Chegamos em Málaga através de navio de cruzeiros da MSC, depois de mais um dia de navegação e de ter passando pelo canal de Gibraltar. Que infelizmente foi à noite, não deu para ver nada. Era 01:00 h da madrugada, lá estávamos nós e mais algumas pessoas na varanda e convés do navio, num frio de rachar e nada…a única foto que conseguimos foi da costa da África, quando passamos pelo Marrocos.
Bom, Málaga é a capital da Costa del Sol, encaixada num lugar privilegiado da costa andaluza.Falar de Málaga é falar de sol, de praia, de turismo, falar de Málaga é também falar de arte e do famoso pintor Pablo Ruiz Picasso, nascido na cidade e também de Antonio Banderas, é claro!, do Festival Internacional de Cinema, e do seu centro histórico.

É uma cidade repleta de encantos e muito cosmopolita. Málaga, abençoada por um sol que brilha quase sempre e por uma qualidade de luz espetacular, é uma cidade de amplas avenidas arborizadas com palmeiras, animada vida noturna, importantes museus e excelentes restaurantes de frutos do mar e peixes em geral.

Realmente fiquei encantada com a cidade já na chegada ao porto. Atracamos cedo, por volta de 07:00 h e a cidade estava amanhecendo, luz ainda acesas…Como disse o texto acima: “por uma qualidade de luz espetacular”
 
O porto de Málaga tem três mil anos desde a antiguidade. É o segundo maior do mediterrâneo, foi muito importante durante vários anos.    


Sua área total é de 16.082 metros quadrados, com capacidade para gerenciar o tráfego de um milhão de passageiros. O porto de Málaga tem dois terminais que funcionam como estações independentes: o Terminal A e o Terminal B.Tem duas esteiras rolantes, especialmente concebidos para a nova geração de navios e são únicos no Mediterrâneo.


Os mouros ocuparam Málaga até a metade do Século XV, após haverem convertido a cidade em um dos centros mercantis mais importantes da península ibérica. Este passado tão ilustre deixou suas marcas no centro histórico de Málaga, em particular nos arredores de Alcazaba, uma fortaleza que data do ano 1065 e que é agora um museu arqueológico fascinante.
Durante o século XIX, Málaga foi popular destino turístico no inverno para a elite com dinheiro devido à sua fama de ser uma cidade elegante e sofisticada.
Começamos nosso passeio quando saímos do Porto de Málaga, onde está o Farol do Porto de Málaga.

O Farol (1817), símbolo por excelência da cidade de Málaga. Dele se pode desfrutar de vistas deslumbrantes sobre o porto da cidade de Málaga, cujas centro histórico veremos atravessando o Muelle 1, que abriga um shopping e lazer onde podemos usar para fazer mais compras nos estabelecimentos exclusivos instalados lá, e descansar em qualquer um de seus bares e restaurantes à beira-mar.


Vista do Muelle Uno e Catedral de Málaga ao fundo. Continuamos pelo Muelle 2, extensão do Muelle 1, convertido em Boulevard, e chamado de El Palmeral de las Sorpresas.

Onde também podemos observar uma réplica no navio Santíssima Trindad em Málaga.



Este caminho nos levará a Plaza de la Marina.


Projetada meados do século XIX, quando as portas muçulmanas sul que abriam a cidade para o mar, foram demolidas. Hoje é também o primeiro ponto que se cruza para sair do Porto de Málaga. Está localizada em frente à entrada principal do porto e das palmeiras de Surpresas, com a Alameda Principal de um lado e o Parque de Málaga do outro, delimitada a norte pela Rua Larios. Passou por várias reformas ao longo de sua história, como a que consta um parque de estacionamento no subsolo da via pública e partes expostas do muro do século XVII que se pode visitar.
Autoridade Portuária de Málaga

Construído entre 1932-1935, é um edifício interessante, o estilo de aparência nobre e tradicionalista, tem um relógio e os escudos do Corpo de Engenheiros da Cidade. Dentro tem uma magnífica sala de reuniões e uma ampla escadaria principal imperial.
Detalhe da estátua de Manuel Agustín Heredia

Saindo da Plaza de la Marina iremos até o oeste pelo lado esquerdo no Paseo del Parque, construído no final do século XIX sobre um pedaço de terreno ganhado do mar. Este passeio conecta o centro histórico com a zona este da cidade e o passeio marítimo. Aí se encontram as construções mais emblemáticas, como os Correios, o Banco de Espanha, a Unidade de Málaga e a Prefeitura.




O impressionante Passeio do Parque é reconhecido como uma das mais célebres coleções botânicas da Europa. Durante o inverno se celebram aqui shows ao ar livre todos os domingos, que são uma alternativa “refrescante” aos palcos típicos no período de férias na costa.
Fonte no Paseo España, Málaga

Construída em ferro fundido, projetado pelo engenheiro José María Sánchez. Foi instalado no século XIX, na alameda principal, em seguida, na Plaza de la Marina e, finalmente, no final do Paseo del Parque, na Plaza del General Torrijos, que é a fonte atual.

Ela é composta por três corpos e duas xícaras em que eles estão três figuras femininas esculpidas em mármore inspiração clássica e vestes vestindo e ferramentas agrícolas, um remo e cornucópia como uma alegoria da fertilidade e proteção de ninfas de água doce. Seu pedestal tem a forma triangular e várias crianças sentado em cisnes e guirlandas são esculpidas.

Málaga é a cidade dos monumentos e da cultura, não apenas por causa do Museu Picasso, mas também pela sua Catedral, pelo Castelo de Gibralfaro e pela Alcazaba. E uma das formas mais fácil de se chegar a esta fortaleza é mediante um transporte público, o ônibus da linha 35,que sai do Passeo del Parque. Então, é o que veremos a seguir:
Castelo de Gibralfaro
Portas fortificadas, decoradas com colunas e capitéis romanos vão marcando o agradável passeio.

Este labirinto de entradas e recôncavos torna o longo caminho a percorrer ainda mais divertido.
Logo depois de cruzar o Arco do Cristo, se pode apreciar os jardins árabes com maravilhosas fileiras de vegetação cobertas por buganvillas, jasmins e madreselvas.


Esta magnífica construção data de princípios do século XIV, ordenado por Yusef I de Granada, localizado sobre uma antiga região fenícia e sobre o farol, dos que derivou o nome do castelo - gebel-farol (peñón do farol).

O castelo é famoso por ter sido palco final da conquista de Málaga por parte dos Reis Católicos em 1487. Depois de um longo assédio de 3 meses, o exército castelhano conseguiu tomar a cidade defendida por 15.000 gomeres africanos e guerreiros malagueños que só se renderam quando foram vencidos pela fome, e depois de que o Rei Fernando se fizesse com o castelo enquanto a Rainha se hospedava na cidade.

Tudo que ainda resta de pé deste monumento histórico ainda são uma série de sólidas torres que estendem majestosamente sobre o denso bosque de pinheiros e eucaliptos.

Uma vez estando na parte alta da muralha, não há como perder as atrativas vistas da cidade de Málaga e o porto. Finalmente, aproveite o máximo de sua visita à fortaleza indo ao museu arqueológico, o teatro romano e o castelo de Gibralfaro.

Um caminho repleto de história do qual definitivamente você não vai se arrepender.


Dali saímos para La Malagueta que fica ao sul da Praça de touros. Passando pelas mais belas construções, de vários estilos e épocas.




Plaza de Toros "La Malagueta"

Foi inaugurada no dia 11 de junho de 1876. É obra Joaquin Rucoba, também autor do Mercado Atarazanas, em estilo neo mudéjar. A primeira tourada teve entre outros lendário, o toureiro Rafael Molina "lagarto". Construída em hexadecagonal, como pode ser visto a partir do mirante Gibralfaro, que oferece belas vistas da praça de touros.


A arena mede 52 metros de diâmetro, que agora abriga o Museu Taurino. Em agosto hospeda seu grande evento anual, a Tourada.



Atualmente Málaga se orgulha de ser uma cidade moderna, cujo coração comercial está na Rua Larios, que é, por exemplo, o equivalente local à rua Bond de Londres ou à rua Sierpes de Sevilla.
A rua Larios é o ponto de partida ideal para começar a explorar a cidade porque está rodeada de pequenas ruas e praças cheias de encanto no centro histórico de Málaga. Além disso, está a apenas 100 metros da magnífica catedral de Málaga, de estilo renascentista, fachada barroca e cadeiras de couro de Pedro de Mena.


Desde as suas origens Rua Larios teve uma utilização mista, o tráfego e os pedestres até a sua renovação em 2003, quando ele se tornou pedestres. Além de ser um importante rua comercial, entre o primeiro em Espanha, juntamente com Praça da Constituição, formar um protagonista espaço urbano de eventos  importantes da cidade.
Calle Molina Lario com a torre a Catedral ao fundo

Catedral
A catedral de Málaga foi construída entre 1528 e 1782 sobre ou cerca do lugar que ocupava uma antiga mesquita. Apesar de que nos planos originais se havia planificado duas torres, a falta de orçamento fez com que se completasse apenas uma, derivando-se daí o fato da Catedral ser popularmente conhecida por  "A Manquita" (A manca).



A mistura de estilos é bem constante, como resultado dos 254 anos que se tardou em construí-la. Junto ao predomínio do estilo Renascentista, também se pode notar os estilos gótico, barroco, isabelino, neoclássico, etc.
Ao lado de fora, se pode observar três arcos, com suas três portas de acesso ao interior, muito bem decorados em mármore de diferentes cores. Sobre as portas há uns medalhões. Os das portas laterais representam os patronos de Málaga, San Ciriaco e Santa Paula, enquanto o central representa uma cena da Bíblia.



Plaza del Obispo em Málaga.
O lugar por excelência urbana barroca de Málaga é uma das praças mais importantes da cidade desde os tempos antigos. Nela encontramos o Palácio do Bispo, que foi iniciado em 1762.Em frente é a entrada principal da Catedral de Málaga, "La Manquita", no qual podemos ver a sua impressionante fachada e escadaria de mármore que leva até a altura da praça, separados por um belo monumento verja. O espaço da praça é centrada por uma fonte de pedra, trabalho anônimo do século XVIII, contemporâneo, com a construção do Palácio, que foi usado para fornecer água para os residentes nas proximidades. Essa água veio através de outro ponto de interesse: o Aqueduto de San Telmo.


Palácio Episcopal em detalhe, Málaga.

Além de ser um grande centro cultural, Málaga também é uma cidade perfeita para sair e comer fora. Os malagueños amam sua gastronomia típica e os bares e restaurantes são os lugares onde realmente se celebra a vida social malagueña. A oferta é ilimitada e razoável em todos os aspectos, como por exemplo, bares que oferecem um prato do dia (“menu del día”) a partir de 6 Euros. As “tapas”, pequenas porções de uma grande variedade de pratos, são um costume muito andaluz e uma forma barata e divertida de provar a grande variedade de pratos típicos locais existentes.

Então é hora de fazermos uma parada para degustar a riquíssima gastronomia local em um inúmeros estabelecimentos que encontramos no centro de Málaga. E também souvenir e deliciosos vinhos da terra.
Restaurante El Jardín, Malaga


Málaga é especialmente famosa por seu "pescaito frito", uma seleção de pequenas porções de peixe frito como sardinhas e salmonetes, acompanhados de uma taça de vinho bem frio em alguma das diversas bodegas antigas, que estão mais na moda do que nunca.
Calle Císter com Museo de Arte Sacra ao fundo, Málaga
É na Plaza de Uncibay onde ocorre a balada malagueña. A maior parte da vida noturna se celebra nos arredores da Catedral de Málaga, nas ruas Granada e Beatas, e arredores, assim como nas ruas da zona da Praça de Uncibay. Detalhe da estátua de meninos na Plaza Uncibay.

E é aqui também que fica o Museu de Arte Flamenca, onde assistimos uma belíssima apresentação da dança e representação desta tradicional arte na cidade.





Neste roteiro do cruzeiro só tínhamos 4h, então ficou faltando ver o Alcazaba, o Museu do Picasso, que considero imperdível. Se você quiser ir a Málaga por conta própria, com exceção do Castillo de Gibralfaro, que é muito alto para subir, todo o resto é perfeitamente, transitável a pé, assim num roteiro de dois dias se vê muita coisa.