Para mim a grande diferença entre transitar entre os edifícios históricos e palácios de outras grandes cidades europeias e visitar a capital austríaca, é que o passado de Viena está vivo. A quantidade de palácios, edifícios, monumentos, parques e museus é enorme.
E uma visita apressada não lhe dará ideia do valor arquitetônico e cultural da cidade, chega a causar angústia em quem tem poucos dias na cidade, pois o turista deve reservar ao menos quatro dias para conhecer Viena. Então, reserve um dia inteiro e prepare-se para andar bastante, para conhecer o Schlöss Schönbrunn, o palácio de verão dos Habsburgs. Ele é o Versalhes de Viena. Se tivesse de escolher apenas uma atração, seria esta.

Ele não fica no centro, mas é muito fácil de ir: tomamos o metro linha U4 (verde) às 10:00 h na Pilgrangasse – PG no ticket em direção a Hütteldorf e descemos na estação Schönbunn-SB no ticket, pagamos 2 euros para ir e 2 euros na volta, e os tickets foram comprados nas máquinas automáticas das estações. É muito rápido, pois às 10:24 h já estávamos pagando a entrada, como consta na nota.


Existem vários tipos de tour, que vai do Imperial Tour (30-40 min/11,50 euros) ao Gold Pass(1-2 dias/39,90 euros)e ainda podem ser compradas entradas individuais para quem só quer ver a Glorieta, por exemplo, por 3,00 euros. Ficamos com o Grand Tour (50-60 min/29,90). Os folders estão em várias línguas e pode ser adquirido também o áudio guia, mas como tínhamos o programa de QR Barcode instalado no tablet, foi muito melhor.

Palácio Schönbrunn (lá dentro não são permitidas fotos, as abaixo puderam ser baixadas do site do Palácio, quando do acesso através do QR Barcode) é o principal palácio de Viena. Nele o visitante pode optar por ver 20 ou 40 dos 1440 aposentos. Os 1440 quartos de Schönbrunn são agora usados em parte como um museu, e a visita guiada por estas peças é como um passeio pela história gloriosa das cortes europeias daquela época.
Concluído em 1713, foi a residência de verão dos imperadores da Áustria, e a visita ao seu interior revela o ambiente de luxo, esplendor e riqueza da dinastia Habsburg. À primeira vista, o Palácio de Schönbrunn imediatamente remete ao castelo de Versalhes, na França.
Não menos imponente, mas mais comedido em suas dimensões, esse palácio oferece uma excelente perspectiva da suntuosidade do período imperial austríaco, principalmente em seu interior, que mescla afrescos em seus tetos…
lustres magníficos…
…ornamentos luxuosos e salas temáticas extraordinariamente decoradas…
…como o salão circular chinês, que por uma entrada secreta exibe papéis de parede antiquíssimos e porcelanas que se camuflam entre suas paredes.
O Schönbrunn serviu como residência do imperador Franz Joseph I e sua esposa a imperatriz Elizabeth conhecida por Sissi, amada pelo povo, mas desprezada pela corte Austríaca, devido à sua origem, drama que virou até filme de Hollywood. Eles foram um dos mais emblemáticos casais reais da virada do século 19 para 20.  Parte de seus aposentos estão preservados tal como deixados por eles.
Lá dentro, você vai descobrir muitas curiosidades sobre a vida dos Habsburgs, inclusive que Maria Antonieta era filha de Maria Theresa. E para nós brasileiros, a ligação é até mais afetiva, já que a Carolina Josefa Leopoldina de Habsburgo-Lorena cresceu no castelo de Schönbrunn até a data de seu casamento com Pedro de Alcântara (1798-1834), em 1817,quando passou a assinar Maria Leopoldina e foi arquiduquesa da Áustria, primeira imperatriz-consorte do Brasil, regente do Brasil em setembro de 1821, e durante oito dias em 1826, rainha consorte de Portugal.
O magnífico palácio de verão dos Habsburgs, o Schönbrunn, é um dos passeios imperdíveis em Viena, não só por seus belos quartos decorados como vimos acima, mas também pelos extensos jardins e por ser uma aula de história em estado puro.
Os jardins do palácio, cujo acesso é gratuito, também seguem o estilo francês e exibem uma fusão de cores no verão com suas espécies florais.
O palácio conta, ainda, com o Gloriette, um jardim zoológico (Tiergarten), estufas, labirintos... A suntuosidade imperial no Palácio de Schönbrunn, seduz com seu belo e extenso terreno rodeado por árvores e possui distintos atrativos como as falsas ruínas romanas, a fonte de Netuno, os jardins privados e o...

…Gloriette que é uma pequena galeria sobre uma colina nos jardins do palácio Schönbrunn. Hoje abriga um agradável café.
A vista que se tem da cidade a partir do Gloriette também é fantástica!
Depois desta visita de domingo ao Palácio de Schönbrunn, e depois de passarmos por alguns lugares fechados, apesar da hora (mais de meio-dia), estávamos com fome,  quando por acaso localizamos um restaurante mesmo ao lado do museu de carruagens em Palácio de Schönbrunn.
O Restaurant Kustcher G’wöelb, pareceu-nos uma boa opção para comer. Embora estivesse vazio, a longa espera para a garçonete aparecer, foi também coroada com um esperar ainda mais longo para a comida chegar. Pensamos até em desistir, mas a fome falou mais alto, e resolvemos esperar. A qualidade da comida foi surpreendentemente muito boa e o preço praticamente igual ao da pizzaria havíamos ido na noite anterior. O site do restaurante encontra-se na nota.
Quando disse acima que o passado de Viena está vivo, é porque ainda hoje, são realizados mais de 150 bailes de gala na capital austríaca, uma tradição que data da época dos Habsburgs, que abriram os salões imperiais aos habitantes da cidade. A alfaiataria que fabricava algumas das casacas do império ainda está em atividade sob a tutela da mesma família. As lojinhas dos produtores das luminárias de cristal e pratarias de outrora, também. A Staatsoper, a magnífica casa de ópera, continua frequentada massivamente pelos vienenses, que desde cedo acostumam seus ouvidos aos acordes de Mozart, Schubert, Strauss e Haydn, velhos conhecidos daquele que é um dos teatros mais célebres do mundo.

Mas caso você não consiga assistir uma ópera na linda Ópera de Viena, como aconteceu conosco…ir à um show de música clássica acho que faz parte do clima, do espírito e da visita à Viena! Assistimos ao Wiener Royal Orchester, foi bem legal apesar de não poder fotografar e nem filmar, por isso as imagens não são boas.
Na próxima vez eu quero ir  à Ópera!

Chegamos em Viena, vindos de Budapeste por via terrestre pela M1 e Ost Autobahn/A4, foram 246 km, cerca de 2 h 30 min. Ficaríamos três dias, nesta que seria a última cidade desta nossa excursão pela Europa e Leste Europeu. 
Você sabe que chegou em Viena quando atravessa a ponte que corta o rio Danúbio (Donau, em alemão). Ele banha diversas cidades da Europa, mas de alguma forma ele parece pertencer mais à Viena do que a qualquer outro local.
Principalmente porque foi o compositor Johann Strauss Filho, quem tornou este rio para sempre associado à capital da Áustria. Em 1867, ele apresentou o que viria a se tornar sua mais famosa obra musical, a valsa Danúbio Azul. Ironicamente a valsa no início foi considerada uma dança revolucionária e até mesmo indecorosa, porque permitia aos casais se tocarem ao dançar.

A capital da Áustria possui uma população de 1.700.000 habitantes e recebe o visitante com uma mistura triunfal de tradição imperial e moderna criatividade. Ao mesmo tempo em que encontramos palácios imperiais, igrejas góticas e outros edifícios históricos de inigualável valor, sentimos o dinamismo da modernidade e a agitação da vida contemporânea. Logo na chegada vimos esta igreja de Franz von Assisi Kirche, isolada no meio de tantos edifícios modernos e próxima a uma via expressa.

Já ao norte do rio Danúbio encontramos um moderno complexo de prédios das diversas organizações internacionais que atuam em Viena, dentre elas as Nações Unidas, OPEC, IAEA, OSCE e outras siglas estranhas.

A cidade de Mozart, Beethoven e Schubert, entre outros, é uma capital que reflete a elevada qualidade de vida de seu país. Suas ruas são limpas e seguras e Viena está repleta de jardins magnificamente cuidados, extensas áreas verdes e zonas de esportes aquáticos. 
Aqui o Leopoldstradt onde se concentram algumas atrações turísticas, como o Prater e o parque de diversões onde está Roda Gigante Ferris, sendo muito fácil chegar de metrô.    
Embora a história de Viena remonta ao primeiro século depois de Cristo, quando os romanos fundaram o acampamento militar "Vindobona". Atualmente, a imagem da cidade está marcada principalmente pelo Barroco, especialmente o do período da regência da imperatriz Maria Teresa e do imperador Francisco José, que mandou construir a luxuosa alameda Ringstraße.

Então, para que se tenha uma perfeita introdução à cidade, sugiro que primeiro você circule o Ringstrasse. O Ringstrasse é um círculo em torno do centro de Viena. Três dos lados de Viena estão rodeados pela Ringstrasse (Anel). Um passeio por essas avenidas leva o visitante a edifícios majestosos e de grande beleza. 
Mas antes, vamos a um pouco de história: A cidade de Viena foi protegida por um muro a partir do século XIII, até que, a partir do ano de 1850, a cidade cresceu e formaram-se vários bairros fora das muralhas(um deles é o Leopoldstradt que vimos acima). Em 1857, o imperador Franz Joseph I decidiu derrubar algumas construções militares ao longo de Ringstrasse e as substituiu por grandiosas construções públicas de distintas arquiteturas, permitindo mais espaço para a cidade e em seu lugar uma grande avenida. A Ringstrasse foi construída e tornou-se uma famosa avenida que abriga muitas das obras arquitetônicas mais importantes da cidade.
A Ringstrasse não é apenas uma rua, mas é composto de diferentes seções que incluem a palavra ring (anel) em seus nomes.
Vamos começar pelo Stubenring, onde está a Urania, aqui são realizados todos os anos o Festival de Cinema de Viena.

Depois vem o Regierungsgebäude, apesar do palavrão, o edifício é de 1945, oficialmente chamado de prédios do governo, que abriga o Departamento de Guerra. 
Mais adiante o Parkring, onde está o Stardtpark (Parque da Cidade). Ele foi o primeiro parque público de Viena. Planejamento e execução do parque no estilo Inglês, paisagem feitas pelo pintor paisagístico Josef Selleny e o  jardineiro da cidade, Rudolf Siebeck.  
Já na Schubertring, Karntner Ring, Opernring é onde está a maioria das casas de concertos,  a Staatsoper ou Teatro da Ópera. Uma das casas de ópera mais bonitas do mundo. 

A Ópera de Viena ou Wiener Staatsoper foi construída no século 19 e profundamente danificada durante a II Guerra Mundial. Entre seus condutores surgem nomes como Gustav Mahler e Herbert von Karajan.


No Burgring estão o Museu de História da Arte e o Museu de História Natural.

O Museu  Kunsthistorisches é um dos melhores museus da Europa, abrigando importantes coleções de arte antiga - como na ala dedicada ao Egito. É uma impressionante viagem pelo mundo das artes e sua impressionante pinacoteca com obras de mestres como Vermeer, Brueghel, Rafael e Velasquez.


Seguindo pelo Burgring, você encontra mais atrações na Dr. Karl-Renner-Ring e o Dr. Karl-Lueger-Ring: a Câmara Municipal, a Bolsa de Valores, o Parlamento,o Burgtheater/Rathauz, a Igreja Votiva e a Universidade.
O Parlamento é um prédio magnífico do fim do século XIX. O estilo é grego, para homenagear a democracia, com sua fachada neoclássica e seus pilares helênicos. Dr. Karl Renner Ring, 3. Seg. a qui. das 10h às 16h. Entrada paga.



Partindo do Parlamento, deve-se seguir em direção a Prefeitura de Viena que serve também como sede do conselho da cidade. A Rathaus é um edifício em estilo neogótico construído no século XIX e inspirado nos grandes palácios flamengos. Pode-se percorrer livremente esse edifício e seus sete pátios interiores, mas para conhecer seu interior luxuoso de espelhos imensos, afrescos e tapetes vermelhos, é necessário participar da visita guiada. Rathausplatz. Seg. a qui. das 11 às 17 h.    
E por fim, a Schottenring uma avenida larga, arborizada, cheia de prédios bem conservados e com alguns hotéis como Hilton e de France.
         
O para fechar o círculo, olhe bem para o outro lado do Rio Danúbio, ali estão o Graffitti Hall of Fame onde é permitido pichar sem culpa e Wettsteinpark, onde os vienenses tomam banho de sol no verão. São nos bairros periféricos ao núcleo central, que Viena mostra sua face mais vanguardista, onde descortina-se uma metrópole vibrante, onde o design, a gastronomia e a boemia estão longe de ter parado no tempo.


Este circuito completo tem 6,5 km, mas se você não quiser andar a pé, uma outra opção é caminhar pela avenida de bicicleta, bonde ou até mesmo no Hop on hop off, que tem a Red Line, um percurso só com o Ring. 
Viena possui um excelente sistema de transportes públicos com bondes e trens circulando pelas principais atrações turísticas e fornecendo práticos acessos para cadeirantes, mães com carrinhos de bebê e mesmo cães-guia.

 

Uma das estações de bicicleta em Viena