duque Giovanni, relatou tudo ao nobre, que o tranquilizou dizendo que nada aconteceria. Dias depois, o duque Giovanni morreu queimado e, coincidência ou não, chamas vermelhas surgiram no topo do Vesúvio. A população sempre diz que, naquele dia, os demônios estavam satisfeitos, pois haviam recebido a alma condenada, e celebraram fazendo o vulcão entrar em erupção.
Os Milagres do Vulcão Vesúvio
Mas o vulcão também é conhecido por seus ‘milagres’: no século XIX, um homem chamado Mauro, nasceu só com o rosto negro devido a uma patologia. Ele foi ao Vesúvio pedir uma graça: ser transformado em um homem “normal”. Com fé em suas orações, o vulcão “atendeu” seu pedido: ele recebeu a visita de um anjo que o levou para dentro da cratera do vulcão e soprou cinzas em seu rosto: Mauro, saindo de lá, estava com a pela do rosto branca! A partir desse momento, duas crateras do Vesúvio foram batizadas de Ângelo e Mauro.

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