Cidade de Goiás Velho

12:28

Um turismo histórico que vale a viagem
No último feriado, resolvi matar a curiosidade e fui fazer turismo na Cidade de Goiás, também conhecida como Goiás Velho. 
Em 1736, pouco depois de sua fundação, o nome era Vila Boa de Goyaz. Depois se tornou simplesmente Goiás. Usa-se o ‘Cidade’ apenas para diferenciar do nome do estado. Goiás Velho é apenas um apelido da velha capital. Mesmo com a mudança de nome, quem nasce lá ainda é chamado de vilaboense.
A cidade fundada no auge do ciclo do ouro foi capital do estado até 1937, quando a sede do governo foi transferida para Goiânia.e ficou por lá foi um acervo histórico e arquitetônico que valeu cada segundo da longa viagem de carro a partir de Brasília.
Agora vou fazer um breve relato dessa viagem, com dicas de quando ir, trajeto a partir de Brasília, condições da estrada, hotel, museus e um apanhado geral sobre a Cidade de Goiás Velho, que agora considero juntamente com Pirenópolis uma das cidades históricas mais bonitas de Goiás.
Quando ir
Atravessada pelo Rio Vermelho e aos pés da Serra Dourada, a Cidade de Goiás é quente, úmida e abafada o ano inteiro. Tem basicamente duas estações do ano, a seca e a chuvosa. Para fazer turismo sem sofrimento, a melhor época é na estação seca, nos meses de maiojunhojulhoagosto setembro. Desses, prefira junho e julho, quando as temperaturas são mais agradáveis, numa média de 17 ºC a 32 ºC. E é praticamente impossível chover nesses meses.
No restante do ano, além das altas temperaturas, que não raro ultrapassam os 40 ºC, o problema são as fortes chuvas. Em dezembro e janeiro cai o maior volume de água. Quando à lotação, o feriado mais importante na cidade é a Semana Santa, quando acontece a Procissão do Fogaréu. Outra data importante para o turismo na cidade é o Carnaval. Indo em algum desses feriados, melhor reservar hotel bom bastante antecedência.

Condições da estrada
Na ida, para quem está em Brasília apesar de GPS indicar um caminho mais curto passando por Pirenópolis a melhor escolha é fazer a viagem na pista dupla até Anápolis.
Na volta, se quiser ir até Pirenópolis a melhor escolha é passar por Anápolis novamente. De Itaberaí até a Belém-Brasília, a estrada é de terra e cheia de obras inacabadas de asfaltamento. Cerca de 80 km de poeira e desvios. Chegando na BR foi ainda pior.

Onde ficar
Apesar de ser a cidade histórica mais bonita e preservada de Goiás, a antiga Vila Boa tem poucas opções de hospedagem. 
O único hotel com localização privilegiada é o Casa daPonte, mas é preciso reservar com bastante antecedência para encontrar vaga. Hotel Casa da Ponte fica em frente ao Rio Vermelho e à Casa de Cora Coralina.

O que fazer
Igreja da Boa Morte
É o maior ícone da cidade histórica. A sua arquitetura é barroca, sendo a principal representação desde estilo no estado. Sua construção é datada de 1779, como ocorreu um incêndio em 1921 destruiu imagens de Veiga Valle e o altar mor. 
Desde 1969 a igreja sedia o Museu de Arte Sacra da Boa Morte. Sendo o ponto de partida da Procissão do Fogaréu.
Igreja do Rosário
Construída em 1934, em estilo neogótico, seu interior tem pinturas do frei italiano Nazareno Confaloni. A fachada é realmente bonita e se destaca no panorama da cidade.
Ruas históricas
As ruas e calçadas de pedras são um charme. 
Os postes de iluminação urbana também nos levam a uma viagem no tempo, principalmente no fim da tarde, quando acendem naquele amarelo que parece coisa de séculos atrás.
Arquitetura preservada
Arquitetura colonial que marcou época em Goiás até presente na cidade, onde o centro é bem grande, as casas estão bonitas e bem preservadas.
Praça do Coreto
A caminhada pelas ruas de Goiás fica ainda mais legal na chegada à Praça e seu lindo Coreto. Pena que a cidade está parada no tempo, sendo pouco explorada pelo turismo. 
Casa Museu de Cora Coralina
A “casa velha da ponte”, narrada pela poetisa mais famosa de Goiás, é mesmo um dos pontos altos do turismo em Goiás Velho. De família rica, Cora Coralina herdou o casarão em ponto privilegiado da cidade, na rua da Igreja do Rosário e bem na esquina da ponto do Rio Vermelho.
A visita vale a pena. O ingresso é barato e dá acesso ao interior da casa, com direito a guia contando momentos marcantes da vida de Cora Coralina. Sua cozinha, seu quarto, seu imenso quintal. Está tudo ali, preservado. É proibido tirar fotos no interior do museu.
Museu Casa de Cora Coralina, na Cidade de Goiás (foto- Eduardo Vessoni)
Outros museus e pontos turísticos
Não visitamos estes, mas podem entrar no seu roteiro se você tiver mais tempo por lá.
• Espaço Cultural Goiandira do Couto – Exposição de obras da renomada artista goiana, que pintava com a ponta dos dedos, utilizando areias da Serra Dourada.
• Palácio Conde dos Arcos – Foi a primeira sede do governo da província, expõem móveis e outros objetos antigos.
• Museu das Bandeiras – Antiga cadeia e prédio legislativo, guarda armamentos, roupas, arte sacra, documentos, ferramentas de garimpo e outros objetos históricos. 
• Casa da Fundição do Ouro;
• Cachoeira das Andorinhas – O turismo em Goiás Velho também está ligado a suas cachoeiras, como essa que é uma das mais famosas da cidade, embora em menos escalada do que Pirenópolis.
Fizemos uma viagem rápida, apenas para conhecer o centro histórico, a casa de Cora Coralina e explorar as comidas tradicionais na cidade. E fui a partir de Brasília, fazendo caminhos diferentes na ida e na volta, reparando bastante na estrada. Se já conhece a cidade e tem dicas extras, como hotéis, cachoeiras, roteiros e restaurantes, é só enviar também pelos comentários.

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