Corniche de Luxemburgo | a varanda mais bonita do mundo

10:27

A cidade de Luxemburgo tem formato muito interessante: ontem vimos a parte alta, onde está o centro histórico, administrativo e a parte mais turística da cidade; vimos também na parte baixa um pouco mais afastada do centro, onde está a estação de trem; por fim, hoje vamos ver um vale, chamado Grund, cercado por penhascos e cheios de passagens subterrâneas, onde corre um pequeno rio. 
A cidade tem muito verde e muitas pontes para as pessoas atravessarem de um lado para o outro. Para conhecer a cidade andando, é preciso disposição, pois há muitas subidas e descidas. Para se chegar a esta parte da cidade, pode-se usar além de um elevador, escadarias ou descer uma ladeira. 
Vamos começar este percurso de hoje, não deixando de passar pela Rue Large, onde tem a Igreja de St. Michel
A igreja é bonita, mas nada perto da catedral e ao lado da igreja, um dos cantinhos mais especiais da cidade, onde ao lado há umas vielas, onde funcionava o antigo mercado de peixes e um belo arco romano. 
A próxima parada é Corniche, conhecida como a varanda mais bonita do mundo, de onde é possível ver toda a cidade baixa. 
Corniche
De lá você consegue ver toda a cidade baixa cortada pelo rio e com bonitas pontes. Repare na pequena horta ao lado do rio. Essa horta tem algumas vinhas que produzem 200 garrafas de vinho por ano e que são exclusivamente usadas pelo Primeiro Ministro em suas recepções.  
Aproveite para se perder nas diversas ruas e tirar fotos dos diversos ângulos que esse passeio vai te proporcionar. Visto isso, desça pela Rue Chemin de la Corniche. No final dessa rua, terá uma vista de cima da Niëmenster e chegará às Casamatas.
Igreja de São João Batista ou Abadia de Niëmenster
A Abadia de Niëmenster é o prédio em estilo barroco, da ponta mais alta que você enxerga, na Cidade Baixa. Ela já foi destruída por um incêndio e restaurada desde sua construção, em 1606. Já foi utilizada como prisão duas vezes em sua história e atualmente é um local de encontro e um centro cultural, que exibe concertos, exposições artísticas, etc. 
Casamatas de Bock e Casamatas Pétrusse
Mas, o mais interessante da cidade são as misteriosas Casamatas de Bock e Pétrusse
Uma pequena ponte fica no Monte Bock e nessas rochas há muitas passagens subterrâneas - as casamatas. É logo depois dessa ponte, você verá umas fortificações com umas espécies de janelas, são as entrada para as Casamatas de Bock. A Casamata Bock é considerada Patrimônio da Unesco. 
Antigamente, era possível caminhar dentro dessas passagens subterrâneas e a visita consistia em uns 2 km e um bom preparo físico, mas atualmente, elas estão fechadas para o público. 
História
A história da casamata é longa e se inicia em 963 quando o Conde, dono das terras, buscou construir um ponto de defesa escolhendo o local entre as falésias rochosas, formando uma fortificação natural.
No entanto, os primeiros túneis só foram construídos durante a dominação espanhola em 1644, eram 23 quilômetros de longos túneis subterrâneos que chegavam a 40 metros de profundidade e tinham instalações habitacionais como cozinhas, oficinas, padarias, e etc.
Estes locais serviam como passagem e defesa. Em 1867, após declaração de neutralidade, a fortificação foi parcialmente destruída, sobrando apenas 17 quilômetros. Só para ter ideia da história do local, na Segunda Guerra Mundial, a casamata foi utilizada como abrigo de aproximadamente 35 mil pessoas. Esse ponto de defesa conferiu a Luxemburgo o título de Gibraltar do Norte.
As Casamatas de Bock foram construídas em 1745, por engenheiros austríacos e as Casamatas de Pétrusse foram construídas em 1644, por engenheiros espanhóis. 
Ainda no vale, confira a Casamatas de La Pétrusse, que são fortificações medievais que outrora protegiam a cidade, mas que hoje estão desativadas e temporariamente fechadas para visitação.
A entrada das Casamatas de Pétrusse é em frente a Abadia de Niëmenster e das Casamatas de Bock, na Rua Sigefroi, no Monte Bock
Então, para encerrar a visita deste segundo dia em Luxemburgo, após todo esse passeio por Corniche, pela Casamata, descer para conhecer o Niëmenster, agora vamos nos perder nas ruas do Grund. 
Grund
Um complexo de casas do século XIV muito bem preservadas às margens do Rio Alzette
Na Idade Média era ali que moravam os sapateiros, os homens que curtiam o couro e os que fabricavam cerveja. O Grund é tão tranquilo que dá para esquecer que se trata de uma capital.Podemos dizer que é uma pequena Amsterdã. 
O bairro ainda abriga o Museu da História Natural, sendo um bairro com arquitetura bem típica, ruas pequenas e muito verde ao redor, sendo popular pela sua vida noturna e seus diversos restaurantes. 
 Alguns bem famosos restaurantes, como o Mosconi, restaurante premiado especialista em pasta, e Kamakura, restaurante japonês. Para quem aprecia gastronomia de alto nível em viagens e não se importa de gastar alguns euros a mais, pode ser uma boa pedida. 
Nós preferimos almoçar no Restaurante Bosso, com música ambiente, atendimento bom, comida boa, com opções veganas e preços razoáveis para uma cidade considerada cara.
Daqui, pode-se ir à região mais moderna onde ficam os bancos, a Filarmônica de Luxemburgo, 
Centro de Conferências, o Museu de Arte Moderna Grão Duque Jean (MUDAM), a moderna Place de L'Europe, o Centro Nacional Esportivo e Cultural, e o Parlamento Europeu. 
Mas, acho que não vale a pena, pois são mais 2,5 km de caminhada. 
Caso opte por partir para parte moderna, pode-se ir no ônibus da Gare Centrale (quase todos os ônibus passam lá -linha 1,16,120,144, 194, 195, 1252).Confira se vai na direção de Kirchberg e se passa na Avenue John F. Kennedy.
Caso contrário, aqui terminou o passeio, bem pertinho de onde começamos já que em poucos metros você estará de volta a praça Willian Square. Mas, se optar por fazer o passeio pela parte moderna, depois pode voltar para continuar o passeio pela parte baixa da cidade, aproveitando o melhor que o vale tem para oferecer, seguindo até o Vallée de La Pétrusse.
Não deixe de passear por esse lindo vale, cheio de jardins bem cuidados e aprecie um novo ângulo da ponte, além do contraste das construções medievais com os dias atuais.
Um passeio pelo parque da Vila de la  Pétrusse é maravilhoso. Um colírio para os olhos ver tanta natureza. Caminhe até a Pont Adolphe e suba pela rampa situada do lado esquerdo.
E assim termina o nosso passeio por Luxemburgo. A cidade é muito bem cuidada, com ruas floridas, tudo limpíssimo e casas bem conservadas apesar de antigas. Muitos dos prédios foram construídos no século XVIII e têm detalhes interessantes como essa gárgula fixado na parede, o oratório com uma santa e a janela com a inscrição "Mir wölle bleiwe wat mir sin", que significa: Queremos continuar como somos. Que a profecia, de continuar como são, concretize- se para sempre!

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