Circuito Café, Cachaça e Chorinho no Vale do Café

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Foto: Ione
Chegando à Cidade da Seresta e Terra de bons músicos.
E assim chegamos a última cidade do nosso circuito, depois de ter passado por Paty de Alferes, Vassouras e Valença, agora vamos mostrar um pouco de Conservatória e do Hotel Balé dos Vagalumes que ficamos, um casarão antigo, bem no centrinho da cidade.
Conservatória cresceu e prosperou durante o ciclo do café da economia brasileira, a partir do século passado. A cidade, hoje distrito do município de Valença, foi um importante elo na produção e circulação do produto, abrigando mais de 100 fazendas que plantavam o café e o escoavam pelo antigo caminho ferroviário que vinha das Minas Gerais e ia para a Corte, no Rio de Janeiro, de onde seguia para o porto e outras cidades do país.

O estilo colonial inspirou vários romances famosos, alguns transformados em novelas, como Escrava Isaura, O Feijão e o Sonho, Sinhazinha Flô, Cabocla, Aquerela do Brasil, entre outros.


A tradição da seresta em Conservatória começou em 1938, quando um grupo de violeiros apaixonados saiu pela madrugada para cantar diante da janela para as suas musas. A cantoria agradou não só às moças como a vila inteira - e dura até hoje. As serenatas embalam a cidadezinha nas noites de sexta e de sábado e nas manhãs de domingo, quando músicos e turistas saem pelas ruas emolduradas por prédios coloniais entoando cantigas de amor e recitando poemas.

 
A turma vai parando de porta em porta para cantar as músicas preferidas dos moradores - em Conservatória, as casas são identificadas não com placas numéricas, mas com o nome da canção preferida dos proprietários. O evento acontece o ano todo, mas duas datas são especiais - o último sábado de maio, quando se comemora o Dia do Seresteiro; e o último sábado de agosto, quando acontece o Encontro de Seresteiros, com artistas de diversas partes do Brasil.

 
Durante o dia, um dos programas preferidos dos turistas é passear de charrete para apreciar as construções, como a estação de trem de 1883, a Igreja Matriz de Santo Antônio e os espaços culturais dedicados à música.

O Museu Vicente Celestino reúne fotos, discos e objetos pessoais do cantor e também de sua mulher, a cantora lírica, cineasta e escritora Gilda de Abreu
Há informações, ainda, sobre os cantores Jorge Goulart e Nora Ney, do jornalista e compositor David Nasser, da pianista Carolina Cardoso de Menezes e do compositor BrasinhaO espaço comercializa livros e CD's. 
Já no Museu Sílvio Caldas, Gilberto Alves, Nelson Gonçalves e Guilherme de Brito, as fotos, os discos e objetos pessoais dos artistas contam um pouquinho da carreira de cada um.

Museu Sílvio Caldas, Guilherme de Brito, Gilberto Alves e Nélson Gonçalves
Este museu foi inaugurado no dia 27 de fevereiro de 2000, em parceria com a Prefeitura de Valença e a Secretaria de Turismo e Cultura para perpetuar estes cantores, que levaram a nossa música para todos os cantos e vilarejos deste imenso Brasil.
Em um grande salão estão fotos, roupas, reportagens, troféus e uma variedade de ítens envolvendo esses quatro artistas. O acervo foi cedido por:
Mirian Caldas (Esposa do Silvio Caldas)
Margarete (Filha do Nelson Gonçalves)
Cecília (amiga de Gilberto Alves).
O único museu feito de um artista vivo é o do Guilherme de Brito. Ele é um frequentador assíduo de Conservatória e, em um trecho, de uma de suas músicas, ele diz: "Se alguém quiser fazer por mim, que faça agora". Por causa desta frase, Wolney Porto disse ao Guilherme que iria perpetuar seu trabalho e criar o museu para que sua obra também fosse perpetuada.
Endereço: Rua Luiz Almeida Pinto, 44, centro - Conservatória.
Tel.: 24 2438-1134
Locomotiva 206
Fabricada na Filadélfia, nos Estados Unidos, no ano de 1910 pelo inventor inglês Jorge Stepheson, a Locomotiva 206 mede 6 m de comprimento, 3,15m de altura, e 2,86 m de largura. Na primeira década do século XX ela foi trazida para o Brasil (sendo ela a segunda locomotiva a transitar em Conservatória.
A primeira foi a de número 1 vinda da Alemanha por D. Pedro II) por navio que navegou pelo Atlântico por cerca de 30 dias. Chegou ao Rio de Janeiro onde o Coronel Leite de Souza; o Engenheiro Pedro Carlos da Silva e muitos outros Diretores da Estrada de Ferro Santa Isabel, que a haviam comprado dos Estados Unidos monitoravam o desembarque.

Um dos símbolos da história do lugar que está logo na entrada na cidade: a antiga Maria Fumaça, da Rede Mineira de Viação, que puxava os vagões de passageiros e também o trem com a produção de café, hoje estacionada em frente à antiga Estação Ferroviária de Conservatória, atual rodoviária. A linha ferroviária e a estação, inauguradas por D. Pedro II em 21 de novembro de 1883, foram extintas após a instalação da indústria automobilística no Brasil e da política de construção de rodovias para privilegiar o transporte rodoviário de cargas, nos anos 60. Por aquela ferrovia, o vilarejo interligava o Rio de Janeiro e Minas Gerais, partindo de Barra do Piraí - município do qual Conservatória foi distrito de 1943 a 1948, quando passou a pertencer a Valença - e chegando até Baependi, após Santa Rita do Jacutinga, em Minas Gerais.

Estação Ferroviária
O prédio da Estação Rodoviária Dr. Jair Nóbrega, outrora estação ferroviária de Conservatória, está situado no centro de Conservatória e foi construído no século XIX, tendo sido iniciado em 1880 e terminado em 1883.
A antiga Estação da Rede Mineira de Viação, foi inaugurada por D. Pedro II em 21 de novembro de 1883. Com a extinção do trem em 1961, no Governo Jânio Quadros, foi transformada em rodoviária, onde atualmente também funciona o Destacamento de Policiamento Ostensivo, o telefone público e o Museu de Conservatória.
A construção do prédio da antiga estação ferroviária é térrea, com exceção do vão central que possui dois pavimentos. A construção da atual rodoviária teve como material de construção, no térreo, as pedras retiradas da escavação do Túnel que Chora. No segundo pavimento utilizou tijolos vindo da França.

Túnel que Chora
O Túnel que Chora, também conhecido como Túnel Maria Nossar está situado na Rua das Flores, próxima a RJ 137 (Barra do Pirái / Conservatória), tendo como entornos a Fonte da Saudade e o Vilarejo Hotel
Sua construção teve início em 1880, tendo sido terminado em 1883. Em 1876, o então Distrito de Santo Antonio de Rio Bonito, hoje Conservatória, estava no auge com os seus cafezais. O único meio de transporte era feito no lombo de burro, sendo necessário criar uma ferrovia, cujas obras tiveram início em 1877 e, em 1880 chegaram próximos a uma grande montanha, tornando necessário a abertura de um túnel. Foi aberto com duas frentes de trabalho escravo, que se encontraram no meio daquela escavação.

O Túnel tem 95m de extensão, 5m de largura e 3,5m de altura todo de pedra, sem qualquer revestimento, iluminado com lampiões antigos à eletricidade e com calçamento em pé-de-moleque. O Túnel encontra-se no estado de rocha bruta, sendo possível observar o trabalho artesanal dos escravos em sua escavação. O atrativo não apresenta manifestações artísticas de maior interesse e destina-se a passagem de carros e de pedestres.

Foi construído na condição de dar passagem a antiga Maria Fumaça. O túnel possui uma fonte que corre água pura em seu interior, chamada Fonte da Saudade.

Diz a lenda: Quem bebe dessa água jamais se esquece e sempre volta a Conservatória.

Hotel Balé dos Vagalumes




Bar Café e Restaurante Tom Maior

Nós os Seresteiros

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