Matera também conhecida como “Cidade Subterrânea” foi construída na borda de um desfiladeiro rochoso, na região de Basilicata, no sul da Itália ainda na pré-história, portanto, é uma das cidades mais antigas do mundo, tal como Aleppo e Byblos, continuamente habitadas do mundo.
Matera também é conhecida como a Cidade dos Sassi, ou seja, a Cidade das Pedras por conta de suas cavernas, que foram habitadas desde 7 ou 8 mil anos atrás, até os anos de 1950.
Matera é uma cidade diferente de tudo que você possa imaginar. Acredito que, diferente de todas as cidades que você já pode ter conhecido e uma das mais fascinantes que poderá visitar.
Ela é surreal e visitá-la é voltar no tempo, literalmente. É incrível como a fundação da cidade permanece praticamente intocada ao longo de tantos séculos.
De personalidade "bipolar", no melhor sentido possível. Na cidade baixa, tem um lado rústico, cavernoso, diria até que sombrio. Outro animado, jovem e cheio de vida, na cidade alta. Essa estranha mistura de humores revela um dos tesouros mais instigantes da Itália, a pequena cidade histórica de Matera.
O que você encontra ali hoje é uma espécie de cidade construída sobre camadas de história, uma grande combinação de diferentes eras. Desde a pré-história, com as vilas do neolítico que se desenvolveram nas Idades do Bronze e do Ferro que continuaram habitadas no período dos Romanos, na Idade Média e assim por diante.
Uma cidade onde agricultores, pastores, artesãos e monges viviam e esculpiam suas casas, igrejas, oficinas, cozinhas e cisternas coletivas, tudo na pedra.
Ultimamente, as casas nas cavernas foram repaginadas e a cidade se tornou a Capital Européia da Cultura em 2019.
A cidade atrai muitos turistas que buscam por esse contraste entre o novo e o velho, o silêncio e a agitação, o alto e o baixo, o sofisticado e o rústico, por isso, não foram poucos os filmes gravados ali. Mais de quarenta. O mais badalado foi a “Paixão de Cristo”, com Mel Gibson, em 2004.
História de Matera
Matera é da época em que, os habitantes moravam, ou melhor, abrigavam-se em grutas e cavernas esculpidas nas rochas - chamadas de “sassi” que significa “pedras” em italiano.
As cavernas foram escavadas em camadas de modo caótico, umas sobre as outras, a partir do Neolítico
formando verdadeiros labirintos, durante muitos séculos. 
As casas das grutas foram escavadas na espessura de rochas inexpugnáveis, proporcionando uma vida segura aos antigos habitantes da região.
Muitos anos depois, entre os séculos VIII e XIII, monges membros da igreja greco-bizantina passaram a se refugiar nessas cavernas após serem expulsos do seu território, o que explica a grande quantidade de igrejas rupestres construídas dentro das cavernas de Matera (cerca de 150 unidades).
Depois do século XVII, a cidade alta começou a se desenvolver, surgirando grandes mansões, conventos, palacetes, monastérios.
Foi criado um sistema hidráulico inovador para abastecer a cidade com água e garantir a distribuição com facilidade, pois ela fica num desfiladeiro. 
Ainda hoje, é possível visitar a enorme cisterna subterrânea Palombaro Lungo, construída nessa época para armazenar 5 milhões de litros d’água.
Até o início do século XIX, Matera era uma próspera cidade rural e capital regional da Basilicata – o salto da bota italiana, mas o prestígio acabou com a mudança da capital para Potenza.
No entanto, enquanto a cidade alta floresceu, a parte baixa foi se degradando até ser abandonada. Mais de 15 mil pessoas viviam de maneira miserável nas cavernas chamadas de Sassi. Famílias inteiras, compartilhavam o espaço com animais, onde eram constantes a falta de saneamento básico, luz, água encanada e doenças como malária. Eles usaram por muito tempo as áreas comunais para coletar água, além de cisternas públicas.
Matera tornou-se símbolo da pobreza e fonte de vergonha para o país, no entanto, demorou muito para que qualquer providência fosse tomada.
Nos anos 1950, o governo que assumiu o poder pós-ditadura tomou a decisão arbitrária – que vinha da época de Mussolini – de remover as pessoas das cavernas.
Eles trabalhavam nos campos, tinham seu próprio dialeto, mas estavam isolados, mas as condições insalubres da cidade-caverna não permitiu que vivessem ali permanentemente. Então, os moradores foram obrigados pelo governo a mudar por falta de condições mínimas para manter uma vida saudável. Realmente, imagina só viver numa caverna sem luz e sem água, em situação precária junto com animais?
Os habitantes da cidade-caverna se mudaram para as modernas casas Sassi, cidade rochosa restaurada à sua beleza original, mantendo uma fortaleza natural numa importante zona do Bairro Civita. Os sassis seriam destruídos ou renovados de acordo com as suas condições.
Quase 16 mil pessoas foram deslocadas para casas na parte nova da cidade (uma matéria do The New Yorker conta bem a história).
A parte velha, porém, não deixou de existir. No livro “Cristo parou em Eboli”, que virou filme em 1979, o autor Carlo Levi compara o drama da vida em “Sassi” com o inferno.
Sassi di Matera virou uma cidade-fantasma até a década de 80. Apesar dos planos de implodir o local, o que aconteceu foi que, pouco a pouco, ao longo dos anos 1970 a 1990, jovens, artistas e empresários voltaram a viver nos Sassi, reformando as antigas habitações, quando uma lei nacional destinou verbas para a recuperação da área histórica dividida em Sasso Caveoso e Sasso Barisano.
A partir deles formaram-se ruas, serviços públicos, restaurantes, cafés, museus e hotéis foram equipados em cavernas rochosas separadas, mas você ainda vai encontrar casas de pedra calcária.
Foram criadas habitações, cujos pisos passam em cima do teto da outra, de uma forma aleatória e não planejada – nas quais os telhados de algumas se tornaram o chão das casas seguintes. Assim como algumas cavernas abandonadas e igrejas rupestres.
Desde 1993, parque de igrejas rupestres, casas na rocha nos Sassi de Matera são considerados um exemplo excepcional de uso cuidadoso dos recursos naturais, tornando-se Patrimônio Mundial da Unesco, fazendo com que o turismo alanvacasse por ali. Em 2019, Matera foi nomeada Capital Cultural da Europa juntamente com Plovdiv na Bulgária.
Hoje, Matera segue sendo essa incrível dicotomia entre o velho e o novo, entre o que o futuro reserva, mas em busca sempre de resgatar o passado.
Como chegar
Antes de ver como se chegar à capital lucana com cada meio à disposição, foquemos no fato de a cidade não tem ferrovia pública direta, embora seja possível acessá-la por trem.
Avião
Matera fica na região de Basilicata que não tem aeroporto. Para chegar em Matera via aéreo, você pode considerar os dois aeroportos mais próximos que são os de Bari na Puglia, que é o mais perto, a apenas 60 km e tem melhor acesso à cidade, pelos serviços de shuttle e ônibus e partem muitos vôos nacionais e internacionais e, o Aeroporto de Brindisi. Esses aeroportos recebem voos das principais cidades italianas, como Roma e Milão. Além disso, é possível voar de outras cidades europeias, como Paris e Madri, direto para esses aeroportos. Ryanair e Alitalia operam para esses destinos.
É bom lembrar também que o Aeroporto de Bari oferece conexão da estação central, ligando Matera pela ferrovia Appulo Lucane.
Trem
Como disse anteriormente, a cidade de Matera não tem rede ferroviária pública, portanto, para acessar a cidade de trem é necessário utilizar as ferrovias Appulo Lucane (ferrovias de bitola estreita), que ligam a cidade dos sassos à Bari, com regular frequência, mas a empresa de trem do país vende a viagem de ônibus.
Ônibus
Em comparação com os outros meios, até que são várias as opções de ônibus (considerando que a cidade não é tão bem conectada ao resto da Itália, em virtude da falta de estações ferroviárias públicas). Os ônibus cumprem bem essa carência; é por este motivo que é possível chegar em Matera de Milão, Ancona, Bolonha, Chinciano, Fiuggi, Nápoles, Novara, Parma, Reggio Emilia, Sassuolo e de Urbino (e tantas outras cidades nacionais e estrangeiras). Essas linhas são disponibilizadas pela empresa Marino, já a Marozzie Liscio oferece conexão por Roma, Florença, Pisa e Sena.
Carro
Para acessar Matera pela costa tirrena, é necessário pegar a estrada Salerno-Reggio Calabria. A partir daí você deverá seguir as placas sentido Potenza e depois Metaponto. Após deixar a estrada principal, você vai pegar a estrada estatal 407, seguindo as placas sentido Ferrandina Scalo e, por fim, Matera. Contudo, quem deseja acessar Matera pela costa adriática tem que pegar a estrada Bolonha-Taranto, que deverá ser percorrida até a fronteira de Bari Nord. A partir daí, você deve continuar com as placas por Matera nas estradas SS96 e depois SS99.
O Que Ver na Cidade
Antes de mais, convém dizer que, tal como em muitas outras cidades italianas, uma das coisas mais prazerosas de Matera é caminhar sem rumo pelas ruas estreitas e íngremes do seu centro histórico, especialmente no Sasso Barisano e no Sasso Caveoso, em busca de recantos especiais e miradouros de pedra sobre a malha urbana encavalitada nas rochas.
Dito isto, e sem prejuízo da liberdade de explorar sem rumo, há um conjunto de patrimônio arquitetônico, museus e espaços ligados às artes que vale a pena incluir numa eventual visita a Matera, pérola maior da região italiana da Basilicata.
Ao olhar o mapa da cidade você vai entender que a Matera de hoje é a mesma descrita em documentos do século XVIII.
A parte antiga é dividida em três áreas: a Civita e o Piano formam parte mais alta, onde ficam as grandes igrejas e alguns palácios. E dos dois lados, circundados por um vale, estão os Sassi ou pedras, as áreas residenciais, construídas fora dos muros da Civita, com as casas umas em cima das outras, escavadas nas rochas. São: Sasso Barisano, mais organizado, conhecido por ter vários elementos mais artísticos, e o Sasso Caveoso, onde há bem mais cavernas.
Ainda, cruzando o vale, fica o Parco della Murgia Materana, onde se encontram várias cavernas e igrejas rupestres. E, por fim, há a parte nova da cidade, que tem cara de uma cidade comum, onde fica a estação de trem e ônibus.
Para ficar mais fácil divida a cidade em quatro partes:
1.Piano
Comece explorando a parte alta da cidade, que é a mais central e mais movimentada. Visite o Castelo Tramontano que fica num parque enorme em frente ao Convento de Santa Lucia.
Castelo Tramontano
O Castelo do Conde Giancarlo Tramontano, embora incompleto, é um válido exemplo de estrutura fortificada renascentista e ocupa um papel de destaque na história da cidade. Situado numa colina perto do centro da cidade, o Castelo Tramontano do século XV leva o nome do conde a que pertencia que recebeu o feudo de Matera do rei Fernando II de Nápoles em troca de créditos.
Em 1º de outubro de 1497, a cidade foi vendida a Giancarlo Tramontano, Mestre da Casa da Moeda de L'Aquila e Nápoles. O filho do banqueiro Ottaviano e Fiola Penta empreendeu com sucesso a carreira política, administrativa e militar. Ele era o representante do povo no distrito de Sant'Agostino della Zecca e governador-chefe das artes da seda e da lã de Nápoles. Além de ser proprietário das salinas Torre di Mare em Metaponto e do armazém de ferro e aço em Matera, controlava o mercado de cereais.
No entanto, esta decisão não foi bem recebida pela população de Matera, que já havia pago um resgate para continuar a ser uma cidade livre e o rei tinha prometido nunca dar o feudo a mais ninguém. Ficou inacabado depois que o impopular Conde Tramontano, aparentemente inconsciente de que os altos impostos e o seu hábito de dormir com todas as noivas na noite de núpcias não estavam ganhando muito favor. Cansado dos impostos que tiveram de pagar para a construção do castelo. Foi morto em 29 de dezembro de 1515, por um grupo de sujeitos rebeldes que, emboscou o conde morto ao regressar da catedral, após uma breve fuga. Devido ao assassinato do conde, o Castelo Tramontano permaneceu inacabado. O local dos eventos foi posteriormente denominado Via del Riscatto.
Quatro pequenos azulejos na Via del Riscatto, à esquerda da catedral, retratam a história da morte violenta do conde.
Hoje o Castelo Tramontano está em fase de restauro, com a recuperação do fosso e das muralhas financiada com fundos do jogo da lotaria. O Castelo Tramontano não está aberto ao público, mas é possível visitá-lo nos dias da FAI. No entanto, é possível visitá-lo pelo exterior e usufruir do parque adjacente.
Igreja de Santa Lucia al Piano
A Igreja de Santa Lucia al Piano foi construída sobre o que já foi o palácio da nobre família Del Salvatore, e foi chamada de "Santa Lucia Nova" para diferenciá-la daquela do antigo bairro dos Sassi, Santa Lucia alle Malve.
Atualmente, as salas adjacentes à igreja são sede da Escola de Formação Avançada do Instituto Superior de Conservação e Restauro, e representam um motivo de orgulho e excelência para a cidade de Matera.
A Igreja de Santa Lúcia al Piano é de estilo barroco tardio e apresenta uma fachada imponente, com nave interna única e diversas capelas laterais.
No interior da igreja é possível admirar inúmeras obras de arte, entre as quais um fresco do Papa Urbano II datado de 1093, localizado numa das capelas laterais.
Horário de funcionamento: Manhã: 7h30 - 13h00 Tarde: 17h00 - 20h30
Entrada Livre.
Igreja de São Francisco de Assis ou Chiesa di San Francesco di Assisi
A Igreja de São Francisco de Assis está localizada na parte alta de Matera e abriga as estátuas dos santos padroeiros da cidade. Uma ampla escada trapezoidal leva à entrada.
No centro da fachada, entre os ornamentos em estilo barroco da Apúlia, está colocada no alto a estátua da Imaculada Madona.
A Virgem está ladeada por uma figura de Francisco à esquerda e Santo Antônio de Pádua à direita, de frente para o portal de entrada.
A Igreja de São Francisco de Assis foi construída em Matera por volta de 1700, sobre uma antiga igreja de pedra dedicada aos Santos Pedro e Paulo. A primeira construção data entre 1000 e 1100.
As laterais, juntamente com o restante da estrutura, foram ampliados no século XV e abrigaram um convento anexo.
No interior, uma nave única é marcada nas paredes laterais por pequenos nichos, dedicados às figuras dos nobres senhores de Matera.
Atrás do altar principal há um políptico de fino acabamento. Foi pintado em têmpera sobre madeira, obra de Lazzaro Bastianiou Bartolomeo Vivarini, artistas venezianos do século XVI.
Depois, atrás dela, fica a Piazza del Sedile, antiga sede dos Palácios Públicos da cidade lucaniana, que recebe os visitantes na área do Duomo de Matera.
E finalmente a área da Via Ridola, que começa com a fachada redonda da Igreja do Novo Purgatório.
Nesta área, mais do que em qualquer outra parte do centro histórico, as casas permaneceram como eram antigamente.
Na mesma rua você encontrará o Museu Nacional Ridola e o Museu Medieval ou Palazzo Lanfranchi.
Além de uma série de bares e cafés históricos onde você pode desfrutar de um aperitivo ou fazer uma pausa agradável.
Continue com muitas caminhadas deliciosas até a Fontana Ferdinandea, que fica na Piazza Vittorio Veneto para admirar os Conventos de Santa Lucia alla Fontana e dell'Annunziata.
Passe pela Igreja San Domenico, a igrejinha dos Cavaleiros de Malta e poderá visitar, nas salas subterrâneas da praça, o Palombaro Lungo, a rochosa Igreja do Santo Spirito, o armazém do meio e uma torre aragonesa, que defendia as muralhas da cidade, pela Igreja de San Rocco, antigo Hospital San Rocco, pela universidade (o que justifica a quantidade de jovens na cidade e a vida noturna intensa), explore cada cantinho dos labirintos monocromáticos com casas de pedras e tantas igrejas rupestres.
Em seguida, retorne ao Piano para visitar a românica Igreja de San Giovanni Battista e admirar a pequena Igreja de San Biagio na praça de mesmo nome.
Em cada uma dessas praças tem um balcão panorâmico para ver a parte baixa da cidade (Sasso Caveoso e Sasso Barisano).
Praça Vittorio Veneto
Atualmente, a Praça Vittorio Veneto leva o nome do famoso líder militar italiano, Vittorio Emanuele II, o primeiro rei da Itália, mas anteriormente chamada de Piazza Del Plebiscito.
A Piazza Vittorio Veneto construída no século XIX, durante o período de renovação urbana da cidade, é uma das principais praças de Matera.
Localizada no centro histórico da cidade, é um importante ponto de encontro dos cidadãos de Matera e acolhe diversas atividades comerciais e culturais.
No passado, também era conhecida como "Piazza della Fontana"devido à presença de uma bela fonte no centro, a monumental "Fontana Ferdinandea", construída em 1832 para coletar a água proveniente do morro do Castelo de Montigny, atualmente deslocado algumas centenas de metros adiante, perto da vila municipal.
O aspecto atual da praça deve-se às obras de restauro de 1993, quando foi deslocado o monumento
Benedetto d'Amore de 1926 e a estrada que atravessava a praça foi eliminada para trazer à luz o "armazém do meio".
Antiga planta da cidade é parcialmente visitável, à qual se acede descendo a escada de ferro junto à grande fonte de pedra clara de onde saem altos jactos de água.
O mais interessante desta praça são as salas subterrâneas que também foram trazidas à luz graças às mesmas obras de restauro de 1993, incluindo o famoso "Palombaro Lungo" e a rochosa Igreja do "Santo Spirito" com outras salas que não podem ser visitadas, principalmente caves, uma vez usado para fins comerciais.
As salas subterrâneas que o compõem estendem-se por toda a praça por mais de 5.000 m² até chegar ao Convento da Annunziata, que tem ainda como base uma torre provavelmente pertencente às muralhas defensivas do Castelo Tramontano, e inclui casas de gelo, cisternas, lojas, armazéns e habitações.
Cisterna Palombaro Lungo
O Palombaro Lungo é a maior cisterna pública da cidade. Esta cisterna gigante, inteiramente escavada nas rochas a partir do séc. XVI fica debaixo da Piazza Vittorio Veneto, era o maior reservatório de água de Matera, fazendo parte de uma rede de cisternas e canais que recolhiam e distribuíam a água das nascentes e da chuva para uso comum.
Os habitantes do Sassi de Matera sempre tiveram que encontrar soluções criativas para lidar com a escassez de água.
Cada casa era equipada com uma cisterna escavada em seu interior, que era abastecida através de um sistema de canalização das águas pluviais provenientes dos morros.
Com o aumento da população e a fixação das famílias mais abastadas do Piano, a administração decidiu construir uma cisterna maior para atender às necessidades desta parcela da população.
A cisterna denominada Palombaro Lungo, era constituída por várias salas subterrâneas unidas, cujas paredes eram revestidas com cocciopesto para evitar fugas de água.
Com cerca de quatorze metros de profundidade e cinquenta metros de comprimento, poderia conter mais de cinco milhões de litros de água. Recolheu água de nascente e de chuva e serviu de reserva para satisfazer a procura de água dos cidadãos no verão. Originalmente existia um poço de água de nascente escavado na rocha em forma de sino, mas em 1893, à medida que crescia a procura de água pela população, decidiu-se escavar e anexar-lhe quatro grutas pré-existentes e uma cisterna. As obras foram supervisionadas por um arquiteto de Nápoles.
O Palombaro Lungo foi várias vezes ampliado para aumentar sua capacidade de armazenamento, e era constantemente abastecido pela água das colinas acima do centro histórico de Matera.
Era acessível à população através de buracos no topo, de onde eram baixados baldes para tirar água.
Em 1920, com a chegada do Aqueduto da Apúlia que instalou fontes públicas para fornecer água à cidade, a cisterna Palombaro Lungo deixou de ser necessária e foi abandonada na década de 1930.
Em 1991, foi descoberto durante as obras de construção da Piazza Vittorio Veneto, no entanto, Matera decidiu protegê-lo e torná-lo acessível ao público, sendo recentemente reaberta e de fácil acesso, é uma maravilha da arquitetura e engenharia hidráulicas.
Os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria em dinheiro ou com cartão de crédito, tanto para visitantes individuais quanto para grupos.
Preço do bilhete:3,00 €: Adultos
Horário de bilheteria: das 10h00 às 12h30/das 15h00 às 17h30
Preços e horários atualizados em: www.palombarolungo.it
Igreja de Santo Spirito
A rupestre Igreja do Espírito Santo era um antigo local de culto que remonta ao século IX, dos quais podem ser visitados três naves com vestígios de frescos muito deteriorados que, no entanto, conservam a elegância antiga, patente nos delicados frisos arquitectônicos dos pilares que os dividem.
A Igreja de Santo Spirito documentada no século XIII foi anexada à Ordem dos Cavaleiros de Malta governada pelo capelão da igreja.
No exterior subsistem os três degraus da porta principal e os restos da fachada seiscentista. O interior é constituído por três naves com ábsides pontuadas por pilares quadrangulares que sustentam arcos de volta perfeita e abóbada cruzada com nervuras.
Na entrada, à direita, é possível ver vestígios do forno e da pederneira encontrados numa reentrância, pois esta igreja, como muitas outras igrejas rupestres, serviu de habitação durante o período de sobrelotação dos antigos bairros do Sassi (até a década de 1950).
Na parede direita, junto à abside, um arcossólio decorado em relevo com motivos florais delineava o túmulo de uma pessoa de algum respeito. Conserva também alguns frescos que infelizmente são de difícil leitura devido ao seu mau estado de conservação, mas que provavelmente eram de fino acabamento, como se pode ver na Hagia Sophia, à direita.
Apreciados também é o afresco de uma santa mártir com uma cruz na mão, do século XIII, o palimpsesto com a imagem de São Vito e o nome do santo inscrito no clipeus, um dos primeiros testemunhos pictóricos bizantinos da cidade, o Cristo entronizado na abside da nave principal da mesma época, algumas cenas da vida de um santo e outros fragmentos de afrescos espalhados nas demais paredes.
Atravessando a subterrânea Igreja do Santo Spirito é possível acessar diretamente Sasso Barisano pela estreita passagem com degraus que leva à Via Fiorentini.
Belvedere Luigi Guerricchio (Belvedere dei Tre Archi)
Dada a sua orografia, Matera está recheada de excelentes miradouros para desfrutar de vistas incríveis sobre o coração histórico da cidade. Entre eles, o mais visitado é, sem dúvida, o Miradouro Luigi Guerricchio, onde começa-se a ter a primeira vista fantástica do Sasso Barisano, sendo um dos melhores locais para fotografá-lo, uma vez que beneficia de uma localização muito central e acessível a todo o tipo de turistas.
Durante as obras de 1993, acima das salas subterrâneas foi aberta uma brecha na cortina de edifícios do século XVIII que "escondiam" os Sassi, que antes eram considerados uma vergonha para a cidade, criando este maravilhoso ponto panorâmico perfeitamente colocado em eixo com a fachada da Catedral de Matera, que nos mostra o Sasso Barisano desdobrando-se abaixo de nós com seu labirinto de bairros, escadas e becos.
Você terá que se acotovelar muito, mas felizmente não é o único ponto panorâmico! A cidade está repleta de vistas como esta, ainda mais bonitas, que você terá a oportunidade de admirar durante sua caminhada entre os Sassi.
Igreja de São João Batista
Localizada perto da Piazza Vittorio Veneto, a Igreja de São João Batista ou Chiesa de San Giovanni não é a mais impressionante, nem tampouco um templo rupestre, mas ainda assim vale a visita. Principalmente porque, ao que consta, “é um dos mais belos e mais bem preservados exemplos do estilo românico” na região da Puglia, tendo como elemento mais característico “a arquitetura interna tipicamente medieval”.
A Chiesa de San Giovanni com colunas quadrifólios, arcos ogivais, abóbadas cruzadas nervuradas, falsas galerias femininas, esplêndidos capitéis bizantinos, com figuras zoomórficas, históricas e com motivos florais, fazem da igreja um dos monumentos mais importantes da cidade e um dos exemplos mais valiosos da arte românica.
A igreja foi anexada ao convento dos penitentes de Santa Maria e de todos os Santos de Accon, procurado pelo bispo Andrea com a obrigação das freiras de pagarem a homenagem de um Bizâncio pela festa de San Canio, padroeiro de Acerenza. Na época a igreja era dedicada a Santa Maria Nova e somente em 1695 passou a ser paróquia de San Giovanni Battista e desempenhou a função de Batistério de Sasso Barisano.
O acesso é feito por um portal lateral decorado com motivos florais e cabeças humanas de cabelos encaracolados na arquitrave que lembram a porta do leão da Sé Catedral.
Antigo Hospital San Rocco
Foi construído pela Universitas de Matera em 1348 após uma praga que atingiu a cidade. Em 1604 foi entregue aos franciscanos reformados e transformado em convento. Um novo hospital foi então construído ao lado da Igreja de Santa Maria La Nova, hoje Igreja de San Giovanni Battista, a partir de 1610, e confiado aos Padres Hospitalares de San Giovanni di Dio em 1726. Após uma série de ampliações e modificações, o edifício foi utilizado como prisão em 1825, como abrigo antiaéreo em 1942 e hoje como espaço cultural.
Igreja de San Biagio
A Igreja de San Biagio foi construída em 1642 para substituir a antiga igreja de pedra, abandonada devido à umidade. Na fachada, você pode admirar as estátuas de Santa Luzia e Santa Ágata.
O ano de fundação está escrito na arquitrave da porta de entrada, juntamente com o nome do versificador em latim. Martincello incentiva os devotos a visitarem a igreja porque o santo realiza grandes milagres e tem o poder de curar dores de garganta e todas as outras enfermidades. No interior, a igreja tem uma nave única, com uma sala adjacente usada como sacristia, acrescentada em 1649. No altar, você pode admirar uma pintura da Madona com o Menino e Santos, atribuída ao pintor de Matera, Paolo Conversi.
2. Sasso Baritano
Daqui você pode descer para descobrir os encantos de do Sasso Barisano, que tem esse nome por ser a região de grutas e cavernas voltadas para a cidade de Bari.
Uma das melhores coisas para fazer em Matera é precisamente caminhar livremente pelas ruelas dos “sassi”, à descoberta de igrejas rupestres antiquíssimas, casas-caverna construídas umas sobre as outras, pátios com cactos, escadarias de pedra, becos e pormenores especiais.
Prepare-se para caminhar bastante, subir e descer escadas e explorar ruelas e cavernas. Esse é o principal passeio nos Sassi, caminhar pelas ruas históricas sem rumo e se perder com a beleza das paisagens.
O bairro de Sasso Barisano, a sul, um pouco mais recente, é formado maioritariamente por palácios e casas tradicionais, muitas das quais transformadas em galerias de arte, restaurantes, hotéis de charme, e também é muito bonito.
A Igreja de San Pietro Barisano fica no Sasso Barisano, um bom exemplo de construção integrada com as pedras. Apesar da construção original ser do ano mil, a fachada atual é de 1755.
Também no Sasso Barisano fica a Igreja e Monastério da Madonna della Virtù e San Nicola dei Greci. Essa construção é um excelente exemplo da típica “arquitetura negativa” de Matera: as construções eram feitas para dentro das rochas, escavando as pedras. Lá dentro também dá para ver parte do sistema interconectado de cisternas para coleta de água da chuva – e ainda tem os tanques antigos de produção de vinho.
No Sasso Barisano também fica o Convento Agostiniano e a Casa Cava, um teatro exclusivo, criado dentro de uma enorme pedreira.
Convento de Santo Agostinho
Centrado na Igreja de Santa Maria delle Grazie, este complexo monástico do século XVI em Sasso Barisano foi construído pelos monges da Ordem Emérito de Santo Agostinho. Aberto durante a missa, apresenta um órgão do século XVIII e uma notável pintura da Madona com o Menino.
Casa Cava
A Casa Cava é uma pedreira abandonada no coração de Sasso Barisano, descoberta nas traseiras de uma casa, atrás do estúdio utilizado como cozinha, sala e quarto, e do estábulo dos animais. Restaurado em 2011 pelos técnicos do Gabinete Sassi da Câmara Municipal de Matera com a colaboração do arquiteto de Matera, Renato Lamacchia, especialista em acústica, obteve em Verona durante o evento "Marmomacc 2013", a mais importante feira europeia de mármores e materiais lapidados, menção especial no prestigiado prêmio internacional Stone Architecture, tornou-se num importante hipogeu cultural capaz de acolher confortavelmente cento e quarenta pessoas, dotado do equipamento necessário para acolher eventos de todo o tipo.
Igreja de São Pedro Barisano
A Igreja de San Pietro Barisano é um exemplo perfeito da estrutura arquitetônica típica do Sassi: tem uma fachada construída em tufo, mas o interior está quase totalmente escavado.
A igreja data do ano mil era conhecida como San Pietro in Veteribus, mas a fachada que hoje nos apresenta data de 1755, como mostra uma inscrição nela, ano em que a igreja foi renovada e parcialmente modificada.
Datada do século XII, a Basílica de São Pedro, a maior das igrejas rupestres de Matera, cobre um antigo nichos onde os cadáveres eram colocados para drenagem.
A fachada é composta por três portais arquitravados, sendo o maior central, duas janelas ovais e uma invulgar rosácea quadrilobada, que conferem ao conjunto um bom equilíbrio composicional.
A torre sineira destaca-se do corpo da igreja e assenta sobre uma base de rocha natural, assente em dois níveis divididos por um terraço, com a balaustrada refinada por um friso de cantaria, afila-se até terminar em estreito pináculo.
O interior é composto por três naves divididas por imponentes pilares escavados que sustentam os arcos de voltas perfeitas, é composto por seis altares também escavados no tufo.
No nível de entrada podem ser encontrados afrescos da Anunciação dos séculos XV e XVI e uma variedade de santos.
A moldura vazia do retábulo ilustra graficamente a conturbada história recente da cidade.
A igreja foi saqueada quando Matera foi parcialmente abandonada nas décadas de 1960 e 1970, mas foi recentemente restaurada, pois com o deslocamento do Sassi na década de 1950 sofreu um longo período de abandono e decadência, sendo infelizmente alvo de roubos e vandalismo.
Nas últimas restaurações: depois de retirados os muitos ossos conservados, vieram à luz os antigos frescos paradoxalmente protegidos por este processo: no batente da porta o Rosto da Virgem, e à direita: Santa Caterina, San Canione, Santo desconhecido, Sant'Agostino, Sant'Eustachio e San Rocco.
No local a inscrição "SANCTA SANCTORUM" lembra-nos a entrada pela sacristia para a cripta, onde se encontram, para além de dois frescos de santos recentemente descobertos e de outro ossuário, os nichos característicos das sepulturas "drenantes", assim chamado porque o falecido ficou sentado e os líquidos orgânicos relativos à decomposição escoaram absorvidos pelo calcário poroso.


Na verdade, visitá-la confesso que, no seu todo, não achei nada de extraordinário – pelo menos quando comparada com outras atrações de Matera, apesar de ser considerada a maior igreja de pedra da cidade.
Preço do bilhete: 4,00€
Horários de funcionamento: 10h00 - 16h00
Madonna delle Virtù
Matera é famosa por suas igrejas rupestres, incluindo o complexo que inclui Madonna delle Virtù e San Nicola dei Greci.
Este complexo monástico, um dos monumentos mais importantes de Matera, é composto por dezenas de câmaras escavadas no calcário em dois andares.
A Chiesa di Madonna delle Virtù foi construída no século X ou XI e restaurada no século XVII.
A Igreja de Madonna delle Virtù acedida através de uma escadaria que liga o mosteiro e a igreja, apresenta também um enquadramento oriental com escansões típicas da liturgia bizantina. Acima dela, a simples Chiesa di San Nicola del Greci é rica em afrescos. O complexo foi utilizado em 1213 por monges beneditinos de origem palestina.
A Igreja de San Nicola dei Greci é uma cripta acessada por uma escada que liga o mosteiro à Igreja de Madonna delle Virtù.
A cripta apresenta configuração oriental com escansões típicas da liturgia bizantina, como nave única para os fiéis, iconostase que delimita a área reservada ao clero e corpo com duas naves terminando em duas absides presbiteriais. A cripta ganha importância, sobretudo pela sobrevivência de importantes frescos, que, apesar do insulto do tempo e da contínua erosão das paredes rochosas, permanecem a testemunhar a sucessão, em diferentes épocas, do gosto e da cultura locais.
Ainda visível é o ambão escavado na rocha adjacente ao restante da igreja à esquerda.
No século XVIII, a abóbada da igreja ruiu, corrompendo de forma irreversível o traçado original da estrutura.
Destacam-se também os túmulos bárbaros que se abrem ao longo do piso da nave direita e na plataforma superior, testemunhando o uso cemitério da área na época medieval.
A área ocupada pela Igreja de San Nicola dei Greci é de considerável importância também pelos achados arqueológicos que ali foram descobertos. Estas últimas são evidências fundamentais para a leitura do povoamento local.
Os afrescos confirmam o caráter bizantino da cripta. Entre os mais importantes e bem preservados estão o "tríptico" com afrescos dos Santos Nicola, Bárbara e Pantaleone, do século XIII, e a Crucificação com a Virgem e São João Evangelista, do século XIV.
As igrejas rupestres de Matera, como Madonna delle Virtù e San Nicola dei Greci, oferecem uma experiência única para os amantes da história e da arte, com seus afrescos e achados arqueológicos que contam a história e a cultura do território.
As igrejas às vezes são usadas para instalações de arte (aplicam-se taxas de entrada).
Preço do Bilhete 5€.Reduzido: 3,50 €
Horário:Seg - Dom 10h00-18h00 (último ingresso 17h00)
Chiesa de S. Antonio Abate al Sasso Barisano
A Igreja de Santo Antônio Abate al Sasso Barisano faz parte dos locais sagrados de Sasso Barisano, Matera. Está localizada perto da Igreja da Madonna delle Virtue e da Igreja de San Nicola del Greci, formando um complexo monástico com dezenas de cavernas que ocupam dois andares. A igreja foi construída por volta do século X e passou por uma restauração no século XVII.
3. Civita
Vá para Civita, na Piazza Duomo, onde está a Catedral de Matera, o Belvedere do Duomo. Ao longo da caminhada você vai passar por algumas portas antigas, como a Porta Luso, pelo Castelvecchio e pelo Palazzo Ridola, pela Piazza del Sedile até chegar na Casa Noha.
Catedral de Matera
A Catedral de Matera, também conhecida como Catedral de Madonna della Bruna e Sant'Eustachio, é uma estrutura de estilo românico da Apúlia localizada na Civita, no coração da cidade de Matera.
Situada no alto de um esporão entre as duas taças naturais do sassi, o exterior pálido e gracioso da catedral pugliesa-românica do século XIII torna o excesso neobarroco ainda mais surpreendente.
O exterior da Catedral de Matera é caracterizado pela utilização de tufo, material típico do Sassi, o que lhe confere um aspecto rústico e maciço.
Após 13 anos de intervenções de consolidação e renovação, a catedral foi devolvida à cidade em 05 de março de 2016, onde é possível admirar mais uma vez os capitéis ornamentados, as capelas suntuosas, os afrescos do século XVII, a Madona bizantina do século XIII e duas criptas com afrescos do século XII, descobertas nas obras.
Observe os frontões montados nos altares da catedral, provenientes dos templos gregos de Metaponto.
Foi construído no século XIII sobre uma base elevada em seis metros que se eleva acima de todas as casas da zona envolvente.
Ao longo de sua história, recebeu o nome de vários santos, antes de assumir o nome atual.
No interior da catedral, é possível admirar inúmeras obras como estuques, afrescos e esculturas.
Muitos destes elementos foram criados em períodos históricos posteriores e o altar-mor também foi restaurado no passado. A planta interna da catedral é em cruz latina com três naves, sendo a central mais alta que as externas, separadas por dez colunas com capitéis de pedra que formam os arcos clássicos.
É provável que numerosos afrescos estejam escondidos sob o gesso da catedral, como o do Juízo Final que ressurgiu durante algumas obras de restauração.
Além disso, a catedral preserva zelosamente um antigo presépio de pedra criado por Altobello Persio.
A Catedral de Matera está aberta ao público e pode ser visitada gratuitamente.
Para quem deseja conhecer mais a fundo a catedral, áudio-guia pagos estão disponíveis na entrada. Eles oferecem uma descrição completa do local e podem ajudá-lo a compreender melhor sua história e significado.
Horários: De segunda a sexta, das 9h às 18h/Sábado a domingo, das 9h00 às 19h00
Visitas dominicais e solenidades suspensas das 10h00 às 12h30
Miradouro da Catedral
Situado na Piazza Duomo, mesmo em frente à catedral, deste miradouro avista-se quase todo o Sasso Barisano.
Museu Nacional Ridola
O Museu Arqueológico Ridola de Matera foi instalado no antigo Convento de Santa Chiara. Construído na segunda metade do século XVII, foi inicialmente utilizado como hospital e posteriormente convertido em convento para retiro espiritual das Clarissas. Em 600, Domenico Ridola, grande entusiasta da arqueologia, coletou os achados que surgiram em suas escavações. A partir do início do século XX os achados foram doados ao estado italiano. Esta coleção impressionante inclui achados neolíticos locais e algumas cerâmicas gregas notáveis, como a Cratere Mascheroni, uma enorme urna com mais de 1 m de altura.
O museu está aberto todos os dias, exceto segunda-feira, das 9,00h às 19,00h.
Palácio do Assento ou Palazzo del Sedile
Matera, exceto por um breve vislumbre no século XVI, sempre foi uma cidade livre, administrada pelos seus cidadãos. O Palazzo del Sedile era a sede da Bagliva, assembleia municipal responsável pelo controle dos usos cívicos, composta pelos Bàjulo e pelos representantes dos dois lados, dez administradores nomeados para o povo e dez para a nobreza, mais quatro para cada um dos partidos com funções de secretariado. Desde 1927, o Sedile foi substituído na Itália pelo Comissariado para a liquidação dos usos cívicos, um tribunal governado por um magistrado especial. O palácio, construído em 1575, foi posteriormente ampliado e renovado em estilo rococó em 1759. Foi sede da Câmara Municipal até 1944 e hoje é a prestigiada sede da Presidência do Conservatório de Música, criada em 1965 e com o nome o músico Egidio Romualdo Duni (1708-1775), autor de cerca de trinta melodramas. A fachada com as duas torres sineiras contém as estátuas que simbolizam o bom governo: justiça, fortaleza, moderação e prudência. Acima estão as estátuas de Sant'Eustace, protetor da cidade e símbolo da força militar, e de Sant'Irene, garante da paz.
Casa Noha
A Casa Noha localizada no coração do Sassi de Matera é uma residência histórica que representa perfeitamente a arquitetura privada desta zona da cidade.
Altamente recomendada como precursora da visita aos próprios sassi, esta maravilhosa exposição multimédia de 25 minutos, distribuída por três salas de uma casa de família do século XVI relata a surpreendente e muitas vezes dolorosa história social da cidade e da sua sassi.
Do exterior, o edifício apresenta-se com a sua estrutura em tufo e tetos abobadados, enquanto no interior é possível admirar as talha e molduras que o tornam único.
Uma escada externa leva ao primeiro andar, onde existem cinco quartos que pertenceram à família Noha.
Em 2004, os herdeiros da família doaram a casa ao FAI (Fundo Italiano para o Meio Ambiente), que realizou uma cuidadosa restauração conservadora e desenhou uma viagem multimídia pela história e beleza de Matera.
O resultado é o vídeo “O Sassi Invisível: Viagem Extraordinária pela História de Matera”, desenhado por Giovanni Carrada e projetado nas paredes, tetos e pisos dos quartos, que oferece um panorama completo da história da cidade desde suas origens até hoje.
A Casa Noha é, portanto, um lugar ideal para aprender e compreender a história milenar de Matera, contada através de uma perspectiva única e original.
Tanto no Sasso Caveoso como no Sasso Barisano existem algumas casas-museu que “remontam” como era a vida em Matera antes da expulsão dos moradores, nos anos 1950.
Mas se você, não curtir muito essas montagens ou simplesmente não quer pagar por isso, pode conhecer algumas das cavernas abandonadas que ainda estão abertas. Basta seguir pela viela que sai de trás da Igreja de San Pietro Caveoso e seguir pelo Rione Casalnuevo.
Eventualmente você chegará aos espaços, mas tenha cuidado: Evite ir sozinho ou à noite.
4.Sasso Caveoso
Depois vá ao o interessantíssimo Sasso Caveoso, na cidade baixa. Inicie sua caminhada na Piazza Duomo onde fica a Catedral de Matera e comece a descer. Vá até o balcão panorâmico da Piazza Postergola onde fica o Monastério de Santa Lucia, siga até as Igrejas de San Pietro Caveoso, Madonna dell’Idris, S. Lucia Alle Malve, Santa Maria di Armeni e tantas outras.
Nessa região tem uma zona arqueológica interessante, muitas casas antigas recuperadas nas cavernas que podem ser visitadas, restaurantes e hotéis legais nas grutas. 
Então, suba novamente a escadaria, passe pelo Museu Nacional de Arte Medieval e Moderna e finalize sua caminhada no balcão panorâmico Belvedere Guerricchio que é o mais interessante para se ver o pôr do sol.
Igreja de São Pedro Caveoso ou Chiesa San Pietro Caveoso
A Igreja de San Pietro Caveoso foi construída inicialmente em 1218. No entanto, ao longo dos anos, o edifício sofreu inúmeras alterações e remodelações, perdendo muitas das suas características originais.
No século XVII, a igreja foi totalmente renovada com a adição de uma fachada barroca e uma torre sineira.
Em 1706, a igreja foi novamente consagrada e sofreu novas modificações, incluindo a adição de um pináculo na torre sineira, revestimentos, decorações em estuque e a adição de um teto de madeira sobre o de tufo existente.
A entrada é gratuita, mas a melhor parte da visita é a vista da praça que fica em frente à construção.
Horários: A igreja pode ser visitada durante as celebrações litúrgicas diárias.
Horário de inverno: Dias úteis 18h30 - Feriados 9h00 e 11h00
Horário de verão: Dias úteis 19h00 - Feriados 11h00 e 19h00.
Nota: Nos meses de julho e agosto o serviço de domingo às 11h00 está suspenso.
Ao lado da Chiesa San Pietro Caveoso fica uma grande rocha. No topo, além da vista incrível, está a entrada para outra igreja-caverna, a Chiesa Dell’Idris Madonna e San Giovanni Monterrone. É uma mistura de construções e escavações na rocha, com afrescos bem conservados.
Igreja Santa Maria de Idris
Escavada na rocha de Idris, esta igreja tem uma fachada pouco atraente, mas o estreito corredor que comunica com a recuada Igreja de San Giovanni in Monterrone é ricamente decorado com afrescos dos séculos XII a XVII.
A Igreja de Santa Maria de Idris e San Giovanni in Monterrone são duas igrejas rupestres localizadas em Matera, que já foram muito distintas e separadas, mas que hoje estão ligadas por um corredor que as faz comunicar.
No entanto, alguns afrescos ainda claramente visíveis incluem representações de Cristo Pantocrator, Arcanjo Miguel, São Nicolau e Santo Onofrio.
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Crédito da Foto:oltrelartematera |
Do ponto de vista arquitetônico, não haverá grandes dúvidas de que a rupestre Igreja de Santa Maria de Idris é a mais extraordinária igreja de Matera. Fica literalmente “dentro” de uma monumental formação rochosa na parte superior do esporão rochoso de Montirone.
A igreja data do século XV de planta irregular, é caracterizada por ter duas partes distintas: uma construída metade na rocha e metade após o colapso da sua abóbada de berço no século XVI. Faz parte de um complexo que inclui também uma cripta mais antiga dedicada a San Giovanni in Monterrone – o interior da igreja é extremamente simples, já foi adornado com afrescos iconoclastas, embora parcialmente danificados pelo tempo, sendo muitos dos quais foram perdidos devido a saques e abandono.
As duas igrejas podem ser visitadas mediante compra de ingresso único no local.
Preço do bilhete: 4,00€. Isto se aplica a ambas as igrejas
Horários:Todos os dias das 10h às 16h
Nota: não são permitidas fotos no interior.
Chiesa Santa Lúcia alle Malve
A Chiesa de Santa Lucia Alle Malve é uma das igrejas rupestres mais importantes do circuito urbano da Città dei Sassi, localizada na região da Basilicata. É um dos complexos monásticos mais antigos da Itália, fundado entre 1160 e 1200 d.C
Seguramente um dos lugares mais espetaculares de Matera, a rupestre Igreja de Santa Lucia alle Malve é um pequeno templo religioso escavado nas rochas, com alguns frescos incríveis em razoável estado de conservação.
Datada do século VIII, quando foi construída como o primeiro ponto de apoio da Ordem Beneditina em Matera, esta igreja em frente a um penhasco tem vários afrescos do século XIII, incluindo uma incomum Madonna amamentando. A igreja era originalmente composta por três corredores, sendo dois posteriormente adaptados como habitações.
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Crédito da Foto: Sassi di Matera |
A sua fachada é talhada na rocha e na porta de entrada está representado o brasão de Santa Lúcia em baixo-relevo, com o cálice com olhos.
A igreja tem três naves, divididas por pilares com arcos de volta perfeita, pequenos arcos tchecos e teto plano com cúpula.
Dentro da igreja você pode admirar afrescos medievais que datam entre os séculos XIII e XIV, representando São Miguel Arcanjo, a Madonna delle Grazie, São João Batista e outras autoridades religiosas.
A nave direita apresenta janela gradeada, em forma de meia-lua. Observe a coroação da Virgem com Cristo mostrando o lírio, símbolo dos Angevinos, e São Nicolau ao lado da deposição de Cristo na cruz.
Estes afrescos são particularmente importantes porque representam um dos primeiros testemunhos da arte bizantina na Itália.
No telhado da igreja está instalado o Cemitério de Barbarico, com túmulos medievais que datam do século VII d.C.
Visitá-lo é uma oportunidade única de mergulhar na história e espiritualidade deste lugar único, onde a beleza da arte se mistura com a majestade da natureza.
Foi dos meus locais favoritos nos sassi de Matera – e que considero, por assim dizer, imperdível.É linda!
Preço do bilhete: 4,00€
Horários:Todos os dias das 10h00 às 16h00
Nota: não são permitidas fotos no interior.
Palácio Lanfranchi
O Palácio Lanfranchi é uma estrutura com uma igreja adjacente (à esquerda) que data de 600.
Durante alguns anos foi sede de uma escola onde lecionou, entre 1882 e 1884, Giovanni Pascoli, por isso a praça em frente leva o nome do poeta. Já o palácio leva o nome do Bispo Vincenzo Lanfranchi que o construiu para ser usado como seminário.
Dentro do Palácio Lanfranchi é o Museu Nacional de Arte Medieval e Moderna da Basilicata, onde está a conhecida obra de Carlo Levi “Lucania '61”, tela na qual o artista de Turim imprimiu os rostos do povo lucaniano, incluindo o prefeito camponês, Rocco Scotellaro.
Miradouro da Piazza Giovanni Pascoli
Matera está recheada de excelentes locais para observar os Sassi Barisano e Caveoso – com particular ênfase no primeiro. Ora, o miradouro localizado junto à Praça Giovanni Pascoli é um desses locais privilegiados, com a particularidade de ter uma vista fantástica sobre o Sassi Caveoso, a parte mais antiga de Matera.
Inclusive, ele oferece vistas incríveis da Igreja “Madonna de Idris”, uma das 150 igrejas escavadas nas rochas de Matera.
Dica: Miradouro da Piazza Giovanni Pascoli e o Miradouro Tre Archi ou Luigi Guerrichio, ficam relativamente perto um do outro. Basta percorrer a Via del Corso, a principal rua comercial da zona alta da cidade.
Outras coisas a fazer em Matera
Além das atrações acima, considere fazer ou visitar o seguinte:
–Fazer o percurso pedestre entre Matera e o Miradouro Murgia Timone;
–Visitar o excelente MUSMA – Museu da Escultura Contemporânea;
–Experimentar a nova experiência MUST – Matera Underground Stories and Traditions;
–Conhecer o MOOM – Museu do Azeite de Matera;
–Visitar a Cripta do Pecado Original, localizada a 13 km de Matera.
Onde comer
Estamos falando da Itália, portanto não faltam bons restaurantes. Em Matera, não deixe de experimentar a gastronomia tradicional:
Pão de Matera: é enorme e parece, ele próprio, uma rocha;
Peperone cruschi: uns pimentos estaladiços que se comem à mão;
Fave e Cicorie: um puré de favas com chicória;
Orecchiette con cime di rape: uma massa em forma de orelhinhas com folhas de nabo italiano;
Crapiata: a sopa tradicional de legumes de Matera;
Enchidos e queijos da região;
Vinhos DOP de Matera;
Amaro Lucano: um licor de ervas típico da região da Basilicata, também chamada Lucânia.
O Restaurante Stano fica na região do Piano, atrás do Sasso Barisano. É um restaurante familiar com várias opções de carnes e peixes, massas tradicionais dessa região italiana, além dum menu especial de pizzas. Um jantar com o vinho saiu por 35 € para duas pessoas.
Endereço: Via Santa Cesarea 67/69
O Restaurante La Talpa fica no Sasso Barisano, dentro de uma caverna que em 2000 foi transformada em restaurante. Apesar de ter achado a comida no Stano melhor, o La Talpa ganha na ambientação e simpatia dos garçons. No menu tem pratos típicos de peixe, frango, massa e pizza. A conta ficou em 32 € com a entrada, prato principal e vinho.
Endereço: Via Fiorentini 167.
Outros restaurantes são:
Baccanti, na Via Sant’Angelo 58-61, em Sassi.
Osteria L’Arco é escondidinho na cidade alta, o endereço é Via delle Beccherie 49.
La Gattabuia, na Via delle Beccherie 90-92, quase ao lado do anterior.
Onde dormir
Matera é um destino relativamente dispendioso, mas apesar de haver unidades de grande luxo, é possível encontrar alojamentos locais e hotéis baratos. Infelizmente, não há muitos hotéis baratos no centro de Matera. Assim, para um casal de exigência média, que valoriza a localização, mas não quer dormir nem num hostel básico nem em hotéis de luxo, o custo médio da diária não andará muito longe dos 100€. Mas é possível pernoitar por menos.
Em concreto, para uma pousada mediana, o preço por quarto duplo anda em torno dos 70-120€ (duas pessoas). E uma noite num hotel mais luxuoso pode ultrapassar os 200€.
Se você for montar base em Matera para conhecer a região e quiser pagar um pouco menos opte por ficar na parte nova da cidade.
Mas, para o viajante com vontade de sentir o pulsar da cidade, o centro histórico de Matera, especialmente o bairro Sassi Barisano, é a melhor zona onde ficar em Matera. Beneficiando de uma localização central, poderá facilmente sair do hotel e explorar a zona histórica da cidade a pé.
Muitas das cavernas anteriormente abandonadas foram convertidas em alojamentos deslumbrantes. Dormir numa gruta é uma experiência inusitada, neste caso opte por ficar hospedado no Sassi, visto que existem vários hotéis e casas para alugar com preços variados que, foram reconstruídos e reformados a partir das cavernas antigas. Dito isto, sendo um pouco preciosista, se puder optar fique no Sasso Barisano!
Optamos por esta acomodação para uma experiência de dormir numa casa típica do Sassi em forma de caverna.
La Neviera nei Sassi
O La Neviera tem uma boa localização, pois fica a poucos metros da praça principal e também de um estacionamento coberto. Foi muito fácil encontrar o estúdio e realizar o check-in automático, pois a proprietária fornece todas as informações. Apesar de não ter cozinha dá para fazer refeições rápidas e até tomar um café pois no hall tem uma máquina com cápsulas para café.
O estúdio tem um bom tamanho, a cama e os travesseiros eram confortáveis. Tem um frigobar, TV e um sofá-cama.
O banheiro tem um tamanho razoável. O chuveiro tem uma boa queda d'água e boa temperatura.
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