Lavandário | Cunha
19:11
Bem que poderia ser Provence, região
do sudeste da França conhecida pelo cultivo de lavanda, mas é Cunha.
Pois é, se você sonha um dia conhecer os campos de lavanda em Provence,
mas este dia nunca chega, saiba que temos o nosso próprio campo de lavanda.
Eles ficam na cidade de Cunha, em São Paulo. O local tenta nos remeter um pouco
para os campos de lavanda que existem lá.
No entanto, nem só de lavanda
vive Cunha. Nesta postagem vou mostrar o que vocês podem ver num dia ou num
final semana, ou até num feriado de curta duração na cidade. Ideal para
desconectar.
Roteiro para o fim de semana em Cunha
A cidade de Cunha é
um município do interior Paulista, que faz parte da Estrada Real.
Uma rota criada pelos portugueses para transportar ouro e diamantes
de Ouro Preto, em Minas Gerais até Paraty, no Rio de Janeiro. Esta
rota que pode ser descoberta a pé, de bicicleta ou de carro, passa
por 86 cidades entre Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Cunha é
uma delas, por isso, estrategicamente, localizada a 227 km de São
Paulo, 300 km do Rio e a 45 km de Paraty.
Nós
fomos de carro saindo do Rio de Janeiro, mas quem vem de São Paulo pega a
Dutra até Guaratinguetá ou a SP-070 Ayrton Senna e Carvalho Pinto até Taubaté,
depois continua pela Dutra até Guaratinguetá. Em seguida, pega a SP 171, que já
é a Estrada Cunha-Paraty. Nada que um bom aplicativo de trânsito resolva a parada.
A pequena cidade de Cunha é famosa pelos ateliês de cerâmica,
pelas cachoeiras, muito verde, muito procurada pelo clima aconchegante da
montanha, e mais recentemente, pelo Lavandário.Além disso, diferentemente de
outras cidades turísticas, em Cunha, nada daquelas lojinhas de souvenir com as
mesmas lembranças, nem de hotéis de grandes redes. Cada atração, loja,
restaurante ou pousada tem uma identidade, uma personalidade que os
diferenciavam uns dos outros. Cada negócio na cidade foi idealizado e é
gerenciado por pessoas colocam um pouco de si naquilo que fazem, e isso a
transforma em uma cidade diferente.
O que fazer
Quem estiver na cidade para um
final de semana, pode acordar cedo e ir a Pedra de Macela.
Na Pedra
da Macela é possível ver, em dias de céu limpos, toda a baía de Paraty, Angra dos Reis e Ilha
Grande, além de várias montanhas e de uma infinidade de árvores da mata
atlântica, preservadas pelo Parque
Estadual da Serra do Mar.
Para
chegar até lá é preciso seguir a pé por mais 4 km. Pode parecer pouca coisa,
principalmente por que a estradinha é asfaltada, mas não se engane:
a trilha é muito íngreme e cansativa!
Se
você estiver interessado em fazer este passeio, a Ligia conta no site Vamos Fugir.
Não
fomos porque Cunha era só uma parada estratégica na estrada que leva a Paraty, nosso destino final do feriado.
Então, se você também estiver
só de passagem, dê uma volta pelo centro da cidade, que tem duas
igrejas históricas, uma delas na Praça
da Matriz, onde se encontra grande parte dos moradores da cidade;
O prédio da Prefeitura Municipal.
Mercado Municipal
Ande
pelo comércio para ver as lojinhas de souvenir ou compre doces
na Doceria da Cidinha, a
mais famosa da cidade.
A vitrine é de encher os olhos com várias opções de
doces como pavês, brigadeiros, bolos e compotas de frutas, biscoitos e
suspiros.
Como disse acima, Cunha é
muito conhecida por reunir diversos Ateliês
de Cerâmica Artística, aliás, a cidade é reconhecida como o maior
núcleo de cerâmica de alta temperatura da América do Sul! O forno Noborigama,
utilizado para a queima da cerâmica, foi trazido do Japão e introduzido em Cunha em 1975; para vocês terem uma
ideia, entre os mais de 20 fornos existentes no país, cinco estão em plena
atividade na cidade.
O que torna, estando na
cidade, imprescindível uma visita a um deles. Só que são tantos ateliês (a cidade
conta com mais de 30 ateliês), que fica difícil visitar todos.
Ou você passa a manhã inteira dedicada a passear por alguns deles,
falando com os artistas e decidindo quais peças levar para casa, sim, porque é
um desafio não comprar uma peça por ateliê... Ou faz uni-duni-tê e vai
a um deles. Acabamos indo conhecer o Suenaga
& Jardineiro, um dos maiores e mais famosos da região.A visita pode ser feita qualquer dia da semana e itens como copos,
xícaras, vasos e vasilhas são vendidos o ano todo. Cada peça mais linda que a
outra!
Alguns ateliês permitem
que o público participe da abertura dos fornos, o que acontece em torno de quatro
vezes ao ano. No caso do Suenaga & Jardineiro,
consulte no site as próximas fornadas.
Ok. Não quer andar no mato,
não quer subir a Pedra da Macela, não quer ver os Ateliês de cerâmica, tem o
que mais para fazer? Saiba que boa parte das atrações turísticas de
Cunha fica na Rodovia Cunha- Paraty, então mesmo que você não saiba bem o quer
fazer, é só pegar o carro que as placas das atrações começam a aparecer, como
a Cevejaria Wolkenburg
ou o Contemplário...ou então...Comer... Comer... Comer...
ou o Contemplário...ou então...Comer... Comer... Comer...
Cunha tem tantos restaurantes
que nem dá para conhecer todos, além de ser uma fonte infinita de pinhão. Uma
pena, que a maioria seja mais para “chique” do que para “roça”. Os pratos são
muito elaborados e, principalmente, caros! O que não é muito a minha praia.
A nossa opção foi o Restaurante Dona Felicidade.
O
restaurante faz parte da Pousada Dona Felicidade, mas é aberto
ao público em geral. Sabe aquela comidinha de interior feita no fogão à lenha?
Costela, leitão, torresmo, feijão quentinho, enfim muitas opções deliciosas,
inclusive com enorme variedade até para quem é vegetariano. Você come à
vontade no buffet, bebidas e sobremesas não estão inclusas.
Mas vá preparado,
porque aceitar cartão é coisa raríssima na cidade!!!!! Pagamos R$ 50, 00
por pessoas, achei um pouco caro, mas é o que normalmente acontece em cidades
assim, como Penedo, Campos do Jordão, Mauá e muitas outras...
Outro lugar legal que, também
tem muita coisa para comer e comprar é
a Fazenda Aracatu.
A
decoração da Fazenda Aracatu sem dúvida é o que mais me chamou
atenção. Uma mistura de estilos, do vintage ao rústico que dão um ar muito
interessante ao lugar que, é uma mistura
de mercado de produtos locais, café, sorveteria e restaurante. O espaço,
logo na entrada, conta com uma lojinha decorada por objetos vintage, como
garrafas de Coca-Cola antigas, geladeiras, móveis, tapetes… tudo com
muito charme.
O forte do espaço são as
iguarias locais e caseiras, pois muitos dos produtos vendidos saem dali
da fazenda mesmo. Tem cada coisa mais gostosa do que a outra, como:
doce de leite, queijo fresco, compotas, geleias, bacon artesanal, verduras
fresquinhas e orgânicas, shitake, ovos caipiras. Tudo fresquinho, direto
da fonte e por preços justos.
A estrela da casa é o
sorvete, uma das iguarias famosas. O de Ginduia é feito com leite de vaca
Jersey, uma raça que produz um leite com maior teor de gordura.
Eles têm
uma varandinha com um clima delicioso, ideal para provar as iguarias
tranquilamente e com estilo. A Fazenda Aracatu fica na rodovia
Cunha-Paraty na beira do asfalto pouco antes da entrada para ao bairro da
Paraibuna.
E por fim,
sem dúvida um dos passeios mais interessantes de Cunha são as plantações de
lavanda. O Lavandário
de Cunha foi ideia da empresária Maria Fernanda Luis, que começou a plantação em 2008 e hoje cuida
de mais de 40 mil pés plantados e mais de 10 mil sempre estão
em plena floração.
No
entanto, não tenha tantas expectativas de fazer aquelas fotos lindas
e maravilhosas, como as que se vê na Provence. Dificilmente
aqui você vai conseguir naquele mar de lavanda roxo francês.
O
espaço é dedicado à pesquisa, cultivo e preservação, além de destilação do óleo
essencial. Vários produtos com a essência de lavanda são vendidos na
lojinha do Lavandário, como: shampoo, condicionador, sabonetes, velas, chás, azeites, essências, óleos de massagem,
aromatizantes, etc.
Embora
você possa passar o dia inteiro aqui, uma visita bem feita não dura mais do que
uma hora, com direito a caminhadas e parada para um bule de chá ou tomar
um o sorvete de lavanda, isso mesmo, não escrevi errado, aliás um absurdo
de caro. Essa sua amiga aqui pagou R$ 14,00 por duas bolas de sorvete de
lavanda!
Atualização: segundo o site, o lavandário não serve mais o sorvete de lavanda, pois a planta não está ainda incluída na lista de especiarias e temperos da Anvisa. |
O local é pequeno, em horários de muito movimento o atendimento pode ser demorado. Então, se for
consumir qualquer coisa espere enfrentar uma fila chata e um atendimento não
muito prestativo.
Para chegar até os campos de lavanda você paga o ingresso de R$ 10,00 e
pode deixar o seu carro estacionado nas vagas disponíveis na frente do portão principal, mas tem que subir uma escadaria que é extremamente
íngreme. Se preferir subir de carro, a estrada é estreita, sinuosa e passa um carro de cada vez.
O Lavandário é ideal para o fim de tarde, pois isso, muito famoso para ver o pôr do sol. Entre as montanhas, árvores e o
céu azul... o lilás das lavandas encantam... Um lugar perfeito para
terminar esta viagem!
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