Rio Perfume e Pagode de Hue

15:44


Neste nosso último dia em Hué, vou falar sobre mais duas atrações bem interessantes da cidade, vale a pena detalhar cada uma delas. Primeiro foi um passeio pelo Rio Perfume que, situa-se no centro do País e atravessa toda a cidade de Hué. Por que perfume? Uns dizem que, quando Hue ainda era a capital do império, por este rio passavam os comerciantes de perfumes, adorados pelas imperatrizes. Mas, seu nome se deve, provavelmente, ao aroma das resinas, das ramagens de pinheiros e de coníferas que seriam arrastadas pela brisa ao longo do vale.
Tomamos uma embarcação do tipo chalana. Existem várias às margens do rio, todas muito coloridas e espaçosas. Dentro havia até comércio, uma senhorinha vendendo souvernirs e outros objetos. Um delírio para as mulheres, ávidas por compras.
O percurso foi muito lindo, passamos por paisagens belíssimas, um contraste de verde e azul.
Há uma ponte de aço enorme, unindo as duas margens, sentido norte e sul, e considerada a mais bonita do Vietnã, seu nome é Trang Tien, projetada por Gustave Eiffel, o mesmo da torre de Paris.
A pesca é uma das principais atividades econômicas desta área e a vida diária de todos os locais se baseia nesta economia. Constantemente podíamos  ver o vai e vem de barcos.
Desembarcamos na base da colina onde está localizado o Pagode Thien Mu, que data de 1601, também conhecido como o Pagode da Dama Celestial. Um pagode em forma octogonal, com sete pisos (número da sorte, número do budismo).
A torre octogonal de 21m de altura, Thap Phuoc Duyen , foi construída sob o reinado do imperador Thieu Tri em 1844.Cada piso, é dedicado a um Manushi-Buddha, ou seja, a um  Buda que apareceu na forma humana.
Diz a lenda, que em 1601, um místico previu que o homem que construísse um pagode naquela colina, iniciaria uma dinastia. Dessa forma o governador da província de Hoa Thuan, Nguyen Hoang ordenou a  construção desse belíssimo Pagode. A previsão foi confirmada, pois a dinastia Nguyen e sua linhagem, foi a última das dinastias imperiais que reinaram Vietnã até 1945. Dizem também, que neste lugar apareceu uma santa, daí o nome de Dama Celestial.
À direita da torre encontra-se um pavilhão que contém uma estela datada de 1715. É fixado na parte de trás de uma enorme tartaruga de mármore, um símbolo de longevidade. À esquerda da torre é outro pavilhão de seis lados, este abrigando um enorme sino (1710), pesando 2052 kg e audível de 10 km de distância. 
O templo em si é um edifício humilde no pátio interior, passando pela entrada tripla, onde três estátuas de guardiães budistas estão em alerta. No santuário principal atrás do Buddha de riso de bronze estão três estátuas: Di Da, o Buddha do passado; Thich Ca, o Buda histórico (Sakyamuni); e Di Lac Buda, o Buda do Futuro.
Ao longo dos séculos seus edifícios foram destruídos e reconstruídos várias vezes. Desde a década de 1960, tem sido um ponto crítico de manifestações políticas contra a repressão. Tornando-se um ícone do Vietnã, quando um carro Austin, que pertenceu ao monge Thic Quang Duc, que em 1963, partiu deste monastério e dirigiu até o centro de Ho Chi Minh, antiga Saigon. Saiu do carro e ateou fogo ao próprio corpo, para protestar contra o regime sul vietnamita (católicos), que proibia o budismo. Morreu sem nenhum gemido, mas o seu coração foi o único órgão não carbonizado. Seu coração foi considerado sagrado. Da mesma forma, outros seis monges fizeram o mesmo e se mataram.


O fotógrafo ganhou o Prêmio Pulitzer de Fotografia, ela rodou o mundo, e daí nasceu a expressão: “Queimar o Monge”.
Este lugar, é um importante centro budista e um monastério, por onde transitam os jovens noviços (meninos com túnicas azuis e as meninas marrom) fazem suas atividades diárias. Há um jardim muito lindo. Um lugar extremamente tranquilo, de muita paz e convida à meditação.




Não se vêem muitos viajantes ocidentais no Vietnã, isso confere um sentimento de exclusividade muito especial à viagem. Os nativos nos olham com surpresa, embora seu interesse por nós ainda seja só didático.
Gostamos muito de conhecer Hué. Ficamos absorvidos pelo encanto e  requinte que ali ocorreram há muito tempo, cujos vestígios estão refletidos na arquitetura e na arte, pois a cidade é um esplêndido exemplo da arte e da cultura aristocrática vietnamita.

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