Burgos | Espanha
A cidade é uma das várias paragens do Caminho de Santiago, atraindo centenas de peregrinos anualmente. Além da famosa Catedral de Burgos, a cidade também
abriga muitos outros edifícios e locais históricos, incluindo o Castelo de Burgos, a Igreja de San Esteban e o Museu da Evolução Humana.
O nosso itinerário de dois dias inclui as melhores atividades a fazer em Burgos, desde visitas a igrejas medievais e castelos a museus e praças animadas. Também incluímos sugestões de restauração e alojamento para a sua estadia.
Melhor época para visitar Burgos
- Semana da
Páscoa: é
uma das festas mais populares em Burgos.
Durante este tempo, uma série de irmandades religiosas desfila pela cidade.
As celebrações começam na chamada Sexta-Feira das Dores (Viernes de
Dolores) com um rosário penitencial iluminado por torchas. Depois vem o
Sábado da Paixão com o Anúncio e Proclamação da Semana da Páscoa e o
Domingo de Ramos com a procissão borriquita (burrinho). Na Segunda-Feira
Santa, as Estações da Cruz são celebradas ao crepúsculo, partindo da
Igreja de San Esteban até ao castelo.
- Festival
Internacional Folclórico de Burgos: Durante
a terceira semana de julho, Burgos dá as boas-vindas ao Festival Internacional Folclórico.
A cidade convida vários grupos folclóricos e artistas de países de língua
espanhola. As festividades tomam conta das praças da cidade e incluem
workshops, desfiles, música ao vivo e comida de rua.
- Burgos Cidiano: Entre finais de setembro e princípios de outubro, Burgos regressa ao século XI, transformando-se numa etapa medieval. Conte com desfiles, mercados e recriações históricas, prestando homenagem ao icônico herói espanhol, El Cid. Os visitantes são livres de visitar e participar nos vários workshops relacionados com a Idade Média.
Esteve em ruínas durante algum tempo, mas em 1911 um projeto de
restauração levou a igreja à sua plena glória. A sua atração principal é o
esplêndido retábulo renascentista castelhano cheio de esculturas ornamentadas.
Esta obra de arte foi criada pela oficina de Colonia, que também concebeu muitos outros monumentos em redor de Burgos. Outras atrações incluem os
túmulos góticos da família Polanco,
que pagou grande parte do design interior da igreja, e as tapeçarias flamengas
apresentadas no museu adjacente.
Apesar de ser
uma das igrejas mais antigas de Burgos,
muitos desconhecem as impressionantes obras que possui. A sua existência está
documentada desde 1163, mas o templo atual foi erguido a partir de 1408, quando
foi patrocinada pela família López
Palanco como local para o seu sepultamento. Os membros desta nobre família
sentiam especial devoção por San Nicolás,
padroeiro dos navegantes, já que eram proprietário de um navio mercante.
Paseo del Espolón
No final do séc. XVIII, a Plaza Mayor sofreu uma profunda reforma, e tanto a porta quanto a muralha foram derrubadas. No lugar da Porta das Carretas, construiu-se o Edifício do Ayuntamiento, também chamado de Casa Consistorial. Foi edificada no estilo neoclássico, obra do arquiteto burgalês Fernando González de Lara, em 1784. Depois da sua inauguração, efetuou-se o derrubamento da muralha, e muitos outros edifícios foram construídos posteriormente, outorgando à praça o aspecto que possui atualmente.
A Praça Maior continua a ser um dos principais pontos de encontro da cidade. Cercada por comércios variados e restaurantes, é um bom lugar para relaxar e ver o ambiente local. A praça possui um formato de polígono irregular, e quando o sol aperta (também para fugir do intenso frio dos meses invernais), as galerias que a cercam são um bom refúgio para os seus habitantes. Durante as reformas da praça no séc. XVIII foi colocada no seu centro uma estátua do rei Carlos III, que colaborou para a transformação da cidade. Neste período, e graças ao espaço criado com o desaparecimento da muralha, foram abertos novas áreas de ócio para os cidadãos, como o conhecido Paseo del Espolón. Devido a proximidade com a Plaza Maior e o Centro Histórico, este espaço ajardinado converteu-se numa das áreas mais frequentadas de Burgos.
O centro da capela está presidido por um belíssimo retábulo dedicado à Natividade de Maria. A impressionante abóbada da capela possui um formato octogonal, de grande beleza e refinamento artístico. A declaração como Monumento Histórico-Artístico em 1931 comprova a sua magnitude no contexto do patrimônio da cidade. San Gil foi um abade beneditino e eremita de origem grega. Nasceu em Atenas, no ano 640. As suas relíquias sempre foram muito veneradas, constituindo-se num centro de peregrinação. Atualmente, encontram-se na Igreja Românica de St Sernin em Toulouse, na França, em pleno trajeto do Caminho de Santiago.
Iglesia de San Esteban
Apesar de hoje existirem apenas ruínas, a história do castelo é muito
interessante, portanto vale a visita. Além disso, ali do Castelo temos a melhor
vista da cidade e da Catedral de Burgos.
Mas o general não desocupou o castelo facilmente. Encheu ele de bombas e
explodiu tudo. Esquecendo de avisar cerca de 200 de seus próprios soldados que
morreram ali também.
Apesar das transformações ocorridas nos últimos séculos, a Idade Média deixou um importante legado em Burgos, ainda visível num passeio pela cidade. Uma das principais construções deste período histórico é o Castelo, situado no Cerro de la Blanca ou das Flores, que a 75 metros sobre a própria cidade, era um local perfeito para a edificação de uma fortaleza militar. O Castelo de Burgos foi construído durante o reinado de Alfonso III no ano de 884, coincidindo com a fundação da própria cidade. Está constituído por uma muralha com 2.30 metros de grossura com torres almenadas no seu entorno. Entre os séculos XI e XIII a fortaleza tornou-se a residência dos Reis castelhanos. O castelo carece de Torre de Homenagem, um dos elementos mais emblemáticos dos castelos europeus medievais. No seu lugar construiu-se um palácio para o rei Alfonso X.
Miradouro del Castillo
Outra instituição religiosa de capital importância medieval na cidade de Burgos é o famoso Monastério de Santa María La Real de Las Huelgas. Como o próprio nome indica, o mosteiro é uma fundação real, criado por Alfonso VIII (1156/1204) e pela sua esposa, a rainha da Inglaterra, D. Leonor de Aquitânia (1160/1214).
O mosteiro fazia parte de um complexo residencial no qual o rei Alfonso VIII pudesse ter um Panteão Real para ele e para os seus descendentes.
D. Leonor, no entanto, desejava transformá-lo numa abadia feminina, que estivesse submetida somente à autoridade do Papa. Finalmente, ambos conseguiram concretizar os seus desejos, pois no interior do mosteiro encontra-se o sepulcro dos monarcas, sendo considerado o mosteiro feminino pertencente à Ordem Cistercense mais poderoso e influente da Espanha. Neste mosteiro estiveram como religiosas boa parte das damas castelhanas na Idade Média. A sua abadessa chegou a possuir poderes extraordinários sob um amplo território, incluindo 14 povoados grandes e 50 pequenos.
No seu interior celebraram-se cerimônias solenes de armamento como cavalheiros de muitos dos Reis de Castela, como Fernando III, Alfonso X, Alfonso XI, Enrique II e Juan I.
Nas margens do Rio Arlanzón existia no séc. XII um lugar chamado Huelgas del Rey, que foi escolhido por Alfonso VIII para a fundação do mosteiro. Este termo, de uso corrente na Idade Média, designava as comarcas de pasto para o gado que não se dedicavam ao trabalho (denominadas de Huelgo). O nome estendeu-se ao mosteiro e ao terreno onde estava situado.
Em 1187, o Papa Clemente III concedeu a bula de aprovação para a fundação do Monastério de las Huelgas, dedicado a Santa Maria, e no mesmo ano o rei outorgou a carta fundamental sob a regência da Ordem Cistercense. Doze anos depois, os fundadores entregaram o mosteiro às religiosas, com uma cláusula de que ele e os seus sucessores fossem enterrados no local.
Este hospital foi fundado pelo Rei Alfonso VIII de Castilla e pela sua esposa Leonor no ano de 1195. A sua construção reflete a importância de Burgos na Idade Média, e desde a sua fundação até ao século passado esteve governado pelo Real Monastério de las Huelgas, situado próximo ao hospital.
Antes de entrar no hospital, construiu-se uma ermita, dedicado a Santo Amaro, e um cemitério, onde os peregrinos falecidos eram enterrados. No século XV, o Hospital del Rey chegou a contar com 87 leitos, um número considerável para a época. A sua excelente estrutura fez com que fosse considerado o melhor centro assistencial de todo o Caminho de Santiago. A igreja atual é barroca e data do século XVII. Durante a Guerra Civil Espanhola do século XX (1936/1939), o Hospital del Rey foi utilizado pelo bando nacionalista como hospital das tropas marroquinas que integravam o exército de Franco. Construiu-se, inclusive, uma mesquita, que infelizmente não se conservou.
- Hotel AC de Marriott Burgos (4 estrelas): De frente para o Rio Arlanzón, este hotel de quatro estrelas oferece varandas com vistas panorâmicas. O impressionante edifício caiado de branco fica apenas a alguns passos do Arco de Santa Maria. Os hóspedes têm acesso a uma sala de fitness e um salão onde estão disponíveis refeições e bebidas ao longo do dia.
- Hotel NH Collection Palacio de Burgos (4 estrelas): Ocupando um palácio gótico do século XVI, este hotel de luxo combina elementos modernos e tradicionais. Os quartos dispõem de quatro camas e pisos de madeira dura. Outras comodidades incluem um restaurante, um bar e um ginásio.
- Crison Mesón del Cid (3 estrelas): Este hotel acessível oferece uma localização privilegiada em frente à catedral da cidade. Os quartos oferecem uma decoração clássica com mobiliário de madeira, chão de terracota e camas de ferro forjado. Alguns até têm vista para a catedral. Há também um restaurante no local onde é servido o pequeno-almoço.
Burgos é o local perfeito para uma amostra de uma variedade de pratos castelhanos. A cidade é conhecida pelos seus pratos de carne. Entre eles está a morcela, um enchido de carne feito com sangue de porco, manteiga, arroz e cebola, normalmente servida como tapa. Há também o cordero lechal (borrego de leite) e as chutetillas de cordero (costeletas de borrego). Outras iguarias regionais incluem queijo de ovelha, cangrejos de rio (caranguejos de rio) e vegetais como lentilhas e alubias rojas (feijão vermelho) Para sobremesa, não perca o postre del abuelo (sobremesa do avô) feito com queijo de Burgos, mel e nozes. Abaixo, encontram-se alguns dos melhores locais para comer em Burgos:
- Cobo Tradición: O chefe Miguel Cobo está por detrás deste restaurante inovador, dando uma volta criativa aos pratos clássicos espanhóis como guisados e conservas.
- La Fábrica: Gerido pelo chefe local Ricardo Temiño, este restaurante de ingredientes naturais centra-se em ingredientes sazonais. Oferece uma mistura de pratos de carne e peixe, com menus definidos e meias porções disponíveis.
- La Favorita: Esta barra de tapas acolhedora destaca-se pelas suas vigas de madeira e paredes de pedra. É famosa pelos seus pratos de carne grelhada cozinhados na brasa. Os vinhos da casa também merecem ser provados.
- Casa Ojeda: Fundada em 1912, este restaurante tradicional é um local de jantar clássico em Burgos, conhecido pelos seus pratos de borrego assado.