Na postagem anteriores, mostrei várias cidades de nossa longa viagem pelo Leste Europeu (Romênia, Bulgária, Macedônia, Albânia, Montenegro e Croácia). Uma viagem inesquecível em todos os sentidos.
Neste vou dar detalhes dos serviços que utilizamos e o custo deles,sendo que a nossa viagem foi dividida em duas partes: 10 dias entre Portugal e Espanha e os outros 25 dias nos Bálcãs.
 
A primeira pergunta que muita gente faz é: quanto custa? Bom, isso depende. Cada pessoa/família é completamente diferente, e o que serve para uns não serve para outros. Adoro viajar, gosto tanto, tanto…, diria até que viajar não tem preço, para todas as outras existe…rsrsr…
Disse que, vimos muitos relatos de mochileiros, nada contra, mas não gostamos de viajar assim. E também o relato de uma família que viajou de motor home (chegamos a pensar nesta possibilidade – as vantagens de você viajar com a "casinha" nas costas era tentador- mas nem chegamos a fazer as contas financeiramente, ou seja, somar os custos de hospedagem + aluguel de carro, porque havia o problema com os campings, que também estava fora de cogitação para nós).

Realmente é difícil falar em gastos, pois muitos preferem gastar menos para podem viajar mais, outros já não medem esforços para terem o máximo de conforto, mesmo que isso os façam viajar menos e há os gostam de viajar na média, ou seja, gastam um pouquinho mais para ter relativo conforto com estadia e meios de locomoção.
Aqui vou me ater a falar especificamente sobre como foi a nossa viagem, como planejamos, nosso roteiro, quanto estava previsto de gasto e quanto exatamente gastamos.
Bom, nós optamos por viajar de carro onde foi possível, e onde não foi, fizemos o percurso de avião ou transfer. Onde havia hotéis da rede Accor, sempre que foi possível fizemos reserva, onde não foi possível ficamos hospedados em hotéis de três ou quatro estrelas, todos reservados pelo site da Booking.com parceiro do nosso blog.
É muito importante lembrar que a época do ano em que você viaja faz toda a diferença em gastos. Nos Bálcãs, viajamos entre abril e maio, quando ainda é baixa temporada - se você planeja viajar entre julho e agosto gastará bem mais por ser alta temporada por lá, principalmente se incluir em seu roteiro a Croácia, que já se tornou a queridinha dos Bálcãs.  

Passagem aérea
Nem vale muito a pena falarmos de preços de passagens aéreas, pois isso varia muito, inclusive dependendo de qual é o seu ponto de partida.
No nosso caso, dividimos a nossa viagem em duas partes: meu marido havia acabado de receber o seu passaporte português, então como presente do seu aniversário no dia 29/04, resolvemos passar uns dias em Porto-Esposende, onde estão os seus parentes. Fizemos roteirinhos de três dias com vários bate-volta.
E também estava louca para conhecer Madri, pois tantas vezes havia estado na Europa, em nenhuma havia incluído Madri no meu roteiro. Então, vi que dava para passar quatro dias inteiros na cidade com um bate-volta a Segóvia antes de seguirmos viagem para Porto.

Por isso disse que é bem difícil de falar em custos, pois para nós foram duas viagens em uma, porque senão poderíamos ter comprado uma passagem Rio-Bucareste-início da viagem/Dubrovnik-Rio-fim da viagem (ambas com conexão ou stopover em algum lugar). De qualquer forma foram 33 h ½ no ar, 7 voos, cada uma a R$ 795,15 por pessoa.
Se você quer saber por quanto sairia uma passagem aérea assim hoje, pesquise aí embaixo no nosso buscador do Skyscanner.
As companhias aéreas que utilizamos e os voos que fizemos foram os seguintes:

Informações Gerais sobre Passagens Aéreas
Companhia	Partida				Chegada
	Data	Origem	Aeroporto	Horário	Data	Destino	Aeroporto	Horário
Iberia	20/04/16	Rio	Galeão	18:55	21/04/16	Madri	Barajas	09:50
TAP	25/04/16	Madri	Barajas	12:20	25/04/16	Porto	Fcº Sá	12:30
TAP	29/04/16	Porto	Fcº Sá	09:30	29/04/16	Madri	Barajas	11:40
Ryanair	29/04/16	Madri	Barajas	16:10	29/04/16	Bucareste	Otopeni	20:50
Tarom	06/05/16	Bucareste	Otopeni	17:35	06/05/16	Sófia	Sófia Airport	18:50
Norwegian	28/05/16	Dubrovnik	Dubrovnik	17:50	28/05/16	Madri	Barajas	20:45
Iberia	29/05/16	Madri	Barajas	11:50	29/05/16	Rio	Galeão	17:35

Algumas considerações sobre a:
TAP- Já viajamos com ela algumas vezes, sem problemas relevantes.

Ryanair- Deixamos para fazer o check-in no aeroporto e a Empresa queria nos cobrar U$40,00 por isso. Tivemos que procurar um terminal de internet, mas não havia como imprimir. Tivemos que procurar um terminal de impressão que comeu as nossas moedas e não funcionou. Como o horário do embarque estava se aproximando, voltamos ao check-in já convencidos que teríamos que pagar a taxa. Ao explicamos para o atendente a situação, ele aceitou, mas emitiu o bilhete manualmente e tivemos que pegar a assinatura e carimbo do supervisor em outra fila. Coincidentemente, a Empresa que presta o serviço, chama-se Lesma, rsrsrs…

Tarom- Deu problema no site na hora de fazer a reserva, ocasionando a compra de três passagens iguais. Tivemos que entrar em contato com o serviço de atendimento ao cliente. Os valores foram devolvidos integralmente, inclusive o IOF cobrado pelo cartão de crédito.

Norwegian- Dito anteriormente, tivemos que antecipar a nossa volta. Ela cobrou U$90,00 para remarcar nova data.

*Além disso, algumas destas companhias low cost cobraram taxas extras por malas, por check-in não realizado, não deixam você marcar assento ou cobram por isso, assim como também, não servem refeição ou cobram por ela.
Seguro Viagem
Na Europa a gente normalmente usa o que é oferecido gratuitamente pelo nosso cartão de crédito VISA Platinum.  Mas, no Leste Europeu a velha frase bateu mais forte: “o seguro morreu de velho”.
Com as novas regras, sim, para quem não sabe, agora, não é mais assistência viagem, a palavra da vez é seguro viagem. Propostas pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), as mudanças na Resolução 315 passaram a valer a partir de 26/03/2016 e incluem as despesas médicas, hospitalares e odontológicas na lista de coberturas obrigatórias que deverão ser oferecidas aos consumidores na contratação do seguro viagem para o exterior. Então, resolvemos não arriscar e ainda mais que Romênia e Bulgária estão em fase de implantação do Acordo Schengen.
Nós fizemos um seguro de R$ 1.053,00 para 08 países, por 39 dias (ainda perdemos quatro dias porque antecipamos a volta), dois segurados. Considerando o custo diário de R$13,50, por pessoa, achei um preço bem razoável para não se correr risco.
Transporte
Não utilizamos ônibus, trem ou outro meio de transporte para no locomovermos entre os países ou cidades. Somente em Madri que usamos o metrô. Entre uma cidade e outra que utilizávamos o carro alugado. Normalmente era do Aeroporto para o hotel ou dentro do mesmo país de uma cidade para outra, era de hotel para hotel e lá percorríamos os pontos turísticos a pé. Portanto, não tivemos gastos senão com o aluguel do carro e um transfer que utilizamos para ir da Bulgária para a Macedônia.

Transfer - Aeroporto de Sófia/Aeroporto de Skopje: 110 euros
Aluguel do Carro
Foram 4.300 km, sendo 690 km em 4 dias de Portugal; 1168 km na Romênia; 867 km na Bulgária; 315 km na Macedônia; 879 km na Albânia; 381 km em Montenegro e Croácia, em 26 dias. Acrescente aqui mais 5 dias em Madri, que usamos somente metrô.
Não vou entrar em muitos detalhes aqui, pois vou fazer uma postagem intitulada “tudo que você precisa saber para percorrer aos Bálcãs de carro”. Nosso principal meio de locomoção naquela região.

Vou fazer um resumo dos custos que é o objetivo deste post. Os gastos principais efetivamente são: aluguel do carro, estacionamento, pedágio e gasolina.
Aluguel por 30 dias com imposto incluído e quilometragem livre: 2.110 euros no total (70 euros por dia)

Informações Gerais sobre Aluguel de Carro
Levantamento			Devolução			Locadoras
Data	Hora	Local	Data	Hora	Local	Empresa
25/04/16	13:00	Aeroporto de Porto	29/04/16	7:00	Aeroporto de Porto	Car Hire(CAEL)
29/04/16	22:00	Aerop. de Bucareste	06/05/16	14:00	Aerop. de Bucareste	Autoeurope(Hertz)
06/05/16	21:00	Aeroporto de Sófia	12/05/16	15:00	Aeroporto de Sófia	Arguscarhire(Enterprice)
12/05/16	19:00	Aeroporto de Skopje	28/05/16	14:00	Aerop. de Dubrovnik	Sixt Rent a Car

Portugal: 60 euros
Romênia: 100 euros
Bulgária: 67 euros
Macedônia: não abastecemos
Albânia: 40 euros
Montenegro: 65,00 euros
Gasolina: 332 euros (11 euros por dia)

Posto de gasolina em Bran, Romênia

Pedágios: Nos Bálcãs, embora tenhamos programamos o GPS para levarmos para onde teríamos que ir, sem a opção “evitar pedágios”, andamos tanto por estradas secundárias quanto por autoestradas e não pagamos nenhum.
Pagamos muitos pedágios em Portugal e Espanha. Em Portugal é obrigatório o uso da "vignett", que é um selo no automóvel de pedágio pré-pago - como já vinha incluído no aluguel do carro, nem sentimos no bolso.
Estacionamento: Nos Bálcãs os nossos gastos com estacionamentos foram bem pouco. Essa foi outra das gratas surpresas que tivemos durante a viagem: estacionar nunca foi um problema. O que foi uma boa surpresa, porque o nosso maior "medo", quanto aos custos e stress desta viagem, era justamente a questão do estacionamento.
 
Nas cidades que fizemos bate-volta, sempre procurávamos estacionar fora do centro, em ruas um pouco mais afastadas, desde que não andássemos muito a pé. E sempre deu certo! É claro que, às vezes, não foi muito fácil, como no caso de Budva em Montenegro. Estávamos voltando de Kotor no meio da tarde e a cidade estava lotada. Meu marido já não estava aguentando mais andar, então, resolvermos parar no centro histórico. Depois de algumas voltas conseguimos uma vaga em um dos estacionamentos.
  
Obviamente que não vou detalhar os custos dos estacionamentos de cada cidade que percorremos de carro, mas posso dizer que pagamos estacionamento nos principais pontos turísticos, como no Castelo de Peles, em Sinaia; no Castelo do Drácula em Bran; no Monastério de Rila na Bulgária e no Monastério de Ohrid na Macedônia; no Parque Blue Eye na Albânia. E alguns hotéis cobraram pelo estacionamento, porque o serviço era terceirizado. Mas isso, não foi surpresa, pois já sabíamos na hora da reserva. No total pagamos cerca de 23,00 euros.

Em resumo, quanto ao fator "custo", garanto que estacionar, no leste europeu, custa mais barato do que em várias cidades brasileiras, por exemplo. Acabei concluindo que o nosso gasto total com pedágios e estacionamentos foi bem inferior ao que eu imaginava.

O nosso carro furou o pneu quando estávamos passando pela Riviera Albanesa. Aqui nesta foto estamos fazendo o reparo, numa Gomisteri, que é borracharia, em Vlorë. Custou 600 Lek, mais ou menos 4,40 euros (R$19,00).
Total: 2.580 euros
Multas: Ainda não apareceu nenhuma. Tivemos um probleminha somente em Braga, mas que não se refere aos custos dos Bálcãs.
Hotéis
Este item foi que considerei o mais trabalhoso na hora do planejamento, pois foram 15 hotéis só na região dos Bálcãs, mais dois: um em Portugal e outro na Espanha. Como disse acima, reservados pela Rede Accor ou pelo Booking.com. A única ressalva que, alguns não tinham elevador, nem carregadores de malas. O que ficou bem complicado por causa do problema de saúde do meu marido.

Fora isso, todos nos atenderam perfeitamente bem, dentro das nossas expectativas, principalmente quanto ao quesito custo x benefício, considerando que eram de três ou quatro estrelas. Foram 38 diárias ao custo diário de 50 euros para duas pessoas.
 
Outros gastos

Aqui me refiro a todas as outras despesas não inclusas acima. Todas as despesas que a gente tem durante uma viagem, ou seja: alimentação (almoço e jantar- nunca ficávamos sem uma refeição descente mesmo à noite); bebidas: água, cafés (não abro mão do meu cafezinho à tarde), cervejinhas e vinhos; city tour (entradas em museus, igrejas, palácios, monastérios, etc.); souvenir (lembrancinhas, meus pratinhos de paredes, produtos típicos e presentinhos para os mais chegados).

A nossa média, por dia, nesta viagem, foi de 42,50 euros, para nós dois.
Resumo dos custos
Esta nossa viagem durou 35 dias, no total, sendo 10 dias entre Portugal e Espanha e os outros 25 dias nos Bálcãs. Foram 33 h ½ no ar, 7 voos a R$ 795,15 cada um por pessoa.
O nosso seguro viagem de R$ 1.053,00 foi para 08 países, por 39 dias (ainda perdemos quatro dias porque antecipamos a volta), dois segurados. Considerando o custo diário de R$13,50, por pessoa, achei um preço bem razoável para não se correr risco.
Foram 4.300 km percorridos de carro, em média 145 km por dia, sendo 690 km em 4 dias de Portugal; 1168 km na Romênia; 867 km na Bulgária; 315 km na Macedônia; 879 km na Albânia; 381 km em Montenegro e Croácia, em 26 dias. Acrescente aqui mais 5 dias em Madri, que usamos somente metrô. Ao custo total de 2580 euros.
Foram 15 hotéis só na região dos Bálcãs, mais dois: um em Portugal e outro na Espanha. Passamos em média uma semana em cada país e duas noites em cada lugar. Foram 38 diárias ao custo diário de 50 euros para duas pessoas e todos eram de três ou quatro estrelas. Quanto os outros gastos, nossa média por dia nesta viagem, foi de 42,50 euros, para nós dois.
Normalmente não realizamos gastos com o cartão de crédito/débito. Mas a gente sempre leva, para alguma emergência. No entanto, nesta viagem usamos muito, tanto para pagar as locadoras, que utilizamos para fazer as reservas, como usamos para eventuais saques nos caixas eletrônicos.

O Mosteiro de Saint Naum é um lugar de extrema beleza! Quando a gente acha que já está cansado de ver igrejas na Macedônia, aparece um como ele para nos surpreender. O Mosteiro de Saint Naum fica a 29 quilômetros ao sul de Ohrid, praticamente na fronteira terrestre com a Albânia.
Como chegar
Dizem que a maneira mais fotogênica de se chegar ao mosteiro é por água de barco. É um passeio turístico e imagino que ele não funcione o ano todo. O bilhete de ida e volta custa 600 dinares ou 10 € por pessoa. Com três saídas diárias (9h30m, 10h e 13h) no píer do centro de Ohrid.
A viagem até o mosteiro dura em torno de uma hora e meia. É a chance de ver Ohrid por um ângulo que não se tem por terra. Se você gosta de passeios de barco é uma experiência legal, mas para algumas pessoas pode ser que depois de um tempo o passeio fique meio monótono. E pode ser que você tenha pouco tempo para aproveitar o Mosteiro de São Naum e arredores, pois pelo último horário de saída de Ohrid, a volta deve ser às 14h30.

A outra maneira é por terra: de carro ou de táxi. No caso do táxi, você tem que achar um motorista disposto a fazer o trajeto, negociar o preço de ida e volta, mais o tempo de espera para você poder visitar o mosteiro, almoçar, comprar souvenires, etc.
Eu até li relatos de gente que foi de ônibus, mas passou perrengue para voltar. Teve que ir a pé do mosteiro até Ljubanishta, cidade mais próxima, cerca de 3 km, porque o ônibus não passava mais ali naquele dia e horário. No próprio site da Balkan Viator, quando você tenta fazer uma simulação para ir de Ohrid até Ljubanishta, ele diz: “Some bus routes are seasonal or operate only on specific days.” No site de Informações Turísticas tem muita coisa, mas nada sobre horário de ônibus. Vi que, em Ohrid tem uma Bus Station na 7-mi Noemvri Street e nas imagens do Google Maps apareciam ônibus e táxi estacionados no local. Talvez indo lá pessoalmente, consigam-se informações mais precisas.
Nós mesmos, decidimos fazer esta viagem aos Bálcãs de carro, por causa destas inconstâncias dos meios de transportes na região. Sem falar na comodidade de pode ir quando, a hora e ficar o tempo que quiser. A estrada até lá é cheia de curvas, mas é boa e muito linda! Lamentei não ter uns pontos de paradas com mirantes. Os poucos que conseguimos, deu para tirar lindas fotos...
Mosteiro de Saint Naum
O mosteiro foi fundado por São Naum no ano 905. Sim, aquele mesmo que se tornou um mestre famoso, por ter participado e estendido os trabalhos de Cyril, Methodius e St. Clement of Ohrid, num período em que a região era dominada pelo Império Búlgaro.
Bom, não podemos falar sobre os feitos de São Clemente de Ohrid e São Naum de Preslav sem falar sobre seus professores, São Cirilo e São Metódio e a situação política nos Bálcãs no século IX, então a melhor coisa a fazer aqui é contar um pouco da história:

No final do século V, grandes territórios do império romano oriental, também chamado de império bizantino, foram assumidos pelas tribos eslavas e os búlgaros. Sua união logo leva a formação de um novo país nos Bálcãs, o primeiro reino búlgaro; que no século IX tinha sua maior extensão e controle sobre a maioria dos Bálcãs.
Naquela época, tanto os eslavos quanto os búlgaros tinham uma cultura pagã. O Império Romano havia se convertido ao cristianismo no século IV, de modo que haviam contendas religiosas, e naqueles dias, isso significava lutas de poder e luta.

O rei Boris I da Bulgária estava procurando uma maneira de unificar o povo e estabelecer a paz em seus territórios e com o império bizantino. Uma decisão foi tomada: o cristianismo se tornava a nova religião no estado e o eslavo como língua oficial.
As figuras mais importantes naquela época para a conversão ao Cristianismo dos Eslavos e búlgaros eram: São Cirilo e Metódio, dois irmãos de Thessalonik. Cirilo e Metódio eram mestres da teologia e falavam as línguas do árabe e do hebraico. A primeira missão foi na Ásia Menor, onde eles pregavam o cristianismo aos árabes e provavelmente trabalhavam no alfabeto glagolítico. Quando eles voltaram, estas autoridades bizantinas receberam uma nova tarefa: cristianização dos eslavos. E para esta missão, Cirilo e Metódio treinaram cinco discípulos para ajudá-los: Naum, Clemente, Gorazd, Angelarius e Sava.

E foi assim que, Naum acabou construindo uma igreja e um monastério. O próprio Naum, que posteriormente viria se tornar um santo medieval, teve o cuidado de encontrar este lugar em um dos mais belos ambientes. E seu trabalho acabou por ser seu túmulo, último lugar de descanso e hoje tudo leva seu nome. A este santo eram atribuídos os mesmos poderes de cura do arcanjo Miguel. Por isso, até hoje o túmulo dele na igreja, atrai muitos turistas e é ponto de peregrinação — de ortodoxos e mesmo de muçulmanos.
A lenda diz que, ao encostar o ouvido na manta vermelha que cobre o túmulo, ouve-se o coração de Naum pulsando. A atmosfera de reverência no local é tão forte que a lenda parece ter sentido. Mas atenção: é de praxe deixar uma doação na caixinha antes de tentar ouvir o santo.
Na verdade, fora isso, não há muito que fazer por lá. Basicamente há mais uma igreja, um hotel, alguns restaurantes e lojas de souvenir. Quando chegamos, pagamos 50 dinares de estacionamento, cruzamos por um pátio bastante grande, cercado pelas células dos monges e com uma bela igreja de tijolos no centro, a mesma cujas paredes protegem os restos de Naum. A entrada na igreja custa 100 dinares por pessoa. Mas, no pátio do mosteiro há outra atração com a vantagem de ser gratuita: a vista para o Lago Ohrid!
Por ali vários pavões passeiam tranquilamente.

Há também outro lago, pequeno, porém muito bonito, de água transparente. Dá para percorrê-lo em barquinhos a remo. Nós fizemos o passeio guiado, em que o guia ia nos dando explicações sobre o lago e o porquê daquelas águas tão limpas: A água transparente destaca as algas verdes e os depósitos de cálcio puro — nestes intervalos brancos, no fundo, notam-se as borbulhas das fontes subterrâneas. A água que chega ali vem do lago Prespa, a 158 metros acima do Ohrid. Há mais de 3,5 milhões de anos, os lagos formavam um só espelho d’água, mas a movimentação das placas tectônicas os separou e criou o Monte Galicica, ponto de onde se pode ver ambos. Nos verões, outra atração ali é visitar as fontes de São Naum e parte do Parque Nacional Galicica.
Na beira do lago há uma rua, uma espécie de calçadão, e ao longo dela ficam a maioria dos restaurantes e algumas lojas de souvenir. Nós almoçamos por lá. Os restaurantes parecem chiques, pois são muito bem estruturados, cheios de bangalôs, poltronas à beira do lago, mas não são muito caros e a comida estava bem gostosa.
Depois, saímos dali fomos bater perna nas lojinhas de souvenires, e pronto.

Como vocês podem ver, é um lugar bem aprazível e super-fotogênico.
Embora não tenha muito que ver e fazer, não dá vontade de ir embora...·.